Desde o início das contaminações, o coronavírus vem mudando a vida
como a conhecemos diariamente. Quer dizer, quem se imaginou em janeiro
ensaboando um saco de farofa ou sendo obrigado a retomar antigos hobbies
para se distrair dentro de casa? Mas a verdade é que a pandemia pode
modificar totalmente a nossa rotina. Por exemplo, vocês já imaginaram
como serão as coisas nos próximos cinco anos?
A Universidade de Chicago lançou uma série de vídeos intitulada Covid 2025: Our World in the Next 5 Years
("Covid 2025: Nosso mundo nos próximos 5 anos") que apresenta
estudiosos renomados discutindo como o vírus vai afetar áreas como
saúde, relações internacionais, educação e vida urbana, além de explicar
quais passos devemos tomar no presente para poder moldar os próximos
anos.
O que esperar das relações internacionais?
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
De
acordo com Paul Poast, professor associado do departamento de ciência
política da Universidade de Chicago, a atual pandemia serviu para expor
as fragilidades das relações internacionais, além de alimentar mudanças
em alianças, instituições e na economia global.
Durante o vídeo,
Poast explica como este momento crítico serviu para acelerar mudanças
nos relacionamentos entre nações, com algumas decidindo se afastar de
outras, em vez de encarar a pandemia de forma mais unida.
O
professor acredita que nos próximos anos, a China provavelmente se
consolidará cada vez mais como uma alternativa aos Estados Unidos no
cenário mundial, e que muitos países (como o próprio Estados Unidos)
podem acabar se afastando de instituições globais como a Organização
Mundial de Saúde.
Além disso, os possíveis impactos devastadores
do novo coronavírus estão começando a surgir agora, mas podem acarretar
danos profundos na economia global nos próximos cinco anos. Poast também
reforçou que a necessidade soluções políticas globais será muito maior
do que apenas investir em avanços tecnológicos.
A importância dos sistemas de saúde pública
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Um
dos impactos mais claros e profundos da pandemia de covid-19 no mundo
inteiro está ocorrendo na área da saúde. Katherine Baicker, economista
da saúde da Universidade de Chicago e reitora da Harris School of Public
Policy, acredita que isto pode levar a uma série de mudanças, como uma
expansão razoável da telemedicina e uma mudança drástica na ideia de
cobertura médica.
No vídeo, Baicker falou sobre como a pandemia
mostrou a interconexão da população dentro dos Estados Unidos, epicentro
atual do coronavírus. A economista acredita que a situação que estamos
vivenciando pode resultar no aumento do apoio do sistema de saúde
pública no país, no aparecimento de várias ferramentas para monitorar a
saúde da população, além de medidas para aumentar e diminuir a atividade
econômica caso seja necessário.
Ela também afirmou ver um grande
potencial em novas medidas que flexibilizem o sistema de saúde nos EUA
como: permitir que enfermeiros possam trabalhar em vários estados
utilizando uma única licença e remover algumas que os assistentes
médicos ofereçam atendimento ampliado e remover certas normas de
responsabilidade para permitir que os fabricantes de equipamentos
médicos aumentem a produção em momentos de crise.
Os desafios a serem superados na área de educação
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
As
medidas de isolamento social levaram muitos países a apelarem para
alternativas de aprendizado remoto, porém esta mudança tão repentina
trará um impacto considerável na área de ensino, que provavelmente
poderá durar muito além do fim da pandemia do novo coronavírus.
Em
seu vídeo, Randal C. Picker, professor de direito da Faculdade de
Direito da Universidade de Chicago, explicou que a tecnologia e a
infraestrutura para o aprendizado remoto passaram a ganhar força na
última década, o que facilitou o enorme impulso de ferramentas de
educação online. Porém, a mudança drástica no momento da pandemia possui
uma escala global que pode ter seus benefícios, mas também serve para
ressaltar a imensa disparidade baseada em renda e localização que já
existe há muito tempo.
Picker acredita que o ensino a distância é
um recurso extremamente poderoso, desde o ensino fundamental a até o
nível superior. Contudo, o professor acredita que não substitui a sala
de aula, e sim ajuda a completar o ensino de novas formas interessantes.
(Fonte: Pixabay/Reprodução)
Por
exemplo, professores poderiam passar a convidar oradores de outros
países para uma palestra digital, sem a necessidade de arcar com viagens
aéreas e outros custos que serviriam para inviabilizar a situação.
Outra ideia interessante seria utilizar as atuais visitas digitais que
vários museus por todo mundo estão oferecendo, para possibilitar uma
espécie de acesso à cultura aos alunos de todas as classes sociais.
Entretanto
ainda são necessárias diversas etapas regulatórias nos próximos anos
para apoiar o crescimento desta forma de ensino, incluindo abordar
questões de privacidade, aumentar o financiamento para infraestruturas
de banda larga em todos os lugares e garantir o acesso a computadores e
ferramentas semelhantes para todos os cidadãos.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114469-como-o-impacto-do-coronavirus-vai-alterar-o-mundo-ate-2025.htm
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