O arqueólogo Rowan Webb faleceu em 2010 após uma grandiosa batalha
contra um câncer e um de seus maiores desejos após sua morte era que seu
corpo fosse usado para o benefício científico. Sendo assim, Webb fez
história ao ter seu esqueleto digitalizado.
Uma equipe de pesquisadores e especialistas técnicos da Universidade
da Nova Inglaterra (UNE), onde Webb realizou uma boa parte de seus
trabalhos e pesquisas, projetou e criou o primeiro esqueleto humano
digital do mundo a partir dos ossos reais de Webb, que doou seus restos
mortais à instituição.
Rowan Webb (arquivo pessoal).
Evolução digital
Após alguns anos de estudos e ajustes, o esqueleto digital finalmente
ficou completo e, por meio dele, a instituição começará a ensinar seus
alunos de anatomia com os modelos 3D online ainda nesta semana. O
esqueleto digital, que apresenta diversos detalhes específicos, também
ficará disponível para visualização online de pessoas de todo o mundo.
Segundo a doutora em Zoologia da universidade, Dra. Melania Fillios, o pesquisador certamente não tinha ideia da tecnologia
que estaria à disposição dos pesquisadores após alguns anos. "Rowan não
fazia ideia de que poderia disponibilizar um presente para o mundo
inteiro, para que qualquer um pudesse aprender com ele", disse ela, que
iniciou e liderou o projeto digital diretamente para a Phys.org, um agregador de notícias de ciência, pesquisa e tecnologia.
Como tudo aconteceu
O esqueleto do arqueólogo foi criado digitalmente usando
uma técnica de fotogrametria utilizada também para documentação e
produção de modelos 3D, sem que artefatos antigos tenham qualquer tipo
de dano. Todos os ossos de Webb foram fotografados antes do
procedimento.
O doutorando em paleontologia da Universidade da Nova Inglaterra, Michael Curry disse ao Phys.org
que para a realização do projeto foi necessário que ele tirasse mais de
30 mil fotos do esqueleto de Webb antes que tudo pudesse começar de
fato. Ainda segundo o pesquisador, demorou cerca de um ano para
fotografar tudo, reconstruir o esqueleto e editar todas as fotos para
que digitalmente as imagens refletissem corretamente.
(Fonte: Free 3D)
Os pesquisadores da UNE, sobretudo a equipe de arqueologia
têm visões ambiciosas com relação aos seus estudos altamente
tecnológicos. A ideia é que seus modelos 3D online se tornem parte de um
recurso mundial, que seja livre e acessível para ensino e a pesquisa em
todo o mundo.
O professor associado Peter Grave ainda contou ao Phys.org
que gostaria de ter um banco de dados que atravesse as fronteiras
disciplinares. Para ele é importante que essa criação se concretize para
que todas as universidades, instituições e museus de diferentes lugares
possam contribuir com modelos para serem estudados por diversos grupos e
pessoas, no qual todos os objetos dentro dele pudessem ser usados em
pesquisas em todo o mundo.
A semente plantada por Rowan Webb antes de falecer agora
parece florescer entre seus colegas e poderá futuramente transformar
ainda mais o mundo acadêmico e científico, trazendo diversas
contribuições para a população.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114075-pesquisadores-constroem-primeiro-esqueleto-humano-digital-do-mundo.htm
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