Dança cósmica dá origem a novas estrelas.
Um processo que pode levar cerca de 1 milhão de anos para ser
finalizado foi capturado por dois poderosos equipamentos dedicados à
observação do Universo. Trata-se de um verdadeiro show de fogos de
artifício espacial proporcionado por um aglomerado de estrelas-bebê,
ilustrando como ocorre o surgimento de astros do tipo.
Batizado de G286.21+0.17, o conjunto está localizado a cerca de 8 mil
anos-luz da Terra. Utilizando o Telescópio espacial Hubble, para
registrar as imagens, e o rádio-observatório Atacama Large Millimeter
Array (ALMA), para observar a movimentação de gases na região,
cientistas criaram uma representação do espetáculo que acontece por lá.
"Isso ilustra quão dinâmico e caótico é o processo de nascimento de
estrelas", explica Jonathan Tan, coautor do estudo.
"Podemos visualizar forças concorrentes em ação: gravidade e
turbulência de uma nuvem de um lado; ventos estelares e pressão
radioativa das estrelas mais jovens, de outro."
Brilha, brilha, estrelinha...
A dança cósmica foi representada digitalmente por cores, e sua
movimentação dá uma ideia de qual é a velocidade em que tudo ocorre
quando se toma nosso Sol como ponto de referência. As partes roxas mais
rosadas são os gases que se movem de maneira mais lenta, enquanto as
mais azuladas dizem respeito àqueles que se mexem mais rápido.
Para
chegar a essa composição, os pesquisadores combinaram 750 fotografias
capturadas pelo ALMA. Basicamente, o gás cai no aglomerado devido à
gravidade e, quando entra em colapso, se torna aquilo que fará parte de
uma série de novos astros. Tudo isso ocorre lentamente, e o desenvolvimento total desse sistema pode levar até 1 milhão de anos, segundo os cientistas.
Caso você esteja se perguntando se há mais registros do tipo por aí,
outro exemplo é o que revelam astrônomos com o uso do Telescópio
Nicholas U. Mayall, também conhecido como Telescópio Mayall de 4 metros,
que encontraram em seus arquivos a imagem a seguir, da galáxia NGC 925.
“O fogo de artifício cósmico no centro dela se assemelha a um vasto
cata-vento, com uma barra central brilhante e braços espirais.”
Na NGC 925, o espetáculo também ocorre – ou ocorreu.
"As explosões vermelhas espalhadas por toda a NGC 925 são erupções
originadas da formação de estrelas rastreadas por meio da observação
cuidadosa da emissão de hidrogênio-alfa", afirmam os responsáveis pela
pesquisa.
A NGC 925 está um "pouquinho" mais longe daqui, cerca de 20 milhões
de anos-luz da Terra, o que sugere que as coisas já devem ter dado uma
acalmada por lá há muito tempo. Quanto ao aglomerado G286.21+0.17, Tan
comemora: "Esse é um processo que esculpe a região. É incrível pensar
que nossa estrela-mãe e os planetas da Via Láctea passaram por algo
semelhante".
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115103-aglomerado-de-estrelas-bebe-ilumina-imagens-capturadas-por-telescopios.htm
Sem comentários:
Enviar um comentário