Uma vacina experimental em macacos “protegeu-os largamente”,
pela primeira vez, contra o coronavírus, anunciou um laboratório chinês
que está na origem da investigação.
A vacina, que utiliza agentes patogénicos inertes do vírus na origem da covid-19, foi administrada a oito macacos,
que foram contaminados artificialmente três semanas mais tarde, segundo
a investigação publicada pelo gigante farmacêutico Sinovac Biotech.
“Os quatro macacos que receberam a vacina em dose elevada não
apresentaram qualquer traço detetável do vírus nos pulmões, sete dias
após a contaminação”, assegurou o laboratório, que publicou os
resultados a 19 de abril no site bioRxiv.
Outros quatro símios, aos quais a vacina foi administrada em dose
menos forte, apresentaram uma elevada carga viral no organismo, mas conseguiram resistir à doença.
A Sinovac, uma empresa cotada no Nasdaq, iniciou os ensaios clínicos
da mesma vacina no homem a 16 de abril. Questionado pela agência AFP, o
laboratório escusou-se a comentar este assunto.
“Estes são os primeiros dados pré-clínicos sérios
que já vi sobre uma vacina experimental”, comentou no Twitter o
virologista Florian Krammer, da Escola Icahn, de Medicina, em Nova
Iorque.
“A questão é saber se esta proteção é de longa duração”, observou,
por sua vez, a imunologista Lucy Walker, da Universidade College, em
Londres.
Além do projeto da Sinovac, Pequim aprovou duas outras vacinas
experimentais lançadas, por um lado, pela Escola Militar de Ciências
Médicas e pelo grupo de biotecnologia CanSino, cotado em Hong Kong, e,
por outro lado, pelo Instituto de Produtos Biológicos e pelo Instituto
de Virologia de Wuhan, a cidade onde o coronavírus surgiu, no final do
ano passado.
O laboratório americano Moderna anunciou simultaneamente, em meados
de março, que estava a proceder igualmente a ensaios clínicos para uma
vacina experimental.
Esta quinta-feira, cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, também começaram
a testar uma possível vacina contra a covid-19. O Governo britânico
disponibilizou 20 milhões de libras à equipa para financiar os ensaios
clínicos.
Grupos farmacêuticos e laboratórios de investigação em todo o mundo lançaram-se numa corrida contra o tempo
para desenvolver tratamentos e vacinas contra a covid-19, que matou
mais de 190 mil pessoas, em cerca de 2,7 milhões de cidadãos infetados.
O prazo estimado para uma vacina é de entre 12 a 18 meses, no mínimo.
https://zap.aeiou.pt/primeira-vacina-larga-protecao-macacos-321136
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