Cientistas encontraram uma proteína, conhecida como RTEL1,
que ajuda células cancerígenas a sobreviver. A equipa de especialistas
espera que as conclusões deste estudo ajudem a criar novos tratamentos
oncológicos.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Copenhaga descobriu duas funções importantes de uma proteína chamada RTEL1
durante a divisão celular. Este é um processo muito importante que
ocorre ao longo das nossa vidas. Enquanto nas células normais, há um
número limite de divisões, nas células cancerígenas o número de divisões
é incontrolável.
Há várias investigações que procuram identificar as proteínas que
desempenham papéis-chave a divisão celular. É neste cenário que a
descoberta dos investigadores da universidade dinamarquesa se enquadra.
O novo estudo publicado esta segunda-feira na revista científica Nature Structural & Molecular Biology sugere que a RTEL1 desempenha um papel crucial na mitose e na fase de síntese, duas das fases mais importantes da divisão celular.
“Descobrimos que a RTEL1 tem duas funções principais. Na fase de
síntese, a RTEL1 pode evitar confrontos prejudiciais entre os processos
de replicação e transcrição do ADN (quando o ARN é produzido), que de
outra forma podem causar danos ao ADN e instabilidade cromossómica. Isto
é feito por ‘resolução de certas estruturas incomuns que podem
formar-se entre o ADN e o ARN”, explicou o coautor do estudo Ying Liu,
citado pela Phys.
“A segunda característica é que a RTEL1 promove um processo chamado MiDAS, que é muito comum nas células cancerígenas e ocorre na mitose”, acrescentou.
“Os nossos dados anteriores mostravam que as células cancerígenas
utilizam esta forma incomum de replicação de ADN com muito mais
frequência do que as células normais, porque as células cancerígenas têm
muito stresse de replicação na fase de síntese por causa do distúrbio
do ciclo de divisão celular devido à atividade excessiva de genes
causadores de cancro chamados oncogenes”, explica, por sua vez, o
coautor Ian Hickson.
Neste novo estudo, foram feitos testes com diferentes tipos de células cancerígenas, incluindo dos ossos, cervical e cólon.
“Estávamos a investigar quais proteínas ajudam as células cancerígenas a usar o MiDAS. E então, esta proteína, RTEL1, surgiu, o que foi uma surpresa.
Não esperávamos que tivesse um efeito tão grande”, confessou Ying Liu. O
especialista acredita que esta proteína seja importante em todos os
cancros que usem o MiDAS, que corresponde a mais de 80%.
Os investigadores esperam que o novo conhecimento ajude a encontrar novos tratamentos contra o cancro.
https://zap.aeiou.pt/proteina-celulas-cancerigenas-sobreviver-324066
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