Os astrofísicos criaram um mapa 3D do nosso universo. Ele se estende
por quase dois bilhões de anos-luz e é o desenho mais completo da nossa
vizinhança cósmica até agora.
O mapa esférico de superaglomerados de
galáxias levará a uma maior compreensão de como a matéria é distribuída e
fornecerá informações importantes sobre a matéria escura, um dos
maiores mistérios da física.
O mapa foi criado pelos professores Mike Hudson, Jonathan Carrick e
Stephen Turnbull, do Departamento de Física e Astronomia da Universidade
de Waterloo, no Canadá, e Guilhem Lavaux, do Instituto de Astrofísica
de Paris e do Centro Nacional de Pesquisa Científica da França.
“A distribuição de galáxias não é uniforme e não tem nenhum padrão.
Ela tem picos e vales muito parecidos com uma cadeia de montanhas. Isto é
o que é esperado se a estrutura em larga escala se origina de
flutuações quânticas do início do universo”, explica Hudson.
As áreas azuis e brancas mais leves no mapa representam maiores
concentrações de galáxias. A área vermelha é o superaglomerado chamado
de Concentração Shapley, a maior coleção de galáxias no universo
próximo. Áreas inexploradas aparecem em cor azul mais forte.
Velocidades peculiares
Saber a localização e o movimento da matéria no universo vai ajudar
astrofísicos a prever sua expansão e identificar o local e a quantidade
de matéria escura existente.
Os cientistas observam que as galáxias se movem de forma diferente
porque a expansão do universo não é igualitária. Estas diferenças são
chamadas de velocidades peculiares. A Via Láctea e sua vizinha
Andrômeda, por exemplo, estão se movendo com uma velocidade de 2 milhões
de quilômetros por hora.
Modelos anteriores de mapas não consideravam totalmente esta
movimentação. Hudson e sua equipe estão interessados em descobrir
quais estruturas são responsáveis pelas velocidades peculiares. Estes
desvios no movimento das galáxias são uma ferramenta valiosa para
determinar a distribuição de matéria e matéria escura em escalas
maiores.
O segredo da matéria escura
A matéria escura é responsável por uma grande parte da massa do
universo. É uma forma hipotética de partícula que não reflete ou emite
luz e, portanto, não pode ser vista ou medida diretamente. A existência e
as propriedades da matéria escura só podem ser inferidas indiretamente
através de seus efeitos gravitacionais na matéria visível e na luz.
“Uma melhor compreensão da matéria escura é fundamental para entender
a formação de galáxias e as estruturas em que vivem, como aglomerados
de galáxias, superaglomerados e vazios”, afirma Hudson.
O próximo passo da pesquisa será conseguir amostras mais detalhadas de
velocidades peculiares para melhorar o mapa, em colaboração com
pesquisadores da Austrália.
Fonte: http://hypescience.com/o-mapa-mais-completo-universo/
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