Um novo estudo internacional que contou com a colaboração de
cientistas da Universidade da Austrália Ocidental sugere que as mulheres
são mais propensas a conceber gémeos falsos quanto atingem os 30 anos –
e explica porquê.
De acordo com a investigação, cujos resultados foram esta semana publicados na Nature Ecology and Evolution,
esta tendência observada em mulheres mais velhas surge como resultado
de uma resposta evolutiva para combater a viabilidade em declínio do
embrião.
Os cientistas já sabiam que as mulheres têm maior probabilidade de
conceber gémeos a meio do seu período de vida reprodutivo, mas os
resultados deste novo estudo, frisa o portal Phys, explicam a história evolutiva que sustenta este fenómeno.
O professor Joseph Tomkins, da Escola de Ciências Biológicas da UWA,
explica que a frequência da dupla ovulação – libertação de dois óvulos
durante o mesmo ciclo menstrual – evoluiu para manter a fertilidade
feminina.
“O nosso trabalho sugere que a probabilidade de libertar dois óvulos
aumenta à medida que as mulheres envelhecem devido a uma resposta
evolutiva para travar o declínio da viabilidade embrionária associado à
idade”, disse o especialista da universidade australiana, citado em comunicado, frisando que se trata de uma questão de evolução.
“Recorrendo a testes simulados, fomos capazes de demonstrar que, em
populações ancestrais, a evolução favorecia um cenário na qual dois
óvulos são libertados mas em que apenas uma criança nasce, sugerindo que
o nascimento de gémeos falsos é um subproduto da seleção pela
fertilidade, e não uma forma de aumentar a produção reprodutiva”.
“Esta investigação oferece insights importantes sobre a forma como o nosso passado evolucionário ainda influencia as nossas vidas modernas, com as taxas de conceção de gémeos falsos a crescer à medida que as mulheres ‘adiam’ cada vez mais a gravidez”.
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