As antigas águas em redor da Austrália podem ter estado
cheias de enormes escorpiões marinhos predadores que mediam 2,5 metros
de comprimento.
Conhecidos como Eurypterida, estes animais ferozes foram os
maiores predadores marinhos a aparecer no registo fóssil e acredita-se
que sejam os ancestrais dos escorpiões modernos e de outros aracnídeos.
Até agora, poucos estudos tinham sido feitos sobre a presença de Eurypterida
nas águas australianas, com a maioria dos espécimes registados na
literatura científica a ser encontrados no Hemisfério Norte. A mais
famosa é uma garra de 46 centímetros pertencente a um membro da espécie Jaekelopterus rhenaniae, que se acredita ser o maior escorpião marinho que já existiu.
Estes animais viveram durante a Era Paleozóica – que durou de 541 a 252 milhões de anos atrás – e variavam muito em tamanho. Algumas não tinham mais do que alguns centímetros de comprimento.
Para investigar se estes predadores habitaram no antigo supercontinente Gondwana
– cujos remanescentes agora compõem a Austrália, Nova Zelândia, Índia,
Antártida e partes da África e América do Sul -, os autores do novo
estudo analisaram todos os espécimes encontrados nos museus da
Austrália.
De acordo com o IFLScience,
os cientistas descobriram que os mares da Austrália estiveram cheios
destes escorpiões marinhos, pertencendo predominantemente à família Pterygotidae, que compreende todas as espécies maiores, incluindo J. rhenaniae.
Foram encontrados seis grupos diferentes de Eurypterida, com
o único espécime completo a medir apenas 5,7 centímetros de
comprimento. No entanto, acredita-se que a maioria dos escorpiões
marinhos fossem de uma variedade gigante, uma vez que apenas os maiores e
mais fortes teriam sido capazes de se dispersar em direção a Gondwana.
Embora os cientistas não tenham muita certeza do que Eurypterida
comia, é provável que tenham usado as suas garras enormes para agarrar
as suas presas antes de esmagá-las entre estruturas semelhantes a dentes nas pernas.
A Era Paleozóica viu uma enorme proliferação de vida na Terra
e testemunhou o surgimento dos primeiros artrópodes, peixes e moluscos.
Terminou com o evento de extinção Permiano–Triássico que resultou na
extinção de 95% de todos os organismos.
O estudo foi publicado em em junho na revista científica Gondwana Research.
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