A sonda Cassini forneceu informações sobre o planeta Saturno por 13 anos, até ser desativada pela NASA em 2017. Agora, mesmo depois de aposentada, a sonda ajudou a desvendar o mistério por trás da atmosfera quente do planeta.
O fato intrigou cientistas por décadas, mas agora um novo estudo
conduzido pela NASA e pela Agência Espacial Europeia resolveu investigar
os dados antigos da Cassini. A pesquisa, publicado na revista Nature Astronomy, é o mapeamento mais completo de temperatura e densidade da atmosfera superior de um gigante gasoso.
As auroras de Saturno
(Fonte: Universidade de Colorado/Divulgação)
O estudo sugere que as auroras — semelhantes as luzes boreais do norte da Terra — aquecem a atmosfera de Saturno.
Uma corrente elétrica é gerada a partir do fluxo constante de
partículas carregadas do vento solar em interação com as partículas que
fluem das luas do planeta.
Este mesmo mecanismo pode acontecer em outros planetas gigantes cheio
de gás, como Júpiter, Netuno e Urano, que também possuem atmosferas
quentes, mas estão distantes demais do centro do Sistema Solar para
serem aquecidos pelo sol.
A descoberta também é importante para compreender como o calor
circula na atmosfera de Saturno. As correntes elétricas aurorais aquecem
as camadas superiores da atmosfera e impulsionam os ventos para o
centro do planeta, que podem registrar o dobro da temperatura esperada
apenas do aquecimento solar.
Sonda Cassini
(Fonte: NASA/Divulgação)
A sonda Cassini da NASA observou Saturno por mais de 13 anos antes de
esgotar seu suprimento de combustível. Para proteger a lua Encéfalo,
que Cassini descobriu que poderia manter condições adequadas para a
vida, a nave espacial caiu na atmosfera do planeta em 2017.
Durante sua missão, a sonda realizou 22 órbitas ultra-próximas de
Saturno. Cassini cumpriu seu último voo com uma turnê chamada de Grand Finale, durante o qual foram coletados os principais dados foram coletados para o novo mapa de temperatura da atmosfera de Saturno.
No Grand Finale, Cassini observou por seis semanas várias
estrelas brilhantes nas constelações de Orion e Canis Major, enquanto
passavam atrás de Saturno. Os cientistas perceberam que a luz das
estrelas mudava à medida que passava pela atmosfera e descobriram que as
temperaturas atingem um pico próximo às auroras, indicando que as
correntes elétricas aurorais aquecem a atmosfera superior.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114485-nave-espacial-inativa-da-nasa-pode-resolver-misterio-de-saturno.htm
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