De acordo com simulações de computador de última geração, a Via Láctea pode estar a lançar estrelas para o espaço circungaláctico em eventos desencadeados por explosões de supernovas.
De acordo com um estudo publicado esta segunda-feira na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,
cientistas da Universidade da Califórnia usaram simulações cosmológicas
hiperrealistas para mostrar como aglomerados de supernovas – explosões
de estrelas moribundas – podem criar uma dispersão de sóis quentes nos confins da Via Láctea.
As simulações ilustram as plumas de estrelas que foram lançadas do
centro da Via Láctea e demonstram a forma como a galáxia pode estar a
evoluir e a expandir-se.
“As simulações do FIRE-2 permitem gerar filmes que fazem parecer que se está a observar uma galáxia real”, disse Sijie Yu,
principal autor do estudo, num comunicado citado pelo EurekAlert.
“Mostram-nos que, à medida que o centro da galáxia está a girar, uma
bolha impulsionada pela supernova está a desenvolver-se com estrelas a
formar-se na borda. Parece que as estrelas estão a ser expulsas do centro“.
A equipa sugere que as supernovas possam representar cerca de 40% das estrelas nos confins da Via Láctea, conhecida como auréola externa.
As descobertas das simulações do FIRE-2 apoiam as evidências
observacionais existentes que sugerem que as estrelas não estão apenas a
mover-se, mas sim a formar-se à medida que são expulsas do centro da
galáxia.
Segundo James Bullock, autor sénior do estudo, “as simulações
numéricas altamente precisas mostraram que é provável que a Via Láctea
esteja a lançar estrelas para o espaço circungaláctico em descargas provocadas por explosões de supernovas“.
Bullock acrescentou que estrelas maduras, pesadas e ricas em metal,
como o nosso Sol, giram em torno do centro da galáxia a uma velocidade e
trajetória previsíveis. Porém, as estrelas de baixa metalicidade,
submetidas a menos gerações de fusão do que o nosso Sol, podem ser
vistas a girar na direção oposta.
Durante a vida útil de uma galáxia, o número de estrelas produzidas
nas descargas de bolhas de supernova é pequeno, cerca de 2%. No entanto,
durante as partes das histórias das galáxias, quando os eventos de
explosão estelar estão a crescer, até 20% das estrelas formam-se desta forma.
https://zap.aeiou.pt/via-lactea-catapultar-estrelas-320230
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