Pesquisadores da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha, estão
utilizando patas de aranhas cribeladas para desenvolver e aprimorar o
manuseio de nanofibras, fibras com uma vasta gama de potencial de
exploração que podem ser utilizadas nos mais diversos mecanismos do mercado de polímeros,
porém com uma manipulação desafiadora. Facilmente aderentes aos
equipamentos de laboratório, as substâncias dos aracnídeos surgem como
um bom material de apoio, sendo capaz de criar propriedades
antiadesivas.
Utilizar como base a anatomia de aranhas
cribeladas fornece, aos pesquisadores, a capacidade de exploração de
uma peculiaridade chamada cribelo, que são pelos especiais encontrados
no quarto par de patas dos invertebrados, permitindo a existência de um
"órgão" que gira a teia e com características semelhantes à lã,
especialmente em sua espessura. A teia das cribeladas também possui a
particularidade de não aderir ao organismo da aranha, impedindo do
animal ficar agarrado no material e facilitando sua locomoção.
As teias das aranhas derivam de uma estrutura pegajosa localizada em
suas patas, substituindo as tradicionais proteínas encontradas no oitavo
par de patas das aranhas Mesothelae e Mygalomorphae:
os pentes de calamistra. Os pesquisadores decidiram, então, raspar os
pentes para descobrir o que poderia ser encontrado logo abaixo da
estrutura, com o objetivo de tentar simular a individualidade da
cribelada e produzir um mecanismo antiaderente semelhante ao que as
aranhas conseguem desenvolver.
Após a raspagem, os cientistas chegaram a uma impressionante descoberta,
identificando que, logo abaixo dos pentes, havia uma nanoestrutura de
fibras
que seriam as responsáveis por permitir a funcionalidade de tais
aranhas, porém semelhantes a impressões digitais que as impediam de
fazer contato com a superfície da calamistra.
Dessa forma, conseguiram desenvolver um protótipo laboratorial dos
pentes em em folhas de acetato (PET), que foram revestidas com camadas
de ouro. Após a criação de um padrão semelhante aos encontrados nos
pentes das aranhas, com o manuseio de luz laser para desenhar as
reentrâncias, o resultado foi o surgimento de propriedades muito
similares às antiaderentes naturais, apesar das limitações de adesão,
que apresentaram potencial menos do que o das aranhas.
Atualmente, a autora principal do projeto, Anna-Christin Joel, e seus
colegas de trabalho estão buscando formas de aprimorar o mecanismo
inovador, a fim de patenteá-lo e utilizar na fabricação e melhoramentos
de nanomateriais sintéticos que podem ser utilizados, por exemplo, na
filtração.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114327-cientistas-criam-nanotecnologia-antiaderente-com-patas-de-aranhas.htm
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