Uma equipa de cientistas, da qual o principal conselheiro
médico da Casa Branca, Anthony Fauci, faz parte, sugere que uma vacina
não é suficiente para superar a pandemia de covid-19, sendo necessário
várias delas para que se possa pôr um ponto final na situação.
“Estamos a enfrentar uma série de eventos sem precedentes
com uma doença que se espalhou globalmente e infetou mais pessoas num
período mais curto de tempo do que qualquer outra infeção nos tempos
modernos”, diz o coautor Larry Corey, professor na Divisão de Vacinas e
Doenças Infecciosas no Fred Hutchinson Cancer Research Center.
“Para superar os desafios à nossa frente, cada um de nós precisa de
trazer nada menos do que o nosso absoluto melhor. A investigação e o
desenvolvimento das vacinas de covid-19 exigirão criatividade,
cooperação e compromisso para salvar o maior número de vidas possível, o
mais rápido possível”, acrescentou, citado pelo New Atlas.
O artigo científico foi publicado,
esta semana, na revista Science e discute várias questões que terão de
ser resolvidas antes que uma vacina possa ser efetivamente lançada. A imunidade e a reinfeção são alguns dos assuntos abordados.
Algumas equipas de cientistas estão a procurar voluntários dispostos a
contrair intencionalmente o vírus para que seja testada uma vacina
experimental. Os autores do artigo mostram a sua preocupação com este tipo de testes em humanos, alertando que a eficácia num jovem adulto pode não ser a mesma num idoso, por exemplo.
Os investigadores sugerem que são precisas várias vacinas para satisfazer as necessidades globais e terminar com a pandemia.
“Provavelmente, nenhuma vacina ou plataforma de vacina sozinhas
atenderão à necessidade global e, portanto, uma abordagem estratégica
para o esforço multifacetado é absolutamente crítica”, escrevem os
autores do artigo.
A derradeira mensagem dos cientistas é um apelo à colaboração global harmoniosa nos processos de desenvolvimento, fabricação e distribuição de vacinas.
“O caminho para o desenvolvimento de uma vacina eficaz para o
SARS-CoV-2 exigirá que a indústria, o Governo e os académicos colaborem
de uma forma sem precedentes, cada uma adicionando os seus pontos fortes
individuais”, lê-se no artigo.
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