Com o objetivo de diminuir o impacto sobre as atividades astronômicas, a
SpaceX está buscando uma maneira de tornar os satélites Starlink menos
brilhantes e já experimentou algumas medidas com bons resultados.
Trem de satélites Starlink passando sobre Stuttgart, Alemanha, em 22 de abri de 2020.
Embora
sejam magníficos de serem observados aqui da Terra, a gigantesca
constelação de satélites Starlink tem provocado a ira dos astrônomos,
cujas observações celestes começam a ser prejudicadas pela forte
reflexão solar causada pelos satélites.
Até abril de 2020, a
SpaceX havia colocado no espaço 422 satélites para acesso à internet,
mas já recebeu permissão para lançar cerca de 12 mil objetos, com
possibilidade deste número chegar a 30 mil até 2025. Se do ponto vista
de interferência eletrônica isso não é tão relevante, da perspectiva da
astronomia pode ser catastrófica, devido à interferência nas
observações.
Lote de 60 satélites Starlink presos à haste tensionadora antes de serem colocados em orbita.
Starlinks Invisíveis: Darksat
Sabendo
desse impacto científico nas pesquisas científicas, o presidente da
SpaceX, Elon Musk, disse que a empresa está tentando encontrar uma
maneira de fazer com que as naves fiquem "invisíveis" e desapareçam da
vista dos cientistas sem causar impacto nas descobertas astronômicas.
Os
experimentos para reduzir esse impacto visual começaram em janeiro de
2020, quando um dos 60 satélites lançados possuía um revestimento
experimental para torná-lo menos reflexivo. Medições feitas por
astrônomos revelaram que o "DarkSat", como foi batizado, é
consideravelmente mais escuro que seus similares, mas não o suficiente
para suprimir as preocupações da maioria dos astrônomos consultados.
Mudanças no Projeto
Sabendo
disso, a SpaceX está tomando medidas adicionais e projetou alterações
do ângulo do painel solar e a inclusão de uma espécie de "guarda-sol"
que impede a reflexão Solar em direção à Terra. De acordo com Musk, o
impacto dessas alterações deve ser notado em breve, quando diversos
satélites do lançamento 9 forem colocados em orbita.
Segundo a
empresa, esses guarda-sóis são feitos de uma espuma extremamente
transparente aos sinais de rádio, permitindo que observações feitas com
radiotelescópios também não sejam prejudicadas pela passagem dos
objetos.
A eficácia dessas medidas deve ser revelada em pouco
tempo, já que os astrônomos rastrearão os satélites modificados com a
esperança que os Starlinks não se destaquem excessivamente contra o céu
escuro.
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