Afinal, o Universo pode não expandir-se da maneira que
pensávamos anteriormente. Um novo estudo vem desfazer uma teoria
amplamente aceite sobre a expansão do Universo.
O Universo tem sensivelmente 13,8 mil milhões de anos, mas ainda
continua a crescer. A teoria amplamente aceite sobre a expansão do
Universo, conhecida como hipótese da isotropia, argumenta que o Universo
não está apenas a expandir-se, mas fá-lo a uma velocidade constante em todas as direções.
No entanto, esta teoria é agora contradita por um novo estudo publicado esta
quarta-feira na revista científica Astronomy and Astrophysics. Ao
contrário daquilo que se pensava, o Universo pode não estar a
expandir-se a um ritmo constante em todas as direções.
Os resultados do estudo baseiam-se na observação de 800 aglomerados
de galáxias através de três observatórios de raios-X: XMM-Newton,
Chandra e ROSAT. De acordo com a Inverse,
os cientistas mediram a temperatura do gás quente de cada aglomerado.
Depois, compararam os dados com a luminosidade desses aglomerados de
galáxias no céu.
E como é que isto ajuda os cientistas? Porque se o Universo fosse
isotrópico, os aglomerados com temperaturas semelhantes e localizados a
distâncias parecidas teriam níveis semelhantes de luminosidade. Todavia, este não é o caso.
“Vimos que aglomerados com as mesmas propriedades, com temperaturas
semelhantes, pareciam menos brilhantes do que o esperado numa direção do
céu e mais brilhantes do que o esperado noutra direção”, explicou
Thomas Reiprich, co-autor do estudo, em comunicado. “Estas diferenças não são aleatórias, mas têm um padrão claro, dependendo da direção em que observamos o céu”.
Os investigadores desconhecem, contudo, aquilo que faz com que o
Universo se expanda a ritmos distintos nas diferentes direções. A
sugestão é que possa estar relacionado com a energia escura, mas é difícil de dizer com certezas.
“Se o Universo for realmente anisotrópico, isto significaria uma
enorme mudança de paradigma, porque a direção de cada objeto teria que
ser tida em consideração quando analisamos as suas propriedades”,
salienta o autor principal do estudo, Konstantinos Migkas.
“Hoje, estimamos a distância de objetos muito distantes no Universo
aplicando um conjunto de parâmetros e equações cosmológicas. Acreditamos
que esses parâmetros são os mesmos em todos os lugares”, explicou.
No entanto, se as conclusões da equipa de investigadores estiverem corretas, esse não seria o caso e seria necessário rever todas as conclusões anteriores.
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