(Fonte: Pixabay)
As cinzas de estrelas no estágio final de suas vidas podem conter a
resposta-chave para compreender a origem da vida na Via Láctea, diz um
novo estudo publicado na revista Nature Astronomy.
No
artigo, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos,
relatam que a poeira cósmica produzida por estrelas que estão morrendo
foram trazidos até a nossa galáxia através dos chamados "ventos
estelares" e continham material repleto de elementos químicos —
inclusive o carbono.
Dessa forma, essa carga química alimentaria
as estrelas da Via Láctea, que posteriormente a matéria bruta necessária
para o surgimento do nosso Sol e de todo o sistema planetário formado
há 4,6 bilhões de anos.
Teorias sobre as estrelas anãs
Apesar do consenso dentro da comunidade científica sobre a importância do carbono no surgimento de vida na Terra, ainda não existiam explicações sobre como esse elemento havia chegado até a nossa galáxia.
Ao
analisar dados do Observatório Keck, no Havaí, sobre anãs brancas na
Via láctea entre Agosto e Setembro de 2018, os pesquisadores relataram
uma descoberta impressionante sobre as estrelas: suas massas de
nascimento eram muito maiores do que estudos anteriores tinham
registrado.
Uma anã branca é uma estrela com massa similar ao Sol e volume parecido com a Terra. Ao atingir a "supernova",
— explosão causada no estágio final de uma estrela — o astro é
responsável por espalhar uma grande quantidade de matéria cósmica pelo
universo. Quanto maior a sua massa, maior a proporção de matéria
espalhada.
Os astrofísicos que a massa final das anãs brancas
analisadas chegava perto de 75% da massa solar — bem mais do que os 60%
acreditados anteriormente. De acordo com o estudo, as estrelas anãs
deveriam ter cerca de 150% da massa solar para produzir a quantidade de
carbono que alimentou a Via Láctea em sua origem.
A contribuição das cinzas estelares para a formação de luz no universo
(Fonte: Pixabay)
Além das descobertas sobre a origem do carbono, as cinzas produzidas pela morte das estrelas também auxiliou cientistas a se aprofundarem mais sobre outro assunto: a emissão de luz por galáxias distantes no universo.
Combinando
teorias da cosmologia e da evolução estelar, os pesquisadores obtiveram
novas interpretações sobre como essa poeira cósmica contribui para a
origem de luz em cantos mais afastados do universo.
Essa
iluminação química é o que permite aos telescópios conseguirem enxergar
partes distantes do cosmos e comprovar as teorias de evolução das
estruturas cósmicas existentes na comunidade científica.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115127-cinzas-de-estrelas-podem-desvendar-origem-do-carbono-na-via-lactea.htm
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