quinta-feira, 31 de março de 2022

Teia de wormholes pode resolver paradoxo proposto por Stephen Hawking !


Um novo estudo sugere que uma teia de wormholes pode resolver o paradoxo da informação em buracos negros, proposta por Stephen Hawking.

Os wormholes — as míticas fendas cósmicas que em português ocasionalmente são tratadas como “buracos de minhoca” — são “túneis” formados por grandes distorções no espaço-tempo.

Provavelmente estamos mais habituados a ouvir falar deles nos filmes e séries de ficção científica, como espécies de portais que nos conseguem teletransportar no espaço e até no tempo.

Mas estes wormholes também estão presentes na Física, embora nunca se tenha observado um. A única coisa que sustenta a hipótese da sua existência é que tais estruturas são possíveis soluções das equações de Einstein que tratam da Teoria da Relatividade Geral.

Um paradoxo de buracos negros, aparentemente sem solução, proposto pela primeira vez pelo físico Stephen Hawking pode finalmente ser resolvido, escreve a Live Science.

Em causa está o paradoxo da informação em buracos negros, que aborda o facto de a informação não poder ser destruída no Universo e, no entanto, quando um buraco negro evapora, qualquer informação que tenha sido engolida por este desaparecerá por completo.

Hawking questionou-se: Quando um buraco negro evapora e desaparece do Universo, para onde foi toda a informação anteriormente contida dentro dele?

Um novo estudo propõe que o paradoxo pode ser resolvido, precisamente, graças aos wormholes.

“Um wormhole liga o interior do buraco negro e a radiação externa, como uma ponte”, disse Kanato Goto, físico teórico japonês, num comunicado citado pelo Phys.

Com base na teoria de Goto, uma segunda superfície surge no horizonte de eventos de um buraco negro. Fios de um wormhole conectam essa superfície ao mundo exterior, entrelaçando informações entre o interior do buraco negro e a fuga de radiação nas suas extremidades.

No paradoxo de Hawking há duas opções: na primeira, a informação pode ser destruída, o que parece violar tudo o que sabemos sobre Física; na segunda, apoiada pela maioria dos cientistas, há uma maneira qualquer pela qual a informação dentro do buraco negro sai através da radiação.

A confirmar-se esta segunda opção, “a relatividade geral e a mecânica quântica, como estão atualmente, são inconsistentes entre si”, explica Goto. “Temos que encontrar uma estrutura unificada para a gravidade quântica”, sublinha.

https://zap.aeiou.pt/teia-wormholes-paradoxo-stephen-hawking-468586


Hora mudou no domingo. Neurologista explica porque não é saudável !

No domingo, os portugueses adiantaram os seus relógios e adotaram a hora de verão: à 01.00h, os relógios passaram a marcar 02.00h. E uma neurologista explica porque não é saudável.

Cerca de um terço das pessoas dizem não estar ansiosas pela mudança da hora — que ocorre duas vezes por ano em Portugal, no último domingo de março e no último domingo de outubro.

Na madrugada de 27 de março, os relógios foram adiantados 60 minutos, de acordo com as indicações do Observatório Astronómico de Lisboa.

Em Portugal continental e na Região Autónoma da Madeira, o adiantamento aconteceu à 01.00 hora, passando para as 02.00 horas.

Segundo o The Conversation, uma esmagadora maioria de 63% contra 16% gostaria de as eliminar completamente, enquanto 21% não tem opinião. Na maior parte dos casos, as pessoas queixam-se da perturbação das suas rotinas diárias.
 
Mas os efeitos vão para além de simples inconvenientes. Estudos recentes de diferentes equipas de investigadores têm concluído que o “salto em frente” em março, todos os anos, tem diversos impactos negativos na saúde.

Beth Ann Malow, professora de neurologia e pediatria no Centro Médico da Universidade de Vanderbilt, no Tennessee, explica por que motivo a mudança de hora em março “é pouco saudável”.

Num estudo de 2020, publicado na revista JAMA Neurology, Malow e os co-autores reviram as provas que ligam a transição anual para a hora de verão ao aumento de AVC, ataques cardíacos e privação do sono dos adolescentes.

A equipa de investigação acredita que a ciência que estabelece estas ligações é forte e que as provas fazem um bom argumento a favor da adoção de um tempo padrão permanente, a nível nacional.

Passar da hora de verão para a hora normal todos os meses em novembro (nos EUA), e fazer os relógios recuar uma hora é relativamente benigno, diz Mallow.

Embora algumas pessoas possam sentir-se desequilibradas e precisar de algumas semanas para recuperar, a investigação não relacionou esta mudança em novembro com impactos graves na saúde.

No entanto, a alteração da hora na primavera é mais difícil para o corpo. Isto acontece porque o nosso relógio é adiantado uma hora.

Por outras palavras, parece que são 7 da manhã, embora os nossos relógios digam que são 8 da manhã, explica a neurologista.

Esta mudança é mais visível, porque a luz da manhã é valiosa para ajudar a definir os ritmos naturais do corpo — acorda-nos e melhora o nosso estado de alerta.

Embora as razões exatas ainda não esteja definidas, pode dever-se aos efeitos da luz sobre os níveis crescentes de cortisol, uma hormona responde ao stress, ou o efeito da luz na amígdala cerebelar, uma parte do cérebro envolvida nas emoções.

Em contraste, a exposição à luz até mais tarde, à noite, atrasa a libertação de melatonina pelo cérebro, a hormona que promove a sonolência.

Ou seja, pode interferir com o sono e não nos deixar dormir tanto. O efeito pode durar mesmo depois de a maioria das pessoas se ajustar à perda de uma hora de sono no início da hora de verão.

Como a puberdade também provoca a libertação de melatonina durante a noite, os adolescentes têm um atraso no sinal natural que os ajuda a adormecer.

São particularmente suscetíveis a problemas de sono, devido à luz prolongada no início da noite. Esta mudança na melatonina durante a puberdade dura até aos 20 anos, normalmente.

Os adolescentes também podem ser cronicamente privados do sono devido a horários escolares, desportivos e atividades sociais.

Por exemplo, muitas crianças começam a escola por volta das 8 da manhã ou antes. Assim, durante o horário de verão, muitos jovens levantam-se e viajam para a escola em plena escuridão.

A alteração da hora na primavera é mais difícil para o corpo

A geografia também pode fazer a diferença na forma como o horário de verão afeta cada um de nós.

Um estudo mostrou que as pessoas que vivem no extremo ocidental de um fuso horário, que recebem luz mais tarde de manhã e luz mais tarde à noite, dormem menos do que as suas homólogas, no extremo oriental de um fuso horário.

Este estudo, publicado na Science Direct em 2019, revelou que os residentes da orla ocidental tinham taxas mais elevadas de obesidade, diabetes, doenças cardíacas e cancro da mama, bem como rendimentos per capita mais baixos e custos mais elevados de cuidados de saúde.

Outros estudos descobriram que as taxas de outros cancros são mais elevadas na orla ocidental de um fuso horário.

Os cientistas acreditam que estes problemas de saúde podem resultar de uma combinação de privação crónica do sono e desalinhamento circadiano — uma dessincronização entre os nossos ritmos biológicos e o mundo exterior.

Por outras palavras, o “timing” das rotinas diárias de trabalho, escola ou sono é baseado no relógio, e não no nascer e pôr do sol.
Fim da Mudança de hora à vista

O presidente da Comissão Europeia defendeu em 2018 a supressão da mudança da hora, responsabilizando cada Estado-membro por escolher o horário de inverno ou de verão no seu discurso sobre o “Estado da União”.

A 31 de agosto de 2018, a Comissão Europeia revelou que a maioria “muito clara” de 84% dos cidadãos europeus se pronunciaram a favor do fim da mudança de hora.

Naquela que foi, de forma destacada, uma das consultas públicas mais participadas de sempre, com mais de 4,6 milhões de contributos oriundos de todos os Estados-membros, a maior parte das respostas veio da Alemanha, onde o assunto foi particularmente mediatizado na altura.

Se a proposta da Comissão Europeia fosse aprovada, cada país decidia qual a hora que quer adotar, não sendo possível mudar o regime de acordo com a sazonalidade.

Em outubro do mesmo ano, em entrevista à TVI, António Costa defendeu que Portugal devia continuar a ter a hora de verão, salientando o que, até agora, foi expresso pela “entidade competente”, o Observatório Astronómico de Lisboa.

“O que foi expresso até ao momento é o entendimento de que em Portugal devemos manter este regime bi-horário, com hora de verão e hora de inverno. Não vejo razão para que se contrarie a ciência e se faça algo de forma discricionária”, afirmou.

O primeiro-ministro salientou ainda não ser “nem contra, nem a favor” do fim da mudança da hora, mas considerou que “há matérias sobre as quais não vale a pena ter doutrinas políticas”.

“Vale a pena seguir o que é a informação da ciência. Se a ciência entende que o regime horário mais adequado é este, quem sou eu para dizer o contrário?”, concluiu António Costa.

“Está na decisão de cada país escolher a hora legal regular que o País tem. Mas a escolha do país de ter ou não hora de verão não está na sua própria determinação”, realçou ainda Rui Agostinho, diretor do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).

O Parlamento Europeu voltou a pronunciar-se em março de 2019, em Estrasburgo, a favor da proposta de fim da mudança de hora bianual, mas apenas em 2021, contrariamente ao que propunha inicialmente a Comissão Europeia.

O texto aprovado no hemiciclo, elaborado pela comissão de Transportes do Parlamento Europeu, defendia que as datas indicadas na proposta da Comissão Europeia para a abolição do acerto sazonal dos relógios eram prematuras.

Isto porque os Estados-membros devem “dispor de tempo e da possibilidade de realizarem as suas próprias consultas públicas e avaliações de impacto, a fim de compreender melhor as implicações da abolição das mudanças de hora sazonais em todas as regiões”.

O relatório propunha que a última mudança obrigatória para a hora de verão ocorresse no último domingo de março de 2021.

Os Estados-membros que optem pela hora de inverno acertariam ainda uma vez os relógios no último domingo de outubro de 2021. Após essa data, as mudanças de hora sazonais deixariam de ser possíveis.

A votação não foi o ponto final no processo legislativo, uma vez que a discussão ficou bloqueada na divergência no Conselho da União Europeia.

O atual regime de mudança da hora é regulado por uma diretiva (lei comunitária) de 2000, que prevê que todos os anos os relógios sejam, respetivamente, adiantados e atrasados uma hora no último domingo de março e no último domingo de outubro, marcando o início e o fim da hora de verão. 

https://zap.aeiou.pt/hora-muda-este-domingo-neurologista-explica-porque-nao-e-saudavel-467487


NFT, lagostas e cogumelos podem juntar forças… pela ciência !


O artista britânico contemporâneo Philip Colbert anunciou recentemente a sua coleção de 7.777 NFTs de retratos de lagosta, para espalhar a palavra sobre os animais e o aquilo que a ciência nos pode dizer sobre eles.

Os non-fungible tokens (NFTs) fazem manchetes quando são vendidos por milhões de dólares. Embora estas peças fossem conhecidas há algum tempo, tornaram-se rapidamente um meio de expressão para artistas de todas as idades e origens.

A coleção NFT do artista Philip Colbert faz parte da maior coleção de arte do mundo, no metaverso chamada Cidade de Lobsteropolis, segundo a Interesting Engineering.

Cobre 57 parcelas na Decentraland, e é um projeto artístico comunitário único, ao qual se pode ter acesso se possuir uma das 7.777 NFTs de lagosta.

O trabalho artístico de Colbert não é apenas uma viagem de fantasia no reino digital, e está, na verdade, ligada à realidade do nosso mundo.

O seu estúdio tem colaborado com o The National Lobster Hatchery e Whitby Lobster Hatchery no Reino Unido. Para cada peça de NFT vendida, estes locais libertam uma lagosta verdadeira na natureza.

Os lagostins são uma parte importante dos ecossistemas subaquáticos e encontram-se atualmente sob intensa pressão da pesca.

Se não forem capturados, os podem viver até 100 anos e nunca parar de crescer. Embora uma lagosta fêmea possa transportar até 40.000 ovos de cada vez, apenas um consegue sobreviver na natureza.

As entidades que fazem parte desta colaboração trabalham não só para manter o stock de lagosta nos mares, mas também para compreender melhor a espécie.

Através de programas de investigação realizados no passado, os investigadores descobriram que os lagostins são seres sensíveis, o que significa que são capazes de sentir dor, angústia e conforto.

Estudos semelhante de caranguejos, polvos e outras espécies semelhantes levaram o governo do Reino Unido a dar proteção a estes animais, para que não fossem cozidos vivos, no ano passado.

O estudo da lagosta também ajudou a humanidade e o progresso científico. Ao estudar como funcionam os olhos dos lagostins, os investigadores descobriram que os seus têm milhares de pequenos tubos quadrados que os refletem e concentram num único ponto.

Aplicando esta técnica, os astrónomos foram capazes de construir telescópios de raios X no espaço, bem como scanners para aeroportos e detetores de bombas para os militares.

Não é apenas a investigação e conservação da lagosta que os NFTs estão a apoiar. Uma empresa americana de suplementos usou os non-fungible tokens para divulgar os cogumelos e os seus benefícios para a saúde.

Desde o alívio da dor à melhoria do desempenho atlético, os cogumelos estão a ser investigados para uma grande variedade de benefícios na nossa vida.

Para espalhar a palavra, a empresa com sede nos EUA está a apostar na sua edição limitada de cogumelos colecionáveis desenhados à mão, disponíveis na cadeia de blocos Ethereum.

A empresa afirma que as receitas das vendas serão direcionadas para o financiamento da investigação da doença de Alzheimer.

Uma empresa com sede na Califórnia, a RMDS, pretende utilizar NFTs para ligar os cientistas aos investidores.

Citando que os meios tradicionais de angariação de fundos são morosos e laboriosos, a RMDS pretende criar um mercado para a propriedade intelectual científica que, tal como a arte, também uma propriedade intelectual, e é disponibilizada aos potenciais compradores.

Resta saber como o projeto irá evoluir. Mas a espera pode não ser longa, uma vez que o lançamento do mercado está agendado para este mês.

https://zap.aeiou.pt/nft-lagostas-e-cogumelos-podem-juntar-forcas-para-a-ciencia-468995


Cientistas do MIT podem ter resolvido o problema do armazenamento de carbono !


No panorama climático atual fala-se muito de carbono, captura e armazenamento. No entanto, nem sempre dá bons resultados.

Ainda em janeiro, a gigante petrolífera Shell’s Quest, concebida para capturar as emissões de carbono das operações de areias petrolíferas e armazená-las no subsolo para reduzir as emissões de carbono, verificou que produzia mais emissões do que aquelas que capturava, segundo a Interesting Engineering.

Na verdade, o carbono, a captura, e o armazenamento são difíceis de acertar. Mas os cientistas do MIT estão a oferecer algumas orientações sobre como efetuar este processo de forma eficaz, de acordo com um artigo divulgado pela instituição.

O MIT divulgou algumas ideias sobre o que seria necessário para o mundo manter as temperaturas globais dentro dos limites considerados seguros pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas.

“Se quisermos estar perto desses limites [de 1,5 ou 2 C], então temos de ser neutros em carbono até 2050, e depois disso negativos em carbono”, disse Matěj Peč, um geocientista e o Professor Assistente de Desenvolvimento de Carreira da Victor P. Starr, no Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas, e Planetárias (EAPS).

Peč desenvolveu uma proposta para o concurso Advanced Carbon Mineralization Initiative do MIT, e o que sugere é bastante impressionante.

O investigador tem planos ambiciosos para juntar geólogos, químicos e biólogos e criar uma forma de acelerar o processo pelo qual o carbono bombeado no subsolo é transformado em rocha, tornando o processo de armazenamento permanente de carbono no subsolo viável, sob diferentes condições geológicas.

O especialista também pretende investigar as melhores áreas possíveis para conduzir estes processos de forma eficaz.

“É isso que a geologia tem para oferecer“, disse Peč. “Procura os locais onde se pode armazenar de forma segura e permanente estes enormes volumes de CO2”.

Peč chamou à maioria das iniciativas atuais de captura e armazenamento de carbono “infernalmente complicadas”.

O investigador espera que a sua proposta para o desafio climático identifique formas de fazer a mineralização acontecer mais rapidamente, misturando o dióxido de carbono com diferentes fluidos, antes de o injetar no subsolo. Se for bem sucedida, poderá revolucionar a forma como lidamos com as emissões de carbono.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-do-mit-podem-ter-resolvido-o-problema-do-armazenamento-de-carbono-468992


IA descobre 40.000 armas químicas em apenas 6 horas !


Atualmente, a Inteligência Artificial (IA) é sobretudo usada para o bem, mas e se não fosse? Um novo estudo revelou que bastaram seis horas para que um novo algoritmo sugerisse 40.000 opções de possíveis armas químicas.
Uma equipa de cientistas da Collaborations Pharmaceuticals publicou um estudo no qual revela ter conseguido identificar 40.000 novos tipos de armas químicas com a ajuda da Inteligência Artificial (IA).

“O nosso trabalho está enraizado na construção de modelos de machine learning para alvos terapêuticos e tóxicos, para ajudar a conceber novas moléculas para a descoberta de fármacos”, escreveram os autores do artigo científico, publicado na Nature Machine Intelligence.

Durante as suas experiências centradas na descoberta de novos fármacos para humanos, os investigadores tiveram a ideia de pedir à máquina que lhes mostrasse possíveis combinações de compostos químicos que poderiam ser utilizados como armas químicas em determinadas circunstâncias.

De acordo com o Interesting Engineering, em menos de 6 horas, o programa produziu mais de 40.000 compostos altamente letais, numa demonstração clara do seu elevado poder de processamento.

“Passámos décadas a utilizar computadores e IA para melhorar a saúde humana – não para a degradar. Fomos ingénuos ao pensar na potencial má utilização do nosso ramo, uma vez que o nosso objetivo sempre foi evitar características moleculares que pudessem interferir com as muitas classes diferentes de proteínas essenciais à vida humana”, completam os cientistas, no artigo.

A equipa realizou esta investigação com o objetivo de criar novos modelos de aprendizagem que permitam aos cientistas desenvolver medicamentos mais rapidamente, a fim de tratar doenças de forma mais eficaz.

Como parte deste trabalho, devem ensinar o programa a identificar quando um composto químico pode ser tóxico para um ser humano e, desta forma, evitar a criação de possíveis substâncias químicas nocivas para a saúde.

Os investigadores desconheciam, até agora, a possibilidade de este tipo de tecnologia ser usado no desenvolvimento de armas químicas, algo que lhes valeu um convite para a conferência de “Convergência” do Instituto Federal Suíço de Proteção Nuclear, Biológica e Química – Laboratório Spiez.

https://zap.aeiou.pt/40-000-armas-quimicas-em-6-horas-468836


quinta-feira, 17 de março de 2022

Em breve, poderemos fazer videochamadas com hologramas e em 3D !


Várias empresas estão a apostar em opções mais realistas e a três dimensões para as videochamadas do Zoom ou do Skype.

Com já dois anos de pandemia, as reuniões de Zoom são tão comuns que já se nota uma fatiga — e uma nova startup promete ter encontrado uma solução que torna as videoconferências mais interessantes.

Fundada por um investigador de Inteligência Artificial e veterano da Ubisoft, a Matsuko quer trazer a tecnologia dos hologramas para o mainstream. A empresa criou uma aplicação que organiza reuniões com hologramas 3D em tempo real que faz as videoconferência parecer mais conversas na vida real. A única coisa de que se precisa é um iPhone.

“Se estes últimos dois anos nos mostraram alguma coisa, é que os humanos precisam da presença uns dos outros. E apesar de termos avançado muito com a comunicação remota, as ferramentas de hoje ainda são muito distantes. O nosso cérebro está programado para a terceira dimensão, precisamos da sensação das pessoas estarem fisicamente lá”, afirma Maria Vircikova, co-fundadora e CEO da Matsuko, citada pelo Fast Company.

Vircikova juntou-se a Matus Kirchmayer, um antigo programador do videojogo Assassin’s Creed e os dois criaram a Matsuko em 2017. A empresa nasceu depois dos dois terem participado uma palestra dada pelo CEO do Zoom, Eric Yuan, e perceberem que podiam juntar as suas capacidades para criarem uma tecnologia holográfica em 3D que seja mais realista.

A aplicação deixa as pessoas mostrar imagens de hologramas seus através da câmara do iPhone. Através da aplicação ou de óculos de realidade virtual, os outros participantes podem ver-nos como se estivéssemos na mesma sala — apesar da imagem ser um pouco irregular.

Recentemente, a tecnologia dos hologramas tem ganhado muita popularidade, incluindo em concertos de artistas que já morreram. A pandemia também levou a que as apresentações virtuais se tornassem mais comuns, o que incentivou as empresas a mostrarem as suas inovações.

Para além da Matsuko, a Portl também está a apostar no ramo, com uma sistema com uma caixa de dois metros com uma câmara, um microfone e um pano de fundo que permitem a uma pessoa sentar-se num escritório remoto com a câmara e o microfone e aparecer no local da reunião onde a caixa estiver. Cada sistema custa 65 mil dólares.

O Google está a trabalhar no projeto Starline, um sistema de projeção de três dimensões que funciona como um “espelho mágico” através do qual se pode ver outra pessoa em tamanho real e a três dimensões.

https://zap.aeiou.pt/zoom-alternativas-hologramas-3d-467274


Geólogos descobrem mais pistas sobre as duas “bolhas” gigantes no manto da Terra !


A pesquisa concluiu que a bolha debaixo do continente africano é muito menos densa e mais instável do que a bolha que existe no Oceano Pacífico.

Existem duas grandes bolhas de material termo-químico nas profundezas na camada média do interior da Terra. Já há muito que estas estruturas intrigam os cientistas, que não sabem de onde estas se formaram e porquê.

Estas duas bolhas estão localizadas em partes muito distantes, com uma debaixo do continente africano e outra com metade da altura, no Oceano Pacífico. Um novo estudo publicado na Nature Geoscience recorreu a novos modelos geodinâmicos para tentar responder a este mistério.

Depois de centenas de simulações, os autores do estudo concluíram que a bolha em África é muito menos densa e mais instável do que a bolha no Oceano Pacífico, sendo essa a razão que explica a diferença no tamanho.

“Os nossos cálculos mostram que o volume inicial das bolhas não afeta a sua altura”, explica o geólogo Qian Yuan da Universidade estadual do Arizona. “A altura das bolhas é maioritariamente controlada pela sua densidade e pela viscosidade do manto circundante”, cita o Science Alert.

Uma das principais camadas da Terra é o manto, que se encontra entre o núcleo e a crosta. Apesar de ser maioritariamente sólido, a longo prazo, o manto comporta-se um pouco como alcatrão.

Ao longo do tempo, as colunas de rocha de magma a ferver sobem gradualmente pelo manto e pensa-se que contribuam para a atividade vulcânica que notamos à superfície. Por causa disto, perceber o que se passa nesta segunda camada da Terra é um grande objetivo dos geólogos.

As bolhas foram descobertas na década de 80 e a grande diferença de altura sugere que têm composições diferentes. O estudo concluiu que a bolha em África tem 1000 quilómetros mais de altura do que a do Pacífico.

Não se sabe como estas afetam o manto circundante, mas há hipóteses que apontam para que a natureza mais instável da bolha em África, por exemplo, possa explicar porque é que que a atividade vulcânica é tão intensa em certas regiões do continente. A bolha pode também influenciar o movimento das placas tectónicas e os sismos.

Outros modelos sísmicos concluíram que a bolha africana estende-se mais 1500 quilómetros acima do núcleo externo, enquanto que a do Pacífico se fica pelos 800 quilómetros, no máximo.

Nas experiências de laboratório que procuram replicar o interior da Terra, as bolhas parecem oscilar para cima e para baixo pelo manto. Os autores do estudo afirmam que isto apoia a sua interpretação que a bolha africana é instável.

A origem das duas bolhas podem também explicar as suas diferentes composições. Uma teoria aponta que estas foram feitas de placas tectónicas subduzidas, que gradualmente escorregaram para o manto.

Outra teoria sugere que as bolhas são os restos da colisão da Terra com o protoplaneta Thea, que deu origem à Lua. As duas hipóteses, no entanto, não são mutuamente exclusivas.

https://zap.aeiou.pt/geologos-pistas-bolhas-manto-terra-467329


Índios da Amazónia têm apenas 1% de níveis de demência !


Investigadores não conseguiram isolar os fatores que causam uma diferença tão significativa.

A maneira como a doença Alzheimer impacta a vida dos que dela sofrem – e daqueles que vivem em seu redor – está há muito documentada, ao contrário dos motivos que estão na origem do seu aparecimento e das alterações cerebrais associadas, mas também da cura ou forma de a prevenir.

Ainda assim os investigadores não param de tentar encontrar respostas, com uma equipa a desenvolver um novo estudo com índios provenientes da floresta Amazónia.

De acordo com os resultados apresentados, os membros das tribos estudadas apresentaram alguns dos níveis mais baixos de demência do mundo.

Uma das aparentes justificações para esta discrepância tem que ver com a existência de algum fator na vida pós-industrial que eleva as probabilidades de os indivíduos sofrerem de problemas mentais. No entanto, tal não significa que devemos começar a caçar e abandonar as nossas casas.

Segundo o Science Alert, dois grupos de indivíduos da Amazónia boliviana foram estudados: os Mosetén e os Tsumane.

Os autores do estudo concluíram que entre os participantes mais velhos, apenas 1% apresentava níveis de demência, um valor que aumentava para 11% no grupo de referência dos Estados Unidos da América, constituído por pessoa com mais de 65 anos.

“Há algo no estilo de vida pré-industrial que parece proteger estes indivíduos da demência”, aponta Margaret Gatz, psicóloga da Universidade Southern California.

Os estudos foram desenvolvidos com recurso a tomografia computorizada (TAC), avaliações cognitivas e questionários adaptados à cultura dos indivíduos em causa.

Apesar de os níveis de demência serem predominantemente baixos, uma forma menos severa foi também encontrada em valores semelhantes aos dos países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos da América: cerca de 8% da população de Tsimane e 10% da população de Mosetén com mais de 60 anos de idade mostraram sinais da sua presença.

Para os especialistas, apesar de serem óbvias as diferenças entre um estilo de vida pós-industrial e o das tribos, é difícil isolar os fatores de risco. Para além disso, alguns dos grupos optaram por hábitos contemporâneos.

Os índios Mosetén estão menos isolados do que o grupo Tsimane, por exemplo, e vivem perto de urbanizações e escolas, assim como acesso a água potável.

https://zap.aeiou.pt/indios-da-amazonia-apresentam-apenas-1-de-niveis-de-demencia-em-oposicao-aos-valores-elevados-da-populacao-pos-industrial-467260

 

Cientistas criam aplicação capaz de avaliar risco genético de doença arterial coronária !


Após avaliação dos indicadores inseridos pelo utilizador, aplicação faz a avaliação e encaminha os pacientes para os cuidados de saúde mais apropriados, caso seja necessário.

Uma equipa de cientistas Scripps Research Translational Institute desenvolveu uma aplicação para smatphones cujo objetivo é calcular o risco genético de cada indivíduo sofrer de doença arterial coronária, promovendo, posteriormente, o encaminhamento para cuidados de saúde apropriados.

A doença é considerada a causa de morte mais recorrente no mundo inteiro, ao passo que nos Estados Unidos da América se estima que existem 20 milhões de indivíduos com este diagnóstico – apesar de apenas um terço dos que têm risco mais elevado de morte tomarem medicação apropriada.

Partindo do pressuposto, confirmado, de que a doença arterial coronária tem um peso hereditário forte, o risco de condições genéticas pode desempenhar um papel importante no processo de identificação dos pacientes que podem beneficiar da medicação para a redução de lípidos.

Para além da aplicação, os investigadores também desenvolveram um artigo científico no qual abordam os efeitos positivos da tecnologia em encaminhar os doentes de alto risco para acompanhamento médico.

A aplicação consegue calcular os níveis de risco poligénico do utilizador para a CAD a partir de dados médicos previamente inseridos.

Depois do utilizador preencher uma série de inquéritos de saúde e de consentir o tratamento de dados, é fornecido uma pontuação para o risco genético para CAD, juntamente com conselhos para modificações de estilo de vida e aconselhamento genético.

No estudo, a aplicação é apresentada tecnicamente como uma ferramenta de pesquisa, com os investigadores a observarem os resultados de 721 utilizadores.

Cada um dos indivíduos que participou no estudo dispôs de informações relativas ao risco genético inicial, sendo seguido durante um ano para monitorização das respostas a longo prazo.

“Agora temos a oportunidade de integrar a genética das pessoas na sua avaliação da saúde cardiovascular para a ajudar a compreender melhor o seu risco individualizado e capacitá-las de informações que lhes permitam fazer as modificações necessárias no seu estilo de vida”, apontou Evan Muse, um dos autores do estudo.

A investigação também descobriu que os participantes que receberam pontuações de risco genético de doença arterial coronária tinham também o dobro de probabilidades de iniciar medicação para reduzir o risco de colesterol durante os 12 meses de acompanhamento em comparação com os que receberam pontuações mais baixas.

Perante estes avanços, o autor Ali Torkamani disse que as intervenções precoces nas pessoas com maior risco de CSD poderiam ter um contributo significativo para a saúde pública, considerando quantas pessoas morrem de ataques cardíacos inesperados todos os anos.

O investigador acrescenta que até para os indivíduos com risco genético baixo de DAC a informação pode ser relevante.

O projeto de investigação está ainda em curso e a equipa pretende avaliar a eficácia da aplicação com um maior volume de pacientes.

Outros trabalhos de investigação irão também acompanhar resultados cardiovasculares específicos, tais como ataques cardíacos, para melhor compreender o valor de oferecer aos utilizadores escores de risco CAD genéticos. Nesta fase, a aplicação só está disponível no mercado norte-americano.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-criam-aplicacao-capaz-de-avaliar-risco-genetico-de-doenca-arterial-coronaria-467719


Jogar videojogos pode ter um benefício surpreendente !

Um novo estudo sugere que jogar videojogos pode ter um benefício surpreendente: melhorar as capacidades de leitura dos jovens.

Uma equipa de cientistas da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, publicou uma investigação que sugere que os jogos podem melhorar as capacidades de atenção periférica, essenciais para a capacidade de leitura.

Os nossos olhos precisam de digitalizar uma página sistematicamente para processar corretamente cada palavra e frase de um livro. “Atividades que afetam processos de atenção, como jogar videojogos, podem também ter impacto na leitura”, explicou a líder da investigação Shaylyn Kress, citada pelo Daily Mail.

Num primeiro momento, a equipa analisou videojogos populares para determinar o número de objetos periféricos, comparando-os com os objetos colocados no meio.

Depois, um grupo de participantes com diferentes níveis de experiência de jogo completou uma tarefa de leitura que envolvia palavras, fáceis e mais complexas, que apareciam num ecrã num dos oito pontos possíveis.

Os resultados revelaram que os voluntários que tinham jogado jogos com mais objetos periféricos eram melhores a ler, tanto palavras familiares como palavras complexas, de forma rápida e eficiente.

“Pessoas com mais exposição a exigências visuais periféricas nos jogos de vídeo – uma notificação ou um inimigo a aparecer na lateral do ecrã – tendem a ter tempos de reação de leitura mais rápidos do que pessoas com pouca ou nenhuma exposição a exigências visuais periféricas”, referiu Kress.

No comunicado da universidade, os investigadores realçam esperar que as suas descobertas conduzam a melhores designs de videojogos que possam promover hábitos mais saudáveis.

“Os setores económico e da saúde beneficiam desta investigação porque poderia levar a colaborações entre cientistas, clínicos e criadores de jogos para criar jogos educativos adaptados para melhorar as capacidades de leitura”, acrescentou Kress.

“A sociedade em geral beneficia desta investigação ao obter uma melhor compreensão dos impactos que os seus passatempos podem ter nos seus cérebros”, rematou a investigadora.

https://zap.aeiou.pt/jogar-videojogos-beneficio-466970

 

Estrela rara e explosiva apanhada a produzir poderosos raios gama !

Conceito artístico do sistema binário RS Ophiuchim, formado por uma anã branca e uma gigante vermelha

A erupção do sistema binário RS Ophiuchi revelou que a onda de choque que se expande para o Espaço atua como um acelerador de partículas que produz radiação gama.

Uma estrela binária rara, que explode repetidamente, está a produzir a forma de luz mais energética do Universo: raios gama.

Os astrónomos analisaram a erupção do sistema RS Ophiuchi, que revelou uma onda de choque que atua como um acelerador de partículas que, por sua vez, gera radiação gama.

Segundo o Science Alert, o sistema é formado por uma anã branca e uma gigante vermelha, e a cada 15 anos (ou mais) ocorre um evento de explosão graças ao “vampirismo estelar” – quando uma anã branca rouba o material da sua companheira gigante vermelha até ter material suficiente para desencadear uma reação termonuclear.

Quando esse evento acontece, o excesso de material da anã branca é expelido violentamente para o Espaço, à velocidade de 2.600 quilómetros por segundo.

No caminho, parte do material encontra-se com o vento estelar da gigante vermelha: os protões são acelerados em energias muito altas e colidem uns com os outros para produzir fotões de raios gama.

Além de sugerir que os raios gama podem ser produzidos em condições menos extremas do que se pensava, esta descoberta indica que explosões maiores, como supernovas, possam ser aceleradores de partículas ainda mais potentes, produzindo raios cósmicos com energias superiores a um quatrilhão de eletrão-volts.

“É a primeira vez que conseguimos realizar observações como esta, e isto permitirá obter insights futuros ainda mais precisos sobre como funcionam as explosões cósmicas”, reagiu o astrofísico Dmitry Khangulyan, da Universidade Rikkyo, em Tóquio.

No futuro, os astrónomos poderão eventualmente descobrir “que as novas contribuem para o sempre presente mar de raios cósmicos e, portanto, têm um efeito considerável na dinâmica dos seus arredores imediatos”.

https://zap.aeiou.pt/estrela-rara-produzir-raios-gama-467281


terça-feira, 15 de março de 2022

Novo método anti-envelhecimento rejuvenesceu células de ratos !

Os cientistas têm vindo a demonstrar que uma terapia anti-envelhecimento promissora é uma forma segura e eficaz de restaurar as células em ratos.

Uma das terapias especialmente promissoras a aparecer no domínio da investigação anti-envelhecimento envolve um conjunto de moléculas conhecidas como fatores Yamanaka, que os cientistas utilizam para rejuvenescer as células envelhecidas, desencadear a regeneração muscular e combater o glaucoma.

Novas investigações no Instituto Salk basearam-se nestes casos de uso específico e a curto prazo, mostrando como estas moléculas podem inverter os sinais de envelhecimento em ratos de meia-idade e idosos, sem quaisquer problemas de saúde, após tratamento prolongado, segundo a New Atlas.

Os fatores Yamanaka, nos quais o estudo se foca, são um conjunto de quatro moléculas de reprogramação, que podem reiniciar o relógio molecular encontrado nas células do corpo.

Fazem-no devolvendo aos seus estados originais padrões únicos de produtos químicos conhecidos como marcadores epigenéticos, que evoluem através do envelhecimento.

Esta abordagem foi anteriormente usada para converter células adultas em células estaminais, que podem então diferenciar-se em diversos tipos de células.

A equipa do Salk Institute já tinha utilizado esta abordagem para inverter os sinais de envelhecimento em ratos com doença de envelhecimento prematuro, e melhorar a função dos tecidos encontrados no coração e cérebro.

Separadamente, cientistas da Universidade de Stanford, no ano passado, utilizaram a técnica para dar aos ratos idosos a força muscular dos ratos mais jovens.

O objetivo do novo estudo era investigar os efeitos em animais saudáveis, à medida que se aproximavam das últimas fases da vida, para verificar se não só a abordagem conferia benefícios anti-envelhecimento, como também se provocava quaisquer efeitos adversos para a saúde.

Ratos de meia-idade dos 15 aos 22 meses, equivalente a 50 a 70 anos de idade em humanos, foram injetados com os fatores Yamanaka, enquanto outro grupo de 12 a 22 meses, equivalente a 35 a 70 anos de idade, também foi tratado.

Um outro conjunto recebeu as moléculas durante apenas um mês, aos 25 meses de idade, ou 80 anos de idade em termos humanos.

“O que realmente queríamos estabelecer era que a utilização desta abordagem durante um período de tempo mais longo é segura”, afirmou Pradeep Reddy, cientista da Salk e co-autor do estudo, publicado na Nature Aging, esta segunda feira.

“De facto, não vimos quaisquer efeitos negativos na saúde, comportamento ou peso corporal destes animais”, acrescenta ainda.

Não só os ratos não apresentavam alterações neurológicas, de células sanguíneas, ou sinais de cancros, como se assemelhavam a animais mais jovens.

Foram observados padrões epigenéticos típicos dos ratos mais jovens nos rins e na pele, enquanto as células cutâneas eram capazes de proliferar e minimizar as cicatrizes após lesões, uma capacidade que tipicamente diminui com a idade.

As moléculas metabólicas no sangue, no entanto, não mostraram as alterações típicas relacionadas com a idade.

Estes efeitos foram observados nos ratos tratados durante sete e 10 meses, mas não no grupo de idosos tratados durante um único mês.

Os investigadores também analisaram os ratos e, curiosamente, estes efeitos ainda não se verificaram, levando-os a concluir que “a duração do tratamento determinou a extensão dos efeitos benéficos”.

“Estamos muito satisfeitos por podermos utilizar esta abordagem ao longo da vida, para abrandar o envelhecimento em animais normais”, explica o autor principal do estudo, Juan Carlos Izpisua Belmonte. “A técnica é simultaneamente segura e eficaz em ratos”.

Para além de combater doenças relacionadas com o envelhecimento, pode fornecer à comunidade biomédica uma nova ferramenta para restaurar a saúde dos tecidos e do organismo, melhorando a função e a resiliência celular em diferentes situações de doença, tais como doenças neurodegenerativas”, sublinha o investigador.

A partir daqui, os cientistas pretendem investigar a influência que os fatores Yamanaka podem ter em moléculas e genes específicos, e desenvolver novas formas de os utilizar. Pretendem também estudar quanto tempo duram os efeitos da terapia.

“No final do dia, queremos trazer resiliência de volta às células mais antigas, para que sejam mais resistentes ao stress, lesões e doenças”, explicou Reddy. “Este estudo mostra que, pelo menos nos ratos, existe um caminho para o conseguir“.

https://zap.aeiou.pt/novo-metodo-anti-envelhecimento-rejuvenesceu-celulas-de-ratos-466497


Astrónomos descobrem origem das enormes bolhas da Via Láctea !

Em 2019, o telescópio eROSITA descobriu um par gigante de bolhas emissoras de radiação X, cada uma com cerca de 36.000 anos-luz de altura e 45.600 anos-luz de largura, acima e abaixo do centro da Via Láctea.

O que poderá ter causado estes dois pares gigantes? Um novo estudo sugere que as bolhas são o resultado de um poderoso jato de energia, produzido por Sagitário A*, o buraco negro supermassivo que habita no centro da nossa galáxia.

Segundo o Sci-News, terá começado a expelir material há cerca de 2,6 milhões de anos, num processo que durou cerca de 100 mil anos.

“As nossas descobertas são importantes no sentido de que precisamos de compreender como os buracos negros interagem com as galáxias, porque esta interação permite que estes buracos negros cresçam de forma controlada em vez de crescerem incontrolavelmente”, explicou Mateusz Ruszkowski, astrónomo do Departamento de Astronomia da Universidade de Michigan, Estados Unidos.

Há dois modelos concorrentes que explicam as bolhas de Fermi e eRosita. O primeiro sugere que a saída é impulsionada por um vetor nuclear, no qual uma estrela explode para uma supernova e ejeta material; enquanto o segundo, que apoia as conclusões da equipa, sugere que estas saídas são impulsionadas pela energia expelida do buraco negro supermassivo no centro da nossa galáxia.  

Os buracos negros são objetos singulares, tão maciços que nem a luz pode escapar. No entanto, quando “se enchem” de materiais do ambiente, podem criar pares de jatos de matéria de alta energia que disparam em direções opostas a velocidades relativistas, uma fração significativa da velocidade da luz.

Os astrónomos estão extremamente interessados em investigar estas bolhas. A sua existência indica que Sagitário A* teve um passado muito mais ativo em comparação com a sua aparente quietude atual.

Estas atividades dão aos investigadores informações valiosas sobre como o buraco negro supermassivo e a galáxia cresceram até às suas dimensões atuais. O artigo científico foi recentemente publicado na Nature Astronomy.

https://zap.aeiou.pt/origem-das-enormes-bolhas-da-via-lactea-467264


A primeira explosão de vida causou impacto profundo no interior da Terra !


A Explosão Cambriana, há cerca de 541 milhões de anos, foi o momento em que a vida e os organismos realmente se instalaram no planeta Terra.

Agora, novas pesquisas revelaram como essa explosão de vida deixou vestígios nas profundezas do manto da Terra, segundo a Science Alert.

Para os cientistas, mostra a ligação entre a superfície da Terra e o seu interior, uma vez que os sedimentos que transportam material orgânico são empurrados para debaixo do solo, ao longo de grandes escalas de tempo geológicas (subducção).

O novo estudo, publicado a 4 de março na Science Advances, analisou rochas vulcânicas raras, cheias de diamantes, chamadas kimberlitos.

Quando são empurradas para a superfície, dizem-nos o que está a acontecer no fundo do manto, e os investigadores mediram a composição de carbono em 144 amostras recolhidas, em 60 locais de todo o mundo.

Uma opinião predominante entre os geólogos é que o carbono aprisionado no interior dos diamantes não varia consideravelmente, em grandes escalas de tempo, de centenas de milhões de anos.

No entanto, os investigadores encontraram uma mudança na proporção de isótopos específicos de carbono há cerca de 250 milhões de anos, por volta da altura em que os sedimentos da Explosão Cambriana teriam sido enviados para dentro do manto.

É uma mudança provavelmente causada pelas várias mudanças no ciclo do carbono, durante uma época em que a biosfera estava a aumentar em massa e diversidade.

“Estas observações demonstram que os processos biogeoquímicos à superfície da Terra têm uma enorme influência no manto profundo, revelando uma ligação entre os ciclos de carbono profundos e os superficiais”, escrevem os investigadores.

Esta ligação entre o ciclo do carbono próximo da superfície e o do subsolo mais profundo não tem sido fácil de medir — e mudou significativamente ao longo dos milhares de milhões de anos da Terra, em vez de se manter estável.

Parece, no entanto, que criaturas mortas presas em sedimentos encontraram o seu caminho para o manto, através da tectónica de placas.

Os seus restos de carbono permanecem misturados com outros materiais, antes de eventualmente atingirem a superfície, através de eventos como erupções vulcânicas.

A ligação foi confirmada por outras observações de estrôncio e háfnio nas amostras. Estas correspondem ao padrão de carbono, diminuindo o número de possibilidades de como as composições rochosas foram alteradas.

“Isto significa que a assinatura do carbono não pode ser explicada por outros processos, tais como a desgaseificação, porque de outra forma os isótopos de estrôncio e háfnio não estariam correlacionados com os de carbono”, explica a geoquímica Andrea Giuliani, da ETH Zurique na Suíça.

Tecnicamente, aquilo com que estamos a lidar aqui é o fluxo de subducção sedimentar, e estes detalhes do ciclo do carbono são importantes, para estarmos conscientes do que está a acontecer no nosso planeta — especialmente porque os efeitos da crise climática continuam a ser sentidos.

Novos estudos continuam a revelar mais sobre como o carbono é retirado e libertado de volta para a atmosfera, especialmente através da reciclagem contínua das placas tectónicas que compõem a superfície do planeta.

Os cientistas sabem que apenas pequenas quantidades de sedimentos são empurradas para as profundezas do manto, através de zonas de subducção, o que significa que vestígios da Explosão Cambriana devem ter seguido uma rota direta para as profundezas do manto.

“Isto confirma que o material rochoso subduzido no manto terrestre não está distribuído de forma homogénea, mas move-se ao longo de trajetórias específicas”, sublinha Giuliani.

“A Terra é realmente um sistema bastante complexo. E agora queremos compreender este sistema com mais detalhe”, concluem os investigadores.

https://zap.aeiou.pt/a-primeira-explosao-de-vida-causou-impacto-no-interior-da-terra-466876


Águas mais frias produzem os maiores tubarões do mundo, e o megalodonte !

Embora não seja uma regra rígida, os animais marinhos que vivem em climas frios tendem a crescer mais do que os homólogos de água quente.

De acordo com um novo estudo, publicado este mês na Historical Biology, tal pode ter sido o caso do mítico megalodonte, o gigantesco tubarão pré-histórico que dominou os oceanos há 15 milhões de anos.

De acordo com o New Atlas, nos anos 1800, o biólogo alemão Carl Bergmann sugeriu pela primeira vez que, em climas frios, os animais maiores tendem a sair-se melhor do que os animais pequenos, porque o seu grande tamanho lhes permite reter o calor de forma mais eficiente.

Ao longo do tempo, a evolução seletiva levou a que as águas mais frias tendessem a ter populações com espécimes de maiores dimensões.

Recentemente, uma equipa de cientistas americanos interrogou-se se o mesmo poderia ter acontecido com o Otodus megalodon, o parente pré-histórico do grande tubarão branco, que viveu há cerca de 15 a 3,6 milhões de anos.

Como habitualmente os esqueletos cartilaginosos dos tubarões não fossilizam, as estimativas do comprimento do megalodonte baseiam-se principalmente em dentes fossilizados, e em algumas vértebras. Essas estimativas variam geralmente de um máximo de 15 a 20 metros.

Os dentes de megalodonte anteriormente encontrados perto do equador tendiam a ser mais pequenos do que os encontrados noutros locais, o que levou os cientistas a teorizar que as regiões equatoriais podem ter servido como “áreas de viveiro” para tubarões juvenis.

Depois de analisar numerosos estudos existentes sobre os tamanhos dos dentes do megalodonte encontrados em diferentes latitudes, contudo, os autores do novo estudo propõem agora que esses dentes possam ter vindo na realidade de adultos mais pequenos, não de tubarões jovens.

“Ainda é possível que o megalodonte tenha podido usar áreas de nidificação para criar tubarões jovens”, diz o professor Harry Maisch, da Universidade Fairleigh Dickinson de Nova Jersey.

“Mas o nosso estudo sugere que os fósseis de dentes de megalodon mais pequenos podem, na realidade, ser de espécimes adultos, mais pequenos, simplesmente como resultado de a água ser mais quente”.

https://zap.aeiou.pt/aguas-mais-frias-produzem-os-maiores-tubaroes-do-mundo-e-o-megalodonte-466428

 

O novo e bizarro truque para reduzir a ansiedade: Abraçar uma almofada que “respira” !


Abraçar uma almofada que “respira” durante oito minutos ajudou a reduzir tanto a ansiedade como fazer meditação guiada, revelou um novo estudo.

Ansiedade pode ser considerada como uma emoção de alarme que se encontra associada a sensações de angústia, tensão e insegurança que, quando são frequentes e/ou intensas e incontroláveis, causando mal estar significativo, conduzem à doença.

A patologia não só causa sintomas físicos, como arritmia, vertigens ou boca seca, mas também provoca alterações psíquicas, como preocupação excessiva, dificuldades de concentração e dificuldades em falar em público.

A ansiedade é bastante comum em jovens estudantes, que não conseguem lidar com o stress dos testes, trabalhos e avaliações.

As atuais formas de reduzir a ansiedade têm sérias limitações. A terapia pode revelar-se dispendiosa, assim como os medicamentos, que também podem ser caros e ter efeitos colaterais indesejados.

Uma equipa de investigadores testou um novo truque bizarro que parece ajudar a reduzir a ansiedade de estudantes que estão prestes a fazer um teste: abraçar uma almofada que “respira”.
Escusado será dizer que esta almofada não tem vida própria e respira. Os investigadores criaram uma almofada com uma tecnologia incorporada que imita a inspiração e expiração de ar, como o corpo de um ser humano.

Os cientistas começaram por produzir vários protótipos de uma almofada macia e abraçável, incluindo uma que pulsava como um coração e outra que vibrava para criar uma sensação de “ronronar”, detalha o portal Free Think.

Outra almofada continha uma câmara de silicone que era bombeada por uma bomba externa para simular a respiração. Um grupo de foco identificou a almofada de “respiração” como sendo a mais calmante, coroando-a como a derradeira vencedora.

Para testar até que ponto é que esta almofada poderia, de facto, reduzir a ansiedade antes de uma situação de stress, os autores do estudo levaram a cabo experiências com 129 estudantes universitários.

Foi-lhes dito que fariam um teste de matemática e teriam que dizer as suas respostas em voz alta à frente de outros participantes do estudo.

Os voluntários foram então divididos em três grupos. O primeiro ouviu uma meditação guiada de oito minutos com fones; o segundo abraçou a almofada que “respira”; e o terceiro grupo não fez nada durante os oito minutos.

Os níveis de ansiedade dos participantes foram medidos novamente antes de fazerem o teste, e aqueles que não fizeram nada apresentaram níveis de ansiedade mais altos do que os restantes. A aplicação de meditação guiada ofereceu aproximadamente a mesma quantidade de alívio de ansiedade que a almofada.

Os investigadores não sabem ao certo como é que o dispositivo resulta na redução de stress, mas esperam que ao analisar variáveis como frequência cardíaca e padrão respiratório dos participantes, possa ajudar a dar uma resposta.

https://zap.aeiou.pt/o-bizarro-truque-reduzir-a-ansiedade-467287


Biólogos provam que mito de longa data sobre tubarões está errado !


Os tubarões são muitas vezes encarados como máquinas de ataque que nunca dormem. Um novo estudo vem agora desfazer este mito, ao confirmar que os tubarões podem mover-se e dormir ao mesmo tempo.

A equipa de cientistas, liderada por Michael Kelly, investigadora da Universidade da Austrália Ocidental, anunciou as primeiras provas fisiológicas do sono em tubarões.

Segundo o Science Alert, os cientistas investigaram sinais de sono no tubarão Cephaloscyllium isabellum. A monitorização ao longo de 24 horas revelou que os níveis de oxigénio diminuíram durante os períodos de repouso, sendo que aqueles que se prolongaram por mais do que cinco minutos eram, de facto, sono.

“Os tubarões adormecidos não só reduzem a sua capacidade de resposta à estimulação, como também têm uma taxa metabólica mais baixa“, explicou Michael Kelly.

O portal escreve ainda que os tubarões fechavam os olhos durante o sono mais frequentemente durante o dia, o que sugere que os animais fecham os olhos por causa de fatores externos como a presença de luz e não devido ao estado de sono em si.

Durante a noite, 38% dos tubarões mantiveram os olhos abertos, mesmo quando outros indicadores sugeriam que estavam a dormir profundamente.

Para a equipa, o melhor indicador de um tubarão adormecido é a sua postura: enquanto dormiam, os Cephaloscyllium isabellum mantinham os seus corpos planos. Esta espécie de tubarão consegue permanecer imóvel durante longos períodos de tempo graças às suas bombas bucais que mantêm a água oxigenada a fluir através das suas guelras enquanto estão imóveis.

Outras espécies de tubarões, como a Carcharodon carcharias, não têm este músculo facial. Nadar para a frente permite-lhes empurrar água oxigenada para a boca e guelras, um mecanismo conhecido como “ventilação ram”.

Em 1970, um estudo revelou que os mecanismos de natação dos tubarões estão na medula espinal e não no cérebro, pelo que é possível que a maioria dos tubarões continue a nadar sem estar consciente.

Há ainda muitos aspetos do sono que continuam a ser um mistério para a Ciência, mas os cientistas acreditam que muitas destas respostas podem estar nos tubarões, dado que são uma das poucas espécies milenares que sobreviveram à Idade do Gelo e que ainda hoje estão connosco.

https://zap.aeiou.pt/mito-sobre-tubaroes-esta-errado-466451

 

Um asteroide gigante caiu na Gronelândia, pouco tempo depois da morte dos dinossauros !

Escondidos debaixo do manto espesso de gelo da Gronelândia, os cientistas descobriram o que pensavam ser indícios de um impacto de asteroides.

Na altura, calcularam que teria apenas milhares de anos, suficientemente recente para que os humanos já estivessem em cena, segundo a Space.

Mas após vários anos de investigação, duas equipas de cientistas determinaram a idade do asteroide como sendo muito mais antigo: 58 milhões de anos.

Investigadores do Instituto GLOBE, da Universidade de Copenhaga, descobriram a estrutura, em 2015, que suspeitavam ser uma enorme cratera com 31 quilómetros de largura, sob o espesso manto de gelo Hiawatha, na Gronelândia.

Na nova investigação, cientistas do Museu de História Natural da Dinamarca e do Instituto GLOBE recolheram amostras de areia da cratera de Hiawatha e aqueceram-na, utilizando o gás libertado dos grãos, até à data do evento de impacto.

O estudo realizado pelos investigadores das diferentes instituições foi publicado na Science Advances, a 9 de março.

Simultaneamente, investigadores do Museu Sueco de História Natural recolheram amostras independentes das rochas da cratera e dataram-nas, utilizando a impressão digital de urânio do zircónio mineral, de acordo com uma declaração da Universidade de Copenhaga.

Ambas as equipas chegaram à mesma conclusão. O asteroide gigante que caiu na Gronelândia tinha 58 milhões de anos.

“Datar a cratera tem sido particularmente difícil, por isso é muito satisfatório que dois laboratórios da Dinamarca e da Suécia, utilizando métodos diferentes, tenham chegado à mesma conclusão. Como tal, estou convencido de que determinámos a idade real da cratera, que é muito mais velha do que muitos pensavam”, sublinhou Michael Storey, cientista do Museu de História Natural da Dinamarca.

Na altura em que o asteroide caiu, a Gronelândia não estava coberta por um manto de gelo, mas sim por uma floresta tropical.

Quando o asteroide que criou a cratera acertou na Terra, fê-lo com uma força vários milhões de vezes mais forte do que a de uma bomba atómica.

Embora esse impacto tivesse certamente aniquilado uma grande parte da Gronelândia, os cientistas não têm a certeza do efeito no clima global.

Essa incerteza contrasta com o impacto mais famoso dos asteroides, que formou a cratera de Chicxulub no México, e erradicou a maior parte dos dinossauros, há 66 milhões de anos, apenas alguns milhões de anos antes do impacto da Gronelândia. A cratera de Chicxulub é quase 6,5 vezes maior do que a de Hiawatha.

Os cientistas tencionam continuar a estudar a cratera de Hiawatha, na esperança de compreender o seu efeito, tanto à escala local como global.

https://zap.aeiou.pt/um-asteroide-gigante-caiu-na-gronelandia-pouco-tempo-depois-da-morte-dos-dinossauros-466952



Técnica inovadora de transplante cardíaco diminui risco de rejeição !

O procedimento envolve o transplante de tecido de uma glândula encontrada no sistema imunitário para encorajar o corpo a aceitar o coração doador.

Um bebé nascido com diversas deficiências cardíacas está a recuperar bem, depois de se ter tornado o primeiro recetor de um método pioneiro de transplante, realizado na Duke University.

O bebé, Easton Sinnamon, nasceu com várias insuficiências cardíacas graves, bem como uma deficiência no timo — uma glândula encontrada por detrás do esterno — que desempenha um papel fundamental no sistema imunitário ao criar um tipo de glóbulos brancos conhecidos como células T.

De acordo a Science Focus da BBC, a sua condição obrigou-o a necessitar de um transplante de coração e de tecido do timo.

O transplante foi realizado na Duke University, na Carolina do Norte, nos EUA. Easton foi o primeiro recetor de uma nova técnica pioneira de transplante. A sua recuperação está a ter sucesso.

Nos procedimentos realizados atualmente, os corações transplantados têm uma vida média entre 10 e 15 anos, devido aos efeitos prejudiciais causados pelos medicamentos imunossupressores utilizados para evitar que sejam rejeitados.

No entanto, os investigadores da Duke desenvolveram uma técnica pioneira, na qual usam tecido de timo doado para aumentar a probabilidade de o órgão transplantado ser aceite.

Esta glândula estimula a produção de células T, que atacam as substâncias estranhas que entram no corpo, pelo que a implantação de tecido retirado do timo do mesmo doador que o órgão transplantado ajuda o corpo a aceitá-lo.

Esta abordagem demonstrou ser prometedora em estudos anteriores com animais, mas a rara combinação de condições de Easton levou a que os investigadores a tentassem, pela primeira vez, num ser humano.

Segundo Joseph W Turek, diretor do Departamento de Cirurgia Cardíaca Pediátrica da Duke e membro da equipa cirúrgica, “a técnica tem o potencial de mudar a face do transplante de órgãos sólidos no futuro”.

“Se esta abordagem se revelar bem sucedida, e se for contemplada uma maior validação, isso significaria que os recetores de transplante não rejeitariam o órgão doado e também não precisariam de se submeter a tratamento com medicamentos de supressão imunológica a longo prazo, que podem ser altamente tóxicos, particularmente para os rins.”

“Este conceito de tolerância sempre foi o Santo Graal no transplante, e agora estamos à porta”. Easton recebeu ambos os procedimentos em Agosto de 2021, quando tinha seis meses de idade, e desde então diz-se que está bem.

“Se mostrar a sua viabilidade, esta técnica pode ajudar milhares de outras pessoas com filhos que precisam de transplantes”, disse Kaitlyn, mãe de Easton. “Quando falámos sobre esta possibilidade, sobre do género, porque não o haveríamos de fazer, se podemos fazer a diferença para todas as outras pessoas?.”

https://zap.aeiou.pt/tecnica-inovadora-de-transplante-cardiaco-diminui-risco-de-rejeicao-466361


Medicamentos antivirais podem tornar os óvulos das mulheres novamente jovens !


As mulheres nascem com todos os óvulos que alguma vez terão — ao contrário dos homens, cujos órgãos reprodutivos criam milhões de novos espermatozoides todos os dias.

A qualidade dos cromossomas e do ADN contidos em cada óvulo diminui à medida que as mulheres envelhecem, razão pela qual uma mulher de 20 anos tem uma probabilidade de 86% de engravidar, enquanto que para uma mulher de 40 anos esta probabilidade cai para 36%,

Segundo a Interesting Engineering, no entanto, esta situação pode estar prestes a mudar. Uma equipa de investigadores da Universidade Hebraica em Israel mostrou que tratar óvulos com um medicamento anti-viral pode “inverter” a idade dos óvulos mais velhos.

Os ovos “envelhecidos ao contrário” aparentemente tinham cromossomas mais parecidos com os dos ovos mais novos, estavam menos danificados em termos de ADN, e amadureciam melhor nos tubos de ensaio.

O desenvolvimento não foi testado quanto à sua a fertilização. No entanto, pode dar esperança às mulheres com mais de 40 anos que queiram ser mães, prolongando a maternidade até à meia-idade.

Os resultados do estudo foram apresentados num artigo publicado em fevereiro na revista Aging Cell.
Medicina moderna e maternidade

Para tornar este avanço possível, a equipa concentrou-se numa parte crítica do processo de envelhecimento que impede um óvulo de amadurecer com sucesso.

O problema é que, à medida que uma mulher envelhece, o seu próprio ADN pode começar a prejudicar o ADN nos óvulos, replicando-se dentro da célula, de uma forma semelhante ao ataque de um vírus.

Enquanto o corpo de uma mulher mais jovem pode combater este tipo de ataque, a resposta ao problema torna-se mais fraca com a idade.

“Como o ADN atacante se comporta como um vírus, colocámos a hipótese de que a medicina antiviral administrada aos óvulos pode inverter a sua idade e rejuvenescê-los. Descobrimos que é esse o caso”, explicou Michael Klutstein, biólogo molecular da Universidade Hebraica, ao The Times of Israel.

Os investigadores utilizaram inibidores de transcritores inversos, que são antivirais utilizados para tratar vírus como o HIV e o HPV. “Testamos centenas de óvulos de rato e depois humanos, o que confirmou a hipótese“, concluiu Klutstein.

Os investigadores ainda não adicionaram esperma aos óvulos, mas em breve começarão a fertilização in vitro (FIV) com os óvulos de rato “rejuvenescidos”, para ver se o procedimento melhora as hipóteses de reprodução.

A equipa também realçou que alguns dos mecanismos de envelhecimento não foram afetados, e é por isso que não sabem se a fertilidade será melhorada.

Os investigadores esperam passar em breve a ensaios em animais, depois em humanos, e que, em dez anos, as mulheres mais velhas possam usar medicamentos antivirais para aumentar a sua fertilidade.

https://zap.aeiou.pt/medicamentos-antivirais-podem-tornar-os-ovulos-das-mulheres-novamente-jovens-466740

sábado, 12 de março de 2022

O seu nome, numa pen, a caminho da Lua ? NASA abriu inscrições !

Passaram 50 anos desde a última vez que os astronautas andaram na superfície lunar, durante as missões Apollo. O programa Artemis é o início de uma nova era de exploração lunar.

O programa Artemis da NASA vai explorar regiões da Lua nunca antes visitadas, e levar ao nosso satélite a primeira mulher e a primeira pessoa de cor.

A missão Artemis vai usar tecnologias inovadoras para explorar com mais detalhe do que nunca a superfície lunar. O seu objetivo é trazer de volta amostras frias e seladas de perto do Polo Sul lunar.

De acordo com a Techexplorist, a NASA quer que os cidadãos comuns se envolvam diretamente na missão e, através dela, se familiarizem com a ciência por trás da missão.

Assim, a agência espacial norte americana vai convidar os interessados a incluir o seu nome numa pen que irá viajar a bordo do Artemis I, o primeiro teste de voo não tripulado do foguetão do Sistema de Lançamento Espacial e da nave espacial Orion.

O processo é simples, basta aceder ao site da NASA e preencher um formulário para obter o “cartão de embarque” com o seu nome.

O Artemis I será o voo de estreia do enorme novo megafoguetão lançador do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) da NASA.

Milhares de sensores e instrumentos especiais irão monitorizar o foguetão e a nave espacial durante o seu primeiro lançamento, a 17 de Março.

Aguardamos então que a missão Artemis leve a Humanidade corajosamente até onde nenhum homem — ou mulher — foi até agora.

https://zap.aeiou.pt/o-seu-nome-numa-pen-a-caminho-da-lua-nasa-abriu-inscricoes-466416

 

A crise climática original - Eis como a Pequena Idade do Gelo devastou a Europa !


A Pequena Idade do Gelo devastou a Europa moderna e dá-nos pistas das consequências que as alterações climáticas podem ter.

À medida que o Reino Unido recuperava das tempestades Eunice e Franklin, cientistas do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) da ONU divulgaram um relatório histórico a alertar para um futuro com extremos climáticos, tempestades mais ferozes, inundações repentinas e incêndios florestais.

Esta não é a primeira vez que a Grã-Bretanha sentiu alterações climáticas drásticas. Nos séculos XVI e XVII, o norte da Europa tinha deixado o seu período quente medieval e estava a definhar no que é chamado de Pequena Idade do Gelo.

No início do século XIV, as temperaturas médias nas Ilhas Britânicas arrefeceram 2°C, com anomalias semelhantes registadas em toda a Europa.

Seguiram-se invernos muito mais frios. Rios e mares costeiros congelaram, paralisando o comércio e as comunicações. As colheitas e o gado mirraram enquanto as chuvas estragavam as plantações, desencadeando fome e dificuldades às popuilações.

Esta crise climática do início da era moderna foi politicamente tão explosiva quanto a nossa se está a tornar. Houve rebeliões, revoluções, guerras e pestes. Mulheres acusadas de bruxaria e de causar o mau tempo foram usadas como bodes expiatórios.

O recente relatório do IPCC prevê terríveis impactos sociais das futuras alterações climáticas, particularmente para os 3,6 mil milhões de pessoas que vivem nos países predominantemente mais pobres, que são altamente vulneráveis às mudanças climáticas.

Podemos aprender muito sobre o nosso destino ao estudar os efeitos que a última crise climática teve nas pessoas.

Investigadores ofereceram inúmeras explicações para a Pequena Idade do Gelo, desde erupções vulcânicas até à destruição de sociedades indígenas nas Américas, que fez com que as florestas voltassem a crescer em terras agrícolas abandonadas.

Quaisquer que sejam as causas, há muitas evidências históricas que documentam a Pequena Idade do Gelo.

Em Londres, o rio Tamisa congelou muitas vezes entre 1400 e 1815, com congelamentos a aumentarem em frequência e gravidade do início do século XVII ao início do século XVIII.

As pessoas aproveitaram a oportunidade para realizar feiras na superfície gelada do rio. As pessoas jogavam futebol, lutavam, dançavam e patinavam no Tamisa.

Estas feiras também viram uma mistura improvável de classes sociais. Entre janeiro e meados de fevereiro de 1684, milhares de pessoas, do rei Carlos II e da família real ao mais humilde mendigo, aventuraram-se na “Freezeland”, como um panfleto a batizou.

No auge, a feira estendia-se por cerca de cinco quilómetros, da London Bridge a Vauxhall. De olho numa hipótese de ganhar dinheiro, muitos comerciantes abriram barracas e montaram feira na superfície do rio gelado.

Muitas barracas vendiam comidas e bebidas: cerveja, vinho, café e conhaque; carne, tortas, ostras e pão de gengibre. O entretenimento incluía patinagem, trenó, dança, futebol e corridas de cavalos. Havia marionetas e peep shows com macacos, bem como cuspidores de fogo, engolidores de facas e uma lotaria.

Por trás deste cenário caprichoso estava um revés: uma crise do custo de vida. Muitos dos feirantes do gelo eram na realidade barqueiros desempregados.

O preço do combustível, predominantemente lenha, aumentou à medida que a procura por aquecimento disparou. Os pobres e recém-desempregados de Londres entraram em desespero, muitos sem dinheiro para comer e se aquecer. O cenário era semelhante em toda a Europa. A fome era o maior inimigo.

O terrível inverno de 1684 ceifou muitas vidas.

Nesse ano, o rei Carlos II de Inglaterra autorizou o bispo de Londres a angariar dinheiro para os pobres da cidade, e doou uma quantia do tesouro real. O apoio das paróquias locais à população ajudou a atenuar os efeitos da fome, e em Inglaterra houve menos mortes do que, por exemplo, em França.

A história mostra que os efeitos das alterações climáticas podem durar séculos, e ter profundas consequências na civilização.

E, então como agora, a solidariedade é a melhor defesa contra as ameaças e perigos imprevisíveis que afetam a Humanidade.

https://zap.aeiou.pt/pequena-idade-gelo-devastou-europa-466258


Novo teste permite diagnosticar 25 doenças raras mais depressa do que nunca !


Os cientistas desenvolveram um teste genético rápido que consegue diagnosticar uma grande variedade de doenças musculares e nervosas raras, com uma precisão quase perfeita.

As doenças de repetição tandem são uma família com mais de 50 doenças hereditárias, incluindo a doença de Huntington e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que parecem ocorrer quando se repetem demasiadas vezes sequências curtas de ADN, de acordo com a Science Alert.

As repetições tandem podem surgir através de erros na replicação do ADN, que são depois transmitidos às gerações seguintes.

Contudo, muitos são benignos, e todos os seres vivos os têm, em diferentes padrões e combinações, tornando-os uma ferramenta útil para determinar as relações entre indivíduos, como a filiação ou o rastreio das origens das infeções. Mas por vezes surgem em partes problemáticas dos nossos genomas.

Dependendo de onde ocorrem, formas invulgarmente longas destas sequências repetidas podem conduzir a degeneração neurológica ou neuromuscular.

No entanto, como existem 37 genes conhecidos e ligados a perturbações de repetição tandem curta, é possível fazer múltiplos testes, antes de identificar os responsáveis pelos sintomas dos doentes.

Para pacientes como John, um dos participantes envolvidos num novo estudo, pode demorar mais de uma década a reduzir as opções. As descobertas da investigação foram publicadas na Science Advances, a 4 de março.

John foi diagnosticado com ataxia cerebral, neuropatia, e síndrome de areflexia vestibular (CANVAS). Esta é uma desordem neurodegenerativa do movimento, que está ligada a uma expansão de sequências repetidas de ADN no gene RFC1.

Apenas neste gene, há uma diversidade de formas de repetição de sequências curtas de ADN, o que cria dificuldades em realizar um teste de diagnóstico geral.

“Fiz testes após testes durante mais de 10 anos e não tive absolutamente nenhuma resposta sobre o que estava errado”, diz John.

A neurologista Kishore Kumar, autora do estudo, juntamente com outros investigadores do Garvan Institute for Medical Research na Austrália, referem-se a este processo de espera como a “odisseia diagnóstica“.

À medida que pacientes como John esperam anos e anos por respostas, os seus sintomas vão-se agravando gradualmente.

Embora atualmente não exista cura para as perturbações repetidas em tandem, o diagnóstico precoce pode ajudar os doentes a gerir os seus sintomas, e espera-se que estagnem parte da progressão da doença, pelo que o teste recentemente desenvolvido deverá fazer uma grande diferença para os doentes.

“Este novo teste irá revolucionar completamente a forma como diagnosticamos estas doenças, uma vez que agora podemos testar todas as doenças de uma só vez com um único teste de ADN e ter um diagnóstico genético claro”, sublinha Kumar.

“Ajuda os pacientes a evitar anos de biópsias desnecessárias a músculos ou nervos para doenças que não têm, ou tratamentos arriscados que suprimem o seu sistema imunitário”, acrescenta.

A avaliação recentemente desenvolvida baseia-se na tecnologia nanopore, que pode analisar fragmentos longos de ADN ou RNA em regiões repetitivas, conhecidas do genoma humano.

Tirando uma única amostra de ADN do sangue de um indivíduo, os investigadores podem passar os ácidos nucleicos através de um nanoporo proteico, utilizando alterações na corrente elétrica, resultantes das interações moleculares, para descodificar em tempo real as sequências de 40 genes conhecidos por estarem ligados a 25 doenças de repetição tandem.

Entre 37 pacientes que foram testados com este método, incluindo John, todos foram corretamente diagnosticados com a sua doença neurogenética.

“Diagnosticámos corretamente todos os doentes com doenças já conhecidas, incluindo a doença de Huntington, síndrome do X frágil, ataxias cerebrais hereditárias, distrofias miotónicas, epilepsia mioclónica, doença neuronal motora, e mais”, conta o investigador Ira Deveson, também do Instituto Garvan.

Os acuais testes de sequenciação genética requerem máquinas tão grandes como frigoríficos, enquanto a tecnologia de nanoporos não é maior do que um agrafador.

Também custam centenas de milhares de dólares a menos, o que significa que poderiam ser facilmente distribuídos por vários locais.

Os investigadores estão agora a tentar que o método seja clinicamente aprovado, e esperam que daqui a dois ou cinco anos o teste seja utilizado regularmente.

https://zap.aeiou.pt/novo-teste-permite-diagnosticar-25-doencas-raras-466242


Astrónomos registam os “batimentos cardíacos” de um buraco negro !

Os buracos negros formam uma grande coroa antes de emitir jatos que perfuram esta estrutura em direção ao Espaço interestelar, a velocidades muito próximas das da luz no vácuo.

Uma equipa de cientistas, liderada pelo astrofísico Mariano Méndez da Universidade de Groningen, nos Países Baixos, desenvolveu um gráfico dos “batimentos cardíacos” de um buraco negro, que mede o processo de absorção de material da coroa e de devolução desse material através de jatos expelidos.

“Parece lógico, mas há vinte anos que se debate se a coroa e o jato são a mesma coisa”, explicou o astrofísico. “Agora vemos que eles surgem um após o outro e que o jato segue a coroa.”

Os investigadores compilaram 15 anos de dados de vários telescópios. O Rossi X-ray Timing Explorer captou o buraco negro GRS 1915+105 aproximadamente de três em três dias e os astrónomos recolheram toda a radiação de raios-X de alta energia da coroa.

O buraco negro em causa faz parte de um sistema binário localizado a cerca de 36.000 anos-luz de distância do Sol. Como o buraco negro e a estrela estão muito próximos um do outro, este “rouba” material da estrela e forma um disco à sua volta.

O processo gera muita luz a partir do aquecimento do disco e do ambiente em torno do buraco negro. Uma das estruturas que produz luz é a coroa, entre a borda interior do disco de acreção e o horizonte do evento.

Segundo o Science Alert, trata-se de uma região de eletrões quentes que se pensa serem alimentados pelo campo magnético do buraco negro. Este atua como uma espécie de sincrotrão para acelerar os eletrões a energias tão elevadas que brilham em comprimentos de onda de raios-X.

Apesar das descobertas, há questões que continuam por responder. A radiação de raios-X que os telescópios recolheram da coroa, por exemplo, contém mais energia do que pode ser explicada apenas pela temperatura da coroa. Uma das teorias prováveis centra-se no campo magnético como fornecedor de energia extra.

Da mesma forma, o campo magnético e a energia que o acompanha poderiam explicar a formação dos jatos: se o campo magnético for caótico, a coroa aquece; se o campo magnético se tornar menos caótico, o material pode escapar através das linhas de campo num jato.

A equipa suspeita de que este processo de canalização de energia para o jato e para a coroa acontece em buracos negros supermassivos.

https://zap.aeiou.pt/batimentos-cardiacos-de-buraco-negro-466253


Astrónomos detetam a maior molécula já encontrada num disco protoplanetário !

Impressão artística do éter dimetílico no disco protoplanetário em torno de IRS 48

Foi identificada a maior molécula alguma vez encontrada num disco protoplanetário em redor de uma estrela bebé. O éter dimetílico, uma molécula que contém nove átomos incluindo oxigénio, tem potencial para atuar como bloco de construção para açúcares e outras biomoléculas, podendo ser considerada um composto prebiótico.

Cientistas do Observatório de Leiden, nos Países Baixos, detetaram éter dimetílico num disco de formação planetária que circunda a estrela IRS 48. A molécula, com nove átomos, é a maior alguma vez identificada num disco deste tipo.

Segundo o Science Alert, esta descoberta pode ter implicações importantes para compreender de que forma a vida emerge no Universo.

“A partir destes resultados, podemos aprender mais sobre a origem da vida no nosso planeta e ter uma melhor ideia do potencial de vida noutros sistemas planetários”, disse o astrónomo Nashanty Brunken.

O éter dimetílico é uma molécula orgânica observada frequentemente em nuvens de formação estelar, mas nunca tinha sido antes encontrada num disco protoplanetário. É constituído por dois átomos de carbono, seis átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio, com a fórmula química CH3OCH3.  

Os astrónomos desconfiam de que estas moléculas se formam em regiões frias de formação estelar, antes de as estrelas se formarem a partir das espessas nuvens de poeira. Moléculas simples, como o monóxido de carbono, aderem a grãos de poeira e formam camadas de gelo que sofrem reações para formar moléculas ainda mais complexas.

A deteção de éter dimetílico no disco em torno de IRS 48, uma estrela a 444 anos-luz de distância na constelação de Ophiuchus, aconteceu graças a uma “armadilha de poeira” com a forma assimétrica de um caju. Esta região retém um grande número de grãos de poeira do tamanho do milímetro que se podem juntar para formar objetos muito maiores, como cometas, asteroides e até planetas.

A armadilha no disco da IRS 48 é também um reservatório gelado que contém grãos de poeira cobertos por gelo rico em moléculas complexas. Foi precisamente nesta região do disco que o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) encontrou sinais da molécula de éter dimetílico.

Quando o calor da jovem estrela sublima o gelo em gás, as moléculas prisioneiras que vieram das nuvens frias libertam-se e podem ser detetadas.

https://zap.aeiou.pt/maior-molecula-disco-protoplanetario-466227


Pode o nosso Universo ter sido criado num laboratório ?


O astrofísico Avie Loeb, da Universidade de Harvard, acredita que temos de abrir mais a nossa mente à possibilidade de uma espécie mais inteligente do que nós ter criado o nosso Universo num laboratório.

Avi Loeb não é estranho a opiniões controversas dentro da comunidade científica. O astrofísico de Harvard que acredita que o misterioso Oumuamua pode ter sido enviado para o Sistema Solar por uma civilização extraterrestre voltou a propor uma tese polémica — será que o nosso Universo foi criado num laboratório?

Num artigo publicado em Outubro na Scientific American, Loeb expõe os seus argumentos. “O maior mistério da história do nosso Universo é o que aconteceu antes do Big Bang. De onde veio o nosso Universo?“, começa o astrofísico.

Desde flutuações quânticas no vácuo, períodos cíclicos de expansão de contração até à teoria de cordas, Loeb enumera várias teorias que já foram propostas sobre a origem do Universo.

Mas uma “possibilidade menos explorada” é a de que “o nosso Universo tenha sido criado no laboratório de uma civilização com tecnologia avançada“. “Visto que o nosso Universo tem uma geometria plana com energia líquida zero, uma civilização avançada pode ter desenvolvido uma tecnologia que criou um Universo bebé a partir de nada através de tunelamento quântico”, sugere Loeb.

O astrofísico lembra que esta hipótese acaba por juntar a ciência à noção religiosa de que há um criador. “Não temos uma teoria preditiva que combine os dois pilares da física moderna: a mecânica quântica e a gravidade. Mas uma civilização mais avançada pode ter conseguido este feito e dominado a tecnologia para a criação de Universos bebé”, afirma o especialista.

Caso esta hipótese se verifique, também mostraria que um Universo como o nosso funciona como um “sistema biológico que mantém a longevidade do seu material genético ao longo de múltiplas gerações”.

Assim, “o nosso Universo não foi seleccionado para lá existirmos”, tendo antes sido escolido de forma dar “origem a civilizações muito mais avançadas do que nós”, com Loeb a descrever os nossos possíveis criadores como “as crianças mais inteligentes no nosso bloco cósmico” que lideram o “processo de selecção Darwinista”.

“A nossa civilização é ainda estéril cosmologicamente por não ter reproduzido o mundo que nos criou”, realça. Loeb propõe ainda que a sofisticação tecnológica de uma civilização seja assim avaliada com base na capacidade que esta tem de reproduzir as condições astrofísicas que possibilitaram a sua existência.

Na escala criada por Nikolai Kardashev, a nossa civilização está ainda atrasada a nível tecnológico, tendo uma classificação C por não ser capaz de recriar condições habitáveis no nosso planeta caso o Sol morra — e Loeb acredita que podíamos até ter uma nota D por estarmos a destruir a Terra com as alterações climáticas.

“A possibilidade de a nossa civilização não ser particularmente inteligente não é algo que nos deve surpreender”, defende Loeb, que acredita que é provável que estejamos “estatisticamente no centro” da distribuição das formas de vida inteligente no cosmos.

Depois de já ter criticado a arrogância da comunidade científica, Loeb deixa um novo apelo a que coloquemos o nosso efeito Dunning-Kruger de parte e que sejamos mais “humildes”, visto que ter um ego demasiado em alta sobre a nossa inteligência pode “acabar mal”, tal como aconteceu com os dinossauros, “que dominaram a Terra até um objecto do Espaço ter destruído a sua ilusão”.

https://zap.aeiou.pt/universo-criado-laboratorio-especie-466534

 

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