terça-feira, 31 de agosto de 2021

Inteligência Artificial descobre novas crateras em Marte em apenas cinco segundos !

Uma equipa de investigadores da NASA treinou um algoritmo para identificar novas crateras na superfície de Marte. É oito vezes mais rápido do que os cientistas.


A dado ponto da sua vida já abriu um jornal ou uma revista e viu um daqueles jogos de encontrar diferenças entre duas imagens. Ora, a NASA decidiu fazer o mesmo e competiu com Inteligência Artificial para analisar uma imagem e identificar crateras recém-formadas em Marte.

Os cientistas precisavam de cerca de 40 minutos para analisar uma fotografia do solo marciano e procurar uma mancha escura que não estivesse nas fotos anteriores do mesmo local. Se os cientistas encontrarem indícios de uma cratera, depois é preciso confirmar a descoberta usando uma fotografia com maior resolução, captada pela High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE).

Comparando as duas fotografias, e procurando por crateras que anteriormente não estavam lá, os cientistas conseguem estimar a sua idade. Esta informação pode melhorar a sua compreensão da história de Marte e ajudar no planeamento de novas missões ao Planeta Vermelho, salienta o portal Big Think.

Em 15 anos, a sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, já tirou 112.000 fotografias de baixa resolução da superfície marciana, com cada uma a cobrir centenas de quilómetros. Não é preciso um curso matemático para perceber que este processo de identificar novas crateras é altamente demorado e exaustivo.

Delegar para a Inteligência Artificial (IA) tarefas entediantes tornou-se um costume com a evolução da tecnologia. Foi precisamente isso que os cientistas fizeram ao treinarem um algoritmo para fazer este trabalho por eles.

Ao contrário dos humanos, a Inteligência Artificial precisa apenas de cinco segundos para analisar uma fotografia. É oito vezes menos tempo do que um cientista da NASA.

Para acelerar o processo de aprendizagem do algoritmo, os investigadores executaram a IA num cluster de supercomputadores no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA.

“Não seria possível processar mais de 112.000 imagens num período de tempo razoável sem distribuir o trabalho por muitos computadores”, disse o cientista de computação do JPL Gary Doran. “A estratégia é dividir o problema em partes menores que podem ser resolvidas em paralelo”.

Em outubro, a NASA confirmou que a IA tinha descoberto as suas primeiras crateras em Marte e, até ao momento, ajudou os cientistas a localizar dezenas de novos impactos.

“Os dados estiveram lá este tempo todo”, disse o cientista do JPL Kiri Wagstaff à Wired. “Nós é que ainda não os tínhamos visto”.

https://zap.aeiou.pt/ia-novas-crateras-marte-cinco-segundos-428075

 

Cientistas descobrem a “ilha mais a norte do Mundo” !

Uma equipa de cientistas encontrou uma nova ilha na costa da Gronelândia, que acreditam ser o ponto mais a norte do Mundo. Porém, em breve, esta poderá desaparecer.

Segundo Morten Rasch, diretor da estação de investigação do Ártico, na Gronelândia, a descoberta foi acidental: “Não era a nossa intenção descobrir uma nova ilha”.

Primeiramente, os investigadores acreditaram que tinham chegado a Oodaaq – uma ilha descoberta por uma equipa dinamarquesa em 1978.

No entanto, ao verificar a localização exata, perceberam que estavam numa ilha 780 metros a noroeste. “Fomos informados de que houve um erro no meu GPS“, frisou Rasch, citado pelo Phys.

“Na realidade, descobrimos uma nova ilha mais a norte – uma descoberta que expande ligeiramente o reino” da Dinamarca, acrescentou o investigador.

Como noticia o jornal britânico The Guardian, a pequena ilha mede cerca de 30 metros de diâmetro, possui um pico de cerca de três metros e consiste em lama do fundo do mar.

Agora, a equipa quer chamá-la de “Qeqertaq Avannarleq”, que significa “a ilha mais a norte”.

De acordo com os investigadores, apesar da nova ilha ter sido exposta pelo deslocamento da camada de gelo, a sua aparência não é uma consequência direta do aquecimento global, que tem reduzido o manto de gelo da Gronelândia.

Ainda assim, a ilha recém-descoberta está apenas 30 a 60 metros acima do nível do mar, sendo que Rasch considera que esta poderá ser uma “ilhota com uma vida curta”.

Ninguém sabe quanto tempo vai durar. Em princípio, pode desaparecer assim que uma nova e poderosa tempestade chegar”, explicou o cientista.

Neste sentido, qualquer esperança de estender as reivindicações territoriais no Ártico depende se se trata realmente de uma ilha ou de algo que pode desaparecer novamente.

Uma ilha precisa de permanecer acima do nível do mar na maré alta, por isso para já a recém-descoberta “atende aos critérios de uma ilha. Esta é atualmente a terra mais setentrional do mundo”.

O território autónomo dinamarquês da Gronelândia fez manchetes nos últimos anos, principalmente em 2019, quando o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, disse que queria comprar o território ártico.

https://zap.aeiou.pt/ilha-mais-a-norte-do-mundo-428073

 

Adeus, comprimido azul - Há uma dieta que ajuda a combater a disfunção eréctil !

Associada à hipertensão, a disfunção eréctil pode ser combatida com a adopção da dieta mediterrânica, segundo aponta um novo estudo. Esta dieta aumenta também a capacidade física e a circulação sanguínea.


Os homens têm uma probabilidade de quase 50% de terem alguma forma de disfunção eréctil, especialmente com o avançar da idade, mas mudanças na alimentação podem ser a solução para este problema.

Já há séculos que a Humanidade tenta resolver esta condição: entre egípcios que usavam corações de crocodilos bebés, até aos gregos que recorriam a besouros esmagados, estudos que apontam o veneno de aranha como uma ajuda ou o mágico comprido azul. No entanto, parece que a solução estava na dieta mediterrânica este tempo todo.

Um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia avaliou os efeitos desta dieta que privilegia as frutas, os vegetais, a fibra e o azeite e um consumo mais reduzido de carnes vermelhas em 250 homens com uma idade média de 56 anos, com hipertensão e disfunção eréctil.

A forma física foi avaliada com um teste numa passadeira e foram feitas análises sanguíneas para se saber os níveis de testosterona. O nível de disfunção eréctil de cada participante também foi julgado com cinco questões. Os valores oscilam de 0 a 25 – quanto mais perto de 25, melhor a performance eréctil.

A adesão dos participantes à dieta foi analisada através de um questionário, com resultados entre 0 e 55, sendo que quanto mais alto o valor, maior tinha sido o respeito do participante às regras alimentares. Os investigadores concluíram que os homens com um resultado acima de 29 tiveram melhores resultados.

“No nosso estudo, consumir uma dieta mediterrânica foi associado a uma melhor capacidade de exercício, artérias mais saudáveis e melhor circulação sanguínea, níveis mais altos de testosterona e uma melhor performance eréctil“, explicou Athanasios Angelis, autor do estudo, num comunicado.

O investigador remata: “As conclusões sugerem que a dieta mediterrânica pode assumir um papel na manutenção de parâmetros de saúde vascular e qualidade de vida em homens de meia-idade com hipertensão e disfunção eréctil”.

https://zap.aeiou.pt/dieta-disfuncao-erectil-427642

 

Ossos das vítimas do Vesúvio revelam dieta dos romanos antes da erupção !

Uma equipa de cientistas da Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em colaboração com os sítios arqueológicos de Herculano e Pompeia, e do Museu da Civilização Romana, em Itália, revelou como era a dieta dos romanos antes da erupção do Vesúvio, em 79 d.C..


O calor abominável dos fluxos expelidos do Monte Vesúvio matou os habitantes da cidade de Herculano em 79 d.C.. Apesar de nada restar dos seus sistemas digestivos, os cientistas conseguiram descobrir as dietas desses romanos antigos.

A equipa da universidade norte-americana analisou os isótopos de carbono e de nitrogénio presentes no colagénio ósseo e descobriu, entre outros detalhes, que os homens comiam cerca de 50% mais frutos do mar do que as mulheres, que obtinham a maior parte das suas proteínas de fontes terrestres: animais, frutas e vegetais.

A arqueóloga Silvia Soncin disse, citada pelo Gizmodo, que já se sabia que os homens em Herculano tinham mais acesso a peixes do que as mulheres, uma vez que pescavam e ocupavam a posição mais privilegiada da sociedade.

“Não sabemos se estes resultados são específicos para Herculano e para a Baía de Nápoles ou se podem ser aplicados à dieta romana em geral”, afirmou. “No entanto, sugerem que a dieta romana pode ser diferente do que se pensava.”

Até agora, os cientistas estavam convencidos de que a dieta romana se baseava em cereais e produtos vegetais e muito pouco em produtos animais e peixes. Contudo, este estudo mostra uma “contribuição significativa de proteínas e calorias de animais terrestres e peixes marinhos, este último muito superior ao consumido pelas populações do Mediterrâneo no século XX”.

O artigo científico foi publicado a 25 de agosto na Science Advances.

Os esqueletos de 300 habitantes da cidade costeira de Herculano foram descobertos na década de 1980, depois de terem sido mortos por uma maré de material vulcânico fervente enquanto esperavam para serem salvos. Os historiadores sugerem que os indivíduos estavam perto de serem resgatados por uma missão encomendada por Plínio, o comandante da frota naval local.

Em maio, Francesco Sirano, diretor do sítio arqueológico de Herculano, disse que pode ter uma prova definitiva disso. O barco carbonizado encontrado na cidade pode provar que a missão de resgate de Plínio estava perto de salvar a população da maré de material vulcânico fervente.

https://zap.aeiou.pt/ossos-vitimas-vesuvio-dieta-427338

 

Há espécies de vespas que constroem ninhos fluorescentes !

 

Há algumas espécies de vespas que constroem ninhos verdes fluorescentes, revela um estudo publicado recentemente.

Uma equipa de cientistas diz ter-se deparado com o primeiro caso conhecido de animais a construir “casas” fluorescentes.

No novo artigo, publicado a 25 de agosto no Journal of The Royal Society Interface, os investigadores detalham a descoberta de ninhos, construídos por certas espécies de vespas, que têm um brilho verde sob exposição à luz ultravioleta.

A equipa, que viajou até ao norte do Vietname com luzes UV na esperança de tropeçar em quaisquer insetos fluorescentes quando escurecesse, descobriu aqueles ninhos fluorescentes por acidente, revela o autor principal do estudo, Bernd Schöllhorn, professor de química na Universidade de Paris, em França.

Em declarações ao Live Science, o cientista explicou que os ninhos de vespas foram encontrados com tampas de casulo – estruturas tecidas em seda que tapam o ninho e mantêm as larvas em segurança – que emitiam um brilho de cor esverdeada quando expostas à luz UV entre 360 e 400 nanómetros de comprimento de onda. A equipa recolheu, então, algumas amostras para estudar no laboratório.

“Ficámos muito surpreendidos por encontrar biomatéria tão fortemente fluorescente“, disse Schöllhorn, acrescentando que o “fenómeno não foi observado no passado, nem por investigadores científicos nem por quaisquer fotógrafos”.

De acordo com o Gizmodo, todos os ninhos brilhantes pertenciam a espécies do género Polistes, vulgarmente conhecidas como vespas de papel.

Além dos encontrados no norte do Vietname, os cientistas também analisaram ninhos de duas outras espécies do mesmo género de vespas, que viviam na floresta tropical amazónica e em França.

Depois de os colocarem sob luz UV, descobriram que estes ninhos também brilhavam, embora todos tivessem intensidade e cor ligeiramente diferentes uns dos outros.

Os cientistas descobriram uma lista crescente de criaturas de diferentes ramos da vida que têm esta capacidade inesperada – incluindo os mamíferos.

Ainda não sabem, no entanto, as razões pelas quais os ninhos são fluorescentes. Algumas teorias formuladas pela equipa de investigadores são que o ninho fluorescente pode ajudar as vespas a voltar a casa, ou permitir-lhes distinguir um ninho de outro.

Além disso, pode também ajudar o desenvolvimento de larvas, uma vez que o brilho poderia atuar como fonte de luz de substituição durante a estação chuvosa.

Por outro lado, pode ser uma característica incidental ou vestigial que nunca teve qualquer propósito, ou que desde então perdeu o seu propósito, mas continua presente porque não prejudica as vespas.

Os investigadores planeiam continuar a estudar estas vespas e as suas “casas” brilhantes, a fim de descobrir os produtos químicos que as tornam fluorescentes. A partir daí, esperam perceber se esses ingredientes podem ter alguma aplicação para uso humano, como um novo marcador fluorescente para investigação ou imagens médicas.

https://zap.aeiou.pt/vespas-constroem-ninhos-fluorescentes-427339

 

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Iceberg rodopia e por pouco não colide com plataforma de gelo na Antártida !

Um enorme iceberg que no ano passado se separou da Antártida por pouco não colidiu com a plataforma de gelo Brunt. Caso colidisse, poderia ter provocado a formação de um novo iceberg, ainda mais maciço, quatro vezes o tamanho da Baia de Guanabara.

Timelapse mostra o iceberg A-74 passando rente à plataforma de Brunt, entre 9 e 18 de agosto de 2021. Crédito: ESA.
Timelapse mostra o iceberg A-74 passando rente à plataforma de Brunt, entre 9 e 18 de agosto de 2021. Crédito: ESA.

Batizado como Iceberg A-74, a rocha de gelo tem 1270 quilômetros quadrados, aproximadamente o tamanho do lago de Itaipu e se separou da plataforma de gelo Brunt em fevereiro de 2020. Nos últimos seis meses a rocha de gelo foi mantida nas proximidades da plataforma pelas correntes oceânicas, até que os ventos vieram.

No início de agosto, ventos muito fortes giraram o bloco A-74 ao redor da plataforma e esse movimento foi registrado pelos dois satélites que formam a missão Copernicus Sentinel-1, da Agência espacial Europeia, ESA.

Através de imagens de radar registradas entre 9 e 18 de agosto, os satélites registraram o A-74 "roçando ligeiramente" contra uma fina faixa de gelo que se projeta para fora da plataforma, movendo-se rumo ao sul.

De acordo com Mark Drinkwater, chefe da Divisão de Ciência da Missão da ESA, o pedaço em forma de nariz ainda está conectado à plataforma Brunt, que é ainda maior do que o A-74, mas por pouco não se rompeu. "Se o iceberg tivesse colidido mais violentamente com este pedaço, ele poderia ter acelerado a fratura da ponte de gelo restante, fazendo com que ela se rompesse", explicou Drinkwater.

Caso A-74 tivesse atingido a plataforma com força suficiente, poderia ter provocado a formação de outro iceberg com área ainda maior, de cerca de 1700 quilômetros quadrados, equivalente a quatro vezes o tamanho da Baia de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Atualmente, existem duas grandes rachaduras na plataforma Brunt, conhecidas como Chasm 1 (estendendo-se para o norte) e Halloween Crack (estendendo-se para o leste), separadas por uma pequena distância. Caso essas rachaduras se toquem, em evento provocado por um impacto, fatalmente um dos icebergs se quebraria. É natural que as plataformas de gelo formem novos icebergs, por isso os glaciologistas vêm acompanhando a formação de pequenas fraturas ou fendas maiores há anos.

O A-74 quebrou ao longo da fenda North Rift, o terceiro grande abismo a se abrir na plataforma de gelo Brunt na última década.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Iceberg_rodopia_e_por_pouco_nao_colide_com_plataforma_de_gelo_na_Antartida&id=20210827-075822

 

Hycean, os “filhos” da Terra e de Neptuno, podem abrigar vida alienígena !


Se existirem, os extraterrestres provavelmente habitam planetas rochosos como o nosso, mas uma nova investigação propõe agora um tipo inteiramente novo de mundo habitável. E mal se assemelha à Terra.

Uma equipa de cientistas do Instituto de Astronomia de Cambridge, no Reino Unido, sugere que uma classe inteiramente nova de planeta, apelidada de Hycean, pode também ser habitável.

Este tipo de planetas não existem no Sistema Solar, mas são abundantes na nossa galáxia. São, segundo o Gizmodo, o que esperaríamos se a Terra e Neptuno tivessem um bebé: grandes e muito quentes, com atmosferas cheias de hidrogénio e cobertos por um enorme oceano.

O nome provém, precisamente, da junção de duas palavras: hydrogen (hidrogénio) e ocean (oceano).

O estudo teoriza que os Hycean são potencialmente habitáveis ​​e que pode existir vida microbiana, ou até mesmo formas de vida mais complexas, nos seus oceanos. Estes planetas podem ser até 2,6 vezes maiores do que a Terra e a sua temperatura atmosférica pode atingir os 200°C.

De acordo com o comunicado da universidade britânica, orbitam em torno de estrelas anãs vermelhas localizadas a uma distância entre 35 e 150 anos-luz da Terra.

“Os planetas Hycean abrem um caminho completamente novo na busca de vida noutros lugares”, disse o autor principal do estudo, Nikku Madhusudhan, do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge.

“Um mundo Hycean pode estar muito longe da estrela, com pouca irradiação, e ainda ser habitável”, explicou. “Da mesma forma, o planeta pode estar um pouco mais perto da estrela do que um planeta semelhante à Terra e ainda assim ser habitável. Isto deve-se à composição atmosférica rica em hidrogénio e ao facto de as temperaturas de superfície poderem ser significativamente mais altas do que em planetas semelhantes à Terra.”

A equipa identificou também uma amostra considerável de possíveis planetas Hycean: os candidatos serão estudados em detalhe com a ajuda do Telescópio Espacial James Webb, cujo lançamento está previsto para o final do ano.

https://zap.aeiou.pt/hycean-podem-abrigar-vida-alienigena-427329

 

Detetados milhares de novos sinais de rádio - Permitiram descobrir novas estrelas e galáxias !

Os astrónomos estavam a estudar a Grande Nuvem de Magalhães quando detetaram milhares de fontes de rádio até então desconhecidas.


Milhares de estrelas próximas, supernovas e galáxias distantes foram detetadas, pela primeira vez, em comprimentos de onda de rádio com a ajuda do Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP), um dos radiotelescópios mais sensíveis do mundo.

“A nova imagem nítida e sensível revela milhares de fontes de rádio que nunca vimos antes”, explicou a astrónoma Clara Pennock, da Universidade Keele, no Reino Unido, citada pelo Science Alert.

A Grande Nuvem de Magalhães é uma galáxia espiral anã que orbita a Via Láctea a uma distância de cerca de 160.000 anos-luz. Em cerca de 2,4 mil milhões de anos, será absorvida pela nossa galáxia, mas, por enquanto, a sua proximidade torna-a um excelente objeto para aprender mais sobre a estrutura das galáxias e o ciclo de vida das estrelas.

A equipa direcionou as antenas do ASKAP para esta galáxia de modo a obter observações não apenas de toda a estrutura, mas de objetos individuais: estrelas, supernovas e berçários estelares, como a exuberante Nebulosa Tarântula, a região de explosão estelar mais ativa no Grupo Local de galáxias.

“Com tantas estrelas e nebulosas juntas, o aumento da nitidez da imagem foi fundamental para a descoberta de estrelas emissoras de rádio e nebulosas compactas na Grande Nuvem de Magalhães”, disse o astrofísico Jacco van Loon. “Conseguimos ver todos os tipos de fontes de rádio, desde estrelas incipientes individuais a nebulosas planetárias que resultam da morte de estrelas como o Sol.”

“As descobertas deste trabalho demonstram o poder do telescópio ASKAP em fornecer imagens sensíveis de grandes áreas do céu”, afirmou o astrónomo Andrew Hopkins, da Universidade Macquarie, na Austrália.

O estudo faz parte do Evolutionary Map of the Universe (EMU) Early Science Project, que tem como objetivo observar todo o céu meridional e detetar cerca de 40 milhões de galáxias. Os dados serão usados ​​para dar aos cientistas uma imagem mais clara de como as galáxias e as suas estrelas evoluíram ao longo do tempo.

https://zap.aeiou.pt/sinais-radio-estrelas-e-galaxias-427369

 

Os homens causam mais acidentes, mas as mulheres morrem mais – E a culpa é do design dos carros !

O problema prende-se com os bonecos usados nos testes de segurança exigidos para a comercialização dos carros, que se baseiam apenas no corpo masculino, e com outras características, como a firmeza dos bancos.


Apesar de não serem as principais causadoras de acidentes, as mulheres são as que mais sofrem com a sinistralidade rodoviária nos Estados Unidos – e a razão prende-se com os testes feitos pelas empresas que produzem os veículos.

Segundo os dados mais recentes, nos EUA, 10 mil mulheres morreram em acidentes de carro e mais de um milhão ficaram feridas em 2019. Os homens causam mais acidentes, mas as mulheres morrem mais neles.

Estas diferenças estatísticas devem-se ao procedimento de segurança a que os carros se sujeitam para poderem ser vendidos, explica o Fast Company. A Associação Nacional do Transporte Seguro nas Estradas exige testes para quatro tipo de acidentes – choque frontal, capota, choque lateral e choques laterais em postes.

As fábricas têm em conta estas exigências, mas a associação apenas exige testes no lugar do condutor com um boneco baseado no corpo masculino. Já no lugar do pendura, o boneco usado para representar as mulheres é apenas um homem mais pequeno e não distingue as formas dos corpos dos dois sexos, nem tem em conta as diferenças na densidade óssea e nas estruturas musculares. Até o próprio tamanho do boneco é mais pequeno do que deveria ser.

Por exemplo, os pescoços das mulheres têm em média menos massa muscular e força do que os dos homens, o que as deixa 22,1% mais vulneráveis a sofrer ferimentos na cabeça. Os critérios actuais servem para evitar que as cabeças dos homens batam no painel de instrumentos e conseguiram reduzir esses casos em 70%.

Um estudo na Suécia também concluiu que os bancos modernos são demasiado firmes para proteger as mulheres contra ferimentos causados pelos movimentos de chicotada, já que as atiram para a frente mais rápido do que os homens. Isto explica-se pelo facto de os bancos não terem em conta os corpos mais leves das mulheres.

Os airbags e cintos de segurança que supostamente nos protegem a todos podem também causar ferimentos graves nas mulheres, pois não têm em conta as mamas das mulheres.

Um estudo de 2011 na Universidade de Virginia e citado pelo Washington Post concluiu que as condutoras com cinto tinham um risco de ferimentos graves 47% mais alto do que condutores com cinto em colisões parecidas e esse valor subia para 71% no caso de ferimentos ligeiros.

Segundo Caroline Criado Perez, autora do livro Mulheres Invisíveis, as mulheres têm uma probabilidade de morrer 17% superior à dos homens no mesmo acidente. “Há uma razão muito simples para isto: durante décadas, o único boneco usado para testes era baseado num homem do percentil 50 e continua a ser o principal boneco usado”, afirma.

Estas diferenças nos riscos também se devem ao facto de as mulheres puxarem os bancos mais para a frente quando estão a conduzir, já que costumam ser mais baixas e precisam de chegar aos pedais, e de se sentarem com a coluna mais alinhada para poderem ter uma boa visão. No entanto, a indústria não entende esta posição como sendo o standard. O ângulo das pernas e das ancas também aumenta o risco de ferimentos nas pernas.

Mas esta realidade pode mudar em breve. Grupos de activistas têm pressionado a associação americana a exigir que vá além do boneco baseado no corpo médio masculino desde que a agência lançou o sistema de avaliação em 1978 e que passe a incluir não só mulheres, como idosos, pessoas obesas e crianças maiores.

Há também uma provisão numa lei que está na Câmara dos Representantes que pede actualizações e maior representação nos bonecos usados nos testes.

https://zap.aeiou.pt/mulheres-morrem-mais-culpa-design-carros-427662

 

Os cérebros humanos respondem melhor aos anúncios publicitários com música de fundo !

Investigadores registaram uma maior atividade das ondas cerebrais nos voluntários que assistiram a anúncios publicitários com música de fundo. Mesmo assim, alertam que não é possível extravasar conclusões para comportamentos como o relacionamento com a marca ou a intenção da audiência em adquirir o produto publicitado.


Se é daqueles que consegue cantarolar a letra de um anúncio televisivo que esteve em exibição há anos, fique a saber que é um comportamento já verificado e comprovado pela ciência. Num estudo publicado em abril, investigadores da Texas A&M University testaram a ligação entre a presença de música nos anúncios de equipamento desportivo e as reações emocionais geradas nos indivíduos que os visionam.

Para tal, contaram com voluntários que foram divididos em dois grupos que posteriormente foram convidados a assistir também a dois anúncios televisivos produzidos em 2012 pela marca coreana Prospecs. Cada um dos anúncios tinha a duração de 15 segundos e publicitavam as mesmas sapatilhas de corrida com a skater YuNa Kim como protagonista.

No grupo de controlo, o anúncio foi exibido apenas com narração, enquanto o grupo experimental assistiu à publicidade com narração e música de fundo, a Afternoon March, da banda Peppertones.

De forma a analisar o comportamento dos participantes, os investigadores usaram electroencefalografia quantitativa (EEG) para medir as respetivas ondas cerebrais — uma novidade face aos questionários frequentemente usados pelos académicos das ciências sociais.

Segundo Hyun-Woo Lee, especialista em gestão desportiva e professor, através dos métodos tradicionais seria mais difícil captar a perceção ou as emoções dos indivíduos em tempo real, já que estes assentam na memória.

Através da monitorização das ondas cerebrais humanas, Lee estava confiante que os resultados evidenciassem que a música de fundo tem um efeito convincente na publicidade de equipamento desportivo — o que veio a acontecer. “Especificamente, descobrimos que a atividade EGG no lobo frontal (a parte frontal do cérebro), que está fortemente associada às emoções, aumentou como resultado da música de fundo.”

Segundo o Futurity, a região do lobo frontal foi mais ativada no grupo que assistiu ao anúncio com música de fundo, o que corrobora a ideia, já confirmada por cientistas, que a música induz um despertar emocional.

No entanto, os investigadores envolvidos na pesquisa acreditam que não é possível extravasar conclusões para comportamentos como o relacionamento com a marca ou a intenção da audiência em adquirir o produto publicitado — algo que não tem impacto nas ondas cerebrais e, consequentemente, não pode se medida por EGG — foram, ainda assim, avaliadas através de questionários.

Através destes, comprovou-se que as intenções de compra são maiores nos indivíduos que visualizaram o anúncio com música de fundo. No questionário com uma escala de sete opções, a intenção de compra dos indivíduos que assistiram ao anúncio com música de fundo situou-se nos 4.36 e dos que assistiram à publicidade apenas com narração nos 3.64.

Apesar de os investigadores mostrarem evidência que a música de fundo resulta nos anúncios, estes alertam para a possibilidade de nem todas as músicas serem eficazes. “Sugiro que é necessário considerar e testar vários elementos nas músicas, como géneros, tempos, e fazê-lo tendo em consideração a produto publicitado e a própria marca”, esclarece Lee.

Um dos seus colegas de pesquisa, Jun-Phil Uhm, estudante de cinesiologia, afirma que o uso de músicas que harmonizam com anúncios visuais e a mensagem que se quer transmitir pode ser uma poderosa estratégia de marketing. “O significado da música de fundo é particularmente verdade na publicidade de equipamentos desportivos, onde efeitos mais fortes podem ser criados através da mistura das imagens dinâmicas dos atletas e o ritmo da música” explica.

“Os anúncios podem combinar de forma vívida e afirmativa imagens da prática desportiva com música de fundo adequada para melhorar a perceção da mensagem pelos clientes”, continuou Uhm que, juntamente com Lee, espera que este seja um ponto de partida para pesquisas futuras que se debrucem sobre o efeito da música na publicidade.

https://zap.aeiou.pt/cerebros-respondem-melhor-anuncios-musica-fundo-427385

 

Um cachorro-quente pode tirar-nos 36 minutos de vida, mostra estudo !

Um novo estudo mostra que comer um “simples” cachorro-quente pode deixar-nos 36 minutos mais perto da morte.


Existem poucos prazeres tão simples na vida como comer. Entre pratos mais tradicionais como cozidos à portuguesa ou feijoadas, também há quem goste de apostar em iguarias de outros países, como pizzas, hambúrgueres ou cachorros-quentes.

Falemos dos famosos cachorros-quentes, que são um dos grandes sucessos do chamado “fast food” e que se vendem em qualquer banca de comida de rua. Não são a refeição mais saudável do mundo, mas não podemos negar que sabem bem de vez em quando.

Mas e se lhe disséssemos que apenas um nos pode tirar 36 minutos de vida? Não foi um número escolhido ao acaso. Segundo o site IFLScience, foi sim a conclusão de um estudo publicado, a 18 de agosto, na revista científica Nature Food.

Os investigadores submeteram 5853 alimentos aos seus “cálculos mórbidos”, classificando-os de acordo com o seu impacto na saúde humana e no ambiente. E embora os cachorros-quentes possam ter sido uma vítima desta análise, também há boas notícias.

Com apenas pequenas mudanças na nossa dieta, dizem os cientistas, podemos conseguir alcançar não só um grande efeito na nossa saúde mas também na nossa pegada de carbono.

“Substituir apenas 10% da ingestão calórica diária de carne bovina e carnes processadas por uma mistura diversa de cereais, fruta, vegetais, frutos secos e algum peixe e marisco poderia reduzir, em média, a pegada de carbono da dieta de um norte-americano em um terço e somar 48 minutos saudáveis de vida por dia. Esta é uma melhoria substancial para uma mudança tão limitada na alimentação”, escreveram os autores do estudo no site The Conversation.

A equipa de cientistas espera que as suas conclusões possam adicionar algumas nuances ao que muitas vezes é visto como um problema do “tudo ou nada” no que toca a ter uma alimentação saudável e, ao mesmo tempo, com consciência ambiental.

Embora as opções veganas tenham “geralmente um melhor desempenho” na análise, uma conversão alimentar completa não é necessariamente a única opção.

https://zap.aeiou.pt/cachorro-quente-pode-tirar-nos-36-minutos-vida-427148

Cientistas criaram minicérebros em laboratório que desenvolveram “olhos” !

Minicérebros cultivados em laboratório a partir de células estaminais desenvolveram espontaneamente estruturas oculares.


Segundo o Science Alert, dois corpos óticos foram observados a crescer nos minicérebros, refletindo o desenvolvimento das estruturas oculares em embriões humanos.

“O nosso trabalho destaca a notável capacidade dos organóides cerebrais de produzir estruturas sensoriais primitivas sensíveis à luz e que abrigam tipos de células semelhantes às encontradas no corpo humano”, disse o neurocientista Jay Gopalakrishnan, do University Hospital Düsseldorf, na Alemanha.

Os minicérebros são pequenas estruturas tridimensionais cultivadas a partir de células estaminais pluripotentes induzidas, isto é, células colhidas de humanos adultos que têm o potencial de crescer em muitos tipos diferentes de tecido. Neste caso, as células estaminais foram induzidas a crescer em bolhas de tecido cerebral.

No passado, a produção de copos óticos a partir de células estaminais concentrava-se na produção da retina pura. Até agora, os copos óticos e outras estruturas retinais 3D não haviam sido funcionalmente integrados nos minicérebros.

Neste trabalho, os minicérebros formaram copos óticos, que apareceram em 30 dias e amadureceram como estruturas visíveis em 50 dias. Este período de tempo é consistente com o do desenvolvimento da retina no embrião humano.

Os copos óticos apresentavam diferentes tipos de células da retina, que se organizavam em redes neurais que respondiam à luz e até continham lentes e tecido da córnea. As estruturas também exibiram conectividade retiniana com regiões do tecido cerebral.

Dos 314 organóides cerebrais, 73% desenvolveram copos óticos. O objetivo da equipa é desenvolver estratégias para manter estas estruturas viáveis em escalas de tempo mais longas para a realização de investigações mais aprofundadas.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-minicerebros-olhos-427131

 

Descoberto o asteróide com a órbita mais rápida do Sistema Solar !

 

Cientistas descobriram o 2021 PH27, o asteróide com a órbita mais rápida do Sistema Solar: 113 dias terrestres.

De acordo com o site Live Science, este asteróide, chamado 2021 PH27, completa uma volta ao Sol a cada 113 dias terrestres. Trata-se do período orbital mais curto de qualquer objeto conhecido do Sistema Solar, com exceção de Mercúrio (88 dias).

Porém, o asteróide faz um percurso muito mais elíptico do que o planeta e, portanto, fica consideravelmente mais perto da nossa estrela – cerca de 20 milhões de quilómetros quando está mais próximo, em comparação com os 47 milhões de quilómetros de Mercúrio.

Durante esta passagem tão próxima, a superfície do 2021 PH27 fica quente o suficiente para conseguir derreter chumbo – cerca de 500 graus Celsius –, estima a equipa de cientistas responsável pela sua descoberta.

Segundo o mesmo site, este grande contacto com a gravidade do Sol também faz com que o asteróide experiencie os maiores efeitos da relatividade geral de qualquer objeto conhecido do Sistema Solar. Tais efeitos manifestam-se como uma leve oscilação na sua órbita elíptica.

Esta órbita, aliás, faz com que o asteróide não vá ser estável a longo prazo. Os investigadores consideram que provavelmente irá colidir com o Sol, Mercúrio ou Vénus, daqui a alguns milhões de anos, se não for desviado do seu percurso atual por uma interação gravitacional primeiro.

A equipa estima que o 2021 PH27 tem cerca de um quilómetro de largura e que se terá originado no cinturão de asteróides principal entre Marte e Júpiter, tendo sido depois “chutado” por interações gravitacionais com um ou mais planetas.

No entanto, destaca o Live Science, o seu percurso orbital é inclinado em 32 graus em relação ao plano do Sistema Solar. Tal inclinação sugere que pode ser também um cometa extinto que nasceu no Sistema Solar mais distante, tendo sido depois capturado numa órbita mais próxima depois de passar por Marte, pela Terra ou outro planeta rochoso.

https://zap.aeiou.pt/asteroide-orbita-mais-rapida-sistema-solar-427343

 

Hubble capta galáxia numa “fornalha” !

 

A imagem do telescópio espacial Hubble, da NASA/ESA, mostra a NGC 1385, uma galáxia espiral a 68 milhões de anos-luz da Terra.

Com a ajuda do Hubble, uma equipa de astrónomos fotografou uma galáxia espiral chamada NGC 1385. Está localizada a, aproximadamente, 68 milhões de anos-luz de distância na constelação de Fornax – a palavra em latim para “fornalha”.

“A casa de NGC 1385 – a constelação de Fornax – não tem o nome de um animal ou de uma divindade antiga, como muitas outras constelações. Fornax é simplesmente a palavra latina para fornalha”, esclareceram os cientistas.

A constelação foi batizada de Fornax por Nicolas-Louis de Lacaille, um astrónomo francês que nasceu em 1713.

“Lacaiile nomeou 14 das 88 constelações que ainda são reconhecidas hoje. Ele parece ter tido uma inclinação para nomear constelações com base em instrumentos científicos, incluindo Atlia (bomba de ar), Norma (régua ou esquadro) e Telescopium (telescópio)”, acrescentaram.

Segundo o Sci-News, NGC 1385 foi descoberta no dia 17 de novembro de 1784 pelo astrónomo britânico William Herschel, nascido na Alemanha. Também conhecida como AGC 22776, ESO 482-16, LEDA 13368 e IRAS 03353-2439, a galáxia tem um diâmetro de cerca de 70.000 anos-luz.

NGC 1385 é membro do grupo NGC 1385, um agrupamento de mais de 30 galáxias, e pertence ao Aglomerado Eridanus, um grupo maior que inclui cerca de 200 galáxias.

A imagem da NGC 1385 foi captada com a Wide Field Camera 3 (WFC3) do Hubble, um instrumento conhecido pela sua confiabilidade e versatilidade.

https://zap.aeiou.pt/hubble-capta-galaxia-numa-fornalha-427113

 

Uma lei de 1987 ajudou e muito a reduzir os efeitos das alterações climáticas !

O Protocolo de Montreal – que proibiu o uso dos químicos que estavam a destruir a camada de ozono – teve um impacto importante na redução dos efeitos das alterações climáticas e nos níveis de carbono na atmosfera.


As alterações climáticas já se estão a fazer sentir, mas uma decisão nos anos 80 pode ter impedido que os seus efeitos sejam ainda mais catastróficos – a proibição do uso dos clorofluorocarbonetos, também conhecidos como CFCs, que estavam aos poucos destruir a camada do ozono, escreve a Interesting Engineering.

Um estudo publicado na Nature concluiu que o impacto das alterações climáticas seria bastante pior do que o que está previsto actualmente e que os níveis de CO2 no século XXI seriam até 50% mais altos. Para nossa sorte, a proibição, que ficou conhecida como o Protocolo de Montreal, avançou.

A investigação usou modelos para prever como estaria o nosso planeta caso os CFCs, que eram muito usados em aerossóis e para refrigeração, continuassem a ser permitidos. Neste cenário distópico, a camada de ozono que protege a Terra entraria em colapso global já na década de 2040 e o planeta estaria exposto a mais radiação ultravioleta.

Mais de metade – 60% – da protecção da camada de ozono nos trópicos teria desaparecido até 2100, o que criaria um buraco ainda maior do que aquele que se viu na Antártida nos anos 80. Este nível de exposição à radiação causaria danos nas plantas, que deixariam de conseguir fazer a fotossíntese e não cresceriam em certas zonas do mundo.

O colapso da camada também levaria a que solos, florestas e vegetação não conseguissem absorver 580 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono, o que causaria um aumento dos níveis de CO2 atmosférico entre 40% e 50%. As temperaturas até ao final do século subiriam mais 0.8ºC do que apontam as previsões actuais.

“Estimamos que poderia haver menos 325-690 mil milhões de toneladas de carbono absorvidas pelas plantas e pelos solos até ao fim deste século (2080-2099) sem o Protocolo de Montreal (em comparação com as projecções climáticas com o controlo das substâncias que destroem o ozono)”, afirmam os investigadores.

Vários grupos e organizações de activistas estão a trabalhar para pressionar os governos a cortar na produção de combustíveis fósseis para que se possa evitar uma subida de 2ºC nas temperaturas. Se já é difícil imaginar este cenário, pelo menos agora sabemos que poderia ser bem pior sem o Protocolo de Montreal – que salvou o planeta de uma subida de temperaturas de 2.5ºC.

Paul Young, um dos autores do estudo, refere num comunicado que “o aumento da radiação UV teria atrofiado massivamente a capacidade das plantas de absorver o carbono da atmosfera”. “Um mundo onde estes químicos continuassem a destruir a camada do ozono protectora seria catastrófico para a saúde humana e para a vegetação”, afirma.

Apesar de estarmos a conseguir reduzir o buraco na camada de ozono, é importante lembrar que os cortes nas emissões dos combustíveis fósseis continuam longe do suficiente para conseguirmos travar os efeitos das alterações climáticas e que o progresso conseguido até agora pode ser revertido caso a vigilância não mantenha.

https://zap.aeiou.pt/uma-lei-reduzir-alteracoes-climaticas-426778

 

domingo, 29 de agosto de 2021

ADN com 7200 anos revela uma linhagem humana desconhecida !

Cientistas descobriram vestígios de ADN nos restos mortais de uma caçadora-recoletora que morreu há 7200 anos na ilha Celebes, na Indonésia.


Em comunicado, a equipa de investigadores explica que os restos mortais foram encontrados, em 2015, na caverna Leang Panninge, na ilha indonésia de Celebes, e pertencem a uma caçadora-recoletora, que tinha cerca de 17 a 18 anos quando morreu, há 7200 anos. Bessé, como foi apelidada, é o primeiro esqueleto conhecido de um povo chamado Toaleans.

“Os Toaleans foram os primeiros caçadores-recoletores que viveram uma existência isolada nas florestas de Celebes do Sul entre há 8000 e 1500 anos, caçando porcos selvagens e recolhendo marisco comestível dos rios”, explicou, na mesma nota, Adam Brumm, professor de Arqueologia do Centro de Investigação Australiano para a Evolução Humana da Universidade Griffith.

Há muito que os arqueólogos debatem as origens deste povo. Mas agora, com a análise dos vestígios de ADN encontrados em Bessé, é possível confirmar, em parte, as afirmações de que estas pessoas estão relacionadas com os primeiros humanos modernos a entrar em Wallacea (vasto grupo de ilhas na Indonésia entre a Ásia e a Oceânia), há cerca de 65 mil anos, os ancestrais dos Aborígenes Australianos e dos Papuas.

“Estes caçadores-recoletores foram os primeiros habitantes de Sahul, o supercontinente que surgiu durante o Pleistoceno (Idade do Gelo), quando os níveis do mar baixaram, expondo uma ponte de terra entre a Austrália e a Nova Guiné”, explicou Brumm, um dos autores do estudo publicado, esta quarta-feira, na revista científica Nature.

No mesmo comunicado, os investigadores explicam que Bessé compartilha cerca de metade da sua composição genética com os atuais indígenas australianos e com as pessoas da Nova Guiné e das ilhas do Pacífico Ocidental. Isto inclui, por exemplo, o ADN herdado dos já extintos Denisovanos.

“De facto, a proporção de ADN Denisovano em Bessé em relação a outros grupos antigos e atuais na região pode indicar que o crucial ponto de encontro entre a nossa espécie e os Denisovanos era em Celebes ou noutra ilha da Wallacea”, indicou Cosimo Posth, professor na Universidade de Tubinga e outro dos autores da pesquisa.

O estudo pode sugerir que os ancestrais de Bessé estiveram entre os primeiros humanos modernos a alcançar Wallacea mas, em vez de saltar entre ilhas para o leste de Sahul, permaneceram em Celebes.

Além disso, a análise genómica desta caçadora-recoletora também revelou que Bessé é um raro “fóssil genético”, pois pertencia a um grupo com uma história ancestral diferente de qualquer população humana anteriormente conhecida.

As análises revelaram uma assinatura ancestral profunda de uma população humana moderna de origem asiática. Este grupo não se misturou com os antecessores dos Aborígenes Australianos e dos Papuas, sugerindo que pode ter entrado na região após o povoamento inicial de Sahul.

https://zap.aeiou.pt/adn-7200-anos-linhagem-humana-desconhecida-427366

 

Cientistas acreditam ter desvendado o grande mistério geológico do Grand Canyon !

O Grand Canyon, nos Estados Unidos, tem intrigado os cientistas com um desconcertante mistério geológico: em algumas áreas, há mais de um milhão de anos de camadas de rocha perdidas que, por algum motivo, não foram depositadas como o restante registo geológico.


No fundo, é como se aqueles anos nunca tivessem acontecido.

A estranha lacuna foi detetada por John Wesley Powell, em 1869. Segundo o Science Alert, há lugares em que as rochas datadas de há 1,4-1,8 mil milhões de anos ficam próximas a rochas com apenas 520 milhões de anos.

Agora, cientistas da Universidade de Colorado Boulder, nos Estados Unidos, acreditam ter desvendado este mistério: a equipa propõe que a história geológica do Grand Canyon é mais complexa do que se pensava e que diferentes partes do local podem ter mudado de maneiras diferentes ao longo dos milénios, fazendo com que algumas rochas e sedimentos tenham sido levados para o oceano.

Mistério da Grande Discordância resolvido?

As falésias avermelhadas do Grand Canyon são como “um livro de história da Terra” e ao escalar os declives podemos retroceder quase dois mil milhões de anos. “Mas faltam páginas neste livro”, explicou a autora principal Barra Peak, citada pelo EurekAlert.

A investigação sustenta que uma série de pequenas, mas violentas falhas podem ter abalado a região durante a rutura de um antigo supercontinente chamado Rodínia.

Os estragos resultantes do evento podem ter “rasgado” a terra à volta do Grand Canyon e provocado o arrastamento de rochas e sedimentos para o oceano.

Os cientistas usaram um método conhecido como termocronologia, que rastreia a história do calor na pedra. Segundo o portal, quando as formações geológicas se enterram a grande profundidade, a pressão que se acumula sobre elas pode fazê-las aquecer. Esse calor, por sua vez, deixa um rastro na química dos minerais nessas formações.

Depois de terem analisado as amostras recolhidas na área, os investigadores perceberam que a história desta característica pode ser mais complicada do que se pensava: a metade ocidental e a parte oriental do Canyon podem ter sofrido transformações diferentes ao longo do tempo devido à rutura do supercontinente.

As descobertas, relatadas num artigo científico publicado recentemente na Geology, não chegam para resolver completamente o enigma, mas são um importante passo para desvendar o chamado mistério da Grande Discordância.

https://zap.aeiou.pt/desvendado-misterio-grand-canyon-426803

O ATLAS foi um fracasso cósmico e os cientistas podem ter descoberto a razão !

Quando os cientistas observaram o ATLAS, no ano passado, tinham a expectativa de que fosse o cometa mais brilhante da década. Mas o pedaço de gelo e poeira desintegrou-se.


O núcleo do cometa C/2019 Y4 (ATLAS) despedaçou-se entre 20 e 23 de abril do ano passado, quando se encontrava a cerca de 146 milhões de quilómetros de distância da Terra.

Os astrónomos acreditam que o ATLAS se separou de um cometa ancestral que fez uma passagem relativamente próxima do nosso planeta há cerca de 5.000 anos, chegando a apenas 37 milhões de quilómetros do Sol.

“O cometa pode ter sido uma visão espetacular para as civilizações da Eurásia e do Norte da África no final da Idade da Pedra”, escreveram os astrónomos da NASA, em comunicado. Mas não há qualquer pista sobre a sua existência.

Agora, um novo estudo sugere que o ATLAS seguiu o mesmo rasto orbital de um cometa observado em 1844. O indício que sustenta este “parentesco” é precisamente o facto de ambos os objetos apresentarem a mesma “linha orbital”, sugerindo que ambos são, provavelmente, produtos da desintegração de um cometa original.

Segundo o Space, o mais intrigante é que, ao contrário do “cometa pai”, o ATLAS se desintegrou quando estava mais longe do Sol do que da Terra.

Se se separou tão longe da nossa estrela, “como é que sobreviveu à última passagem ao redor do Sol há 5.000 anos?”, questionou o autor Quanzhi Ye. “É a primeira vez que um membro da família de um cometa de longo período foi visto a separar-se antes de passar mais perto do Sol”.

A observação dos fragmentos sugere estruturas ou composições diferentes: enquanto um fragmento do cometa se dissolveu em alguns dias, outro durou várias semanas. Os cientistas concluíram, por isso, que a parte do núcleo era mais forte do que a outra.

Os autores deste estudo têm algumas teorias sobre o motivo pelo qual os fragmentos tiveram diferentes tempos de vida, que podem, por sua vez, estar relacionadas com a composição desconhecida do antigo “cometa pai”.

“Faixas de material ejetado” podem ter “rasgado” o cometa com forças centrífugas, ou então os gelos voláteis destruíram a parte mais fraca.

https://zap.aeiou.pt/o-atlas-foi-um-fracasso-cosmico-427077

 

A montanha mais alta da Suécia está a encolher e o motivo é previsível

Novas medições revelam que a Kebnekaise, a montanha mais alta da Suécia, está a encolher para níveis nunca vistos em décadas.


Tal como recorda o site Science Alert, em 1968, quando os cientistas começaram a fazer medições semestrais, o pico sul da montanha Kebnekaise, chamado Sydtoppen, situava-se a 2120 metros acima do nível do mar.

Depois disso, a sua altura flutuou devido a uma série de condições meteorológicas e climáticas, incluindo fatores de precipitação, mas desde o final da década de 90, começou a tornar-se cada vez mais clara uma trajetória descendente.

Em 1996, o pico sul situava-se a 2118 metros, tendo caído para 2110 metros dois anos depois. Em 2011, atingiu os 2099,7 metros e, desde então, esta tendência continuou. Foi em 2018 que este pico perdeu o título de “ponto mais alto da Suécia” para o topo norte (que é rochoso e, portanto, mais estável, não tendo flutuações na altura devido a variações na cobertura de neve).

Agora, novas medições feitas em agosto por investigadores da Universidade de Estocolmo mostram que o Sydtoppen continua a encolher, situando-se agora nos 2094,6 metros acima do nível do mar.

Em comunicado, os cientistas afirmam que esta é a altura mais baixa já registada desde que começaram as medições, nos anos 40, e que é também quase dois metros mais baixa do que o valor registado na mesma altura do ano passado.

“A variação da altura é um bom símbolo da resposta dos glaciares ao aquecimento do clima na Suécia”, disse o professor de glaciologia Per Holmlund, da Estação de Pesquisa Tarfala, que pertence à universidade sueca.

“Atualmente, quando os montanhistas escalam até ao topo, passam por uma parte plana – um “pré-pico” – que não existia no início dos anos 2000. Desde 2020, o pico está 2,2 metros mais baixo, mas o “pré-pico” cresceu até 1,2 metros”, acrescentou.

Este mês, recorda a mesma nota, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC) destacou, entre várias outras conclusões, que o degelo dos glaciares tem sido “inigualável” nos últimos dois mil anos e previu que o seu tamanho continuará a diminuir nos próximos séculos.

https://zap.aeiou.pt/montanha-mais-alta-suecia-encolher-426566

 

Misterioso paradoxo solar resolvido - Intrigou os físicos durante 25 anos !

Em 1998, os cientistas concluíram que o misterioso sinal de polarização que tinha sido descoberto na luz emitida pelos átomos de sódio da atmosfera solar implicava que a cromosfera – uma camada muito importante da atmosfera solar – está praticamente desmagnetizada. A descoberta contrariava a sabedoria comum.


Segundo o SciTechDaily, há 25 anos, foi descoberto um estranho sinal quando os cientistas analisaram a polarização da luz solar com o Zurich Imaging Polarimeter (ZIMPOL).

O sinal de polarização linear aparecia no comprimento de onda 5896 Å da linha D1 de sódio neutro onde, de acordo com os números quânticos da linha, não devia estar presente nenhuma polarização linear devido a processos de dispersão.

O mistério adensou-se dois anos mais tarde, quando a revista Nature publicou uma carta com uma explicação que sustentava que os subníveis do nível inferior da linha D1 não eram igualmente povoados. Segundo essa teoria, o sinal de polarização da linha D1 teria sido reproduzido.

No entanto, a explicação implicava que a cromosfera estivesse completamente desmagnetizada, em aparente contradição com os resultados obtidos anteriormente, que indicavam que as regiões tranquilas (fora das manchas solares) da cromosfera são permeadas por campos magnéticos na gama de gauss.

Foi assim que nasceu o paradoxo, que desafiou os físicos solares durante muitos anos.

Mistério resolvido

Em 2013, os investigadores Luca Belluzzi e Javier Trujillo Bueno descobriram um novo mecanismo teórico através do qual a polarização linear pode ser produzida na linha D1 sem a necessidade de desequilíbrios populacionais no nível inferior. No entanto, essa teoria só encaixava num modelo de atmosfera solar sem campos magnéticos.

Agora, o misterioso paradoxo foi resolvido. Cientistas do Instituto de Pesquisa Solar (Irsol), na Suíça, e do Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), em Espanha, apresentaram um novo modelo de interações entre matéria e radiação que reconcilia previsões teóricas e observações experimentais da luz polarizada do Sol.

A equipa conseguiu reproduzir as observações da polarização da linha D1 na presença de campos magnéticos na gama de gauss. Para alcançar o resultado, tiveram de realizar a mais completa modelação teórica deste sinal de polarização, um processo que exigiu três anos de trabalho.

(dr) IRSOL – IAC

Variação com o comprimento de onda da polarização linear da luz solar nas linhas espectrais do sódio solar D1 e D2 (à esquerda) e na D1 (à direita). As curvas pretas indicam os sinais observados; as vermelhas e azuis mostram os resultados dos cálculos teóricos realizados – negligenciando (a vermelho) e incluindo (a azul) os campos magnéticos.

A resolução de um mistério desta grandeza tem consequências muito importantes. De acordo com o portal, os sinais de polarização linear – na linha D1 do sódio – são extremamente interessantes porque codificam informações únicas sobre os campos magnéticos presentes na cromosfera solar.

Como esta camada da atmosfera está no centro de vários problemas da física solar, como a compreensão e previsão dos fenómenos eruptivos que podem impactar a nossa tecnologia, entendê-la pode ajudar-nos a precaver situações futuras.

https://zap.aeiou.pt/misterioso-paradoxo-solar-resolvido-427081

 

Implante impresso em 3D é a mais recente solução para a perfuração do tímpano !

Uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, desenvolveu um implante, impresso em 3D, capaz de resolver os problemas causados pela perfuração do tímpano.

O tímpano é uma fina membrana circular que vibra em resposta às ondas sonoras, convertendo-as em sinais elétricos para o cérebro interpretar. Se for perfurado por objetos estranhos – como cotonetes de algodão, por exemplo -, o trabalho não é tão bem feito e pode abrir a porta a vírus e bactérias capazes de causar infeções graves.

Atualmente, o melhor tratamento para o problema é a timpanoplastia, uma cirurgia que consiste na reparação do orifício com enxertos do próprio tecido do paciente. O resultado final, porém, não conduz tão bem o som.

O PhonoGraft foi desenvolvido para resolver esse problema. Segundo o New Atlas, o implante imita a forma do tímpano e é feito de uma tinta à base de um polímero sintético desenvolvida especialmente para impressão 3D.

Além de restaurar a audição, o implante também fornece uma estrutura para as próprias células se regenerarem. Testes em chinchilas – animais que têm anatomia e alcance auditivo semelhantes aos humanos – mostraram-se muito promissores.

Como o PhonoGraft pode ser inserido através do canal auditivo, o processo é muito menos invasivo.

Para colocar o dispositivo no mercado, o Wyss Institute criou uma startup, chamada Beacon Bio, que foi recentemente adquirida pela Desktop Health. A equipa pretende agora obter autorização da Food and Drug Administration (FDA), a agência norte-americana do medicamento.

https://zap.aeiou.pt/implante-impresso-em-3d-timpano-426715

 

Moderna inicia ensaios clínicos para vacina mRNA contra o HIV !

Farmacêutica norte-americana planeia avaliar três potenciais vacinas contra o HIV em 2021. No entanto, não é expectável que alguma seja disponibilizada ao grande público até 2023 — apesar do encurtamento no tempo de desenvolvimento destes instrumentos que a covid-19 veio introduzir.


Depois da covid-19 e da gripe, a Moderna prepara-se para testar a tecnologia de mRNA numa vacina contra o HIV, uma aposta que é vista pelos cientistas como a melhor esperança para derrotar o vírus de forma permanente.

De acordo com as informações que constam do registo do ensaio clínico, a farmacêutica iniciou os ensaios clínicos relativos à segurança da vacina, tendo usado as mesmas bases da vacina contra a covid-19, assim como à resposta imunitária gerada num grupo pequeno de voluntários — cerca de 56.

Os mais recentes esforços da Moderna para desenvolver uma vacina contra o HIV foram anunciados em abril e resultam de uma parceria com a International AIDS Vaccine Initiative (IAVI) e a Bill and Melinda Gates Foundation. Na altura, a farmacêutica revelou que iriam ser testadas duas potenciais candidatas, com os nomes de mRNA-1644 e mRNA-1574.

De acordo com o site Gizmodo, existem atualmente antivirais que conseguem erradicar a maior parte dos sinais da presença do vírus nas pessoas infetadas — sendo também possível impedir as pessoas expostas de serem infetadas.

Ainda assim, o vírus dispõe de mecanismos para contornar estas defesas e, assim, espalhar-se pelo corpo. Nestes mecanismos inclui-se a capacidade do vírus mutar partes da sua estrutura, o que dificulta a tarefa dos anticorpos produzidos pelo sistema imunitário em reconhecê-lo.

Durante décadas, soube-se que algumas pessoas conseguiam produzir anticorpos capazes de neutralizar com grande eficácia o VIH nas suas múltiplas estirpes. Estes anticorpos concentram-se em partes estáveis do vírus que, regra geral, não sofrem grandes alterações, o que lhes permite permanecer eficazes.

Como tal, esta é uma estratégia frequentemente usada para o desenvolvimento de vacinas contra o HIV — nas quais o sistema imunitário é induzido a produzir estes anticorpos de forma independente, tal como algumas pessoas conseguem fazer. No entanto, todas as tentativas feitas neste sentido foram infrutíferas.

Agora, a Moderna acredita que a sua plataforma de vacinas, juntamente com a nova tecnologia mRNA, pode interagir melhor com o sistema imunitário para lhe solicitar a produção de anticorpos.

Na primeira fase dos ensaios clínicos, destinados a testar a segurança da vacina, os cientistas também vão estar atentos à resposta imunitária dos voluntários, principalmente no que respeita às células B, responsáveis por produzir e manter os anticorpos — o que lhes deve dar sinais sobre a viabilidade do ensaio ser bem sucedido.

As vacinas mRNA funcionam através da codificação do vírus (alvo) que pretendem atacar, presente no material genético que é entregue às células. Estas, posteriormente, produzirão o alvo por si próprias, o que despoletará uma resposta imunitária. Como foi possível constatar com a covid-19, o processo de desenvolvimento destas vacinas é mais rápido do que o das vacinas tradicionais.

A Moderna já fez saber que planeia iniciar três ensaios clínicos com formulações candidatas à vacina contra a o HIV. No entanto, mesmo que estes sejam bem sucedidos é provável que se demore anos até que uma vacina bem sucedida chegue ao público. O atual estudo da Moderna, atualmente na primeira fase, só deverá terminar em 2023.

Se se considerar que antes da covid-19 o período normal de aprovação total de uma vacina era de cinco anos, um período que só foi encurtado face ao elevado grau de difusão do vírus em todo o mundo — algo que não acontece com o HIV — é expectável que os cientistas demorem algum tempo a recolher dados que atestem o nível de eficácia da vacina.

https://zap.aeiou.pt/moderna-ensaios-clinicos-vacina-mrna-426834

 

Descoberta portuguesa pode ajudar a reduzir covid-19 a uma constipação e é um segredo bem guardado !

Uma equipa de investigadores portugueses descobriu três compostos que podem ajudar a reduzir o impacto da covid-19 a uma mera “constipação”. A pesquisa foi toda “made in Portugal” e, para já, está no segredo dos Deuses.


Cada um destes compostos descobertos pode, “em acção individual”, reduzir “60 a 70% a actividade do vírus SARS-CoV-2”, explica à agência Lusa a investigadora coordenadora da pesquisa, Cecília Arraiano, do Instituto de Tecnologia Química e Biológica da Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA), em Oeiras.

Este projecto aponta numa direcção distinta das vacinas e está em fase de registo de patentes, com perspectivas de poder chegar rapidamente ao mercado. Até porque dois dos compostos estão aprovados para uso em outras doenças pelo regulador americano, a FDA (Food and Drugs Administration).

“A vacina é uma abordagem diferente, porque põe o hospedeiro a lutar contra o vírus e nós lutamos directamente com o vírus, porque atacamos a ‘maquinaria’ interior”, nota a geneticista.

“A vantagem é que [a nossa] é mais independente da resposta imunitária do hospedeiro”, acrescenta Cecília Arraiano, frisando que “a covid-19, que está tão grave, passa a ser como uma constipação“.

“Se uma pessoa não tiver outras complicações, não vai para o hospital com uma constipação”, constata ainda.

Descoberta com “garantia de futuro”

O trabalho desta equipa, que contou com a colaboração do Laboratório Nacional de Referência de Saúde Animal do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), assenta na especialização dos investigadores em RNA e ribonucleases, isto é, as moléculas que controlam os níveis de RNA na célula.

Na base da investigação está a existência de duas ribonucleases no SARS-CoV-2, que desempenham um papel essencial na replicação do vírus.

“O nosso objectivo era pôr o nosso conhecimento de forma a poder ajudar a controlar a multiplicação do vírus e tornar esta doença – que tem sido tão perigosa – mais ligeira”, frisa Cecília Arraiano, destacando a “garantia de futuro” destas descobertas.

“Quando entra nas células, o vírus normalmente pode ter mutações e esta ‘maquinaria’ funcional é sempre conservada, o que dava uma garantia de ser uma forma de atacar com futuro”, nota.

Com a ajuda da colega investigadora Margarida Saramago, Cecília Arraiano conta que o projecto arrancou ainda durante o primeiro confinamento, em Abril/Maio de 2020, com os três fármacos a serem ‘encontrados’ nas bases de dados internacionais, que contêm muitos milhares de compostos químicos.

Tudo em segredo (e “made in Portugal”)

Todo este processo “foi uma grande aventura” para a instituição e os profissionais.

“As minhas colaboradoras fizeram um ‘screen’ e começaram a ver, tendo em conta as características destas ribonucleases, quais seriam aqueles que poderiam – como uma chave numa fechadura – encaixar nos sítios vulneráveis e fazer com que se ligasse e não funcionasse bem”, refere.

A ambição, agora, é que seja rapidamente utilizado pelas pessoas para se poder “voltar à normalidade que havia antes desta pandemia”.

Com a investigação laboratorial terminada nesta fase, o futuro passa pelo registo de patentes e pelo diálogo com as farmacêuticas.

A investigadora coordenadora do ITQB Nova adianta que já foi obtida uma “patente provisória” na semana passada e que dentro de alguns dias devem avançar pedidos similares para os outros dois compostos.

“Até estar tudo seguro e conversado com as farmacêuticas, não podemos divulgar porque, senão, qualquer país do mundo agarra e faz. Como foi tudo ‘made in Portugal’ temos muito orgulho e queremos manter ‘made in Portugal'”, indica a geneticista.

Esta patente provisória já permite encetar conversações com as farmacêuticas, embora seja um processo sobre o qual pendem algumas obrigações, além de estar ainda ‘presa’ por alguns detalhes.

Apesar disso, Cecília Arraiano confirma que serão feitas “três patentes diferentes”, uma por cada composto descoberto. A investigadora acredita também que este tema não passa de uma questão burocrática.

“O que gostávamos era que as farmacêuticas testassem isto (que nós já sabemos que se faz em células de macaco com o vírus) em testes clínicos com pessoas com covid”, frisa ainda.

“Tendo em conta a rapidez com que foram desenvolvidas estas novas vacinas de RNA, em um ano, tenho a grande esperança de que seja também tudo muito rápido”, indica.

“Esperamos mesmo é ver isto no mercado o mais rápido possível“, conclui.

https://zap.aeiou.pt/descoberta-portuguesa-pode-ajudar-a-reduzir-covid-19-a-uma-constipacao-e-e-um-segredo-bem-guardado-427016

 

As grandes pandemias não são assim tão raras como se pensa !

A covid-19 pode ter sido a pandemia mais mortal a que o mundo assistiu em mais de cem anos. Mas, estatisticamente, estes eventos extremos não são tão raros como se pensa.


Segundo o site EurekAlert!, uma equipa de cientistas descobriu que a probabilidade de acontecer uma pandemia com um impacto semelhante à da covid-19 é de cerca de 2% em qualquer ano, o que significa que alguém nascido no ano 2000 teria cerca de 38% de probabilidade de experienciar uma agora.

“A conclusão mais importante é que grandes pandemias, como a da covid-19 e a da gripe espanhola, são relativamente prováveis”, afirmou William Pan, professor associado de Saúde Ambiental Global na Universidade Duke e um dos autores do artigo publicado, a 23 de agosto, na revista científica PNAS.

A pesquisa usou novos métodos estatísticos para medir a escala e a frequência dos surtos de doenças para os quais não houve intervenção médica imediata nos últimos 400 anos.

A análise, que cobriu doenças como a peste, varíola, cólera, tifo e novos vírus da gripe, encontrou uma variabilidade considerável na taxa de ocorrência de pandemias no passado. Mas os investigadores também identificaram padrões que lhes permitiram descrever as probabilidades de eventos de uma escala semelhante acontecerem novamente.

No caso da pandemia mais mortal da história moderna – a gripe espanhola, que matou mais de 30 milhões de pessoas entre 1918 e 1920 – a probabilidade de ocorrer uma pandemia de magnitude semelhante variou de 0,3% a 1,9% por ano durante o período estudado.

Ou seja, como escreve o mesmo site, vistos de outra forma, estes números significam que é estatisticamente provável que uma pandemia de tal escala ocorra nos próximos 400 anos.

Além disso, os dados também mostraram que o risco de surtos intensos está a crescer rapidamente. Com base na taxa crescente de como novos patógenos, como o SARS-CoV-2, se espalharam entre populações nos últimos 50 anos, o estudo estima que a probabilidade de novos surtos de doenças provavelmente triplicará nas próximas décadas.

A equipa estimou que uma pandemia semelhante em escala à da covid-19 é provável dentro de um período de 59 anos, um resultado que, destacaram, é “muito mais baixo do que o intuitivamente esperado”.

Embora não esteja incluída no estudo, os cientistas também calcularam a probabilidade de uma pandemia que fosse capaz de eliminar toda a vida humana, percebendo que poderia ser estatisticamente provável nos próximos 12 mil anos.

Enquanto cientista de saúde ambiental, Pan pode especular sobre as razões pelas quais estes surtos se estão a tornar mais frequentes, tendo observado que o crescimento populacional, as mudanças nos sistemas alimentares, a degradação ambiental e o contacto mais frequente entre humanos e animais que abrigam doenças podem ser fatores significativos.

https://zap.aeiou.pt/grandes-pandemias-nao-sao-assim-raras-426811

 

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