quarta-feira, 31 de março de 2021

O aglomerado de estrelas mais próximo do Sol pode estar a ser destruído por uma “força invisível” !

Dados do satélite de mapeamento estelar Gaia da ESA revelaram evidências de que o aglomerado de estrelas mais próximo do Sol está a ser perturbado pela influência gravitacional de uma estrutura massiva e invisível na nossa galáxia.


A descoberta foi feita pela investigadora Tereza Jerabkova, juntamente com colegas da ESA e do Observatório Europeu do Sul, enquanto estudavam a forma como um aglomerado de estrelas próximo está a fundir-se com o fundo geral das estrelas na Via Láctea.

De acordo com um comunicado , a equipa escolheu Híades como o seu alvo porque é o aglomerado de estrelas mais próximo do Sol. Está localizado a pouco mais de 153 anos-luz de distância e é facilmente visível para os observadores amadores nos hemisférios norte e sul como uma forma de V conspícua de estrelas brilhantes que marcam a cabeça do touro na constelação de Touro.

Além das estrelas brilhantes facilmente visíveis, os telescópios revelam cerca de 100 estrelas mais fracas contidas numa região esférica do espaço, com aproximadamente 60 anos-luz de diâmetro.

Um aglomerado de estrelas perderá estrelas naturalmente porque, conforme essas estrelas se movem dentro do aglomerado, puxam-se gravitacionalmente. Este puxão constante muda ligeiramente as velocidades das estrelas, movendo algumas delas para as bordas do aglomerado. A partir daí, as estrelas podem ser varridas pela atração gravitacional da galáxia, formando duas longas caudas.

Uma cauda segue o aglomerado de estrelas, a outra sai à frente dele. São conhecidas como caudas de maré e foram amplamente estudadas em galáxias em colisão, mas nunca ninguém as tinha visto num aglomerado de estrelas aberto próximo – até recentemente.

A chave para detetar caudas de maré é identificar que estrelas no céu estão a mover-se de forma semelhante ao aglomerado de estrelas. O satélite Gaia torna a tarefa fácil porque mede com precisão a distância e o movimento de mais de mil milhões de estrelas da Via Láctea.

Para entender o alcance das órbitas a serem procuradas, Jerabkova construiu um modelo de computador que simularia as várias perturbações que as estrelas fugitivas do aglomerado poderiam sentir durante as suas centenas de milhões de anos no Espaço. Após executar esse código e comparar as simulações com os dados reais, foi revelada a verdadeira extensão das caudas de maré de Híades.

Os investigadores encontraram milhares de ex-membros nos dados do Gaia. Essas estrelas estendem-se agora por milhares de anos-luz através da galáxia em duas enormes caudas de maré.

Porém, a verdadeira surpresa foi que pareciam faltar estrelas na cauda da maré. Isto indica que está a acontecer algo muito mais brutal do que uma “dissolução” suave do aglomerado de estrelas.

Fazendo novamente as simulações, Jerabkova mostrou que os dados poderiam ser reproduzidos se aquela cauda colidisse com uma nuvem de matéria com cerca de 10 milhões de massas solares. “Deve ter havido uma interação próxima com esse aglomerado realmente enorme e Híades acabou por ser esmagado”, explicou.

Por outro lado, não há observações de uma nuvem de gás ou aglomerado de estrelas tão massivo nas proximidades. Se nenhuma estrutura visível for detetada em futuras buscas, Jerabkova sugere que o objeto pode ser um subhalo de matéria escura – aglomerados naturais de matéria escura que parecem ajudar a moldar a galáxia durante a sua formação.

“Com Gaia, a forma como vemos a Via Láctea mudou completamente. E com estas descobertas, poderemos mapear as subestruturas da Via Láctea melhor do que nunca”, afirmou Jerabkova.

Este estudo, que foi publicado em fevereiro na revista científica Astronomy & Astrophysics, mostra como Gaia está a ajudar os astrónomos a mapear esta estrutura invisível de matéria escura da galáxia.

https://zap.aeiou.pt/aglomerado-estrelas-sol-391359

 

Vacina da AstraZeneca mudou de nome - Passa a chamar-se Vaxzevria !

A vacina da AstraZeneca mudou de nome: agora denomina-se Vaxzevria, após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA).


A vacina da AstraZeneca passou a denominar-se Vaxzevria após o aval da Agência Europeia do Medicamento (EMA), anunciou esta terça-feira o regulador, divulgando que até quinta-feira passada tinham sido administradas 10 milhões de doses deste fármaco.

A informação sobre a nova designação desta vacina – envolta em polémica por a farmacêutica ter falhado o acordado com Bruxelas sobre entregas para a União Europeia (UE) e pelo surgimento de coágulos sanguíneos em vacinados – consta de uma atualização ao produto, publicada esta terça-feira pela EMA.

Nessa atualização sobre o fármaco datada de segunda-feira, a EMA divulga que, além da mudança do nome, “foi incluído na informação sobre o produto um aviso sobre eventos de coágulos sanguíneos específicos muito raros, enquanto estão em curso mais investigações sobre uma possível relação causal com a vacina”.

“As pessoas vacinadas devem procurar atenção médica imediata se ocorrerem sintomas de coagulação e/ou hemorragia do sangue”, reforça o regulador no documento, insistindo que “os benefícios da Vaxzevria na prevenção da covid-19 continuam a superar os riscos”.

Nesta atualização, a EMA refere ainda que, desde a aprovação da vacina na UE em 29 de janeiro passado e até à passada quinta-feira, “mais de 10 milhões de doses de Vaxzevria foram administradas na UE e Espaço Económico Europeu”, muito abaixo das 120 milhões acordadas entre a farmacêutica e a Comissão Europeia para o primeiro trimestre.

Outra polémica esteve relacionada com os episódios de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco, que levaram a maioria dos países europeus, incluindo Portugal, a suspender por uns dias a administração desta vacina, situação ultrapassada após a garantia da EMA de que é “segura e eficaz”.

Da informação do produto emitida pela EMA consta agora a indicação de que “foi observada muito raramente uma combinação de trombose e trombocitopenia, em alguns casos acompanhada de hemorragias, após a vacinação com Vaxzevria”, pelo que os profissionais de saúde “devem estar atentos aos sinais e sintomas”.

No que toca à campanha de vacinação europeia, até à passada quinta-feira, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE tinham já recebido a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia estivesse completamente imunizada.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da Vaxzevria para a UE, exigindo que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

A meta de Bruxelas é que, até final do verão, 70% da população adulta esteja vacinada. Os dados divulgados pela instituição na passada quinta-feira revelaram também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria e Janssen (grupo Johnson & Johnson, ainda não está em distribuição).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da Vaxzevria (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da Vaxzevria (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

https://zap.aeiou.pt/astrazeneca-chamar-se-vaxzevria-391489

 

Hiperligações para esta mensagem “Vai demorar muito para descobrir.” - Enviado especial da OMS admite dificuldade em detetar origem do vírus !

O enviado especial da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a covid-19, David Nabarro, admitiu esta terça-feira que é “manifestamente difícil” encontrar a origem do vírus que causou a pandemia, mas que se trabalha com várias hipóteses.


“Encontrar a origem de um vírus, quando se tenta explicar de onde vem uma doença, é manifestamente difícil”, disse Nabarro à BBC Radio 4.

“Não sabemos a origem precisa do VIH (o vírus que provoca a Sida), não sabemos a origem precisa do Ébola e vai demorar muito para descobrir a origem precisa da covid-19”, acrescentou o especialista, antes de a OMS publicar oficialmente o seu relatório sobre a pandemia.

Nabarro disse que a organização trabalha com várias hipóteses, mas que esse trabalho leva tempo.

“Todas as hipóteses ainda estão sobre a mesa”, disse também o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na segunda-feira.

O relatório da missão que investigou a origem da covid-19 na China será publicado oficialmente esta terça-feira.

Segundo os meios de comunicação que tiveram acesso a uma minuta do relatório, este defende que a teoria mais provável da origem da pandemia tenha sido a transmissão do novo coronavírus de morcegos para humanos por meio de outro animal, enquanto a hipótese de fuga do vírus de um laboratório é “extremamente improvável”.

O relatório recomendou a continuação dos estudos com base nessas três hipóteses, mas descarta a possibilidade de o vírus ter sido transmitido a humanos devido a um acidente de laboratório.

Nas suas descobertas, os investigadores disseram que estudos da cadeia de abastecimento do mercado de Huanan (e outros mercados em Wuhan) não permitiram encontrar “evidências da presença de animais infetados, mas a análise da cadeia de abastecimento forneceu informações” úteis para estudos de monitoração direcionados, especialmente nas regiões vizinhas.

Os especialistas também pediram para “não se negligenciar os produtos de origem animal de regiões fora do Sudeste Asiático” e defenderam que os inquéritos futuros devem ser desenhados “em áreas maiores e num maior número de países”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.784.276 mortos no mundo, resultantes de mais de 127 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

https://zap.aeiou.pt/vai-demorar-muito-para-descobrir-oms-admite-dificu-391261

 

O café pode ajudar a regenerar florestas tropicais !

Um novo estudo descobriu que a polpa de bagas do café pode ser usada para promover a recuperação da floresta tropical em terras pós-agrícolas.


A polpa das bagas do café, descartada após a extração do grão, pode ajudar a acelerar a recuperação de florestas tropicais em antigos terrenos agrícolas, concluiu um estudo publicado esta segunda-feira na revista da Sociedade Ecológica Britânica.

Investigadores da ETH-Zurique e da Universidade do Havai constataram que, dois anos após ter sido espalhada uma camada de meio metro de altura do resíduo das bagas de café num solo degradado da Costa Rica, a área tratada com a polpa transformou-se em floresta, enquanto um terreno de controlo adjacente continuou revestido por gramíneas de pastagem não nativas.

Dois anos depois da intervenção, a zona tratada com a polpa das bagas de café, numa área de 35 por 40 metros, tinha 80% de cobertura florestal, em comparação com 20% na parcela de controlo, onde não foram aplicados os resíduos.

Além disso, conforma destaca o Interesting Engineering, no terreno tratado, a cobertura florestal atingiu uma altura quatro vezes superior à área que serviu de comparação.

Num comunicado sobre o estudo, os investigadores relatam que ao ter sido acrescentada ao solo, em 2018, uma camada de meio metro de espessura de polpa de bagas de café, foram eliminadas as gramíneas invasoras de pastagem que dominavam a terra e que constituem frequentemente uma barreira à regeneração florestal.

A sua remoção permitiu que espécies arbóreas nativas e pioneiras, que chegaram como sementes através do vento e da dispersão por animais, recolonizassem rapidamente a área, de acordo com os resultados do estudo.

Os responsáveis pela experiência registaram também que, após os dois anos de observação, a concentração de nutrientes como carbono, azoto e fósforo aumentou significativamente na área tratada, em comparação com o terreno de controlo.

A descoberta é considerada promissora pelos investigadores, uma vez que é habitual as antigas terras agrícolas tropicais ficarem muito degradadas, com a má qualidade do solo a atrasar a regeneração florestal durante décadas.

Segundo a principal autora do estudo, Rebecca Cole, os resultados sugerem que subprodutos agrícolas podem ser utilizados para acelerar a recuperação florestal em terras tropicais degradadas.

A investigadora acrescenta que, sendo a polpa das bagas de café um resíduo amplamente disponível e rico em nutrientes, pode ser uma estratégia de regeneração florestal rentável e importante para atingir metas ambientais.

“Em situações em que o processamento destes subprodutos implica um custo para as indústrias agrícolas, a sua utilização para regeneração, de forma a cumprir objetivos globais de reflorestação, pode representar um cenário vencedor“, sublinha Rebecca Cole, citada no comunicado divulgado pela British Ecological Society.

A autora adverte, no entanto, tratar-se de um estudo com dados de um período de apenas dois anos, apenas num local, e por isso ser importante fazer mais testes, “para ver se esta estratégia funciona num leque mais amplo de condições”.

“Uma monitorização a mais longo prazo mostraria como a polpa de café afetou o solo e a vegetação ao longo do tempo. Testes adicionais podem também avaliar se existem quaisquer efeitos indesejáveis da aplicação da polpa”, acrescenta Rebecca Cole.

A investigadora manifestou ainda o desejo de ver o conceito experimentado com outros desperdícios agrícolas, como a casca de laranja.

“Esperamos que o nosso estudo seja um ponto de partida para outros investigadores e indústrias verem como poderão tornar a sua produção mais eficiente, criando ligações ao movimento global de regeneração”, concluiu.

https://zap.aeiou.pt/a-regeneracao-florestas-cafe-391498

 

Asteróide Apophis não irá colidir com a Terra durante pelo menos um século !

Cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) descartam qualquer possibilidade de o asteróide Apophis impactar com a Terra durante pelo menos um século. 


Após novas observações do corpo rochoso, vulgarmente conhecido como o “asteróide do caos”, os especialistas da ESA descartaram a hipótese de este impactar a Terra em 2068 – uma data assinalada pela comunidade científica como potencialmente perigosa para a ocorrência de um impacto – ou no próximo século.

Tendo em conta as novas observações, a ESA vai remover este asteróide de 350 metros – o equivalente ao comprimento de três campos de futebol – da sua Lista de Risco.

Em comunicado, a ESA recorda que esta é a primeira vez que os cientistas descartam um eventual impacto deste asteróide com a Terra. Apesar de a possibilidade do impacto ocorrer ser muito pequena, era ainda preocupante por causa das suas dimensões.
 
Desde que foi descoberto, em 2004, o Apophis foi notícia em vários meios de comunicação internacionais, enquanto os astrónomos procuravam estudar e melhor compreender a sua órbita de forma precisa para antever eventuais impactos.

A próxima aproximação deste asteróide ao nosso planeta ocorrerá a 13 de abril de 2029, quando o Apophis passará a menos de 35 mil quilómetros da Terra e será visível a olho nu. Estará dez vezes mais próximo da Terra do que muitos satélites.

A esta distância, explica ainda a agência espacial europeia, a gravidade da Terra terá um impacto bastante considerável neste corpo espacial, alterando a sua trajetória e amplificando a incerteza da sua órbita e de eventuais impactos futuros.

Apesar de ser muito pouco provável que um asteróide venha a colidir com a Terra nos próximos anos, as agências têm reunido esforços para melhorar os programas destinados ao acompanhamento e desvio destes corpos celestes em rota de colisão com a Terra.

https://zap.aeiou.pt/asteroide-apophis-nao-ira-colidir-com-a-terra-390802

 

A pluma do parto de um glaciar na Gronelândia mostrou ser mais complexa do que se pensava !

A monitorização contínua de uma pluma de descarga subglacial permitiu aos cientistas obter uma compreensão mais profunda do ambiente do fiorde glaciar.

À medida que um glaciar derrete, a água doce interage com a água do mar para formar plumas de descarga subglacial ou fluxos de água convectiva.

Estas plumas são conhecidas por acelerar o derretimento e a fragmentação (ou parto) dos glaciares, impulsionar a circulação e a mistura de fiorde e criar focos de alimentação para pássaros. Atualmente, o conhecimento científico da dinâmica das plumas subglaciais, com base em medidas diretas, limita-se a instâncias isoladas.

Uma equipa de cientistas quis mudar este paradigma e foi pioneira num método de monitorização direto e contínuo da dinâmica da pluma.

De acordo com o EurekAlert, quando a água do degelo desce pelas fendas e emerge na base do glaciar, começa a ressurgir e causa a formação de plumas subglaciais. O fenómeno acontece porque a água doce e a água marinha têm densidades diferentes.

A pluma ascendente arrasta água rica em nutrientes e mais quente das profundezas que, por sua vez, derrete ainda mais o gelo do glaciar. À luz dos efeitos do aquecimento global e das mudanças climáticas, que causaram uma perda massiva no volume dos glaciares, entender como se comportam e evoluem as plumas é crucial.

Os investigadores acompanharam a pluma no glaciar Bowdoin (Kangerluarsuup Sermia), na Gronelândia. Vários sensores de subsuperfície gravaram dados oceanográficos na frente do parto e em diferentes profundidades. Outras observações foram realizadas por time-lapse, um sismómetro e veículos aéreos não tripulados.

Este conjunto de dados de alta resolução temporal foi posteriormente submetido a uma análise completa para identificar relações, padrões e tendências.

O estudo, publicado no dia 25 de março na Communications Earth & Environment, revela que a dinâmica da pluma e do fiorde glaciar é muito mais complexa do que se pensava.

Além de ser intermitente por natureza, é também influenciada por vários fatores, como mudanças repentinas de estratificação e drenagem de lagos marginais.

Os cientistas observaram a drenagem subglacial abrupta de um lago represado por gelo através da pluma, que teve um impacto pronunciado na sua dinâmica. A equipa também mostrou que as marés e o vento podem influenciar as plumas subglaciais.

Este trabalho é o primeiro passo para permitir que os cientistas façam a transição de uma visão instantânea de uma pluma para uma imagem continuamente atualizada.

https://zap.aeiou.pt/pluma-glaciar-gronelandia-complexa-390440

Na sua jornada, o cometa interestelar 2I/Borisov nunca passou perto de uma estrela - É dos mais puros do Universo !

Novas observações com o telescópio VLT, no Chile, permitiram aos astrónomos concluir que o 2I/Borisov pode ser o cometa mais puro, mantendo imaculadas as assinaturas da nuvem de gás e poeira que lhe deu origem.

O cometa interestelar 2I/Borisov foi descoberto em setembro de 2019 quando se começou a aproximar do Sistema Solar interno a partir das profundezas do espaço. À medida que se aproximava do Sol, ficou mais quente e começou a libertar cada vez mais material do seu interior.

A princípio, o visitante interestelar parecia muito semelhante aos cometas no nosso Sistema Solar. No entanto, acabou por ser muito diferente.

“O 2I/Borisov pode bem representar o primeiro cometa verdadeiramente puro alguma vez observado”, afirmou, citado em comunicado pelo Observatório Europeu do Sul (OES), que opera o telescópio VLT, o coordenador do estudo, Stefano Bagnulo, do Observatório e Planetário Armagh, no Reino Unido.

Segundo o estudo, publicado na revista científica Nature Communications, o cometa interestelar nunca terá passado perto de uma estrela antes de passar pelo Sol em 2019.

Ao analisar a polarização da luz (luz filtrada) e a cor do cometa para saber mais sobre a composição do 2I/Borisov, a equipa de astrónomos concluiu que o cometa é mais puro do que o cometa Hale-Bopp, detetado a olho nu pela primeira vez em maio de 1996 e considerado bastante puro – com uma composição muito semelhante à nuvem de gás e poeira que lhe deu origem, assim como ao resto do Sistema Solar, há cerca de 4,5 mil milhões de anos.

Stefano Bagnulo e os colegas usaram um dos instrumentos do telescópio VLT para estudar em detalhe o 2I/Borisov e recorreram à técnica de polarimetria, que permite medir a polarização da luz. A luz torna-se polarizada quando passa através de certos filtros, como materiais cometários, explica o OES.

“Ao estudarem as propriedades da luz solar polarizada pela poeira de um cometa, os cientistas podem aprender mais sobre a física e química destes objetos”, adianta o observatório.

A técnica de polarimetria é habitualmente usada para estudar cometas e outros pequenos corpos celeste do Sistema Solar e, através dela, os astrónomos puderam comparar 2I/Borisov com cometas do Sistema Solar e descobrir que “tem propriedades polarimétricas distintas das dos cometas do Sistema Solar, com exceção do Hale-Bopp”.

“O facto de os dois cometas serem consideravelmente semelhantes sugere que o meio que deu origem ao 2I/Borisov não é assim tão diferente, em termos de composição, do meio do Sistema Solar primordial“, sustentou um dos coautores do estudo, Alberto Cellino, do Observatório Astrofísico de Turim, em Itália.

De acordo com os cientistas, os cometas são constituídos pelos mesmos elementos químicos e nas mesmas proporções com que o Sistema Solar foi formado, podendo, por isso, fornecer informação sobre o Sistema Solar primitivo.

Antes da sua mais recente passagem pelo Sol, observada em 1996 e 1997, o cometa Hale-Bopp terá passado perto do Sol apenas uma vez, o que significa que estaria pouco afetado pelo vento e radiação solares, assinala o OES.

O 2I/Borisov é o primeiro cometa interestelar observado e o segundo corpo interestelar a passar pelo Sol depois do 1I/Oumuamua, descoberto em 2017 e reclassificado como asteroide.

A jornada do 2I/Borisov pelo Sistema Solar foi fatal para o cometa. As últimas observações mostram que se separou alguns meses após a sua passagem mais próxima ao Sol, que ocorreu em dezembro de 2019.

Porém, as observações vão continuar. Os astrónomos querem saber o máximo possível sobre este objeto, que é o segundo objeto interestelar descoberto na história.

https://zap.aeiou.pt/na-sua-jornada-o-cometa-interestelar-2i-borisov-nunca-391436

 

 

Vacinas contra a covid-19 podem revelar-se ineficazes dentro de um ano !

Dentro de menos de um ano, as vacinas contra a covid-19 que estão agora a ser administradas pelo mundo fora poderão já não ser eficazes, por isso é urgente que se desenvolvam novos imunizantes para combater outras variantes do novo coronavírus que vão aparecendo.


Esta é a previsão de um terço dos 77 cientistas entrevistados pela People’s Vaccine Alliance, segundo o The Guardian.

A People’s Vaccine Alliance é uma coligação de várias organizações internacionais que fez uma pesquisa com 77 epidemiologistas, virologistas e infeciologistas de 28 países.

Na pesquisa, dois terços destes especialistas concluíram que, para enfrentar a ameaça da covid-19 e as suas variações, terão que ser criadas novas fórmulas para as vacinas porque as que foram agora criadas poderão ser ineficazes dentro de cerca de um ano.

Por outro lado, perto de um terço dos inquiridos, considera que será em menos tempo: num espaço inferior a nove meses.

De acordo com o jornal britânico, 88% dos inquiridos considerou que o facto de haver muitos países onde as taxas de vacinação são ainda baixas faz com que apareçam mutações do vírus mais resistentes às vacinas que agora estão a ser administradas.

“A menos que vacinemos o mundo, deixamos o campo aberto para mais mutações, que podem produzir variantes que podem escapar das nossas vacinas atuais e exigir doses de reforço para lidar com elas”, constatou Gregg Gonsalves, professor de epidemiologia na Universidade de Yale.

Uma pessoa vacinada baixa risco de agregado familiar ficar infetado

Um estudo divulgado na segunda-feira pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) revela que uma vacina contra a covid-19 num determinado agregado familiar pode reduzir em pelo menos 30% o risco de infeção nos restantes membros.

A informação consta de um relatório sobre o risco de transmissão da SARS-CoV-2 por recuperados ou vacinados contra a doença, no qual o ECDC dá conta de um estudo que indica que “a vacinação de um membro do agregado familiar reduz o risco de infeção em membros suscetíveis do agregado familiar em pelo menos 30%”.

Esse estudo destacado pela agência europeia, realizado na Escócia, teve em conta profissionais de saúde e revela também que, como os membros dos agregados familiares destes trabalhadores “poderiam também ter sido infetados por outras vias, a redução do risco de infeção em 30% é provavelmente uma estimativa por baixo e poderia na realidade atingir os 60%”.

“Estas conclusões são consistentes com uma redução substancial do risco de transmissão de indivíduos totalmente vacinados para contactos suscetíveis”, acrescenta o ECDC no relatório.

E numa altura em que a campanha de vacinação na União Europeia (UE) decorre mais lentamente do que o desejado, o centro europeu observa também que “há provas de que a vacinação reduz significativamente a infeção sintomática ou assintomática em indivíduos vacinados, embora a eficácia da vacina varie em função do produto vacinal e do grupo-alvo”.

Além disso, “há também algumas provas de menor carga viral e menor duração da disseminação em indivíduos vacinados, em comparação com indivíduos não vacinados, o que se poderia traduzir numa transmissão reduzida”, acrescenta.

Ainda assim, o ECDC alerta que “muitos dos estudos sobre a eficácia da vacina foram realizados antes do aparecimento das variantes preocupantes” da SARS-CoV-2, nomeadamente a britânica (já dominante nalguns países da UE), da África do Sul e do Brasil, admitindo serem necessárias mais análises.

No que toca à campanha de vacinação europeia, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada, segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia na passada quinta-feira.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da AstraZeneca para a UE, exigindo o executivo comunitário que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado.

A meta de Bruxelas é que, até aofinal do verão, 70% da população adulta esteja vacinada.

Os dados divulgados pela instituição na passada quinta-feira revelaram também que foram já administradas 62 milhões de doses de vacinas em relação às 88 milhões distribuídas.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Pfizer/BioNTech, Moderna, AstraZeneca e Janssen (grupo Johnson & Johnson).

Até ao final deste primeiro trimestre, de acordo com Bruxelas, chegarão à UE quase 100 milhões de doses de vacinas, a grande parte da Pfizer/BioNTech (66 milhões, mais do que os 65 milhões inicialmente acordadas), da AstraZeneca (30 milhões de um total de 120 milhões inicialmente acordadas) e da Moderna (10 milhões).

Para o segundo trimestre, a expectativa do executivo comunitário é que cheguem 360 milhões de doses à UE, principalmente da Pfizer/BioNTech (200 milhões), da AstraZeneca (70 milhões de um total de 180 milhões inicialmente acordadas), da Janssen (55 milhões) e da Moderna (35 milhões).

Reinfeções são raras

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) disse ainda que as reinfeções por SARS-CoV-2 são “bastante raras”, dado o nível “muito elevado” de proteção até sete meses após a infeção, mas pediu estudos devido às novas variantes.

A agência europeia precisa que “estudos que acompanharam pessoas durante cinco a sete meses após a recuperação de uma infeção pelo SARS-CoV-2 estimaram que o efeito protetor da infeção anterior é muito elevado durante esse período, entre 81% a 100%”.

Ainda assim, “a proteção contra a reinfeção é menor em indivíduos com 65 anos ou mais”, acrescenta.

O ECDC alerta, porém, que “muitos destes estudos foram realizados antes do aparecimento das variantes preocupantes do SARS-CoV-2”, nomeadamente as que tiveram origem no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul.

“À medida que o número de indivíduos que adquirem imunidade natural aumenta, espera-se que o número total de infeções diminua significativamente, levando a uma diminuição geral da transmissão, a menos que as alterações genéticas nas variantes circulantes induzam a uma fuga imunitária significativa”, assinala.

A diretora do ECDC, Andrea Ammon, diz ser “muito encorajador ver que as reinfecções do SARS-CoV-2 são bastante raras”.

“Embora o efeito das novas variantes nos padrões de transmissão deva ser acompanhado de perto, ainda esperamos que o número total de infeções diminua significativamente à medida que a cobertura vacinal aumenta”, adiantou.

https://zap.aeiou.pt/vacinas-podem-revelar-se-ineficazes-391266

 

terça-feira, 30 de março de 2021

O centro da Via Láctea brilha misteriosamente e a culpa pode ser da matéria escura

O centro da Via Láctea está a brilhar misteriosamente. Esse excesso de radiação gama que se espalha pela região tem intrigado os cientistas desde que foi descoberto, em 2009. Agora, um novo estudo aponta o dedo à matéria escura.

No passado recente, as missões espaciais dedicadas ao estudo de sinais astrofísicos no espectro de altas energias revelaram uma série de excessos enigmáticos não previstos pelos modelos teóricos.

A fim de encontrar uma explicação para essas anomalias, várias soluções foram propostas. A hipótese mais excitante invoca a indescritível matéria escura, a misteriosa forma de matéria quatro vezes mais abundante que a comum e da qual até agora apenas detetámos os efeitos gravitacionais.

De acordo com o ScienceAlert, os físicos Lisa Goodenough e Dan Hooper, que descobriram este excesso de radiação, propuseram que, se certas partículas de matéria escura chamadas WIMPS (partículas massivas de interação fraca) e as suas antipartículas colidissem, aniquilar-se-iam, explodindo numa chuva de outras partículas, incluindo fotões de raios gama.

Em 2018, outra equipa propôs que estrelas mortas chamadas pulsares poderiam estar a causar o excesso.

Dois estudos teóricos recentes, realizados por Mattia di Mauro, investigador da divisão de Torino do National Institute for Nuclear Physics (INFN), confirmam que essa explicação é compatível com os excessos medidos, demonstrando ainda que não é refutada por potenciais discrepâncias entre dados teóricos e observacionais.

Os resultados obtidos são baseados numa análise inovadora e refinada, comparando dados adquiridos nos últimos 11 anos pelo principal instrumento a bordo do Fermi da NASA, o Fermi Large Area Telescope (LAT), com medições de outras anomalias astronómicas registadas pelo detetor orbital Pamela e pelo Alpha Magnetic Spectrometer (AMS-02), a bordo da Estação Espacial Internacional.

Para descrever as propriedades do excesso de raios gama com mais precisão e avaliar se é realmente compatível com a matéria escura, o novo estudo contou com o mais amplo conjunto de dados, colhidos no último ano pelo LAT, e utilizou uma técnica de análise que minimiza as incertezas do fundo astrofísico pela adoção de vários modelos.

“A metodologia de análise utilizada forneceu informações muito relevantes sobre a distribuição espacial do excesso de radiação gama, o que pode explicar o que gera o excesso de fotões de alta energia no centro galáctico. Por exemplo, causada pela interação entre raios cósmicos e átomos, seria de se esperar observar a sua maior distribuição espacial em energias mais baixas e a sua difusão mais baixa em energias mais altas devido à propagação de partículas cósmicas”, começou por explicar di Mauro, em comunicado.

“O meu estudo, por outro lado, sublinha que a distribuição do excesso não muda em função da energia. Este aspeto nunca havia sido observado antes e poderia ser explicado pela interpretação da presença de matéria escura. Isto porque pensamos que as partículas que compõem o halo de matéria escura deveriam ter energias semelhantes”, continuou.

“A análise mostra claramente que o excesso de raios gama está concentrado no centro galáctico, exatamente o que esperaríamos encontrar no coração da Via Láctea se a matéria escura for, de facto, um novo tipo de partícula“, concluiu.

Este estudo foi publicado este mês na revista científica Physical Review D.

Um segundo estudo, que será publicado na mesma revista examina a validade da hipótese da matéria escura, usando as previsões de um modelo maior que descreve as possíveis interações de partículas desse elusivo componente do universo.

Um modelo teórico demonstrou como a existência de partículas de matéria escura não é contestada por outras anomalias registadas no fundo astrofísico. Isso inclui o excesso de positrões medido por Pamela e AMS-02, se atribuído a um excedente de matéria escura, e a não deteção de fotões de alta energia de galáxias anãs próximas à nossa, cujos movimentos estelares implicam na presença de altas concentrações de matéria escura.

“Esta comparação possibilitou derivar propriedades precisas da matéria escura, propriedades compatíveis com o excesso do centro galáctico e os limites superiores encontrados com outros dados de partículas”, explicou.

https://zap.aeiou.pt/o-brilho-misterioso-no-centro-da-via-lactea-391012

 

Revelados novos dados e as fronteiras da Zelândia, o misterioso continente perdido !

Mapa batimétrico do continente perdido Zelândia

Uma nova expedição de mapeamento oceânico está a traçar as fronteiras da Zelândia, um “continente perdido” submerso que hospeda a Nova Zelândia e o território da Nova Caledónia no Pacífico sul.

Em 2017, a identificação da Zelândia como o sétimo continente valeu manchetes por todo o mundo.

Agora, este continente oculto está a ser parcialmente mapeado graças a uma expedição de mapeamento em águas profundas liderada pela Universidade de Queensland, em colaboração com o Schmidt Ocean Institute.

Derya Gürer, cientista-chefe e investigadora na Universidade de Queensland, passou 28 dias no mar no navio de investigação Falkor do Schmidt Ocean Institute, explorando a borda noroeste do continente localizado no Coral Sea Marine Park de Queensland.

“Estamos apenas a começar a descobrir os segredos da Zelândia, que permaneceu escondida à vista de todos até recentemente e é notoriamente difícil de estudar”, disse Gürer, em comunicado.

“A Zelândia é uma massa quase totalmente submersa de crosta continental que diminuiu depois de se separar de Gondwana há 83 a 79 milhões de anos. Tem 4,9 milhões de quilómetros quadrados e tem cerca de três vezes o tamanho de Queensland”, acrescentou a investigadora.

Segundo a cientista, a expedição colheu dados topográficos e magnéticos do fundo do mar para obter uma melhor compreensão de como a estreita ligação entre os mares Tasman e Coral na região de Cato Trough – o estreito corredor entre a Austrália e a Zelândia – se formou.

“O fundo do mar está cheio de pistas para a compreensão da complexa história geológica das placas continentais da Austrália e da Zelândia. Esses dados também vão melhorar a nossa compreensão da estrutura complexa da crosta entre as placas australiana e zelândia. Pensa-se que inclui vários pequenos fragmentos continentais, ou microcontinentes, que foram separados da Austrália e do supercontinente Gondwana no passado”, explicou.

O projeto de mapeamento ofereceu 37 mil quilómetros quadrados de dados para o projeto Seabed 2030. O projeto visa produzir um mapa batimétrico disponível ao público para medir a profundidade do fundo do oceano do mundo até 2030.

Além dos dados batimétricos do fundo do mar, que medem a profundidade do oceano e características topográficas, foram colhidos aproximadamente 2.500 quilómetros quadrados de dados magnéticos.

Tara Jonell, da Universidade de Queensland, disse que a equipa da Falkor também aproveitou a oportunidade para melhorar a metodologia de amostragem para monitorização de microplásticos e colheita de dados sobre aves marinhas.

“Através do sistema de fluxo de água do mar em andamento do navio, analisámos mais de 100 amostras de microplásticos, além de 40 amostras colhidas numa viagem anterior, e apenas uma amostra não continha nenhum microplástico visível”, disse.

Gürer, que está envolvida num projeto de ciência cidadã para combater a poluição marinha por plástico, disse que a água do mar colhida em profundidades de até 3.500 metros contém uma mensagem clara. “Parece haver uma concentração maior de fibras microplásticas nas profundezas do oceano”, disse.

De acordo com a cientista, uma das maiores recompensas da jornada foi ver o valor da colaboração científica e a importância de treinar a próxima geração de cientistas marinhos.

“Todos nós estivemos a operar no limite da nossa zona de conforto no último mês e tem sido muito gratificante ver nossos cientistas emergentes crescerem. É maravilhoso liderar tantos cientistas promissores da terra e do mar para aprender os segredos do oceano.”

https://zap.aeiou.pt/revelados-novos-dados-e-as-fronteiras-da-zelandia-o-misterioso-continente-perdido-391040

 

Encélado pode ter correntes oceânicas semelhantes às da Terra !

O oceano subterrâneo de Encélado, uma das maiores e mais promissoras luas de Saturno, pode ter correntes oceânicas semelhantes às da Terra, de acordo com uma nova investigação publicada recentemente. 


Na procura da vida para lá da Terra, Encélado é visto como um mundo bastante promissor, uma vez que possuiu um oceano de água líquida – é um dos poucos lugares do Sistema Solar onde há água neste estado, a par de Europa, uma das luas de Júpiter.

O oceano de Encélado é, no entanto, bastante diferente do da Terra. O nosso é relativamente raso (3,6 quilómetros de profundidade), cobre três quatro da superfície do planeta, é quente na superfície e tem correntes que são afetadas pelo vento.

Em sentido oposto, Encélado parece ter um oceano bem mais profundo (30 metros de profundidade) e, ao contrário da Terra, as suas águas são mais frias no topo, perto da camada de gelo, e mais quentes na parte inferior.

Apesar das suas diferenças claras, Ana Lobo, estudante de mestrado do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, sugere, numa nova investigação, que os oceanos de Encélado têm correntes semelhantes às da Terra.

O seu trabalho, cujos resultados foram publicados na Nature Geoscience, baseia-se nas medições da já “aposentada” sonda Cassini, bem como no estudo de Andrew Thompson, professor de ciência ambiental e engenharia, que estuda a forma através da qual o gelo e a água interagem para impulsionar a mistura dos oceanos que rodeiam a Antártida.

Os oceanos de Encélado e da Terra partilham uma característica importante: são salgados. E é exatamente a partir deste ponto que Ana Lobo parte: as variações na salinidade podem servir como impulsionadores da circulação dos oceanos de Encélado, tal como acontece no Oceano Antártico, escreve a Europa Press.

Medidas gravitacionais e cálculos de calor da Cassini tinham já revelado que a camada de gelo de Encélado é mais fina nos polos do que no equador. As regiões de gelo fino nos polos estão provavelmente associadas ao derretimentos e as regiões de gelo espesso no equador ao congelamento das águas, sustenta Thompson.

Esta dinâmica afeta as correntes oceânicas, uma vez que, quando a água salgada congela, liberta os sais e torna a água à sua volta mais pesada, fazendo com que afunde. Nas regiões de fusão, ocorre exatamente o contrário.

“Conhecer a distribuição do gelo permite-nos impor limitações aos padrões de circulação”, explica Ana Lobo, citada em comunicado. “Entender quais as regiões do subsolo do oceano que podem ser as mais hospitaleiras para a vida pode, um dia, ajudar a procurar sinais de vida”, remata, por sua vez, Thompson.

https://zap.aeiou.pt/encelado-pode-ter-correntes-oceanicas-390814

 

Um cérebro stressado também pode desencadear a síndrome do coração partido !

Um novo estudo associou o aumento da atividade cerebral causada por eventos stressantes ao risco de desenvolver Miocardiopatia de Takotsubo (TTS, na sigla em inglês) – condição cardíaca vulgarmente conhecida como “síndrome do coração partido”.  


Descrita pela primeira vez em 1990, a síndrome do coração partido é uma condição caracterizada por um enfraquecimento repentino e temporário dos músculos do coração, fazendo com que o órgão mude de forma. Apesar de ser relativamente rara, pode ser fatal.

A bibliografia até agora publicada sugere que a TTS tende a ser desencadeada por episódios de grande angústia emocional, como tristeza, raiva ou medo, ou por reações a eventos de felicidade. Agora, a nova investigação sugere uma nova causa.

De acordo com a investigação, cujos resultados foram recentemente publicados na revista European Heart Journal, o aumento da atividade cerebral causado por episódios extremamente stressantes está relacionado com o risco de desenvolver esta condição.

O estudo evidencia ainda que quanto maior foi a atividade das células nervosas na região da amígdala do cérebro (região que controla as emoções, a motivação, a aprendizagem e a memória), mais cedo se pode desenvolver a TTS.

A equipa diz que as intervenções levadas a cabo para diminuir a atividade cerebral relacionada com o stress podem ajudar a reduzir o risco de desenvolver esta síndrome, quer através de medicamentos quer com técnicas para minimizar o stress.

“O estudo sugere que o aumento da atividade neuro-biológica associada ao stresse na amígdala, que está presente anos antes de ocorrer a TTS, pode desempenhar um papel importante no seu desenvolvimento e pode predizer quando é que a síndrome ocorrerá. Pode preparar o indivíduo para uma resposta aguda ao stress que culmina no TTS “, explicou o líder do estudo, Ahmed Tawakol, citado pela agência Europa Press.

E acrescentou: “Também identificamos uma relação significativa entre atividade cerebral associada ao stress e a atividade da medula óssea nestes indivíduos”.

De acordo com a equipa, os resultados oferecem informações sobre um possível mecanismo que pode contribuir para a “conexão cérebro-coração”.

https://zap.aeiou.pt/cerebro-stressado-pode-desencadear-sindrome-coracao-partido-390789

 

Estranho objeto espacial está emitindo ondas de rádio ultra-baixas !

Estranho objeto espacial está emitindo ondas de rádio ultra-baixas
Torrance Hodgson, ICRAR/Curtin University

Os pesquisadores detectaram frequências de rádio ultrabaixas sendo emitidas por um objeto em forma de água-viva em um aglomerado de galáxias distante.

O misterioso objeto está localizado a 340 milhões de anos-luz da Terra, no aglomerado de galáxias Abell 2877, de acordo com a ScienceNews. Os pesquisadores por trás de um artigo publicado no The Astrophysical Journal dizem que usaram o radiotelescópio Murchison Widefield Array (MWA) no oeste da Austrália para descobrir as frequências de rádio ultrabaixas – e sua forma distinta.

Torrance Hodgson, autor principal e candidato a doutorado do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia em Perth, disse em um comunicado de imprensa:

“Olhamos os dados e, conforme diminuímos a frequência, vimos uma estrutura semelhante a uma água-viva fantasmagórica começar a emergir.”

Os pesquisadores apelidaram o objeto de “USS Jellyfish” – mas não se precipite em presumir que é um aceno de Star Trek. “USS” na verdade indica sua frequência de rádio de “espectro ultra-íngreme”.

Arqueologia Cósmica

Como você pode imaginar, estudar frequências de rádio de 340 milhões de anos-luz apresenta seu próprio conjunto especial de desafios.

Hodgson disse no comunicado à imprensa:

“Tivemos que realizar alguma arqueologia cósmica para entender a antiga história de fundo da água-viva.”

No entanto, eles foram capazes de desenvolver uma teoria funcional de onde veio: buracos negros supermassivos que criaram “jatos poderosos de plasma” cerca de dois bilhões de anos atrás.

Hogson disse:

“Este plasma desbotou, ficou quieto e ficou dormente. Então, recentemente, duas coisas aconteceram – o plasma começou a se misturar ao mesmo tempo que ondas de choque muito suaves passavam pelo sistema. Isso reacendeu brevemente o plasma, iluminando a água-viva e seus tentáculos para nós vermos.”

A ferramenta certa para o trabalho

Felizmente, não teremos que esperar muito até que os pesquisadores descubram mais sobre a água-viva cósmica já que começou o início da construção do novo radiotelescópio Square Kilometer Array (SKA). Os pesquisadores preveem que esse radiotelescópio nos dará uma visão muito melhor do objeto.

A professora Melanie Johnston-Hollitt, coautora do trabalho e Supervisora de Hodgson, disse em um comunicado à imprensa:

“O SKA será milhares de vezes mais sensível e terá uma resolução muito melhor do que o MWA, então pode haver muitas outras águas-vivas misteriosas esperando para serem descobertas assim que entrar em operação.”

O radiotelescópio também dará aos pesquisadores uma visão de algumas das primeiras galáxias que surgiram no universo. No entanto, seria legal se eles descobrissem um tubarão ou baleia cósmica para se juntar à USS Jellyfish em nosso aquário espacial.

https://www.ovnihoje.com/2021/03/30/estranho-objeto-espacial-esta-emitindo-ondas-de-radio-ultrabaixas/

 

segunda-feira, 29 de março de 2021

Cientista sugere semear cuidadosamente vida em planetas alienígenas “mortos” !

A busca por vida no Universo tende a concentrar-se em ambientes habitáveis. Contudo, para responder a perguntas sobre como a vida se espalhou, os cientistas podem estudar mundos mortos e semear vida cuidadosamente neles.


Esta sugestão partiu do astrobiólogo Charles Cockell, da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido. “O estudo biológico da falta de vida parece contraintuitivo, porque a biologia é o estudo da vida”, disse o cientista, citado pelo LiveScience.

Cockell afirma que focar-se inteiramente em mundos vivos deixa de fora uma percentagem enorme e potencialmente informativa do Cosmos. Os espaços assustadoramente grandes entre os planetas, bem como lugares como o Sol escaldante e a Lua gelada, são todos presumivelmente desprovidos de vida.

Aliás, notou Cockell, mesmo a Terra, que consideramos estar repleta de vida, é amplamente inabitável, com uma fina biosfera situada na superfície, mas um interior em grande parte “morto”.

O estudo de mundos sem vida poderia ajudar os cientistas a aprender que percentagem do universo é inabitável, que proporção é potencialmente habitável, mas apenas carente de vida, e se há alguns mundos que estão parcialmente vazios e parcialmente cheios de vida.

Depois de os organismos terem surgido no nosso planeta, acredita-se que se proliferaram para preencher todos os ambientes habitáveis ​​que conseguiram encontrar. No entanto, os detalhes desse processo ainda são vagamente compreendidos.

Cockell acredita que mundos mortos podem ajudar a fornecer uma visão científica sobre questões fundamentais, como os limites de onde a vida pode existir e a forma como os seres vivos colonizam áreas desabitadas.

Os mundos mortos também podem ser um “papel em branco”, onde os cientistas podem começar a experiência da vida do zero.

Se se libertasse pequenas quantidades de micróbios em ambientes sem vida, os investigadores poderiam aprender com que a rapidez os organismos se espalham, a sequência em que diferentes espécies assumem o controlo e como os seres vivos alteram a química local e, eventualmente, começam a coevoluir com um planeta.

Determinar o lugar certo para conduzir este estudo pode ser complicado. Não é claro que lugares do Sistema Solar estão totalmente mortos. Muitos astrobiólogos acreditam, por exemplo, que os oceanos cobertos de gelo das luas de Júpiter e Saturno são boas apostas.

Contudo, Cockell aponta que alguns ambientes podem ser habitáveis, mas desabitados.

Assim, se as profundezas da Europa de Júpiter ou do Encélado de Saturno não tivessem sem vida, os cientistas poderiam lá libertar bactérias e monitorizá-las durante um intervalo de tempo, como 10 mil anos.

Por outro lado, Cockell reconheceu que estas ideias podem levantar preocupações éticas, incluindo se temos o direito de alterar planetas para os nossos próprios fins. Os lugares do Sistema Solar são legalmente protegidos contra contaminação pelo Tratado do Espaço Exterior de 1967 – escrito pelos Estados Unidos e pela Rússia e assinado por todas as nações que viajam pelo Espaço.

O cientista considera que seria importante garantir que um mundo está realmente sem vida antes de entrar e potencialmente mudá-lo para sempre.

Uma outra razão para estudar ambientes sem vida pode ser, eventualmente, tropeçar acidentalmente na vida. Poucos pensavam que as fontes hidrotermais vulcânicas no fundo do oceano poderiam ser habitáveis ​​até que a exploração submarina mostrou que estavam repletas de organismos. Esses lugares ajudaram a redefinir a nossa compreensão de onde os seres vivos podem sobreviver e mostrar vida que não conhecemos.

https://zap.aeiou.pt/cientista-sugere-semear-cuidadosamente-vida-390474

 

Os cientistas querem redefinir o segundo com mais precisão !

Cientistas querem redefinir o segundo para torná-lo mais preciso. Embora pareça algo sem grande importância, pode ter várias aplicações práticas.


Todos precisamos de saber as horas. Desde que o inventor holandês do século XVII, Christiaan Huygens, fez o primeiro relógio de pêndulo, as pessoas têm pensado em boas razões para medir o tempo com mais precisão.

Saber o tempo certo é importante em muitos casos, desde a operar uma ferrovia até fazer negociações de milissegundos no mercado de ações. Agora, para a maioria de nós, os nossos relógios estão a comparar-se a um sinal de relógios atómicos, como aqueles a bordo dos satélites de GPS.

Mas um estudo publicado esta semana na revista Nature pode significar que esses sinais ficarão muito mais precisos, ao abrir caminho para nos permitir redefinir o segundo com mais precisão. Os relógios atómicos poderiam tornar-se tão precisos que poderíamos começar a medir ondas gravitacionais até então impercetíveis.

O relógio atómico foi construído pela primeira vez por Louis Essen e foi usado para redefinir o segundo em 1967, uma definição que permaneceu a mesma desde então.

Ele funciona contando a frequência de variação de uma propriedade quântica chamada spin nos eletrões dos átomos de césio. Um segundo é oficialmente definido “a duração de 9.192.631.770 períodos da radiação correspondente à transição entre os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio-133″.

Se podemos medir o tempo e a frequência com precisão, então há todos os outros tipos de coisas que também podemos medir com precisão. Por exemplo, medir a frequência de rotação de certos átomos e moléculas pode dizer-nos a força do seu campo magnético. Portanto, se podemos encontrar a frequência com precisão, também encontramos a intensidade do campo com precisão. Os sensores de campo magnético mais pequenos funcionam desta maneira.

Mas podemos fazer relógios melhores que nos permitam medir a frequência ou o tempo com ainda mais precisão? A resposta pode passar por aumentar a frequência.

Os cientistas estão a pensar se a definição internacional do segundo poderia ser redefinida para torná-lo mais preciso. Mas para conseguir isto, os diferentes relógios óticos que usaríamos para contar o tempo com precisão precisam de ser confiáveis para ler ao mesmo tempo, mesmo estando em laboratórios diferentes a milhares de quilómetros de distância. Até agora, esses testes de longa distância não têm corrido muito bem.

Relógios melhores

Agora, usando uma nova maneira de ligar os relógios com lasers ultrarrápidos, os investigadores mostraram que diferentes tipos de relógios atómicos óticos podem ser colocados a alguns quilómetros de distância e ainda estarem bastante sincronizados. Eles conseguiram resultados cerca de cem vezes mais precisos do que os obtidos antes com relógios diferentes ou grandes distâncias.

Os autores do novo estudo compararam vários relógios baseados em diferentes tipos de átomos – itérbio, alumínio e estrôncio no seu caso. O relógio de estrôncio estava situado na Universidade do Colorado e os outros dois no US National Institute of Standards and Technology, ao fundo da rua.

O estudo conectou os relógios com um feixe de laser através do ar ao longo de 1,5 km de um prédio a outro, e essa ligação mostrou-se tão boa quanto uma fibra ótica sob a estrada, apesar da turbulência do ar.

Mas por que precisamos de relógios tão precisos? Embora os átomos do relógio devam ser exatamente os mesmos onde quer que o relógio esteja e quem quer que olhe para ele, pequenas diferenças úteis podem surgir quando as medições do tempo são tão precisas.

De acordo com a Teoria da Relatividade de Einstein, a gravidade distorce o espaço-tempo e podemos medir essa distorção. Relógios óticos já foram usados para detetar a diferença no campo gravitacional da Terra movendo-se apenas um centímetro de altura.

Com relógios mais precisos, talvez fosse possível sentir o aumento do stress da crosta terrestre e prever erupções vulcânicas. Ondas gravitacionais produzidas por fusões de buracos negros distantes foram vistas – talvez agora sejamos capazes de detetar ondas muito mais fracas de eventos menos cataclísmicos usando um par de satélites com relógios óticos.

https://zap.aeiou.pt/os-cientistas-querem-redefinir-segundo-389843

 

“Genes zombie” ganham vida no cérebro após a morte !

Horas depois de morrermos, certas células cerebrais permanecem ativas. Algumas até aumentam a sua atividade e crescem em proporções gigantescas.


Uma equipa de cientistas da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, analisou a expressão génica num tecido cerebral fresco, retirado durante uma cirurgia cerebral, e descobriu que a expressão de alguns genes em determinadas células aumentou após a morte.

Estes “genes zombie” – que aumentaram a expressão após o intervalo post-mortem – eram específicos de um tipo de célula: células inflamatórias chamadas células gliais.

De acordo com o EurekAlert, estas células formam parte do tecido nervoso, proporcionando suporte e nutrição aos neurónios. Como são inflamatórias, este aumento após a morte não é muito surpreendente

Jeffrey Loeb, um dos autores do artigo científico, destacou que o mais significativo desta investigação são as implicações da descoberta, uma vez que pode ser útil na pesquisa de novos tratamentos e potenciais curas para doenças como o autismo, esquizofrenia e Alzheimer.

“A maioria dos estudos pressupõe que tudo no cérebro pára quando o coração pára de bater, mas não é assim”, disse Loeb, em comunicado. “As nossas descobertas serão necessárias para interpretar a pesquisa em tecidos cerebrais humanos.”

De acordo com o estudo, publicado no dia 23 na revista científica Scientific Reports, cerca de 80% dos genes analisados mantêm-se relativamente estáveis durante 24 horas, enquanto que os genes ligados a neurónios (e intrinsecamente envolvidos na atividade do cérebro humano) se degradam nas primeiras horas após a morte.

Os “genes zombie”, que aumentaram a sua atividade, alcançaram os níveis máximos cerca de 12 horas após o óbito.

https://zap.aeiou.pt/genes-zombie-vida-cerebro-morte-389830

Cientistas reprogramaram células da pele para tratar cobaias que sofreram um AVC e funcionou !

A reprogramação celular – em que um determinado tipo de célula é “reprogramado” para cumprir o papel de outro – é uma área de pesquisa médica que tem vindo a crescer nos últimos anos.

Recentemente, uma equipa de cientistas da Ohio State University (OSU), nos Estados Unidos, utilizou esta tecnologia para reparar tecidos danificados em cobaias que sofreram um acidente vascular cerebral (AVC). No futuro, os especialistas esperam aplicar esta técnica em seres humanos, de forma a ajudá-los a restaurar a fala e a função motora.

O AVC resulta da lesão das células cerebrais, que morrem ou deixam de funcionar pela ausência de oxigénio e de nutrientes na sequência de um bloqueio do fluxo de sangue (AVC isquémico).

Apesar de existirem tratamentos para separar os coágulos que se formam e bloqueiam as artérias, estes precisam de ser administrados em algumas horas para serem eficazes e evitar danos duradouros no tecido cerebral – como danificação da fala ou da função motora, explica o New Atlas.

Usando células da pele como ponto de partida, os cientistas da OSU testaram uma técnica, chamada nanotransfecção de tecido, segundo a qual o material genético é introduzido nas células e “retreina-as” para se tornarem células vasculares.

“Podemos reescrever o código genético das células da pele para que se tornem células dos vasos sanguíneos”, disse Daniel Gallego-Perez, líder da equipa, em comunicado.

“Quando são implantadas no cérebro, as células são capazes de desenvolver um tecido vascular novo e saudável para restaurar o fornecimento de sangue e ajudar na reparação do tecido cerebral danificado.”

A equipa injetou células “retreinadas” no cérebro de cobaias que sofreram um AVC e descobriu que promoveram o fornecimento de sangue saudável, além de terem ajudado a reparar o tecido danificado. Os ratos de laboratório que receberam o tratamento recuperaram 90% da função motora.

A ressonância magnética revelou que as áreas do cérebro danificadas foram reparadas no espaço de algumas semanas. O artigo científico foi publicado no dia 19 de março na Science Advances.

Apesar de a técnica estar longe de ser aplicada em humanos, os investigadores vão aproveitar os resultados promissores para realizar mais investigações. Além de poder ser útil no tratamento dos efeitos persistentes do derrame isquémico, a técnica poderá ser usada para tratar outras doenças cerebrais, como Alzheimer e doenças auto-imunes.

https://zap.aeiou.pt/reprogramaram-celulas-pele-avc-389791

 

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