Pesquisadores registraram, entre outubro de 2019 e abril de 2020, queda de 40% no brilho da supergigante vermelha Betelgeuse,
localizada a 642 anos-luz da Terra, na galáxia de Órion. Um grupo de
astrônomos conduzidos pelo Instituto Max Plack de Astronomia, na
Alemanha, acredita que a razão do fenômeno foi o aparecimento de manchas
estelares na superfície do astro.
A teoria foi explicada em um artigo divulgado nesta segunda-feira (29) pela revista The Astrophysical Journal Letters. Os
cientistas acreditam que manchas gigantes, que podem ter coberto de 50%
a 70% da superfície da estrela, causaram uma variação em sua
temperatura e, por consequência, uma redução em seu brilho.
"À medida que o suprimento de combustível acaba, os processos pelos
quais as estrelas liberam energia mudam. Como resultado, elas incham,
tornam-se instáveis e pulsam com períodos de centenas ou mesmo milhares
de dias, o que nós observamos como uma flutuação em seu brilho",
explicou a astrônoma Thavisha Dharmawardena, líder da pesquisa.
A equipe chegou a essa conclusão após conferir dados de ondas
submilimétricas do Atacama Pathfinder Experiment e do telescópio James
Clerk Maxwell. Na ocasião, eles descartaram a hipótese de que a
alteração foi causada pelo aumento de produção de poeira estelar,
defendida pela Universidade de Washington.
Variação de temperatura
De acordo com as leis da física, a luminosidade de uma estrela depende de seu diâmetro e da temperatura de sua superfície.
Se apenas seu tamanho diminui, a luminosidade baixa igualmente em todos
os comprimentos de onda. No entanto, se a variação ocorre na
temperatura, a luminosidade emitida pela estrela não é uniforme — o que
teria ocorrido no caso de Betelgeuse.
"Imagens de alta resolução correspondentes da Betelgeuse em dezembro
de 2019 mostram áreas com brilho variável. Junto ao nosso resultado,
essa é uma indicação clara de grandes manchas estelares cobrindo entre
50% e 70% da superfície visível e com uma temperatura mais baixa do que a
fotosfera mais brilhante", afirmou o coautor do estudo e pesquisador do
Observatório Europeu do Sul (ESO), Peter Scicluna.
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