Um planeta de metal derretido, semelhante a Júpiter, não
parece ser o paraíso. No entanto, os cientistas estão muito
entusiasmados com o planeta MASCARA-2 b, uma vez que as suas
características são aquilo a que chamam de laboratório perfeito.
Um espectrómetro construído na Universidade de Yale e instalado no
Observatório Lovell está a oferecer aos astrónomos uma visão detalhada
da atmosfera de MASCARA-2 b, um planeta distante tão quente que o ar contém metais vaporizados na sua composição.
De acordo com o Business Insider,
se os astrónomos conseguiram encontrar uma forma de estudar um Júpiter
quente tão distante do planeta Terra, podem estar muito perto de
encontrar (e estudar) um planeta no Universo capaz de albergar vida.
O planeta em causa fica a cerca de 4.300 triliões de quilómetros da
Terra e é um gigante de gás muito semelhante a Júpiter. No entanto, a
sua órbita é 100 vezes mais próxima da sua estrela do que a órbita de
Júpiter em relação ao Sol.
A atmosfera de MASCARA-2 b atinge temperaturas acima dos 1.726 graus Celsius,
o que o coloca no final de uma classe de planetas conhecida como
Júpiteres quentes. Este tipo de corpo celeste chama a atenção dos
cientistas porque a sua existência era desconhecida há 25 anos e podem
oferecer informações interessantes sobre a formação dos sistemas
planetários.
“Os Júpiteres quentes fornecem os melhores laboratórios para
desenvolver técnicas de análise que um dia serão usadas para procurar
assinaturas biológicas em mundos potencialmente habitáveis”, explicou a
astrónoma Debra Fischer, coautora do artigo científico publicado na Astronomy and Astrophysics.
À medida que o MASCARA-2 b cruza a linha de visão direta entre a sua
estrela hospedeira e a Terra, elementos na atmosfera do planeta absorvem
a luz das estrelas em comprimentos de onda específicos, deixando uma impressão digital química. O espectrómetro EXPRES recolhe essas impressões digitais que são pistas valiosas para os astrónomos.
Através deste instrumento, a equipa encontrou ferro gasoso, magnésio e
cromio na atmosfera do planeta. O principal autor do estudo, Jens
Hoeijmakers, disse ainda que o EXPRES encontrou evidências de uma assinatura química diferente nos lados “manhã” e “noite” do MASCARA-2 b.
“Estas detecções químicas podem não apenas dar-nos pistas sobre a
composição elementar da atmosfera, como também sobre a eficiência dos
padrões de circulação atmosférica”, disse Hoeijmakers, citado pelo EuropaPress.
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