A propagação do novo coronavírus (covid-19) não deverá
diminuir com o aumento das temperaturas, alertaram membros do Comité de
Doenças Infecciosas Emergentes da Academia Nacional de Ciências dos
Estados Unidos.
O aviso dos especialistas norte-americanos foi enviado à Casa Branca através de uma carta, contrariando as suposições de que o verão poderia ajudar a fazer desaparecer a covid-19, detalha o jornal britânico The Independent.
“Existem evidências que sugerem que [o novo coronavírus] pode ser
transmitido com menos eficiência em ambientes com temperatura mais
elevadas e níveis de humidade mais altos. No entanto, e tendo em conta a
falta de imunidade das pessoas de todo o mundo, esta redução na
eficiência de transmissão pode não levar a uma redução significativa da propagação da doença sem que sejam adotadas em simultâneo importantes medidas de intervenção de saúde pública”, pode ler-se na missiva.
Citando dados da China, onde a pandemia nasceu no fim do ano passado,
os especialistas referem que, mesmo sob condições máximas de
temperatura e humidade, o vírus conseguiu espalhar-se “exponencialmente”
naquele país.
Apesar de reconhecerem que existem alguns estudos que sustentam que a
propagação pode diminuir com altas temperaturas e níveis mais altos de
humidade, os cientistas frisam na mesma carta enviada à Casa Branca que o vírus se transmite rapidamente em países com climas mais quentes, como é o caso da Austrália e do Irão.
“Não devemos assumir uma diminuição no número de casos associada ao
aumento da humidade e da temperatura”, rematam os cientistas.
Em meados de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) deixou o aviso de que é “uma falsa esperança”
acreditar que a nova estirpe do coronavírus desapareça no verão, com o
aumento das temperaturas, como costumar acontecer com o vírus da gripe.
O diretor-executivo da OMS disse que esse cenário é um mito, uma vez que não se conhece ainda o comportamento do vírus.
https://zap.aeiou.pt/novo-coronavirus-nao-desapareera-aumento-das-temperaturas-318478
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