A doença de Alzheimer, ao contrário do que se pensava
anteriormente, pode começar no intestino e espalhar-se para o cérebro.
Esta situação foi observada em ratos.
Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global,
progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, mas um novo
estudo indica que a doença pode não começar no cérebro, mas sim no
intestino.
Uma equipa de investigadores sugere que a doença de Alzheimer seja causada por uma acumulação anormal de proteína no intestino, que se espalha gradualmente para o cérebro.
Esta situação foi observada em ratos, mas os cientistas acreditam que esta descoberta pode sugerir uma nova abordagem no tratamento da doença, escreve a Medical Xpress.
Com base nos resultados do estudo publicado este mês na revista científica The Journal of Physiology, os cientistas acreditam que fatores ambientais podem estar a contribuir para défices cognitivos observados na doença de Alzheimer e noutras condições.
A proteína conhecida por ser a responsável pela doença de Alzheimer, a beta-amilóide,
foi injetada nos intestinos de ratos e viajou para o chamado ‘cérebro
intestinal’, o sistema nervoso do intestino, e também para o cérebro.
Assim, a equipa de investigadores é da opinião de que caso se consiga
reduzir a quantidade desta proteína que chega ao cérebro, ou prendê-la
na periferia, será possível atrasar o aparecimento da doença. Este
tratamento começaria ainda antes de começarem a aparecer sintomas de
Alzheimer nos pacientes.
Segundo a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer,
a nível mundial, a demência afeta uma em cada 80 mulheres, com idades
compreendidas entre os 65 e 69 anos, sendo que no caso dos homens a
proporção é de um em cada 60. Nas idades acima dos 85 anos, para ambos
os sexos, a demência afeta aproximadamente uma em cada quatro pessoas.
O desenvolvimento de tratamentos medicamentosos para a Alzheimer tem falhado, razão pela qual a prevenção é uma das principais armas para evitar que estas proporções continuem a aumentar.
“Este conceito é semelhante ao transporte de proteínas dobradas do
intestino, como as responsáveis pela doença das vacas loucas. Se esse
for o caso, um processo semelhante pode começar em humanos muitos anos antes das manifestações
das características clássicas da Alzheimer, incluindo a perda de
memória e, portanto, as estratégias de prevenção precisariam de começar
mais cedo também”, explicou o autor do estudo, John Rudd, da
Universidade Chinesa de Hong Kong.
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