Um espermatozóide humano pode mover-se 70% mais rápido se
tiver uma cauda “preguiçosa”. Esta descoberta pode abrir caminho a novos
testes de diagnóstico de fertilidade.
Os espermatozóides movem a sua longa cauda para nadar em busca de um
óvulo, mas uma cauda ativa pode não ser a chave para o sucesso, de
acordo com um novo estudo que pode melhorar os resultados dos
tratamentos de fertilidade assistida. O novo artigo científico foi publicado este mês no Human Reproduction.
A equipa multidisciplinar da Universidade de Birmingham, no Reino
Unido, usou simulações matemáticas para analisar o efeito que a cauda
inativa tem sobre o movimento geral do espermatozóide e como isso
contribui para a velocidade e eficiência da motilidade da célula.
Os resultados mostraram que, em vez de dificultar, a região inativa no final da cauda permite uma “natação” mais rápida e eficiente.
De acordo com o Phys, as simulações mostraram um aumento de 430% na eficiência e um aumento de 70% na velocidade nos espermatozóides com uma região final inativa, em comparação com as células onde a cauda estava totalmente ativa.
“Parece contra-intuitivo que uma região do flagelo que não faz nada
possa ter um efeito tão grande na propulsão celular, mas foi exatamente
isso que descobrimos. Este efeito teria sido difícil de descobrir sem o
uso da matemática numa equipe interdisciplinar”, resumiu a investigadora
Cara Neal.
“Este trabalho é fascinante, já que aponta para algo que a medicina e a ciência dos espermatozóides ignoraram totalmente – a peça final de 3 micrométros
(da cauda) – e que pode ser a chave para a forma como um espermatozóide
bem-sucedido pode alcançar o óvulo”, disse o co-autor Jackson
Kirkman-Brown.
“Isto abre a emocionante possibilidade de novos diagnósticos para entender os problemas de fertilidade”, rematou.
https://zap.aeiou.pt/espermatozoides-sem-cauda-rapidos-337507
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