quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

Boas Entradas !


 

Cientistas desenvolvem nova classe de antibióticos contra bactérias resistentes

Uma equipa de cientistas do Wistar Institute, nos Estados Unidos, descobriu uma nova classe de compostos que combina a morte de bactérias resistentes com medicamentos com uma resposta imune rápida e simultânea para combater a resistência antimicrobiana.

 

Segundo o Science Daily, a nova classe de antibióticos contra bactérias resistentes atua de forma dupla: tanto visa os microrganismos como ativa as defesa imunológicas. Os novos antibióticos interferem num processo metabólico comum em diferentes tipos de bactérias patogénicas e necessário à sua sobrevivência.

“Adotamos uma estratégia criativa e dupla para desenvolver novas moléculas que podem matar infeções difíceis de tratar enquanto aumentam a resposta imune natural do hospedeiro”, explicou Farokh Dotiwala, do Vaccine & Immunotherapy Center e principal autor do artigo que identifica a nova geração de antimicrobianos denominados imunobióticos de dupla ação (DAIAs).

“Concluímos que aproveitar o sistema imunológico para atacar bactérias simultaneamente em duas frentes diferentes torna difícil que desenvolvam resistência”, disse Dotiwala.

Com a ajuda de modelos de computador, os cientistas analisaram milhões de moléculas para encontrar as mais eficazes no bloqueio de uma enzima específica do metabolismo bacteriano – a IspH. Depois, fizeram uma versão modificada em laboratório, capaz de penetrar a parede celular dos microrganismos.

Os investigadores salvaguardam que, dada a ampla presença de IspH no mundo bacteriano, esta abordagem pode ter como alvo uma ampla gama de bactérias.

Os inibidores de IspH estimularam o sistema imunológico com mais atividade e especificidade de eliminação de bactérias resistentes do que os atuais melhores antibióticos da classe, quando testados in vitro. Em modelos pré-clínicos de infecção bacteriana gram-negativa, os efeitos bactericidas dos inibidores IspH superaram os antibióticos tradicionais.

“Acreditamos que esta estratégia inovadora da DAIA pode representar um marco na luta mundial contra a resistência antimicrobiana, criando uma sinergia entre a capacidade de morte direta dos antibióticos e o poder natural do sistema imunológico”, disse Dotiwala. O artigo científico foi publicado no dia 23 de dezembro na Nature.

https://zap.aeiou.pt/nova-classe-antibioticos-bacterias-368757

 

Vulcões “stressados” têm maior probabilidade de entrar em erupção !

Um novo estudo descobriu que os vulcões sofrem de stresse. A pesquisa pode fornecer indicadores relevantes que podem ajudar a que o mundo se proteja contra futuros desastres causados por estas estruturas geológicas.

O colapso vulcânico pode desencadear tsunamis perigosos ou fluxos piroclásticos devastadores, pelo que quanto mais informação houver sobre estes, mais facilmente as populações se conseguem proteger de efeitos catastróficos.

De acordo com a equipa de investigação, é importante não esquecer que este processo não é simples. “Estes acontecimentos são muito difíceis de prever porque muitas das vezes não sabemos o que está a ocorrer dentro dos vulcões ativos, e quais são as forças que os podem tornar instáveis”, refere Sam Thiele, autor do estudo.

Ainda assim, o investigador explica que “a pesquisa sobre o crescimento dos vulcões ajuda a entender os processos internos e as forças associadas que podem desencadear um colapso ou uma erupção mortal para as populações”.

A equipa de investigadores usou drones para criar um mapa de resolução da estrutura interna de um vulcão agora adormecido em La Palma, nas Ilhas Canárias, e mediu a largura de centenas de milhares de fissuras através das quais o magma fluiu durante erupções anteriores.

O mapa permitiu aos cientistas perceber quais são as forças que agem dentro do vulcão e mostrar que estas aumentam lentamente ao longo do tempo, fazendo com que o vulcão fique “pressionado” e potencialmente instável.

Através da medição das fissuras por onde o magma foi anteriormente transportado, a equipa conseguiu entender quais as forças envolvidas, o que ajuda a prever futuras erupções vulcânicas, avança o SciTechDaily.

As características geológicas que os especialistas analisaram são formadas quando intrusões derretidas, chamadas diques, se solidificam para formar uma base dentro do que seria uma estrutura comparativamente fraca composta principalmente por camadas de lava e cinzas.

“Este é um dos primeiros estudos a examinar os efeitos a longo prazo do movimento do magma dentro de um vulcão”, afirma o co-autor do estudo, Sandy Cruden.

O geólogo revela que o grupo de investigadores descobriu que “os vulcões ficam gradualmente “stressados​ “pelo movimento repetido do magma, o que potencialmente desestabiliza todo o vulcão, influenciando assim colapsos e erupções futuras”.

https://zap.aeiou.pt/vulcoes-stressados-entrar-erupcao-368800

 

Os astrónomos estavam à espera de duas estrelas, mas nasceram dois “planetas” !

O sistema CFHTWIR-Oph 98 composto por Oph 98 A e Oph 98 B

Uma equipa de cientistas, liderada pela Universidade de Berna, na Suíça, descobriu um sistema binário exótico composto por dois jovens objetos parecidos com planetas que se formaram da mesma forma que as estrelas.

Os processos de formação estelar podem criar misteriosos objetos astronómicos, chamados anãs castanhas, que são mais pequenos e mais frios do que as estrelas e podem ter massas e temperaturas inferiores às dos exoplanetas.

Uma equipa de astrónomos liderada por Clémence Fontanive, do Center for Space and Habitability (CSH) da Universidade de Berna e do NCCR Planets, descobriu um curioso sistema binário de anãs castanhas que se orbitam a uma grande distância.

De acordo com o SciTechDaily, este sistema binário foi batizado de CFHTWIR-Oph 98 (ou Oph 98), e contém dois corpos de massa muito baixa: Oph 98 A e Oph 98 B.
 
Está localizado a 450 anos-luz da Terra, no berçário estelar Ofiúco, e formou-se há apenas 3 milhões de anos, o que o torna um “recém-nascido” nas escalas de tempo astronómicas.

Oph 98 A foi classificada como uma anã castanha. Apesar de serem formadas pelos mesmos mecanismos das estrelas, muitos cientistas defendem que as anãs castanhas não são estrelas, mas sim superplanetas.

Se Oph 98 B tem o tamanho certo para ser um planeta, Oph 98 A é muito pequena.

“Oph 98 B e o seu hospedeiro [Oph 98 A] devem ter-se formado pelos mesmos mecanismos que produzem as estrelas“, disse Clémence Fontanive, da Universidade de Berna, na Suíça. Esta descoberta mostra “que os processos que criam as estrelas binárias operam em versões em escala decrescente até essas massas planetárias”.

Tal como as estrelas, as anãs castanhas vagueiam sozinhas pelo Espaço, mas podem também ser observadas em sistemas binários. Neste caso, a equipa ficou surpreendida com o facto de Oph 98 A e B se orbitarem a uma distância muito grande, cerca de 5 vezes a distância entre Plutão e o Sol, o que corresponde a 200 vezes a distância entre a Terra e o Sol.

O par é um raro exemplo de dois objetos semelhantes, em muitos aspetos, a exoplanetas gigantes, a orbitar um ao redor do outro sem uma estrela-mãe. O artigo científico acaba de ser publicado no The Astrophysical Journal Letters.

https://zap.aeiou.pt/duas-estrelas-mas-nasceram-planetas-369012

 

Cheiro a peixe, queimado e enxofre - Parosmia afeta doentes com covid-19 prolongada !

Algumas pessoas com sintomas prolongados de covid-19 estão a detetar odores desagradáveis, como cheiro a peixe, a queimado e a enxofre, semanas ou meses depois de terem sido infetadas pelo novo coronavírus.


De acordo com o canal televisivo Sky News, esta distorção dos cheiros, conhecida como parosmia, parece estar a afetar sobretudo jovens e profissionais de saúde infetados pela covid-19.

Em declarações ao mesmo canal, o otorrinolaringologista Nirmal Kumar, um dos primeiros médicos a identificar a perda de olfato (anosmia) como um dos sintomas da doença, diz ter notado que, entre os milhares de pacientes em tratamento para a anosmia no Reino Unido, alguns estão a sofrer também com este problema.

O médico explica que se trata de um sintoma “muito estranho e muito particular”. Os pacientes experienciam alucinações olfativas, o que significa que “o sentido do olfato está distorcido e, principalmente, de forma desagradável”.

Kumar acrescenta que este é um problema que “realmente incomoda os pacientes e que a sua qualidade de vida é significativamente afetada”. Alguns dos pacientes relatam sentir odores desagradáveis como, por exemplo, cheiro a peixe, a queimado e a enxofre.

“Este vírus tem uma afinidade com os nervos da cabeça e, em particular, com o nervo que controla o sentido do odor. Mas provavelmente afeta também outros nervos e afeta, pensamos nós, os neurotransmissores – mecanismos que enviam mensagens para o cérebro”, explica.

Além disso, “algumas pessoas estão também a reportar alucinações, perturbações no sono e alterações na audição. (…) Não sabemos os mecanismos exatos, mas estamos a procurar formas para tentar ajudar os pacientes na sua recuperação”, acrescenta.

Segundo a Sky News, as associações britânicas que ajudam pessoas com estas perturbações do olfato recomendam que os pacientes afetados pela parosmia façam um “treino de cheiro”, o que implica cheirar óleos de rosa, limão, cravinho ou eucalipto todos os dias, durante cerca de 20 segundos, numa tentativa de recuperar lentamente o olfato.

https://zap.aeiou.pt/parosmia-doentes-covid-19-prolongada-368871

 

Afirmações científicas de 2020 podem ser grandes notícias se confirmadas !

As descobertas sobre o cosmos e a vida antiga na Terra atormentaram os cientistas e o público em 2020. Mas essas grandes alegações requerem mais evidências antes de ganharem um lugar nos livros de ciências.

Nuvens com chance de vida

A paisagem infernal escaldante da porta ao lado pode ser um lugar para procurar por vida. Telescópios apontados para as nuvens de Vênus detectaram traços de fosfina em quantidades que sugerem que algo deve estar produzindo ativamente o gás. Na Terra, a fosfina é emitida por certas bactérias ou processos industriais, levando alguns astrobiólogos a especular que micróbios podem estar vivendo na atmosfera superior relativamente temperada de Vênus. Mas as análises de outras equipes de pesquisa sugerem que a detecção de fosfina foi uma leitura incorreta – talvez o resultado de um acaso no processamento de dados.

Flashback

Pela primeira vez, os astrônomos podem ter vislumbrado uma rápida explosão de rádio na Via Láctea. Ainda mais intrigante, a fonte do impulso super-brilhante das ondas de rádio parece ser um magnetar – um tipo de estrela de nêutrons com um campo magnético intenso. Mas é muito cedo para afirmar que os magnetares causaram qualquer uma das dezenas de rajadas de rádio rápidas detectadas anteriormente, já que esses flashes vieram de galáxias muito distantes para rastrear as rajadas de volta a uma fonte.

Totalmente tubular

Tubos presos às conchas externas de centenas de braquiópodes fossilizados descobertos em um afloramento na China podem ter abrigado os primeiros parasitas conhecidos. Os braquiópodes semelhantes a moluscos viveram há cerca de 512 milhões de anos. Os pesquisadores especulam que os organismos que vivem dentro dos tubos roubavam a comida de seus hospedeiros que se alimentam do filtro.

Afirmações científicas de 2020 podem ser grandes notícias se confirmadas
Organismos antigos que viviam em tubos presos a braquiópodes semelhantes a moluscos (ilustrados) podem ser os primeiros exemplos conhecidos de parasitas. ZHIFEI ZHANG / NORTHWEST UNIV.

O fato dos tubos nunca terem sido encontrados sozinhos ou em outros fósseis no afloramento sugere que os organismos não poderiam sobreviver por conta própria. Mas alguns críticos questionam se a relação era verdadeiramente parasitária, visto que os braquiópodes com tubo não pareciam em pior situação do que seus homólogos sem tubo.

Encontrada: matéria comum

Apenas cerca de metade da quantidade esperada de matéria comum do universo já foi catalogada. Mas este ano, os astrônomos afirmaram que a outra metade está se escondendo no espaço intergaláctico. Essa conclusão é baseada na análise de como uma pequena amostra de rajadas rápidas de rádio de outras galáxias foram distorcidas por partículas a caminho da Terra.

Porém, antes que o caso da matéria perdida possa ser encerrado, mais dessas rajadas rápidas de rádio precisam ser examinadas.

Liguem seus motores cósmicos

Uma partícula subatômica fantasmagórica pode ter sido acelerada pelo encontro destrutivo de uma estrela com um buraco negro.

Detectado pelo detector IceCube na Antártica, o neutrino carregava 200 trilhões de elétrons-volts – cerca de 30 vezes mais energia do que a de um próton acelerado pelo Grande Colisor de Hádrons. Os cientistas compararam a detecção de neutrino a um flash de luz no céu causado por um buraco negro destruindo uma estrela. A probabilidade do neutrino e do flash coincidirem por acaso é de apenas 0,2%.

Se a descoberta se mantiver, será apenas a segunda vez que um neutrino de alta energia foi rastreado até sua fonte, e a primeira evidência direta de que fragmentar uma estrela pode acelerar os neutrinos a altas energias.

Em movimento

O longo debate sobre quando os humanos viajaram pela primeira vez para e das Américas continua. Um grupo de pesquisadores relatou que as pessoas chegaram à América do Norte mais de 15.000 anos antes do que geralmente se pensava, com base na descoberta de ferramentas de pedra de aproximadamente 33.000 anos desenterradas no México. Alguns arqueólogos, entretanto, duvidam que os artefatos sejam até mesmo ferramentas de pedra e dizem que, em vez disso, são apenas rochas quebradas naturalmente.

Afirmações científicas de 2020 podem ser grandes notícias se confirmadas
Se confirmadas como ferramentas de pedra, este objeto e outros desenterrados em uma caverna no México sugerem que os humanos chegaram à América do Norte há pelo menos 33.000 anos.

CIPRIAN ARDELEAN

Outro grupo de pesquisa relatou que os indígenas sul-americanos cruzaram milhares de quilômetros de oceano aberto e alcançaram o leste da Polinésia há mais de 800 anos, não muito depois que colonos da Ásia colonizaram as ilhas. Essa conclusão se baseia em evidências genéticas que sugerem que os intrépidos sul-americanos acasalaram-se com antigos polinésios. Mas alguns antropólogos questionam se os primeiros grupos sul-americanos tinham o equipamento ou as habilidades marítimas necessárias para a viagem. Polinésios antigos, que eram navegadores experientes, podem ter viajado para a América do Sul, trazendo um novo DNA com eles em uma viagem de volta para casa.

https://www.ovnihoje.com/2020/12/31/afirmacoes-cientificas-de-2020-podem-ser-grandes-noticias-se-confirmadas/

 

 

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O planeta Terra tinha uma atmosfera tóxica tal como Vénus, mas depois arrefeceu e tornou-se habitável !

A Terra é o único planeta conhecido com vida e cientistas têm tentado descobrir quais os fatores essenciais (ou benéficos) para que a vida possa existir.

Para entender como seriam as condições quando o planeta Terra foi criado, uma equipa de investigadores tentou recriar o equilíbrio químico do oceano de magma que cobriu o planeta há biliões de anos atrás e realizou experiências para perceber como seria a atmosfera por ele produzida.

O estudo da Australian National University descobriu que a primeira atmosfera da Terra era como uma sopa espessa e inóspita de dióxido de carbono e nitrogénio, muito parecida com o que se observa em Vénus hoje em dia.

Um planeta rochoso como a Terra nasce através de um processo denominado “acreção”, no qual pequenas partículas se aglomeram sob a força da gravidade para formar corpos cada vez maiores – os mais pequenos parecem asteroides e chamam-se “planetesimais” e os corpos maiores são os “embriões planetários”.

No início do Sistema Solar, pensas-se que podem ter existido muitos embriões planetários, mas o único que ainda sobrevive é Marte, que não é um planeta totalmente desenvolvido como a Terra ou Vénus.

Os estágios finais de acreção (ou acréscimo) envolvem impactos gigantes que liberam enormes quantidades de energia e os investigadores pensam que o último impacto da formação da Terra envolveu um embrião planetário do tamanho de Marte, que terá atingido a Terra e derretido quase tudo.

Esse impacto terá deixado a Terra coberta por um mar de rocha derretida chamado de “oceano de magma”, que terá libertado hidrogénio, carbono, oxigénio e nitrogénio para formar a primeira atmosfera terrestre.

Mas os investigadores queriam saber exatamente que tipo de atmosfera teria existido e como é que se teria alterado à medida que arrefecia.

De acordo com o The Conversation, é crucial entender o que aconteceu com o oxigénio, tendo em conta que é ele que controla a forma como os outros elementos se combinam.

Se existisse pouco oxigénio, a atmosfera seria rica em hidrogénio (H₂), amónia (NH₃) e monóxido de carbono (CO). Por outro lado, com oxigénio abundante, a atmosfera seria constituída por uma mistura de dióxido de carbono (CO₂), vapor de água (H₂O) e nitrogénio molecular (N₂).

Quando o oceano de magma finalmente arrefeceu, tornou-se no manto da Terra (a camada de rocha situada abaixo da crosta), o que leva os cientistas a crer que as relações de ligação de oxigénio-ferro no oceano de magma seriam as mesmas que existem no manto hoje em dia.

Existem muitas amostras do manto – algumas trazidas à superfície por erupções vulcânicas e outras por processos tectónicos -, a partir das quais os investigadores foram capazes de descobrir a mistura que compunha a atmosfera primitiva – CO₂, H₂O e nitrogénio na sua forma elementar (N₂).

Aparentemente, a Terra terá arrefecido o suficiente para que o vapor de água se condensasse na atmosfera, formando oceanos de água líquida como os que conhecemos.

Isso terá deixado a atmosfera com 97% de dióxido de carbono e 3% de nitrogénio, a uma pressão total de aproximadamente 70 vezes a pressão atmosférica atual. O Sol, por outro lado, tinha menos de três quartos do brilho que tem agora.

Mas como é que a Terra evitou o destino de Vénus?

Se a proporção de dióxido de carbono para nitrogénio que os investigadores pensam ter constituído a atmosfera primitiva é muito parecida com a composição da atmosfera de Vénus, então por que é que Vénus, ao contrário da Terra, manteve o mesmo ambiente quente e tóxico até aos dias de hoje?

Vénus encontra-se cerca de 41 milhões de quilómetros mais perto do Sol do que o nosso planeta e, por essa razão, não arrefeceu o suficiente para permitir a formação de oceanos de água.

Em vez disso, a água presente na sua atmosfera permaneceu na sua forma gasosa (vapor de água) e, lenta mas inevitavelmente, acabou por se perder no espaço.

Na Terra primitiva, os oceanos de água, por outro lado, absorveram o dióxido de carbono da atmosfera, através da “reação de Urey”, e reduziram a pressão atmosférica até aos níveis que temos hoje em dia.

Assim, os investigadores perceberam que, embora ambos os planetas fossem inicialmente quase idênticos, as suas respetivas distâncias ao Sol, fizeram-nos evoluir de forma diferente – a Terra tornou-se propícia à vida, enquanto Vénus se tornou inóspito.

https://zap.aeiou.pt/terra-toxica-como-venus-habitavel-368787

 

Astrónomos descobrem centenas de estrelas de alta velocidade na Via Láctea e algumas podem fugir !

Uma equipa de investigadores, liderada por astrónomos dos Observatórios Astronómicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC), descobriu 591 estrelas de alta velocidade na Via Láctea – e 43 podem até escapar da galáxia.

Depois de a primeira estrela de alta velocidade ter sido descoberta em 2005, mais de 550 foram encontradas com recurso a vários telescópios.

“As 591 estrelas de alta velocidade descobertas desta vez duplicaram o número total previamente descoberto, elevando o número total atual superior a mil”, disse Li Yinbi, principal autor do estudo, em comunicado.

Estrelas de alta velocidade são uma espécie de estrelas que se move rapidamente – e pode até escapar da galáxia. “Embora raras na Via Láctea, estrelas de alta velocidade, com cinemática única, podem fornecer uma visão profunda de uma ampla gama da ciência galáctica, desde o buraco negro supermassivo central até ao distante halo galáctico”, disse Lu Youjun, co-autor do artigo.

Com base na cinemática e na química, a equipa descobriu que 591 estrelas de alta velocidade eram estrelas do halo interno. “As suas baixas metalidades indicam que a maior parte do halo estelar se formou como consequência do acréscimo e interrupção da maré de galáxias anãs”, disse Zhao Gang, astrónomo da NAOC e também co-autor do estudo.

LAMOST, o maior telescópio ótico da China, tem a maior taxa de aquisição espectral do mundo e pode observar cerca de quatro mil alvos celestes numa única exposição. O telescópio começou investigações regulares em 2012 e estabeleceu o maior banco de dados de espectros do mundo.

Gaia é uma missão baseada no Espaço do programa de ciências da Agência Espacial Europeia (ESA), lançado em 2013, e forneceu parâmetros astrométricos para mais de 1,3 mil milhões de fontes, que é o maior banco de dados de parâmetros astrométricos.

“Os dois bancos de dados massivos fornecem-nos uma oportunidade sem precedentes de encontrar mais estrelas de alta velocidade – e nós conseguimos”, disse Luo Ali, astrónomo da NAOC e co-autor do estudo.

A descoberta destas estrelas de alta velocidade revela que a combinação de várias investigações grandes no futuro ajudará a descobrir mais estrelas de alta velocidade e outras estrelas raras, que serão usadas para estudar o mistério não resolvido sobre a nossa própria galáxia.

Este estudo foi publicado este mês na revista científica The Astrophysical Journal Supplement Series.

https://zap.aeiou.pt/estrelas-alta-velocidade-via-lactea-368750

 

“Sol Artificial” da Coreia bate novo recorde mundial !

“Sol Artificial” da Coréia bate novo recorde mundial
Crédito: KSTAR

O reator de fusão da Coréia estabeleceu um novo recorde mundial nesta semana, mantendo temperaturas de mais de 100 milhões de graus, mais quentes do que o núcleo do Sol, por 20 segundos. Isso é duas vezes mais longo que o registro anterior.

A equipe por trás da Korea Superconducting Tokamak Advanced Research (KSTAR) deu certo com a ajuda da Universidade Nacional de Seul e da Universidade de Columbia.

O diretor Si-Woo Yoon, do Centro de Pesquisa KSTAR, chamou a conquista de “um importante ponto de inflexão na corrida para garantir as tecnologias para a longa operação de plasma de alto desempenho, um componente crítico de um reator de fusão nuclear comercial no futuro.”

Cozinha da fusão

Tornar a energia de fusão uma fonte viável e sustentável de energia renovável provou ser um desafio, apesar de décadas de pesquisa. As reações de fusão são notoriamente difíceis de controlar, pois só podem ocorrer em níveis extremamente altos de pressão e temperatura.

Os íons e elétrons dentro do reator só podem manter seu estado de plasma necessário para a reação ocorrer se essas temperaturas forem mantidas.

O KSTAR tem metas ambiciosas em mente para o reator: manter 300 segundos a 100 milhões de graus em apenas cinco anos.

https://www.ovnihoje.com/2020/12/30/sol-artificial-da-coreia-bate-novo-recorde-mundial/

 

 

Agora cientistas dizem que luas de Urano também podem conter vida !

Agora cientistas dizem que luas de Urano também podem conter vida
As maiores luas de Urano em comparação com seus tamanhos relativos adequados e posições relativas. Da esquerda para a direita: Puck, Miranda, Ariel, Umbriel, Titania e Oberon

Cada vez que uma história sobre o planeta que leva o nome do deus grego do céu é publicada, os fãs de Urano (em inglês Uranus) esperam pela primeira piada, trocadilho ou duplo sentido para responder com raiva que a pronúncia correta de seu planeta favorito é YOUR-a-nus, não your-ANUS*. Bem, baixem as canetas – esta história tem a ver com as luas do planeta gasoso gigante e, se isso traz outro duplo sentido à mente, coloque a culpa no cérebro, não no pobre escritor. Neste caso, as luas são Miranda, Ariel, Umbriel, Titania e Oberon, os cinco maiores satélites de Urano. Por causa de suas semelhanças com Europa e Encélado, grandes luas geladas de Júpiter e Saturno, os cientistas agora se perguntam se as luas de Urano poderiam ter oceanos subterrâneos cheios de formas de vida alienígenas.

[*Em inglês é muito comum piadas a respeito do nome deste planeta, pois dependendo da forma que a palavra Uranus é pronunciada, pode soar como “seu ânus“.]

“Se houver água líquida lá e for um pouco salgada como a água do oceano na Terra, então pode ser condutora, o que significa que as correntes podem fluir nela.”

Em um artigo apresentado na recente reunião de outono da American Geophysical Union (AGU), o cientista planetário do MIT, Benjamin Weiss, explicou como a Voyager 2, em 1986, mostrou que essas cinco grandes luas eram aproximadamente combinações de 50:50 de rocha e gelo, e suas superfícies mostraram sinais de criovulcanismo – vulcões que expelem água, amônia ou metano em vez de rocha derretida. 

Quando essas luas passam pelo estranho campo magnético de Urano, elas podem gerar seus próprios campos magnéticos induzidos, o que tornaria as luas ainda mais habitáveis. Os campos magnéticos seriam detectáveis ​​por futuros satélites de passagem, até mesmo por sondas de pouso e jipe-sondas, e é por isso que Weiss e outros fãs das luas de Urano estão pressionando por missões para uma ou mais dessas luas

“(Uma sonda deve) chegar perto o suficiente de um ou mais dos satélites para ver isso – você tem que se aproximar, ou seja, dentro de um raio de satélite, aproximadamente – é improvável que seja uma característica de uma … missão inicial para Urano (que provavelmente não chegue antes de 2042).”

David Stevenson, um cientista planetário do California Institute of Technology em Pasadena, disse à Eos (a revista e o site da AGU) que tal missão precisa estar em fase de planejamento e orçamento agora para alcançar um desses oceanos – e – luas possíveis de vida dentro de um período de tempo razoável. Naves espaciais mais rápidas podem ajudar, mas isso também não acontecerá no futuro próximo. Weiss sabe disso, mas espera que falar sobre a possibilidade de vida em tantas luas maiores do sistema solar faça com que mais pessoas se interessem por missões a Urano e Netuno.

Mesmo que as missões futuras encontrem água, mas nenhuma vida nas luas de Urano, isso ainda seria uma boa notícia – a água é necessária como combustível para enviar as sondas de volta … ou muito mais longe no espaço.

Urano não merece mais o duplo sentido (na língua inglesa), e essas descobertas darão às suas luas sua própria chance de fama.

https://www.ovnihoje.com/2020/12/30/agora-cientistas-dizem-que-luas-de-urano-tambem-podem-conter-vida/

 

 

Fragmento de meteorito da África veio de um asteroide gigante !

Recentemente, uma equipe de cientistas liderada pelo Southwest Research Institute publicou um estudo na revista Nature Astronomy, no qual identifica a origem de um meteorito cravejado de diamantes que explodiu sobre o Sudão em 2008.

Segundo  os pesquisadores, o fragmento batizado de Almahata Sitta (AhS) veio de um asteroide do tamanho de Ceres, o planeta-anão localizado no cinturão de asteroides, e pode ser definido como uma condrito carbonáceo (CC), tipo de meteorito formado por alterações aquosas de baixa temperatura e pressão.

Fonte: NASA/Divulgação
Almahata Sitta (Fonte: NASA/Divulgação)

A chegada do asteroide na Terra

A  história do Almahata Sitta teve início em outubro de 2008, quando cientistas da NASA descobriram um asteroide em rota de colisão com a Terra. Eles sabiam que a maior parte da rocha iria queimar ao entrar em nossa atmosfera, e que o material que sobrasse cairia nas areias do deserto da Núbia.

Quando a NASA avistou o meteoro de 8,2 mil quilos e 4 metros antes do impacto, posicionou sua equipe para antecipar a possível queda das rochas, e vasculhar a areia para localizar fragmentos. Foi a primeira vez na história que um asteroide foi localizado, e seus restos encontrados logo após o impacto na atmosfera.

A análise do meteorito

Desde a recuperação desses materiais meteoríticos, pequenos fragmentos do Almahata Sitta foram analisados. A amostra estudada na presente pesquisa, catalogada como AhS 202, era tão pequena que 10 cópias dela poderiam ser facilmente colocadas em cima de uma cabeça de prego.

A equipe analisou a amostra de 50 miligramas do AhS utilizando um microscópio infravermelho para identificar sua composição mineral. A análise espectral revelou um conjunto incomum de minerais que se formam em temperaturas e pressões “intermediárias”, maiores do que as de um asteroide típico, mas inferiores às de um planeta.

Fonte: NASA/Divulgação
(Fonte: NASA/Divulgação)

Entre esses minerais hidratados, um chamou a atenção dos pesquisadores: o anfibólio, cuja presença é raríssima em meteoritos CC. Para a geóloga planetária Vicky Hamilton, coautora do estudo: “o AhS é uma fonte acidental de informações sobre os primeiros materiais do Sistema Solar”. 

Ao apontar a origem do fragmento num planeta-anão de 940 quilômetros de diâmetro, os cientistas acreditam que esse corpo celeste já deve ter colapsado há algum tempo, pois um objeto dessa magnitude não passaria despercebido da comunidade científica. 

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117214-fragmento-de-meteorito-da-africa-veio-de-um-asteroide-gigante.htm

 

Sinestesia: o 'dom' de escutar as cores e saborear palavras

Sabe qual é o som da cor azul? Ou então que gosto tem a palavra “amor”? Se para você esse conceito pode parecer esquisito, existe uma pequena parcela de pessoas no mundo que literalmente conseguem vivenciar essa maluca mistura de sensações criadas pela mente humana.

Conhecido como sinestesia, essa condição neurológica afeta cerca de 1 a 4% da população mundial e faz com que os estímulos de um sentido primário acarretem reações involuntárias de um segundo sentido. Dessa forma, esses indivíduos podem saborear canções, cheirar palavras ou até mesmo ter sensações táteis por uma voz.

O mistério da sinestesia

(Fonte: Pixabay)
(Fonte: Pixabay/Reprodução)

Em entrevistao psicólogo cognitivo da Universidade de Michigan David Brang disse receber e-mails o tempo todo de pessoas lhe perguntando se suas sensações peculiares podem de certa forma serem caracterizadas como um caso de sinestesia.

O grande problema é que ainda não existem testes concretos que possam diagnosticar precisamente essa condição. “É um mix de sensações, o que torna esse transtorno muito difícil de ser identificado através da metodologia de engenharia reversa”, completou Brang.

A teoria mais forte entre a comunidade científica é de que cérebros sinestésicos possuem conexões neurais extras. Dessa forma, um determinado tipo de estímulo pode despertar a reação de dois ou mais meios sensoriais de uma pessoa, fazendo com que, por exemplo, um primeiro encontro possa ser arruinado por alguém possuir um nome de “mau gosto” — literalmente.

Casos famosos

(Fonte: Wikimedia Commons)
(Fonte: Wikimedia Commons/Reprodução)

A sinestesia parece ser uma condição um tanto quanto mais recorrente dentro do mundo artístico, tendo alguns casos famosos pela história. Em 1876, o compositor e maestro húngaro Frank Listz demonstrou-se extremamente irritado com seus músicos na Academia Real de Música de Budapeste.

Na visão de Listz, a orquestra seguia tocando uma versão “exacerbadamente rosa”, quando na verdade deveriam tentar serem “um pouco mais azuis”. Já para o artista plástico russo Wassily Kandinsky, nascido em 1866, cada canção lhe presenteava com belas cores, que posteriormente eram pintadas em suas telas.

Ao mesmo tempo que o conteúdo extra sensorial possa ser extremamente difícil de ser compreendido por pessoas não sinestésicas e consegue se tornar um certo empecilho nas atividades cotidianas, é inegável que estas pessoas adquirem uma visão de mundo completamente extraordinária.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/117213-sinestesia-o-dom-de-escutar-as-cores-e-saborear-palavras.htm

 

Cientistas encontram 24 Planetas "Super Habitáveis" que poderiam ser melhores que a Terra !

Entre as várias características que encontraram nesses exoplanetas está o fato de serem muito antigos, grandes, quentes e mais úmidos que a Terra.

Cientistas dos Estados Unidos e da Alemanha encontraram 24 exoplanetas que têm quase as mesmas características da Terra segundo estudo publicado na revista Astrobilogy.

No momento, esses planetas serão estudados por vários anos visto que ainda estão a 100 anos-luz de distância mas com a ajuda da pesquisa isso poderia ajudar a concentrar os esforços de observação em mundos futuros.

Os planetas podem ser mais antigos, maiores, mais quentes e possivelmente mais úmidos do que o nosso planeta / Imagens Getty

“Temos que nos concentrar em certos planetas que apresentam as condições mais promissoras para uma vida complexa. No entanto devemos ter cuidado para não ficarmos presos à procura de uma segunda Terra porque pode haver planetas que são mais adequados para a vida do que o nosso” comentou o geobiólogo do Instituto Max Planck, René Heller.

Os especialistas apontaram que alguns desses planetas poderiam ser até mais antigos um pouco maiores, mais quentes e possivelmente mais úmidos que a Terra.

A melhor época da vida ocorre entre 5 e 8 milhões de anos / Getty Images

Entre as conclusões dos pesquisadores está que a melhor época para a vida ocorre entre 5 e 8 milhões de anos. Sendo que a Terra tem 4 mil 500 milhões de anos.

O tamanho e a massa também são importantes. Um planeta que é 10% maior do que a Terra deveria ter mais terras habitáveis . Espera-se que um planeta com cerca de 1,5 vezes a massa do nosso planeta retenha seu aquecimento interno por meio da decomposição radioativa por mais tempo.

Como se isso não bastasse eles também observaram sistemas com estrelas anãs K, que são mais frias, menos massivas e luminosas, além de terem uma longa vida útil de 20 bilhões a 70 bilhões de anos em comparação com a vida de nosso sol que tem menos de 10 bilhões de anos.

No momento esses planetas estarão em estudos por vários anos pois ainda estão a 100 anos-luz de distância.

No momento, esses planetas estarão em estudos por vários anos, pois ainda estão a 100 anos-luz de distância / Getty Images
 
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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Hubble capta um dos maiores Anéis de Einstein alguma vez visto !

O telescópio espacial Hubble da agência espacial norte-americana (NASA) e da Agência Espacial Europeia (ESA) capturou um dos maiores e mais completos Anéis de Einstein já descobertos no cosmos.

O telescópio espacial Hubble captou um efeito de lente gravitacional que é um exemplo quase perfeito de um Anel de Einstein. A imagem deste, denominado GAL-CLUS-022058s e conhecido como “Anel Derretido”, foi divulgada a 14 de dezembro.

Esta ideia veio parcialmente da aparência física do objeto, que se parece com um anel de metal fundido. Porém, também veio da localização do próprio objeto, de acordo com um comunicado da NASA.

Localizada na constelação meridional de Fornax (a Fornalha), a imagem representa uma galáxia extremamente distante, cuja luz é desviada por um aglomerado de galáxias muito mais próximo.

O nome “Anel de Einstein” deve-se à teoria geral da relatividade do físico alemão, graças à qual a forma incomum desses objetos astronómicos pode ser explicada por um processo denominado lente gravitacional.

Embora os objetos estejam frequentemente muito distantes, os astrónomos conseguem detetá-los através de lentes gravitacionais, um fenómeno que atua como a lupa da natureza.

O campo gravitacional da galáxia mais próxima distorce o espaço, curvando e amplificando a luz do objeto ao fundo. Se o alinhamento estiver correto, isso cria um círculo de luz chamado anel de Einstein, previsto por Albert Einstein em 1936.

As lentes gravitacionais farão com que várias imagens do objeto de plano de fundo apareçam ao redor do objeto de primeiro plano. Uma das vantagens deste efeito é que permite aos cientistas estudar melhor uma galáxia mais distante que, de outra forma, poderia ser completamente invisível.

Embora este não seja o único exemplo conhecido do fenómeno, é “estranho e muito raro” e ainda um dos mais impressionantes. Objetos como estes são os laboratórios ideais para estudar galáxias que geralmente estão muito distantes para serem vistas sem lentes gravitacionais.

https://zap.aeiou.pt/hubble-um-dos-maiores-aneis-einstein-368732

 

Cientistas criam tecnologia para evitar que um asteróide colida com a Terra !

Uma equipa de cientistas está a construir uma tecnologia para ajudar a evitar o cenário catastrófico em que um asteróide penetra a superfície da Terra e coloca em risco a Humanidade.


A tecnologia, que está a ser construída por uma equipa da Universidade Técnica de Riga, na Letónia, poderá um dia impedir que os asteróides colidam com o nosso planeta. Segundo o Interesting Engineering, os temporizadores de alta precisão, que já estão a rastrear satélites, são feitos à mão no laboratório da startup Eventec.

Este ano, a empresa assinou um contrato com a Agência Espacial Europeia (ESA) para desenvolver cronómetros capazes de estudar a possibilidade de redirecionar um asteróide antes que se aproxime demasiado da Terra.

A ESA irá, assim, colaborar na operação DART (Double Asteroid Redirection Test), também chamada AIDA (Asteroid Impact and Deflection Assessment), da NASA.

A agência espacial norte-americana vai enviar, no dia 22 de julho de 2021, uma missão lançada por um foguete Falcon 9, da SpaceX, com destino ao asteróide duplo Didymos, com o objetivo de atingir o mais pequeno, de 150 metros de diâmetro, de forma a desviá-lo do seu curso atual.

Os cronómetros da Eventech estão a ser desenvolvidos para a missão de acompanhamento HERA, programada para um lançamento cinco anos após a missão de colisão cósmica da NASA. O objetivo é determinar se o impacto desviou o asteróide da sua trajetória.

A tecnologia faz parte da tradição espacial desta nação báltica – uma ex-república da URSS que liderou o início da corrida espacial -, que remonta aos tempos em que o satélite Sputnik foi lançado em 1957.

Os dispositivos da Eventech medem o tempo necessário para que um pulso de luz alcance um objeto e retorne. O instrumento consegue registar medidas de tempo de um picossegundo, o que permite que sejam convertidas em medidas de distância com uma precisão que não excede os dois milímetros.

Pavels Razmajes, diretor de operações da Eventech, informou à AFP que o laboratório produz cerca de um dúzia destes cronómetros por ano. Os instrumentos são depois vendidos a observatórios de todo o mundo.

Apesar de serem usados a partir da Terra, a empresa está a trabalhar num dispositivo de medição para missões no Espaço profundo, que permitirá que diferentes objetos interplanetários sejam seguidos de uma sonda espacial em movimento.

https://zap.aeiou.pt/tecnologia-evitar-asteroide-colida-368722

 

Há uma família no Bangladesh que não tem impressões digitais e a culpa é do seu ADN

Numa família que vive no distrito de Rajshahi, no norte do Bangladesh, os homens sofrem de uma rara mutação genética que faz com que não tenham impressões digitais.


De acordo com a BBC, Apu Sarker, de 22 anos, que mora com a família numa vila no distrito de Rajshahi, no norte do Bangladesh, não tem impressões digitais, tal como o pai e o avô. Os homens da família de Apu parecem partilhar uma rara mutação genética que afeta apenas algumas pessoas no mundo.

Na época do avô de Apu, não ter impressões digitais não era um problema. Porém, os pequenos sulcos nas pontas dos dedos — chamados dermatóglifos — tornaram-se nos dados biométricos mais colhidos do mundo, sendo usados para tudo, desde viagens de avião até desbloquear smartphones.

Em 2008, o Bangladesh introduziu um documento de identidade nacional para todos os adultos e o banco de dados exigia uma impressão digital. Os funcionários não sabiam se deviam emitir um cartão para o pai de Apu. Mas, Amal Sarker acabou por receber um cartão com o selo “SEM IMPRESSÃO DIGITAL”.

Em 2010, as impressões digitais tornaram-se obrigatórias para obter o passaporte e carta de condução. Amal conseguiu obter um passaporte depois de mostrar um atestado médico. No entanto, nunca usou o passaporte, porque teme ter problemas no aeroporto.

Quanto à carta de condução, Amal nunca a conseguiu obter. “Paguei a taxa, passei no exame, mas não me deram a licença porque não puderam colher a minha impressão digital”, explicou.

Amal tem sempre consigo o recibo do pagamento da licença, mas já foi multado duas vezes. Apesar de ter explicado aos polícias a sua doença e mostrado as pontas dos dedos, a multa não foi perdoada. “É sempre uma experiência constrangedora para mim”, disse.

Em 2016, o Governo tornou obrigatória a comparação da impressão digital com o banco de dados nacional para a compra de um cartão SIM para telemóvel. “O software do sistema deles travava sempre que colocava o meu dedo no sensor”, lembrou Apu. A compra foi rejeitada. Todos os homens da família precisam de usar cartões SIM registados no nome da sua mãe.

Que doença “apaga” as impressões digitais?

A rara doença que afeta a família Sarker chama-se adermatoglifia. Tornou-se conhecida em 2007, quando Peter Itin, um dermatologista suíço, foi contactado por uma mulher que estava com problemas a entrar nos Estados Unidos. O seu rosto combinava com a fotografia no passaporte, mas não era possível registar as suas impressões digitais.

Ao examiná-la, Itin descobriu que a mulher e oito membros da sua família sofriam de uma condição rara, com pontas dos dedos achatadas e um número reduzido de glândulas sudoríparas nas mãos.

Trabalhando com outro dermatologista, Eli Sprecher, e o estudante Jann Nousbeck, Itin examinou o ADN de 16 membros da família — sete com impressões digitais e nove sem.

Em 2011, a equipa concentrou-se num gene, SMARCAD1, que sofreu mutação nos nove indivíduos sem impressões digitais da família e identificaram-no como a causa da rara doença. A mutação não pareceu, no entanto, causar outros efeitos negativos, além de alterações nas mãos.

A doença foi chamada de adermatoglifia, mas Itin apelidou-a de “doença do atraso na imigração” — em homenagem ao primeiro paciente que teve problemas para entrar nos Estados Unidos.

É necessário fazer mais testes para confirmar se a família possui alguma forma de adermatoglifia. Os resultados desses testes podem dar aos Sarkers alguma certeza, mas não aliviarão o fardo de enfrentar um universo sem impressões digitais no dia-a-dia.

https://zap.aeiou.pt/familia-sem-impressoes-digitais-368809

 

Três séculos de varíola - Documentos revelam como a doença fatal foi eliminada

Uma equipa de investigadores da Universidade McMaster estudou e analisou milhares de registos semanais que documentam as mortes de vítimas da varíola em Londres, ao longo de quase 300 anos.


A análise fornece novos e raros dados sobre a ecologia das doenças infecciosas, mostrando que o tempo entre as epidemias, o tamanho dos surtos e até a estação em que as epidemias ocorreram mudaram ao longo dos séculos.

A varíola foi uma das doenças virais mais devastadoras que já atingiu a humanidade, matando cerca de três em cada dez pessoas infetadas, sendo que aqueles que sobreviviam ficavam frequentemente incapacitados, cegos ou desfigurados.

Até ao século XIX, acreditava-se que a varíola era responsável por mais mortes do que qualquer outra doença infecciosa – até mesmo do que a peste e a cólera.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou recentemente o 40.º aniversário da erradicação da varíola, que é uma das duas únicas doenças infecciosas que foram eliminadas pelos esforços humanos.

“A atual pandemia de covid-19 causou um grande interesse no estudo da transmissão de doenças infecciosas e como as intervenções de saúde pública poderiam mudar o curso da pandemia”, disse David Earn, professor do Departamento de Matemática e Estatística da Universidade McMaster, em comunicado.

“O nosso objetivo era descrever e disponibilizar publicamente as séries temporais semanais de mortalidade por varíola em Londres e identificar eventos históricos que podem ter influenciado a dinâmica da varíola ao longo dos séculos”, acrescentou.

Para a análise, Earn e a colega Olga Krylova estudaram e digitalizaram mais de 13 mil registos semanais de mortalidade por varíola publicados no London Bills of Mortality e no Registrar General’s Weekly Returns entre 1664 e 1930.

Os dados abrangem uma era que começou quando nenhuma prática de saúde pública estava em vigor, a introdução da variolação (um procedimento que envolvia infetar deliberadamente um indivíduo saudável com o vírus da varíola retirado de uma pústula ou crosta seca de uma pessoa que sofre da doença), a descoberta de uma vacina e, finalmente, o declínio da mortalidade por varíola até ao registo da última morte, que aconteceu em Londres.

Alguns cientistas sugeriram recentemente que a “variolação” com covid-19 pode estar a ocorrer como um efeito colateral benéfico do uso de máscaras.

“Durante o período abrangido pelos dados, a varíola passou de um perigo terrível e inevitável para uma infeção facilmente evitável. A introdução de melhores medidas de controlo, especialmente a vacinação, naturalmente levou à redução da mortalidade por varíola e, eventualmente, à erradicação”, disse Earn.

Durante os 267 anos em análise, Londres passou por grandes mudanças demográficas e sociais e houve uma variedade de eventos históricos que podem ter causado impactos substanciais na dinâmica da varíola.

“Está claro que a introdução de medidas de controlo da varíola – variolação e posterior vacinação – tornou a erradicação possível. A nossa análise também sugere que o maior uso de medidas de controlo e mudanças nas políticas de saúde pública foram correlacionadas com mudanças na frequência das epidemias”, explicou Krylova, ex-aluna de doutoramento no Departamento de Matemática e Estatística da Universidade McMaster.

Os eventos que podem ter potencialmente impactado a epidemia incluem as guerras e a Revolução Industrial, acompanhada pela urbanização e transições demográficas.

https://zap.aeiou.pt/variola-doenca-fatal-eliminada-368723

 

O flúor pode substituir o lítio em baterias recarregáveis

O aumento do uso de baterias recarregáveis tem levado os investigadores a procurar alternativas às baterias de iões de lítio e uma equipa de cientistas está a testar baterias de iões de flúor como possíveis substitutos em veículos elétricos.


De acordo com os cientistas, estas baterias podem permitir que veículos elétricos percorram 1.000 quilómetros com uma única carga. O único senão é que as baterias de iões de fluoreto atualmente disponíveis têm baixa ciclabilidade, o que significa que tendem a degradar-se rapidamente com ciclos de carga e descarga.

No novo trabalho, cujo artigo científico foi publicado no Journal of Materials Chemistry, os investigadores adotaram uma abordagem diferente, identificando materiais que facilmente ganham ou perdem iões de fluoreto enquanto passam por pequenas mudanças estruturais para permitir uma boa ciclabilidade: eletrídeos em camadas.

Os eletrídeos são uma classe relativamente nova de materiais que os cientistas conhecem há cerca de 50 anos, mas só nos últimos 10 a 15 anos é que as suas propriedades foram melhor compreendidas, disse Rohan Mishra, professor assistente de engenharia mecânica e ciência dos materiais na Washington University, citado pelo Futurity.

Enquanto os materiais conduzem eletrões como metais comuns, nos eletrídeos, os eletrões residem em locais intersticiais específicos dentro da estrutura do cristal, semelhante a um ião.

“Prevemos que esses eletrões intersticiais podem ser facilmente substituídos por iões de fluoreto sem deformações significativas na estrutura do cristal, permitindo assim a ciclabilidade”, adiantou Mishra. “Os iões de fluoreto também se movem ou difundem com muita facilidade devido à estrutura relativamente aberta dos eletrídeos em camadas.”

Os testes computorizados introduziram flúor nos espaços intersticiais dos eletrídeos em camadas de nitreto de dicálcio e hipocarbeto de ítrio e as capacidades de armazenamento de energia revelaram-se muito próximas do desempenho das baterias de iões de lítio.

É possível adicionar iões de fluoreto aos eletrídeos convencionais para armazenar uma grande quantidade de carga, mas, na prática, as capacidades teóricas são difíceis de alcançar, uma vez que os eletrídeos convencionais incham e encolhem à medida que carregam e descarregam.

Minimizar a alteração de volume e forma é essencial para criar uma bateria de flúor durável. No caso dos eletrídeos em camadas, as mudanças estruturais são significativamente inferiores, o que ajuda a alcançar uma vida útil mais longa.

https://zap.aeiou.pt/fluor-substituir-litio-baterias-368812

 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Inteligência Artificial resolve a equação de Schrodinger

Uma equipa de cientistas da Freie Universitat Berlin desenvolveu um método de inteligência artificial para calcular o estado fundamental da equação de Schrodinger em química quântica.

O objetivo da química quântica é prever as propriedades químicas e físicas das moléculas com base nos seus átomos no espaço, evitando a necessidade de experiências de laboratório que consomem muito mais recursos e tempo. Em princípio, o novo método pode ter alcançado a resolução da equação de Schrödinger, mas na prática isso é extremamente difícil.

Até agora, foi impossível encontrar uma solução exata para moléculas arbitrárias que podem ser calculadas com eficiência. Porém, a equipa da Freie Universität desenvolveu um método de aprendizagem profundo que pode alcançar uma combinação de precisão e eficiência computacional.

A Inteligência Artificial tem vindo a transformar muitas áreas tecnológicas e científicas, da visão computacional à ciência dos materiais. “Acreditamos que a nossa abordagem pode impactar significativamente o futuro da química quântica“, disse  Frank Noé, autor principal do estudo. Os resultados foram publicados na revista Nature Chemistry.

Uma das coisas fundamentais em química quântica e na equação de Schrödinger, é a função de onda – um objeto matemático que especifica o comportamento dos eletrões presentes numa molécula, recorda o Phys. A função de onda é uma entidade de alta dimensão e, portanto, é extremamente difícil capturar todas as nuances que codificam de que forma os eletrões individuais se ligam entre si.

Vários métodos de química quântica desistem de expressar a função de onda por completo, em vez de tentar apenas determinar a energia de uma dada molécula. No entanto, isso requer que sejam feitas aproximações, limitando a qualidade de previsão de tais métodos.

Outros métodos representam a função de onda com o uso de um número imenso de blocos de construção matemáticos simples, mas estes métodos são tão complexos que são impossíveis de colocar em prática com muitos átomos.

“Escapar do trade-off entre precisão e custo computacional é a maior conquista da química quântica”, explica Jan Hermann da Freie Universität Berlin.

O especialista refere que “por enquanto, o mais popular desses valores é a teoria funcional da densidade extremamente económico. Acreditamos que o “Quantum Monte Carlo”, a abordagem que estamos a propor, poderia ser igualmente, se não mais bem-sucedida, pois oferece precisão com um custo computacional aceitável”.

A rede neural profunda projetada pela equipa do professor Noé é uma nova maneira de representar as funções de onda dos eletrões. “Em vez da abordagem padrão de compor a função de onda a partir de componentes matemáticos relativamente simples, pensamos numa rede neural artificial capaz de aprender os padrões complexos de como os eletrões estão localizados ao redor dos núcleos”, explica o autor do estudo.

“Uma característica peculiar das funções de onda eletrónica é a sua antissimetria. Quando dois eletrões são trocados, a função da onda deve mudar o seu sinal. Tivemos que construir essa propriedade na arquitetura da rede neural para que a abordagem funcionasse”, acrescenta Hermann. Esse recurso, conhecido como “princípio de exclusão de Pauli”, é o motivo pelo qual os autores chamaram o novo método de “PauliNet”.

Além do princípio de exclusão de Pauli, as funções de onda eletrónica também têm outras propriedades físicas fundamentais, e muito do sucesso inovador do PauliNet deve-se ao facto de este integrar estas propriedades na rede neural profunda, em vez de permitir que a aprendizagem as solucione observando apenas os dados.

Frank Noé sustenta que “construir a física fundamental na IA é essencial para a capacidade de fazer previsões significativas no campo. É aqui que os cientistas podem dar uma contribuição substancial à IA e é exatamente no que estamos focados”.

No entanto, o estudo refere que ainda há muitos desafios a serem superados antes que o método de Hermann e Noé esteja pronto para aplicação industrial.

https://zap.aeiou.pt/ia-resolve-equacao-schrodinger-367681

 

Quase 90% das espécies de animais vão perder habitat até 2050

Um novo estudo prevê que quase 90% das espécies de animais vão perder habitat para a agricultura até 2050. Cerca de 1.280 vão perder mais de um quarto do seu habitat restante.


Os cientistas sabem que a biodiversidade está a diminuir a nível mundial, embora de forma menos universal e dramática do que temíamos. Também sabemos que as coisas provavelmente vão piorar no futuro, com uma combinação de perda de habitat, alterações climáticas e sobreexploração que promete levar espécies e habitats cada vez mais perto da extinção.

O que não sabemos é o que fazer em relação a isso. Em parte, isto acontece porque a conservação é lamentavelmente subfinanciada. Mas também é porque as causas subjacentes do declínio da biodiversidade estão a ficar cada vez mais fortes a cada ano. As alterações climáticas recebem, com razão, uma grande cobertura, mas para a biodiversidade, a maior ameaça vem da destruição de habitats naturais para dar lugar à agricultura.

E à medida que a população cresce e as pessoas tornam-se mais ricas e consomem mais, essa necessidade de novas terras agrícolas só vai aumentar, resultando em pelo menos dois milhões de quilómetros quadrados de novas terras agrícolas até 2050 – e talvez até dez milhões.

Garantir que esta próxima onda de expansão agrícola não leve a perdas generalizadas de biodiversidade exigirá um grande aumento nas abordagens de conservação “convencionais”, mas provavelmente também exigirá algo mais.

Em vez disso, precisamos de enfrentar as causas subjacentes, ou a conservação não será capaz de lidar com isso. O que uma equipa de investigadores se propôs a fazer num estudo recentemente publicado na revista Nature Sustainability é descobrir exatamente quais paisagens e espécies provavelmente serão as mais ameaçadas pela agricultura no futuro, e quais mudanças específicas no sistema alimentar nos dão a maior probabilidade de salvaguardar a biodiversidade selvagem em diferentes partes do mundo.

Para fazer isso, os cientistas desenvolveram um método para prever onde é que a terra agrícola provavelmente se vai expandir em escalas espaciais muito curtas (1,5 km x 1,5 km). De seguida, sobrepuseram essas previsões com mapas de habitat para quase 20.000 espécies de anfíbios, pássaros e mamíferos, e observações sobre se cada espécie pode existir em terras agrícolas. Isto permitiu calcular a proporção de habitat que cada espécie perderia de 2010 a 2050.

Assim, as autores preveem que quase 88% das espécies vão perder habitat, com 1.280 perdendo mais de um quarto do seu habitat restante. Observando o impacto sobre as espécies individuais desta forma, e numa escala espacial tão reduzida, os cientistas foram capazes de identificar regiões específicas, e até mesmo espécies, que provavelmente vão precisar seriamente de apoio de conservação nas próximas décadas.

As perdas deverão ser particularmente graves na África Subsariana, especialmente no Vale do Rift e na África Ocidental equatorial, mas também haverá quedas graves na América Latina e no Sudeste Asiático.

É importante realçar que muitas das espécies projetadas para perder uma grande quantidade de habitat não estão, de momento, sob ameaça de extinção e, portanto, os conservacionistas podem não preocupar-se com elas.

Felizmente, existem algumas coisas que podemos fazer para aliviar esta perda de habitat, incluindo: aumentar a produção, ter dietas mais saudáveis, reduzir o desperdício alimentar ou até mesmo adotar uma abordagem global para o planeamento do uso da terra, o que poderia desviar a produção de alimentos das regiões em maior risco.

Neste novo estudo, os autores descobriram que uma combinação de todas as quatro ações poderia evitar a grande maioria da perda de habitat. Fazer isso, no entanto, exigirá esforços conjuntos de governos, empresas, ONGs e indivíduos.

https://zap.aeiou.pt/especies-animais-perder-habitat-2050-367303

 

A Lua tem muito mais crateras do que pensávamos

A Inteligência Artificial (IA) ajudou a descobrir mais de 109 mil novas crateras nas regiões de latitude média e baixa da Lua.


Uma equipa de cientistas usou Inteligência Artificial (IA) para treinar uma rede neural profunda. Com informações das missões chinesas Chang’e 1 e Chang’e 2, a rede identificou 109.956 novas crateras na Lua.

O número de crateras registadas é agora mais de uma dúzia de vezes maior do que era anteriormente. As descobertas foram publicadas no dia 22 de dezembro na Nature Communications.

“É o maior banco de dados de crateras lunares com extração automática para as regiões de latitude média e baixa da Lua”, esclareceu o autor do estudo, Chen Yang, professor de Ciências da Terra na Universidade de Jilin, na China, em declarações ao Live Science.

A equipa da universidade chinesa treinou uma rede neural profunda com dados de milhares de crateras previamente identificadas e ensinou o algoritmo a encontrar novas. A rede foi então aplicada aos dados recolhidos pelas missões Chang’e-1 e Chang’e-2, revelando 109.956 novas crateras na superfície da Lua.

A maioria das crateras são “pequenas” e “médias”, variando entre 1 e 100 quilómetros de diâmetro. Os cientistas defendem que é por esse motivo que permaneceram desconhecidas até então.

Ainda assim, a técnica também permitiu detetar crateras muito maiores e de formato irregular já erodidas. Algumas delas tinham até 550 quilómetros de diâmetro.

Com base nas características de 19 mil crateras, o algoritmo também estimou quando se formaram, atribuindo a cada uma um período de tempo geológico. De acordo com o portal, as crateras abrangeram todos os cinco períodos geológicos lunares da Lua, e algumas datam de aproximadamente 4 mil milhões de anos.

A equipa quer agora melhorar o algoritmo de localização de crateras, alimentando-o com dados da sonda Chang’e 5. Além disso, também deseja adaptar e aplicar esta abordagem a outros corpos do Sistema Solar, incluindo planetas como Marte.

https://zap.aeiou.pt/lua-tem-mais-crateras-367930

 

Foram encontrados, pela primeira vez, microplásticos na placenta

Cientistas encontraram, pela primeira vez, vestígios de microplásticos na placenta. Tinham todos entre cinco e dez micrómetros de dimensão.

De acordo com o site Science Alert, os investigadores recolheram placentas de um ambiente sem plástico de seis progenitoras, que foram seccionadas, dissolvidas e filtradas. Foram encontrados 12 pequenos pedaços de plástico colorido – todos com uma dimensão entre cinco e dez micrómetros – provenientes de apenas quatro das placentas.

Enquanto quatro dos fragmentos foram descobertos em tecidos que pertenciam ao lado materno da placenta, cinco estavam mais próximos do feto. Os restantes três foram encontrados na fina membrana que forma uma parede à volta do líquido amniótico.

Embora não pareça um grande número de partículas, especialmente tendo em conta o seu tamanho, é importante lembrar que a quantidade de tecido removido para análise representa apenas uma pequena percentagem da massa deste órgão, o que sugere que há muitos mais fragmentos no total.

Apesar desta investigação, ainda não é claro se alguma destas partículas intrusivas representa algum tipo de risco para a saúde do feto e, por isso, serão necessárias mais pesquisas sobre o assunto.

No entanto, tal como muitos aditivos plásticos interferem nas funções do nosso corpo, a sua presença numa parte tão sensível como a placenta é, ainda assim, profundamente preocupante.

Felizmente, acrescenta o mesmo site, todas as crianças indiretamente envolvidas neste estudo, publicado a 2 de dezembro na revista científica Environment International, parecem ser perfeitamente saudáveis.

Em setembro de 2019, também foram encontradas manchas de fuligem expelidas de motores de automóveis e centrais de combustíveis fósseis no lado fetal da placenta.

https://zap.aeiou.pt/encontrados-microplasticos-placenta-368025

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