quinta-feira, 30 de abril de 2020

Virologista anuncia criação de teste que apura nível de imunidade de quem já teve a Covid-19

Um virologista francês anunciou que o laboratório que dirige desenvolveu um teste serológico que permite apurar se uma pessoa já contraiu o SARS-Cov2 e o nível de imunidade que adquiriu.
De acordo com o Expresso, caso se confirme a criação do teste, este poderá ser um instrumento importante para ajudar a retomar a normalidade da vida social e para proteger as pessoas que cuidam de doentes ou que estiveram próximas de infetados.
Em entrevista ao Libération, na segunda-feira, Pierre Charneau, diretor e diretor científico do laboratório Pasteur- TheraVectis – associação entre uma empresa privada e um instituto de investigação sobre doenças infeciosas – explicou que os testes serológicos disponíveis apenas indicam se a pessoa já teve o vírus, mas não o nível de imunidade.
O teste visa determinar até que ponto os anticorpos resultantes de uma infeção poderão impedir o vírus de entrar nas células. “Este teste, portanto, informa sobre a eficácia dos anticorpos”, referiu o especialista, acrescentando que, “como é muito sensível, permite graduar os resultados da resposta imunitária (bastante neutralizante, fraca ou não-neutralizante). Podemos desde logo identificar os indivíduos verdadeiramente protegidos”.
Os testes atuais que detetam a presença do vírus, embora “úteis para localizar os doentes, eventualmente isolá-los e reconstruir as cadeias de contaminação”, têm demasiadas lacunas, apontou o virologista.
O responsável acredita que será possível disponibilizar centenas de milhões desses testes rapidamente, garantindo que a fiabilidade está acima dos 98%.
Quanto à uma vacina, Charneau referiu que o seu laboratório também está a desenvolver uma, baseada em “anticorpos neutralizantes”, mas os testes demoram tempo e esta já não chegará a tempo da atual epidemia.
Uma segunda vacina que o seu laboratório está a criar não procura ativar os anticorpos mas sim as chamadas células citotóxicas, que têm a capacidade de destruir outras através de substâncias nocivas que libertam.
“Se tiver sucesso, esta vacina terá um espetro de proteção muito largo”, disse. “Protegerá do CoV2 atual, mas também de uma variante do CoV2 que ressurgirá de forma sazonal, como o vírus da gripe” e outros coronavírus, alguns ainda desconhecidos, notou.

https://zap.aeiou.pt/virologista-teste-niveil-imunidade-covid-19-321873

Cientistas criam modelo que prevê risco de suicídio

Um novo modelo de computador é capaz de prever o risco de suicídio de um indivíduo através dos registos eletrónicos de saúde. Este modelo pode prever o comportamento suicida com até dois anos de antecedência.
É verdade que os computadores não podem substituir as equipas médicas na identificação de problemas do foro mental, mas podem identificar pacientes de alto risco que, atualmente, têm passado despercebidos ao sistema de saúde.
Os investigadores têm apontado cada vez mais os modelos de Inteligência Artificial e aprendizado de máquina como uma potencial ajuda na identificação dos indivíduos com maior risco de suicídio. Em 2017, um estudo sugeriu que um modelo poderia ser capaz de identificar a “assinatura neural” de alguém com tendências suicidas, através dos resultados de uma ressonância magnética.
Este novo estudo baseou-se em trabalhos anteriores para desenvolver um modelo de computador que prevê o risco de comportamento suicida, através da análise dos registos de saúde de um indivíduo. O artigo científico foi publicado no dia 25 de março no JAMA Network Open.
Os investigadores treinaram este modelo pré-existente com um conjunto de dados de cinco diferentes centros de saúde, que abrangiam 3,7 milhões de pacientes norte-americanos. Segundo o New Atlas, os registos continham quase 40.000 tentativas de suicídio e o algoritmo foi capaz de prever 38% dessas tentativas, em média, 2,1 anos antes de terem ocorrido.
Ben Reis, do Boston Children’s Hospital, destacou que, embora alguns preditores de risco de suicídio não tenham sido surpreendentes, como dependência de drogas ou condições de saúde mental pré-existentes, outros foram inesperados, incluindo o uso de medicamentos para HIV e rabdomiólise, uma condição muscular.
O próximo passo é refinar o modelo, incorporando dados extra, como anotações clínicas dos profissionais de saúde. O objetivo final é ajudar os médicos a identificar os pacientes com tendências suicidas.

https://zap.aeiou.pt/modelo-preve-risco-suicidio-321429

Cientistas criam nanotecnologia antiaderente com patas de aranhas !

Pesquisadores da Universidade RWTH Aachen, na Alemanha, estão utilizando patas de aranhas cribeladas para desenvolver e aprimorar o manuseio de nanofibras, fibras com uma vasta gama de potencial de exploração que podem ser utilizadas nos mais diversos mecanismos do mercado de polímeros, porém com uma manipulação desafiadora. Facilmente aderentes aos equipamentos de laboratório, as substâncias dos aracnídeos surgem como um bom material de apoio, sendo capaz de criar propriedades antiadesivas.
Utilizar como base a anatomia de aranhas cribeladas fornece, aos pesquisadores, a capacidade de exploração de uma peculiaridade chamada cribelo, que são pelos especiais encontrados no quarto par de patas dos invertebrados, permitindo a existência de um "órgão" que gira a teia e com características semelhantes à lã, especialmente em sua espessura. A teia das cribeladas também possui a particularidade de não aderir ao organismo da aranha, impedindo do animal ficar agarrado no material e facilitando sua locomoção.
As teias das aranhas derivam de uma estrutura pegajosa localizada em suas patas, substituindo as tradicionais proteínas encontradas no oitavo par de patas das aranhas Mesothelae e Mygalomorphae: os pentes de calamistra. Os pesquisadores decidiram, então, raspar os pentes para descobrir o que poderia ser encontrado logo abaixo da estrutura, com o objetivo de tentar simular a individualidade da cribelada e produzir um mecanismo antiaderente semelhante ao que as aranhas conseguem desenvolver.
Após a raspagem, os cientistas chegaram a uma impressionante descoberta, identificando que, logo abaixo dos pentes, havia uma nanoestrutura de fibras que seriam as responsáveis por permitir a funcionalidade de tais aranhas, porém semelhantes a impressões digitais que as impediam de fazer contato com a superfície da calamistra.
Dessa forma, conseguiram desenvolver um protótipo laboratorial dos pentes em em folhas de acetato (PET), que foram revestidas com camadas de ouro. Após a criação de um padrão semelhante aos encontrados nos pentes das aranhas, com o manuseio de luz laser para desenhar as reentrâncias, o resultado foi o surgimento de propriedades muito similares às antiaderentes naturais, apesar das limitações de adesão, que apresentaram potencial menos do que o das aranhas.
Atualmente, a autora principal do projeto, Anna-Christin Joel, e seus colegas de trabalho estão buscando formas de aprimorar o mecanismo inovador, a fim de patenteá-lo e utilizar na fabricação e melhoramentos de nanomateriais sintéticos que podem ser utilizados, por exemplo, na filtração.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114327-cientistas-criam-nanotecnologia-antiaderente-com-patas-de-aranhas.htm 

Cientistas de Hong Kong criam desinfetante antivírus que dura 90 dias

Higienização é fundamental no combate à covid-19, causada pelo novo coronavírus, e a outras doenças infecciosas, e cientistas de Hong Kong podem ter trazido uma solução inovadora para o problema. Pesquisadores de uma universidade local desenvolveram um desinfetante antiviral de alta tecnologia que pode manter superfícies livres de vírus e bactérias por até 90 dias.
A novidade, entretanto, não foi uma resposta à pandemia, já que está sendo desenvolvida há 10 anos. Chamada de MAP-1, pode ser aplicada em lugares públicos, como botões de elevadores e corrimãos. “Esses locais são frequentemente tocados e, ao mesmo tempo, servem como um meio de transmissão de doenças”, declarou Joseph Kwan, pesquisador principal. 

Desinfetante pode ser utilizado em locais públicos.
Desinfetante pode ser utilizado em locais públicos

Um “manto de proteção” é formado por milhões de nanocápsulas contendo desinfetantes eficazes contra microrganismos mesmo depois de o produto ter secado. O segredo está em seus polímeros sensíveis ao calor, que liberam a substância protetora com o contato humano. De acordo com os cientistas, o produto é amigável ao meio ambiente e à pele humana.

Uma nova forma de segurança

Após testes clínicos serem bem-sucedidos em instituições locais, como hospitais e lares de idosos, a produção em massa do desinfetante foi aprovada e ele deve chegar aos mercados de Hong Kong ainda em maio. Ainda assim, com o auxílio de entidades, sua aplicação já foi feita nas casas de mais de mil famílias de baixa renda. 
Apesar de sua utilidade em shoppings, escolas e centros de esporte, uma maior adesão pode ter um obstáculo e tanto: o preço alto. A embalagem com 50 ml do produto custa cerca de US$ 70 – e a aplicação em escolas pode chegar a US$ 6,4 mil, dependendo do tamanho da superfície (em conversão direta, R$ 34,9 mil). De qualquer forma, é uma nova estratégia de lutar contra a pandemia atual e as eventuais do futuro.
Lembrando que esse tipo de substância não deve ser ingerido nem utilizado para higienização do corpo humano.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114326-cientistas-de-hong-kong-criam-desinfetante-antivirus-que-dura-90-dias.htm

Farmaceutica Pfizer afirma que vacina contra covid-19 pode estar pronta até dezembro !

A farmacêutica Pfizer anunciou que uma vacina eficaz contra a covid-19 pode estar pronta até o final de 2020 para uso emergencial nos Estados Unidos. A produção em larga escala, disponibilizando-a para o público em geral, dependeria da aprovação do produto em testes de segurança.
De acordo com o CEO da Pfizer Albert Bourla, os testes da nova vacina já tiveram início na Alemanha. O passo seguinte é a realização de testes no território norte-americano, a partir da próxima semana, caso as autoridades reguladoras locais permitam. Ele informou ainda que os resultados devem sair já no mês de maio.
Essa potencial vacina contra o novo coronavírus está sendo desenvolvida pela Pfizer em parceria com a empresa alemã BioNTech. Intitulado BNT162, o composto baseado em mRNA (RNA mensageiro) foi aplicado em 12 participantes de um estudo clínico no último dia 23.

Os testes da vacina candidata já iniciaram na Alemanha
Os testes da vacina candidata já iniciaram na Alemanha

Há ainda a previsão de aplicação de doses que variam de 1 a 100 microgramas em 200 voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 55 anos, para testar a eficiência e a segurança da imunização. Nos Estados Unidos, os testes dependem de liberação da agência reguladora Food and Drug Association (FDA).

Produção em massa

Caso os testes com a vacina BNT162 sejam bem-sucedidos, a distribuição do composto imunizante para uso emergencial poderia acontecer no próximo outono nos EUA, entre os meses de setembro e novembro, conforme Bourla. Já a autorização para uso geral ocorreria até o final de dezembro, com o fornecimento de milhões de doses ainda em 2020.
A Pfizer e a BioNTech estimam que há potencial para aumentar rapidamente a capacidade de produção para centenas de milhões de doses em 2021, dependendo do sucesso técnico do programa de desenvolvimento e da aprovação das autoridades de saúde.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114317-vacina-contra-covid-19-pode-estar-pronta-ate-dezembro-diz-pfizer.htm

Tratamento de covid-19 com plasma sanguíneo avança no Brasil

Com a falta de tratamentos e vacinas concretas para amenizar os sintomas do coronavírus, diversas clínicas, hospitais e institutos vêm desenvolvendo métodos para encontrar uma cura da covid-19, surto que ainda não evidenciou padrões de contágio e que vem dificultando a vida de pesquisadores quanto às tratativas em potencial.
Dessa forma, estudos à base de infusão de plasma sanguíneo de pacientes já curados do novo vírus vem ganhando cada vez mais espaço entre contaminados em estado grave, na tentativa de transplantar os anticorpos já desenvolvidos nos organismos curados e fortalecer o sistema imunológico das vítimas em situação de risco, com suas aplicações sendo observadas pelo Ministério da Saúde, a fim de obter respostas concretas sobre o possível sucesso da metodologia em questão.
O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, já iniciou o tratamento com plasma sanguíneo há mais de duas semanas, em 17 pacientes com quadros graves de infecção, agravada ou não por outros problemas de saúde. Apesar dos resultados, até o momento, terem sido relativamente satisfatórios para a equipe médica local, muito há a ser concluído sobre a relevância da transfusão de anticorpos, já que é aplicada em consonância com diversos outros medicamentos, ou seja, não há certeza sobre qual deles possa estar suavizando os sintomas dos pacientes.

(Fonte: Agência Brasil/Reprodução)(Fonte: Agência Brasil/Reprodução)

“O objetivo do estudo é saber se há efeitos desfavoráveis com essa prática, se o uso do plasma é seguro em um convalescente de risco grave da covid”, disse José Mauro Kutner, médico coordenador da pesquisa no Albert Einstein.
Recentemente, outros centros clínicos também passaram a experimentar tratamento de infusão sanguínea em outros pacientes internados, como foi o caso do Instituto Estadual do Cérebro que, em parceria com o IEC, o Laboratório de Virologia Molecular da UFRJ e o Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti, o Hemorio, iniciou os testes em três contaminados pelo novo coronavírus e vem observando os resultados nos últimos 10 dias.
Atualmente, já conta com mais de 620 cadastrados como doadores de plasma que estão curados da covid-19 e entre a faixa etária de 18 a 60 anos, indicando que a expansão do experimento para outros hospitais e outras redes de atendimento poderão iniciar nas próximas semanas, quando os primeiros resultados começam a ser mais concretos. 

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114316-tratamento-de-covid-19-com-plasma-sanguineo-avanca-no-brasil.htm

Telescópio Hubble confirma rompimento do cometa C/2019 ATLAS

Imagens de alta resolução captadas pelo telescópio espacial Hubble mostram que o grande cometa C/2019 Y4 ATLAS se fragmentou em diversos pedaços. Esperava-se que o cometa brilhasse bastante nos próximos dias, mas essa possibilidade não existe mais.
Imagem do cometa C/2019 Y4 ATLAS feita pelo telescópio Hubble em 20 de abril mostra diversos fragmentos formados após o rompimento do núcleo cometário.<BR>
Imagem do cometa C/2019 Y4 ATLAS feita pelo telescópio Hubble em 20 de abril mostra diversos fragmentos formados após o rompimento do núcleo cometário.

As imagens foram feitas entre 20 e 23 de abril de 2020 a pedido da NASA, ESA e algumas universidades estadunidenses e europeias e revelaram que o núcleo cometário se partiu em cerca de 30 fragmentos, cada um deles do tamanho aproximado de uma casa.
A descoberta do objeto ocorreu em 28 de dezembro de 2019 com auxílio do telescópio pertencente à rede ATLAS, que monitora e emite alertas sobre possíveis impactos de asteroides contra a Terra. A partir de então, o cometa aumentou muito de brilho até meados de março, o que aumentou as especulações de que poderia ser visível a olho nu a partir do mês de maio.
Imagens do cometa C/2019 Y4 ATLAS feitas pelo telescópio Hubble em 20 e 23 de abril revelam a pulverização crescente dos restos da fragmentação.  Crédito: NASA/ESA/D. Jewitt (UCLA), Quanzhi Ye (University of Maryland).<BR>
Imagens do cometa C/2019 Y4 ATLAS feitas pelo telescópio Hubble em 20 e 23 de abril revelam a pulverização crescente dos restos da fragmentação. Crédito: NASA/ESA/D. Jewitt (UCLA), Quanzhi Ye (University of Maryland).

No entanto, C/2019 Y4 começou a diminuir de brilho, o que levou os astrônomos a especular que seu núcleo poderia estar se fragmentando. Em 11 de abril, a fragmentação do ATLAS foi confirmada inicialmente pelo astrônomo amador José de Queiroz, que fotografou diversas partes desconectadas do núcleo.
Agora, as observações do telescópio Hubble mostram que os fragmentos quebrados envolviam parte da cauda varrida pela luz solar. Segundo os pesquisadores, essas imagens fornecem mais evidências de que a fragmentação do cometa é provavelmente comum e pode até ser o mecanismo dominante pelo qual os núcleos sólidos e gelados dos cometas morrem.
De acordo com David Jewitt, ligado à UCLA e líder de uma das duas equipes que fotografaram o cometa a partir do Hubble, a fragmentação ocorreu de forma rápida e imprevisível. Como as observações confiáveis são raras sobre esses processos, os astrônomos permanecem bastante incertos sobre a causa da fragmentação.
As cenas nítidas captadas pelo Hubble podem gerar novas pistas sobre o processo de fragmentação, composta de muitas peças distintas e pequenas. Segundo Jewitt, antes do rompimento, o núcleo do ATLAS não era maior que dois campos de futebol.
Durante a desintegração, C/2019 Y4 ATLAS estava 146 milhões de quilômetros da Terra. Se algum fragmento sobreviver, cometa fará sua aproximação mais próxima da Terra em 23 de maio, a 116 milhões de quilômetros. Oito dias depois contornará o sol a 40 milhões de quilômetros. Se algo restar.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Telescopio_Hubble_confirma_rompimento_do_cometa_C/2019_ATLAS&id=20200429-111823

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Oxford espera ter vacina contra o coronavírus disponível em setembro

Investigadores da Universidade de Oxford testaram com sucesso uma vacina contra o coronavírus em macacos. Os cientistas esperam ter a vacina disponível em setembro.
A comunidade científica trabalha incansavelmente para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus. O Instituto Jenner, da Universidade de Oxford, está a desenvolver a sua própria vacina, que já foi testada com sucesso em macacos, no passado mês de março. Agora, os investigadores vão avançar para os testes em humanos no final de maio.
A notícia foi avançada esta segunda-feira pelo The New York Times, que explica que só é possível avançar tão rapidamente devido ao sucesso da vacina em macacos.
Foram aplicadas doses em seis macacos que tinham sido expostos a grandes quantidades do novo coronavírus. Apenas 28 dias mais tarde, todos os macacos estavam curados. Segundo o Observador, os macacos que foram expostos ao vírus e não foram vacinados não recuperaram.
“O macaco-rhesus é aquilo que existe que é mais próximo dos humanos”, explicou o líder da investigação, Vincent Munster. No entanto, isto não significa que a vacina vá ter o mesmo sucesso em seres humanos – mas não deixa de ser um bom indicador.
De acordo com a revista Sábado, caso os reguladores aprovem o fármaco, as primeiras doses podem chegar ao mercado já em setembro.
Os testes em humanos vão envolver a participação de mais de 6 mil pacientes infetados com o SARS-CoV-2. Atualmente, segundo os dados oficiais, existem 70 vacinas contra o novo coronavírus a serem desenvolvidas em todo o mundo. Três delas estão já a ser testadas em humanos.

https://zap.aeiou.pt/oxford-vacina-coronavirus-setembro-321613

Nova vacina ataca todas as quatro espécies de ébola que infetam humanos !

Uma nova vacina contra as quatro espécies de ébola que infetam os seres humanos passou com distinção nos testes em animais. O próximo passo é testá-la em humanos.
Uma grande maioria da comunidade científica está atualmente focada em encontrar uma cura para a covid-19. O surto do novo coronavírus faz-nos esquecer que continua a haver a outros vírus. Enquanto isso, uma equipa de investigadores testou uma nova vacina em animais que se mostrou eficaz contra todas as quatro espécies do ébola que infetam seres humanos.
As quatro espécies são o ébola-Zaire, ébola-Sudão, ébola-Bundibugyo e o ébola-Costa do Marfim. O quinto vírus, a espécie Reston, não aparenta provocar a doença em seres humanos.
Durante décadas, cientistas têm testado vacinas e tratamentos contra o ébola, mas desde o surto entre 2013 e 2016, os investigadores têm acelerado os esforços para encontrar uma solução. Até ao momento, segundo o New Atlas, a vacina mais promissora é a rVSV-ZEBOV, que mostra uma eficácia quase total contra a espécie ébola-Zaire.
No entanto, esta vacina não mostrou ter qualquer resultado contra as restantes espécies. É aqui que esta nova vacina se diferencia, já que parece ser capaz de tratar contra todas as espécies que afetam os humanos. A nova vacina, feita com glicoproteínas das espécies Zaire e Sudão, induz uma resposta imunológica contra o ébola.
“Isto pode ser um avanço significativo no esforço global para prevenir ou gerir surtos de ébola, especialmente se esta vacina usada sozinha ou em combinação com outra vacina contra o ébola resultar em imunidade protetora a longo prazo e durável contra diferentes vírus do ébola”, diz o coautor do estudo, Karnail Singh.
O estudo foi publicado, na semana passada, na revista científica Journal of Virology. Os testes realizados em coelhos e macacos mostraram todos resultados bastante positivos. Por isso, ainda não é totalmente garantido que a vacina funcione em humanos. Até lá, ainda é necessário realizar mais testes pré-clínicos, salientam os investigadores.

https://zap.aeiou.pt/nova-vacina-quatro-especies-ebola-320491

O oceano está a passar por uma mudança como não se via há 10 mil anos !

Mudanças na circulação oceânica podem ter causado uma mudança nos ecossistemas do Oceano Atlântico, não observada nos últimos 10.000 anos, revelou uma nova análise dos fósseis do fundo do mar.
Esta é a surpreendente conclusão de um novo estudo publicado, este mês, na revista Geophysical Research Letters.  O clima tem estado bastante estável nos últimos 12.000 anos desde o final da última Era Glacial, um período conhecido como Holoceno. Pensa-se que essa estabilidade é o que permitiu à civilização humana realmente avançar.
No oceano, as principais correntes também eram consideradas relativamente estáveis durante o Holoceno. Estas correntes possuem ciclos naturais, que afetam onde os organismos marinhos podem ser encontrados, incluindo plâncton, peixes, aves marinhas e baleias.
No entanto, as alterações climáticas no oceano estão a tornar-se aparentes. Os recifes de coral tropicais estão a ficar brancos, os oceanos a tornar-se mais ácidos à medida que absorvem carbono da atmosfera, e espécies como a cavala estão a mover-se em direção aos polos. Mas ainda parece haver uma visão predominante de que pouco aconteceu no oceano até agora. Nas nossas cabeças, os grandes impactos estão confinados para o futuro.
Para desafiar este ponto de vista, foi necessário procurar lugares onde os fósseis do fundo do mar não apenas cobriam a era industrial em detalhe, mas também onde se estendiam há milhares de anos. Os investigadores encontraram no fundo do mar, ao sul da Islândia, uma grande corrente marítima que faz com que os sedimentos se acumulem em grandes quantidades.
Para conseguir amostras dos fósseis, os cientistas recolheram núcleos do sedimento. O sedimento mais profundo contém os fósseis mais antigos, enquanto o sedimento de superfície contém fósseis que foram depositados nos últimos anos.
Uma das maneiras mais simples de descobrir como era o oceano no passado é contar as diferentes espécies de plâncton fóssil que podem ser encontradas em tais sedimentos. Diferentes espécies gostam de viver em diferentes condições.
Um estudo recente mostrou que as distribuições modernas de foraminíferos são diferentes do início da era industrial. As alterações climáticas já estão claramente a causar impacto.
Da mesma forma, a visão de que as correntes oceânicas modernas são como as dos últimos dois mil anos foi desafiada por um outro estudo de 2018, que mostrou que a circulação estava mais fraca nos últimos 1.500 anos.
Os efeitos da circulação incomum podem ser encontrados no Atlântico Norte. Logo ao sul da Islândia, uma redução no número de espécies de plâncton de água fria e um aumento no número de espécies de água quente mostram que as águas quentes substituíram as águas frias e ricas em nutrientes.
Mais a norte, outras evidências fósseis mostram que mais água quente está a chegar ao Ártico desde o Atlântico, provavelmente contribuindo para o derretimento do gelo do mar.
Mais a oeste, uma desaceleração na circulação significa que as águas não estão a aquecer tanto quanto seria de esperar, enquanto no extremo oeste, as quentes correntes do Golfo parecem estar deslocar-se para o norte, o que terá consequências profundas para importantes pescarias.
Ainda não sabemos o que causou estas transformações na circulação oceânica. Mas parece que o oceano é mais sensível às alterações climáticas modernas do que se pensava anteriormente, e teremos que nos adaptar.

https://zap.aeiou.pt/oceano-esta-passar-mudanca-nao-vista-ha-10-mil-anos-321712

Cientistas resolvem o mistério da estranha rotação da atmosfera de Vénus

Uma nova investigação levada a cabo por cientistas japoneses dá resposta ao mistério da estranha rotação da atmosfera de Vénus que gira muito mais rápido – cerca de 60 vezes – do que a superfície do planeta.
A superfície do segundo planeta do Sistema Solar, cujo tamanho e gravidade são semelhantes às da Terra, é difícil de explorar uma vez que os seus céus são completamente coberto por nuvens espessas de ácido sulfúrico.
A dificultar também esta situação está o clima tórrido do planeta, cujas temperaturas ronda os 460 graus Celsius, tal como recorda da Russia Today.
A superfície de Vénus demora 243 dias terrestres para completar um rotação em torno do seu eixo, ao passo que a sua atmosfera gira quase 60 vezes mais rápido do que a superfície, completando uma volta em torno do planeta a cada quatro dias.
Este fenómeno, que há há algum tempo intriga os cientistas, é conhecido como a super rotação atmosférica, sendo também observado na maior lua de Saturno, a exótica Titã.
Visando resolver este problema, a equipa de cientistas japoneses analisou imagens ultravioleta e dados infravermelho térmicos da sonda Akatsuki, que desde dezembro de 2015 orbita Vénus. Com estes dados, os especialistas foram capazes de rastrear o movimento das nuvens do planeta, conseguindo também mapear os ventos deste mundo e perceber como é que o calor circula na atmosfera.
Estudos anteriores sugeriram que, para gerar este tipo de rotação, a atmosfera de Vénus deve ter momento angular (momentum angular ou quantidade de movimento angular) suficiente, isto é, a quantidade de momento que um determinado corpo tem graças à sua rotação, para superar o atrito com a superfície do planeta.
Agora, no novo estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica Science, os cientistas detalha que a atmosfera de Vénus recebe o seu momento angular através das marés térmicas, que são variações na pressão atmosférica impulsionada pelo aquecimento solar próximo ao equador do planeta.
“Sugere-se que as marés térmicas podem estar a contribuir para a aceleração por detrás da super-rotação [de Vénus], mas acho que a principal suposição [para resolver o problema] era diferente. Por isso, foi uma surpresa“, disse o autor principal do estudo, Takeshi Horinouchi, cientista planetário da Universidade Hokkaido em Sapporo, no Japão, em declarações ao portal Space.com.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-resolvem-misterio-rotacao-atmosfera-venus-321423

Peptídeo enfraquece superbactérias e torna antibióticos antigos eficazes outra vez

Tal como os vírus, as superbactérias são também uma ameaça à saúde pública. Um novo estudo identificou um peptídeo capaz de tornar os antibióticos ainda mais eficazes, com uma dose muito mais pequena.
Os antibióticos, uma das mais importantes descobertas médicas do século XX, estão a ser derrotados pelas superbactérias, que têm desenvolvido lentamente uma firme resistência a estes fármacos.
Apesar de os cientistas estarem a desenvolver novos antibióticos, este processo é muito demorado, caro, e trata-se apenas de uma questão temporal até as bactérias tornarem ineficazes estes novos medicamentos. Na mira dos investigadores está um outro plano de ataque, que envolve formas de revigorar os antibióticos já existentes.
Um novo estudo, levado a cabo por cientistas das Universidades Örebro e Linköping, identificou um peptídeo antibacteriano, conhecido como plantaricina, que é derivado de uma bactéria probiótica frequentemente usada como conservante em alimentos.
Para testar o potencial do peptídeo, a equipa usou plantaricina contra a Staphylococcus aureus, uma superbactéria resistente à meticilina (MRSA), muito comum em hospitais.
Nos testes, os cientistas descobriram que a plantaricina dissolve a membrana bacteriana, permitindo que os medicamentos entrem e matem as superbactérias com muito mais facilidade. Esta “arma” daria aos antibióticos uma nova oportunidade.
A equipa observou ainda que as dosagens necessárias são muito mais pequenas. “Com a plantaricina, as doses de antibióticos necessárias para obter um efeito antibacteriano suficiente são 100 vezes menores do que o habitual”, adiantou Hazem Khalaf, co-autor do estudo recentemente publicado na Nature Scientific Reports.
Esta característica é muito relevante para os investigadores, uma vez que doses mais baixas significam menos probabilidade de haver efeitos colaterais tóxicos, capazes de danificar órgãos internos.
De acordo com o New Atlas, a plantaricina mostrou-se promissora em testes com uma variedade de antibióticos diferentes e, segundo os investigadores, é improvável que as bactérias desenvolvam resistência a este peptídeo.
“A membrana é uma estrutura básica da célula bacteriana e permaneceu estável durante a evolução sem grandes alterações. Isto explica por que as bactérias não têm a capacidade de desenvolver resistência aos nossos peptídeos”, explicou Torbjörn Bengtsson, investigador que participou neste estudo.
O próximo passo é incorporar plantaricina em materiais de revestimento de feridas ou revestimentos para implantes, de modo a impedir a formação de biofilmes bacterianos.

https://zap.aeiou.pt/peptideo-enfraquece-superbacterias-321407

China revela nome de missão rumo a Marte e previsão de lançamento

Originalmente prevista para julho, a missão chinesa para Marte pode não acontecer exatamente na data inicial, mas está programada para os próximos meses. Essa foi a declaração da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), agência responsável pela empreitada, que aproveitou a atualização para revelar o nome do projeto: Tianwen 1.
Tianwen 1 foi inspirado em um poema escrito há mais de 2 mil anos. Uma possível tradução livre seria “Perguntas celestiais”. Na obra, de acordo com o XINHUANET, o autor Qu Yuan questiona narrativas tradicionais da mitologia da época relativas a fenômenos naturais.

China planeja chegar ao Planeta Vermelho em 2021.
China planeja chegar ao Planeta Vermelho em 2021.

Corrida espacial

Os planos incluem o envio de um rover à superfície do planeta para estudar a atmosfera local, o ambiente e a composição do solo, segundo a CNN. O robô terá como companhia um orbitador espacial e um aterrissador, sendo que os três “companheiros” estarão equipados com instrumentos científicos variados.
Caso seja bem-sucedida, a China será o terceiro país do mundo a conseguir o feito logo depois dos Estados Unidos e da Rússia. Espera-se que a chegada aconteça em fevereiro de 2021 (o que pode ser adiado por conta de diversos fatores). Poucos detalhes a mais foram revelados, apenas que paraquedas, airbags e foguetes farão parte do pacote. O batismo da sonda acontecerá após votação popular, e seu tempo de vida útil é de pelo menos três anos terrestres.
Zhang Kejian, chefe da CNSA, declarou que a ação reforça a perseverança do país em alcançar a verdade, a ciência e explorar a natureza e o universo. Confira a logo da missão.

Tianwen 1: "Perguntas celestiais", em tradução livre.
Tianwen 1: "Perguntas celestiais", em tradução livre.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114283-china-revela-nome-de-missao-rumo-a-marte-e-previsao-de-lancamento.htm

Sistema planetário vizinho ao nosso pode possuir um “Senhor dos Anéis”

Rival do nosso Senhor dos Anéis
Rival do nosso Senhor dos Anéis

De acordo com observações conduzidas por cientistas do Observatório Astronômico de Padova, na Itália, o sistema planetário Próxima Centauri, situado a apenas 4,5 anos-luz de distância de nós, abrigaria um planeta com um sistema de anéis colossal – algo que daria inveja ao nosso belíssimo Saturno.
O exoplaneta em questão seria o Próxima c, um mundo do qual os astrônomos só descobriram evidências em 2019, mas cuja existência não foi confirmada ainda. E, agora, os novos dados coletados pelo grupo de Padova indicaram que o astro, caso exista mesmo, talvez esteja rodeado por um gigantesco disco de poeira cósmica e possivelmente vários anéis.

Adereços cósmicos

Segundo Leah Crane, do site New Scientist, na realidade, o objetivo dos astrônomos era o de obter uma imagem de Próxima c – a que se tornaria a primeira “foto” do planeta e comprovaria a sua existência. Para isso, o time fez uso de um instrumento presente no Very Large Telescope, um conjunto de telescópios do Observatório Europeu do Sul (ESO) instalados no Deserto do Atacama, no Chile, com o propósito de capturar alguma luz refletida pelo exoplaneta.
Obter dados para gerar uma imagem do Próxima c foi um desafio e os cientistas tiveram que combinar diversas observações para isso. No entanto, o processo revelou que o planeta aparentemente é bem mais brilhante do que o esperado para as suas dimensões – e foi daí surgiu a possibilidade de que o astro abrigue um sistema de anéis.
Os astrônomos explicaram que, em comparação com Saturno, o Próxima c seria um planeta menor, mas com anéis pelo menos 2 vezes mais largos e brilhantes. Além disso, caso a existência do astro realmente seja confirmada, sua órbita e dimensões sugerem que se trata de um mundo relativamente “velho” – mas serão necessárias outras tantas observações para provar que o Próxima c habita mesmo no sistema planetário vizinho ao nosso e que ele conta com “adereços” cósmicos tão exuberantes como parece.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114294-sistema-planetario-vizinho-ao-nosso-pode-possuir-um-senhor-dos-aneis.htm

Voo dos pterossauros pode resolver problemas modernos da aviação

"Há coisas muito legais nos registros fósseis que não são exploradas porque os engenheiros geralmente não olham para a Paleontologia quando pensam em soluções para problemas aeronáuticos”, declarou Liz Martin-Silverstone, pesquisadora e pós-doutoranda da Universidade de Bristol, ao site Sci-News.
Ela se referia à sua pesquisa, publicada na revista Trends in Ecology & Evolution, que trata da fisiologia dos pterossauros e de outros dinossauros voadores. Esses animais poderiam ensinar velhos truques para solucionar problemas de novas tecnologias, como estabilidade de voo e formas de lançamento de drones.

Esse fóssil de um Jeholopterus mostra vestígios do que seria penugem, o que sugere que pterossauros mais evoluídos teriam sangue quente.
Esse fóssil de um Jeholopterus mostra vestígios do que seria penugem, o que sugere que pterossauros mais evoluídos teriam sangue quente.
Segundo explicou o paleontólogo Nizar Habib à revista National Geographic, pterossauros possuíam uma membrana que começava no ombro, indo até o tornozelo, formando suas asas. Isso tornava possível a eles alçar voo, apesar de seu tamanho e peso: algumas espécies tinham asas com mais de dez metros de envergadura e corpos pesando mais de 250 kg, encimados por cabeças de 3 metros de comprimento.
Para Liz Martin-Silverstone, fósseis desses animais pré-históricos podem dar à engenharia aeroespacial uma visão extraordinariamente profunda da anatomia de suas asas e de sua capacidade de voar. “Embora você não saiba exatamente o formato da asa, é possível modelar sua eficácia e determinar qual seria o melhor desempenho em condições naturais”.

Sobre quatro membros, como corredores

Porém, saber como esses animais gigantescos levantavam voo é outra história. Se no mundo moderno lançar-se ao ar através de um salto é procedimento comum no reino animal, quanto maior a ave, mais impulso ela precisa.

Modelo de um Quetzalcoatlus northropi é pintado antes de ser entregue a um museu no Kuwait.
Modelo de um Quetzalcoatlus northropi é pintado antes de ser entregue a um museu no Kuwait.

Uma das hipóteses sugere que pterossauros alçariam voo dando um salto potente. Usando cotovelos e pulsos, o animal começaria a voar a partir da altura alcançada. "Um dos problemas que hoje a tecnologia enfrenta é que drones precisam de uma superfície plana para ser lançado. Conhecer a fisiologia de lançamento dos pterossauros pode ajudar a resolver alguns desses problemas ", explicou a pesquisadora.
O paleontólogo Nizar Habib usou, por sua vez, equações aeronáuticas para determinar como os pterossauros levantavam voo. Segundo ele, esses animais não se lançavam a partir dos dois pés (de acordo com Habib, por causa do peso isso teria despedaçado as pernas do animal na decolagem). 
Para ele, a posição ideal seria sobre quatro patas: “posicionando-se sobre os membros anteriores e impulsionando-se para o ar", como acontece com um corredor profissional na largada.

Voar e permanecer no ar

Era preciso ainda continuar voando e, por isso, o modo como os pterossauros lidavam com a vibração de suas asas gigantescas pode ajudar a resolver problemas de instabilidade no ar. 
Para Nizar, apesar de retratados como desengonçados, pterossauros eram elegantes e sofisticadas máquinas voadoras. “O Nyctosaurus, um pterossauro marinho parecido com um albatroz, tinha um rácio de planagem no nível de um planador de corrida contemporâneo”, diz ele.
As estratégias de voo desses animais ainda permanecem ocultas em seus fósseis. "Se combinarmos nosso conhecimento de animais vivos e extintos, teremos uma chance muito maior de superar os obstáculos que ainda dificultam o voo feito pelo homem”, resume a pesquisadora.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114296-voo-dos-pterossauros-pode-resolver-problemas-modernos-da-aviacao.htm 

Médicos testam hormônas femininas no combate à covid-19

Pesquisas e estudos se multiplicam em todo o mundo e o objetivo é o mesmo: encontrar alternativas de combate à covid-19. De acordo com o New York Times, os homens representam aproximadamente 75% dos pacientes com a doença internados no Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles, que estão em terapia intensiva ou ainda em ventilação. Já de acordo com a NPR, no início de abril, os homens infectados em Nova York representavam o dobro de mortes do que as mulheres.

Hormônios femininos podem fortalecer o organismo contra infecções causadas pela covid-19 (Fonte: Unsplash)
Hormônios femininos podem fortalecer o organismo contra infecções causadas pela covid-19 (Fonte: Unsplash)

Os dados que apontam a maior incidência da covid-19, maior gravidade e maior número de mortes entre os homens fez com que dois ensaios clínicos se voltassem para as diferenças hormonais e como elas podem influenciar no tratamento e combate à doença.
Para a professora de saúde pública global do Colégio Universitário de Londres, além das doenças pulmonares, cardíacas e dos hábitos menos saudáveis dos homens, existem boas evidências de que o sistema imunológico feminino é mais forte do que o dos homens.

Estrogênio e progesterona no combate à covid-19

O sistema imunológico feminino é regulado pelos hormônios sexuais estrogênio e progesterona, que são produzidos em maiores quantidades nas mulheres e concedem a elas resistência contra infecções e danos ao sistema imunológico.
A partir disso, cientistas da Cedars-Sinai e da Renaissance School of Medicine da Universidade Stony Brook traçaram dois estudos para utilizar os hormônios em pequenos grupos infectados com a covid-19. Sharon Nachman, principal pesquisador da Universidade Stony Brook, explicou ao Times que, embora não entendam exatamente como o estrogênio funciona no combate à doença, o estudo pode mostrar como o paciente reage ao “tratamento”.

Estudos paralelos

O estudo da Stony Brook será realizado em 110 pacientes confirmados ou presumidos da covid-19 que tenham desenvolvido ao menos um sintoma, mas que ainda não precisaram utilizar suporte respiratório mecânico. Homens acima de 18 anos e mulheres com mais de 55 anos podem participar do estudo. A idade superior das mulheres vai de encontro justamente à produção dos hormônios, que cai significativamente na menopausa e, com isso, elas podem se encaixar no objetivo do estudo, que é analisar o comportamento do organismo à essas respostas.

Cientistas dividiram a pesquisa em dois estudos paralelos (Fonte: Pexels)
Cientistas dividiram a pesquisa em dois estudos paralelos (Fonte: Pexels)

Metade do grupo será tratada com um adesivo de estrogênio por uma semana e a outra metade seguirá o tratamento médico convencional.
Já os pacientes do estudo da Cedars-Sinai receberão progesterona, que tem propriedades anti-inflamatórias. Participam da pesquisa, 40 homens internados com infecções leves e moderadas causadas pela covid-19. O primeiro grupo, de 20 pessoas, receberá duas doses do hormônio ao dia, durante cinco dias. E o segundo grupo, seguirá o tratamento convencional.
O objetivo é mostrar que níveis elevados de estrogênio e progesterona podem ajudar o organismo a combater as infecções causadas pela covid-19.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114300-medicos-testam-hormonios-femininos-no-combate-a-covid-19.htm

Asteroide vai passar perto da Terra !

1998 OR2
1998 OR2

Você soube do asteroide que está de passagem aqui pelas nossas bandas? Batizada de 1998 OR2, a rocha espacial foi descoberta em 1998 e fará sua maior aproximação nesta quarta-feira (29). No entanto, obedecendo às orientações de proteção individual e distanciamento social em vigor em boa parte da Terra, o astro passará a uma distância bastante segura de nós – e, de quebra, já virá de máscara posta! Confira no tweet a seguir:

Etiqueta social

Brincadeiras à parte, a imagem do asteroide que você viu acima foi capturada por astrônomos do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, e do Virtual Telescope, em Roma, e mostra o 1998 OR2 viajando em nossa direção a cerca de 31,3 mil quilômetros por hora. Mas, conforme mencionamos antes, nós, terráqueos, não temos nada a temer com a aproximação da rocha espacial, já que ela passará a pouco mais de 6 milhões de quilômetros de distância do nosso planeta – ou cerca de 16 vezes a distância média que existe entre a Terra e a Lua.
Ademais, segundo os cálculos feitos pelos cientistas, não existe qualquer perigo de que o asteroide colida conosco tão cedo – uma vez que existem projeções baseadas em sua trajetória orbital até o ano de 2197. Aliás, ainda bem que não corremos o risco de sofrer um encontrão com esse pedregulho espacial, visto que ele não é pequeno, não! De acordo com as estimativas, o 1998 OR2 mede 1,8 quilômetro de diâmetro e 4,1 km de comprimento, então, imagine o estrago que ele não causaria em caso de impacto...
Na verdade, o fato de o 1998 OR2 ser grandalhão é algo bastante positivo para os cientistas – e fãs de Astronomia –, pois as dimensões fazem dele um astro bastante brilhante e até astrônomos amadores poderão observar a passagem da rocha com telescópios menos potentes. Mas, voltando aos cientistas, a aproximação permitirá que uma porção de levantamentos sejam conduzidos, como medições e análises de sua composição, e poderá ajudar no desenvolvimento de métodos de detecção e sistemas de defesa contra colisões de asteroides.
 Caso você tenha interesse em acompanhar a passagem e não possui nenhum equipamento, não se preocupe, já que o pessoal do Virtual Telescope vai transmitir imagens através de seu site – que você pode encontrar através deste link. E se você perder a oportunidade, pode aguardar até 2079, quando o 1998 OR2 nos visitará novamente e chegará mais pertinho da Terra, passando a 1,8 milhões de quilômetros do nosso planeta.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114309-asteroide-vai-passar-perto-da-terra-e-ja-vem-de-mascara-posta.htm

terça-feira, 28 de abril de 2020

Ciência criou dispositivo portátil que “imprime” pele nova para queimados graves

Investigadores canadianos testaram uma inovadora pistola impressora 3D que imprime pele artificial diretamente nas feridas graves. O projeto teve início em 2018, mas agora está finalmente a ser testada na pele de porcos.
Segundo o que foi demonstrado, o dispositivo é uma espécie de “dispensador de fita adesiva”, mas com pele artificial.
Imagem impressora 3D de pele artificial

Pele artificial para aplicar a queimados graves

Os investigadores Universidade de Toronto, no Canadá, criaram um dispositivo de colocação de pele artificial. O projeto e os resultados conseguidos foram publicados esta semana no jornal “Biofabrication”, da IOPScience.

Apesar de só agora haver resultados mais concretos, estes estudos começaram em 2018. Contudo, a inovação foi testada agora com sucesso em animais.

Em grosso modo, trata-se de um rolo de fita adesiva, só que é feito de pele. Esta é a melhor analogia para explicar como funciona o dispositivo.
Imagem exemplo de aplicação de pele artificial

Impressora 3D portátil que imprime pele artificial

Trata-se de uma impressora 3D portátil que cria pedaços do maior órgão humano, mas artificial, para serem aplicados diretamente nas feridas de vítimas de queimaduras graves.

Este dispositivo tem vindo a ser melhorado chegando agora a uma versão do tamanho de uma caixa de sapatos e com um peso que não chega a 1 kg.

O equipamento quando acionado, “imprime” folhas de pele capazes de fechar as queimaduras. Esta pele artificial tem propriedades cicatrizantes e regeneradoras.
Imagem investigadores da pele impressa

Como funciona esta nova pele?

A forma como é aplicada permite fechar uma ferida como se fosse fita adesiva a fechar um envelope. Assim, a ideia é usar este dispositivo e eliminar qualquer necessidade de enxerto de pele.

Os excertos colocados nas áreas queimadas são um método hoje usado, técnica que usa pedaços de tecido retirados de outras áreas do corpo da própria pessoa e os implanta no local queimado, após remoção de toda a pele afetada. Portanto, um método mais intrusivo, embora eficaz.

Com este equipamento, o processo pode ser mais rápido. Esta impressora 3D usa um material impresso que é uma “biotinta” especial, feita de materiais biológicos, incluindo colagénio, fibrina (proteína que atua na cicatrização) e as importantes células estromais mesenquimais (um tipo de células-estaminais, encontradas na medula óssea, que auxilia o sistema imunológico e estimula o crescimento de novas células).

https://pplware.sapo.pt/ciencia/ciencia-criou-dispositivo-portatil-que-imprime-pele-nova-para-queimados-graves/

Pele sintética produz energia a partir do suor para alimentar todo o tipo de biossensores

A pele é o maior órgão que “equipa” o ser humano e é um alvo de estudo e desenvolvimento de várias tecnologias. Nos últimos anos, os projetos das peles eletrónicas avançou consideravelmente. Há já resultados muito interessantes, como é o caso, por exemplo, do novo couro sintético desenvolvido pelo Caltech. Segundo este Instituto de Tecnologia da Califórnia é possível retirar energia do suor para alimentar biossensores.
Esta pele sintética poderá ser um importante dispositivo para recolher dados da saúde do ser humano.
Imagem pele eletrónica que pode gerar energia do suor


Pele eletrónica alimentada pelo suor


Segundo as investigações do Caltech, esta tez sintética pode ser integrada com biossensores capazes de detetar informações como frequência cardíaca, temperatura corporal, níveis de açúcar no sangue, subprodutos metabólicos que indicam saúde e até mesmo os sinais nervosos que controlam os nossos músculos. Além disso, é completamente inofensivo e pode ser simplesmente colocado sobre a pele real.
Tal como já foi abordado por várias vezes, este mundo do couro sintético não é propriamente novo. Existem muitos tipos e possibilidades diferentes. No entanto, esta é a primeira capaz de obter energia completamente do suor do utilizador. Esta é, sem dúvida, a sua característica mais notável. Tal como outras peles semelhantes, esta peça sintética é capaz de adaptar uma vasta gama de biossensores.
Andrew e Peggy Cherng, os criadores desta pele sintética, afirmam que ela pode ser integrada com sensores para monitorizar de parâmetros de saúde, sinais vitais e muito mais. Contudo, para que isso seja possível, a pele deve ter energia, especialmente quando se comunica com um dispositivo.
Embora a comunicação por contacto direto possa ser uma aplicação de pele eletrónica sem bateria, a distância coloca muitas limitações. A comunicação por Bluetooth, por exemplo, consome mais energia, mas é muito mais interessante para garantir uma boa conectividade entre as aplicações médicas e a robótica prática.
Esta pele é capaz de alimentar totalmente este sistema de comunicação sem necessidade de bateria ou ligação externa. Para tal, utiliza células de biocombustível feitas de nanotubos de carbono impregnadas com um catalisador de platina e cobalto e uma malha composta contendo uma enzima que decompõe o lactato.
Esta substância está muito presente no nosso suor. À medida que se decompõem, pode gerar uma produção contínua e estável de energia até vários milivolts por centímetro quadrado durante vários dias, a partir do suor humano.
Imagem de pele sintética que se alimenta do suor para gerar energia para biossensores

Descoberta importante para futuras peles eletrónicas

Para que serve uma pele eletrónica? Os planos dos seus criadores são preparar o caminho para futuros dispositivos que sirvam de interface “homem-máquina”, bem como biossensores confortáveis, duráveis e eficazes para medir todo o tipo de variáveis biológicas. No desenvolvimento das peles sintéticas, a ligação entre a própria pele e o dispositivo que “lê” as suas informações é sempre um grande problema.
A resolução da questão energética é uma das principais tarefas dos investigadores que se confrontaram com a impossibilidade de colocar baterias externas ou de se depararem com a rápida degradação do tecido cutâneo sintético. Felizmente, isto não só dura muito tempo, segundo os investigadores, mas também permite que os biossensores sejam totalmente autónomos. Asseguram igualmente a comunicação.
Como resultado, a equipa acredita que tais dispositivos não só ajudarão a desenvolver “remendos” para monitorizar os valores biológicos, mas também abrirão um caminho para uma interface homem-máquina mais eficiente.
A equipa prevê que tais adesivos possam ser ligados a um dispositivo externo através da simples aplicação da pele sintética, sem mais demoras, e que uma pessoa possa permanecer ligada a outro dispositivo durante dias sem precisar de mais nada.

 
https://pplware.sapo.pt/ciencia/pele-sintetica-produz-energia-a-partir-do-suor-para-alimentar-todo-o-tipo-de-biossensores/

Novo estudo refere que a cratera Jezero em Marte pode abrigar sinais de vida !

A NASA continua a palmilhar a superfície de Marte na expectativa de conhecer os pontos fundamentais para a chegada do novo veículo ao solo marciano. Nesse sentido, uma nova análise de imagens de satélite sustenta a hipótese de que a cratera de Jezero no planeta vermelho poderá ser um bom lugar para procurar marcadores de vida.
Conforme já foi veiculado pela agência espacial, a sonda Perseverance da NASA, cujo lançamento está previsto para julho de 2020, aterrará na cratera de Jezero.
Imagem cratera Jezero no solo do planeta Marte, onde a NASA quer aterrar

Rios de Marte deixaram marcas fortes na paisagem
As faixas ondulantes de terra visíveis do espaço revelam rios que outrora percorriam a superfície marciana. Contudo, fica a questão que poderá ser importante, no estudo do planeta: durante quanto tempo é que a água correu?
Segundo um novo estudo, esta água correu no leito tempo suficiente para registar evidências de vida antiga no planeta.
Quando os investigadores modelaram o tempo que levou a formar as camadas de sedimentos num delta de um rio antigo depositados à medida que este descia para a cratera, concluíram que se a vida tivesse existido perto da superfície marciana, poderiam ter sido capturados vestígios dela dentro das camadas do delta.
Provavelmente houve água durante uma duração significativa em Marte e esse ambiente era certamente habitável, mesmo que pudesse ter sido árido.
Mostrámos que os sedimentos eram depositados rapidamente e que se houvesse orgânicos, teriam sido enterrados rapidamente, o que significa que provavelmente teriam sido preservados e protegidos.
Referiu o autor principal Mathieu Lapôtre, professor assistente de ciências geológicas na Universidade de Stanford.
Imagem esquema onde a NASA quer aterrar o seu Rover para estudar os rios de Marte a partir da cratera Jezero

Formação da cratera Jezero

A NASA selecionou a cratera Jezero para a sua próxima missão rover, em parte, porque o local contém um delta do rio. Os investigadores sabem que os deltas do rio na Terra preservam eficazmente as moléculas orgânicas associadas à vida.
Mas sem uma compreensão das taxas e durações dos eventos de construção do delta, a analogia continuou a ser especulativa. Assim, a nova investigação na AGU Advances oferece orientações para a recuperação de amostras, a fim de compreender melhor o antigo clima marciano e a duração da formação do delta. O Rover Perseverance to Mars da NASA, que será lançado como parte da primeira missão de retorno de amostras de Marte, irá inicialmente estudar essa área.
O estudo incorpora uma descoberta recente que os investigadores fizeram sobre a Terra: rios sinuosos de rosca única, que não têm plantas a crescer sobre as suas margens, movem-se de lado cerca de 10 vezes mais depressa do que os que têm vegetação.
Com base na força da gravidade de Marte, e assumindo que o planeta vermelho não tinha plantas, os cientistas estimam que o delta na cratera de Jezero levou pelo menos 20 a 40 anos para se formar. No entanto, a formação era provavelmente descontínua e originou que esse processo durasse cerca de 400.000 anos.
Isto é útil porque um dos grandes desconhecidos de Marte é o tempo. Encontrando uma forma de calcular a taxa para o processo, podemos começar a ganhar esta dimensão de tempo.
Referiu Lapôtre.
Uma vez que os rios de um só fio e serpenteantes são mais frequentemente encontrados com vegetação na Terra, a sua ocorrência sem plantas permaneceu, em grande parte, indetetável até há pouco tempo. Pensava-se que antes do aparecimento das plantas, só existiam rios entrançados, compostos por múltiplos canais entrelaçados.
Video em: https://youtu.be/qnZ_sidmr4Y 

Evolução da vida na Terra

Agora que os investigadores sabem que o devem procurar, encontraram rios serpenteantes na Terra onde não há plantas, como no McLeod Springs Wash, na bacia do Toiyabe, no Nevada.
Os investigadores estimaram também que os períodos húmidos conducentes a uma acumulação significativa de deltas eram cerca de 20 vezes menos frequentes em Marte antigo do que são actualmente na Terra.
Segundo os cientistas, as descobertas da cratera de Jezero poderiam ajudar a compreensão de como a vida evoluiu na Terra. Se a vida já existiu lá, é provável que não tenha evoluído para além da fase de célula única. Isso porque a cratera de Jezero formou-se há mais de 3,5 mil milhões de anos, muito antes dos organismos na Terra se terem tornado multicelulares.
Se a vida existiu uma vez na superfície, algum evento desconhecido que esterilizou o planeta parou a sua evolução. Isso significa que a cratera marciana poderia servir como uma espécie de cápsula do tempo preservando sinais de vida como poderia ter existido em tempos na Terra.
Poder usar outro planeta como uma experiência de laboratório para saber como a vida poderia ter começado noutro lugar ou onde há um registo melhor de como a vida começou – isso poderia realmente ensinar-nos muito sobre o que é a vida. Estas serão as primeiras amostras que vimos como uma rocha em Marte e depois trazidas de volta à Terra, por isso é bastante excitante.
Concluiu Lapôtre.
Marte é, a seguir à Terra, o planeta que o ser humano mais conhece, contudo, ainda sabe muito pouco. Descobrir os segredos do solo marciano poderá ajudar a descobrir o início da vida terrena.
https://pplware.sapo.pt/ciencia/novo-estudo-refere-que-a-cratera-jezero-em-marte-pode-abrigar-sinais-de-vida/

O Sistema Solar “roubou” asteróides ao espaço interestelar e escondeu-os perto de Júpiter

O Oumuamua, asteróide interestelar detetado no Sistema Solar em 2017, pode não ter sido o único a passar por nós. Um novo estudo revelou que há vários asteróides interestelares no Sistema Solar há muito tempo.
Uma equipa de investigadores identificou, pela forma como se movem em redor do Sol, 19 asteróides que terão sido capturados de outra estrela quando o Sistema Solar tinha apenas alguns milhões de anos. Os astrónomos acreditam que, na altura, o Sol fazia parte de um berçário estelar, um aglomerado de estrelas a nascer próximas da mesma nuvem de gás e poeira.
“A proximidade das estrelas significava que sentiam a gravidade um do outro muito mais fortemente do que hoje”, explicou Fathi Namouni, astrónomo e cosmólogo do Observatoire de la Côte d’Azur, em França, em comunicado. “Isto permitiu que os asteróides fossem puxados de um sistema estelar para outro”.
Fathi e a sua colega Helena Morais, da Universidade Estadual Paulista, no Brasil, encontraram o seu primeiro residente interestelar permanente em 2018, enquanto investigavam um grupo de asteróides chamados Centauros, que ficam entre Júpiter e Neptuno, e geralmente têm órbitas estranhas.
Um asteróide chamado 2015 BZ509 estava numa órbita mais estranha do que a maioria – exatamente a mesmo que Júpiter, mas na direção oposta. Se fosse nativo do Sistema Solar, deveria estar a viajar na mesma direção.
Os investigadores descobriram que a origem mais provável do asteróide era o espaço interestelar que teria sido capturado no Sistema Solar há 4,5 mil milhões de anos.
Neste novo estudo, a equipa examinou Centauros e objetos transnetunianos com alta inclinação orbital em relação ao plano orbital dos planetas. Como o 2015 BZ509, alguns desses objetos também têm órbitas retrógradas.
“Com excentricidades moderadas a altas, as órbitas dos Centauros podem ser inclinadas em alguns graus em relação ao plano invariável do Sistema Solar para quase 180°, resultando num movimento retrógrado”, segundo os investigadores. “As suas características orbitais costumam ser tomadas como um sinal do seu passado violento no Sistema Solar, uma noção reforçada pela sua chamada instabilidade. Se uma órbita do Centauro for integrada para frente ou para trás no tempo, invariavelmente atingirá o Sol, planetas ou será ejetado do Sistema Solar”.
O estudo incluiu 17 Centauros com inclinações orbitais superiores a 60º e dois objetos transnetunianos. Os cientistas usaram as órbitas conhecidas desses objetos para criar vários clones de cada um para simular as suas órbitas no tempo. Nesse momento, tudo no Sistema Solar estava num disco plano ao redor do Sol. Tudo deveria estar a orbitar em torno do mesmo plano e na mesma direção.
De acordo com as simulações, os 19 asteróides não faziam parte do disco arrumado. A maioria dos clones acabou por colidir com o Sol ou por ser expulsa do Sistema Solar. No entanto, como os asteróides ainda estão no Sistema Solar, devem ter superado as probabilidades.
A probabilidade de os asteróides serem capturados pela gravidade do Sol de fora do Sistema Solar é maior do que a probabilidade de nascerem no Sistema Solar.
O estudo futuro destas rochas pode ajudar a validar as descobertas da equipa. A partir daí, poderiam ajudar a identificar mais intrusos interestelares, o que, por sua vez, poderia ajudar a aprender mais sobre a formação do Sistema Solar, bem como de outros sistemas planetários.
O estudo foi publicado este mês na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

https://zap.aeiou.pt/asteroides-interestelares-escondidos-jupiter-321411

Hubble capta galáxia espiral cercada por um segundo par de braços espirais


Galáxia NGC 2273

O Telescópio Hubble capturou a imagem incomum de uma galáxia espiral, na qual os braços espirais contêm um segundo par.
O Telescópio Espacial Hubble continua a revelar-nos segredos impressionantes do Universo. O mais recente é uma imagem peculiar da galáxia NGC 2273, uma galáxia espiral semelhante à Via Láctea que contém um segundo par de braços espirais.
À semelhança de um quasar, o núcleo muito ativo da NGC 2273 é alimentado por um buraco negro supermassivo. Isso faz com que a região central da galáxia brilhe em vários comprimentos de onda, ao ponto de ofuscar todas as outras estrelas.
Aliás, foi o seu brilho fora do comum que permitiu a sua deteção, no final do século XIX, apesar de estar a 95 milhões de anos-luz de distância, revela o Universe Today.
À primeira vista, a NGC 2273 parece uma galáxia espiral comum, com dois braços giratórios que se estendem a partir de uma barra central composta por estrelas densamente compactadas, gás e poeira.
No entanto, estes braços escondem um segundo par de braços em espiral, o que faz desta galáxia uma estrutura com múltiplas conexões, composta por anéis internos e um conjunto de “pseudoanéis” externos.
Esta característica é muito peculiar. De acordo com a teoria predominante da formação e evolução das galáxias, os anéis são criados quando os braços espirais de uma galáxia dão voltas ao redor do centro galáctico e parecem ficar “aninhados”, perto um do outro.
Os astrónomos acreditam que os “pseudoanéis” de NGC 2273 se formaram graças a dois conjuntos de braços em espiral que se uniram e o anel interno por duas estruturas em arco mais próximas ao centro galáctico.
A NASA estima que o Hubble continuará a orbitar a Terra até 2030 ou 2040. Até lá, podem surgir mais surpresas impressionantes como esta.

https://zap.aeiou.pt/galaxia-bracos-espirais-segundo-par-320924

Um planeta de metal derretido pode ser a chave para encontrar a próxima Terra


Planeta MASCARA-2 b

Um planeta de metal derretido, semelhante a Júpiter, não parece ser o paraíso. No entanto, os cientistas estão muito entusiasmados com o planeta MASCARA-2 b, uma vez que as suas características são aquilo a que chamam de laboratório perfeito.
Um espectrómetro construído na Universidade de Yale e instalado no Observatório Lovell está a oferecer aos astrónomos uma visão detalhada da atmosfera de MASCARA-2 b, um planeta distante tão quente que o ar contém metais vaporizados na sua composição.
De acordo com o Business Insider, se os astrónomos conseguiram encontrar uma forma de estudar um Júpiter quente tão distante do planeta Terra, podem estar muito perto de encontrar (e estudar) um planeta no Universo capaz de albergar vida.
O planeta em causa fica a cerca de 4.300 triliões de quilómetros da Terra e é um gigante de gás muito semelhante a Júpiter. No entanto, a sua órbita é 100 vezes mais próxima da sua estrela do que a órbita de Júpiter em relação ao Sol.
A atmosfera de MASCARA-2 b atinge temperaturas acima dos 1.726 graus Celsius, o que o coloca no final de uma classe de planetas conhecida como Júpiteres quentes. Este tipo de corpo celeste chama a atenção dos cientistas porque a sua existência era desconhecida há 25 anos e podem oferecer informações interessantes sobre a formação dos sistemas planetários.
“Os Júpiteres quentes fornecem os melhores laboratórios para desenvolver técnicas de análise que um dia serão usadas para procurar assinaturas biológicas em mundos potencialmente habitáveis”, explicou a astrónoma Debra Fischer, coautora do artigo científico publicado na Astronomy and Astrophysics.
À medida que o MASCARA-2 b cruza a linha de visão direta entre a sua estrela hospedeira e a Terra, elementos na atmosfera do planeta absorvem a luz das estrelas em comprimentos de onda específicos, deixando uma impressão digital química. O espectrómetro EXPRES recolhe essas impressões digitais que são pistas valiosas para os astrónomos.
Através deste instrumento, a equipa encontrou ferro gasoso, magnésio e cromio na atmosfera do planeta. O principal autor do estudo, Jens Hoeijmakers, disse ainda que o EXPRES encontrou evidências de uma assinatura química diferente nos lados “manhã” e “noite” do MASCARA-2 b.
“Estas detecções químicas podem não apenas dar-nos pistas sobre a composição elementar da atmosfera, como também sobre a eficiência dos padrões de circulação atmosférica”, disse Hoeijmakers, citado pelo EuropaPress.

https://zap.aeiou.pt/planeta-metal-derretido-proxima-terra-320938

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