quarta-feira, 30 de junho de 2021

Covid-19 - Variante indiana causa doença mais grave, dizem médicos chineses !

A Delta está a causar doença mais grave e mais rapidamente do que durante a primeira vaga, informaram médicos na zona de Guangzhou, no sudeste da China, onde surgiu um surto recente provocado por esta variante indiana.


Citado pelo New York Times, o diretor dos cuidados intensivos da Universidade Sun Yat-sen, Guan Xiangdong, disse que até 12% dos doentes com covid-19 têm doença grave em três ou quatro dias, quando no passado a média era de 2-3%. No Reino Unido, a variante representa a maioria das novas infeções, com casos em pessoas que já tomaram uma ou duas doses da vacina.

A cidade de Guangzhou e outros locais afetados pelo surto foram isolados, com a testagem e o isolamento a permitirem abrandar a evolução dos contágios.

Em Portugal, até 09 de junho foram identificados 92 casos da variante indiana entre as amostras de vírus que são sequenciadas. O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge estima que a prevalência da variante em maio tenha sido de 4,1%, mas admite que os resultados podem estar subvalorizados.

https://zap.aeiou.pt/variante-indiana-doenca-grave-medicos-409240

 

Variantes do coronavírus podem escapar dos anticorpos espalhando-se através de supercélulas !

Variantes do coronavírus, como a britânica e a sul-africana, podem escapar dos anticorpos espalhando-se através de supercélulas, revela um novo estudo.


Os anticorpos que criamos depois de sermos infetados com um vírus ou vacinados contra ele podem ser muito poderosos. Um vírus normalmente espalha-se dentro do nosso corpo entrando numa célula e usando-a como uma fábrica para criar cópias de si mesmo, que depois encontram novas células para infetar.

Os nossos anticorpos atuam ligando-se ao vírus e isso pode impedi-lo de entrar nas nossas células em primeiro lugar.

Mas o que acontece se um vírus não precisar de sair da célula para se espalhar para as células vizinhas? Os nossos anticorpos podem ser eficazes contra ele?

Cientistas fizeram recentemente esta pergunta relativamente ao SARS-CoV-2, causador da covid-19. Este coronavírus altamente infeccioso pode alterar as células humanas, fazendo-as fundir-se com duas ou mais células próximas. Estas supercélulas são excelentes fábricas de vírus.

As supercélulas, conhecidas como sincícios, compartilham múltiplos núcleos e citoplasma abundante. Ter mais destes componentes numa célula gigante ajuda o vírus a replicar-se com mais eficiência. E ao fundir as células, o SARS-CoV-2 aumenta os seus recursos sem ser exposto aos anticorpos neutralizantes que se espalham fora das nossas células.

O estudo da equipa de cientistas liderada por Alex Sigal testou duas variantes do coronavírus (alfa e beta) quanto à capacidade de transmissão de célula para célula e investigou se esse modo de transmissão era sensível à neutralização de anticorpos.

A variante alfa (identificada pela primeira vez no Reino Unido) é sensível a anticorpos, e a variante beta (identificada pela primeira vez na África do Sul) é menos sensível a esses anticorpos.

O estudo ainda não foi publicado em nenhuma revista científica, mas está disponível no portal de pré-publicação bioRxiv. Os resultados mostram que a transmissão célula para célula com ambas as variantes evitou com sucesso a neutralização de anticorpos. Isto mostra que, quando o vírus se instala, será mais difícil eliminá-lo em células que podem fundir-se.

Os vírus coexistiram com humanos e animais durante milénios, então desenvolveram truques para evitar serem reconhecidos pelo nosso sistema imunitário. Essa estratégia de evasão imunitária é a transmissão direta de célula para célula, o que nem sempre requer fusão celular.

Também é possível que os vírus viajem para as suas próximas células hospedeiras, explorando associações entre células vizinhas que os protegem de anticorpos. É razoável presumir que os anticorpos são mais eficazes na prevenção da entrada na célula hospedeira e menos eficazes em partes do corpo onde a infeção já está estabelecida.

Isto significa que as nossas vacinas serão ineficazes contra vírus que se movem diretamente de uma célula para outra? Felizmente, o nosso sistema imunitário também evoluiu junto com os vírus e aprendemos a construir defesas que funcionam de várias formas.

Não precisamos de nos preocupar com a transmissão célula para célula incapacitando as nossas vacinas, mas é importante entender como um vírus se espalha para que possamos atacá-lo de forma mais eficaz.

Há alguns anos, uma equipa de investigadores mostrou que o vírus da hepatite C é transmitido de célula para célula na presença de anticorpos neutralizantes. Isto não impediu os cientistas de desenvolver antivirais de grande sucesso que podem curar pessoas infetadas com hepatite C durante décadas.

As tecnologias mais recentes que permitem atualizações rápidas de vacinas podem garantir o controlo eficaz contra variantes emergentes.

https://zap.aeiou.pt/variantes-coronavirus-escapar-anticorpos-408649

 

Qual a origem dos continentes ? Novos dados mostram mudança dramática na crosta da Terra !

Um estudo liderado por geólogos da Monash University apresenta uma nova visão sobre a forma como os primeiros continentes da Terra se formaram.


Apesar da Terra se ter formado há mais de 4,5 mil milhões de anos, as partes mais antigas preservadas da crosta continental do nosso planeta datam de há 4 mil milhões de anos.

“A razão pela qual demorou tanto tempo para que essas peças antigas e estáveis da crosta se começassem a formar permanece desconhecida”, disse o principal autor do estudo, Jack Mulder.

Para tentar descobrir mais sobre este mistério geológico, diz o Phys, Mulder e a sua equipa estudaram grãos microscópicos com idades entre os 4,2 e 3,2 mil milhões de anos do mineral zircão do Cráton Yilgarn, na Austrália Ocidental.

A crosta pode formar-se através de dois processos diferentes: fusão da crosta pré-existente ou fusão recente do manto subjacente da Terra, sendo que a composição isotópica do háfnio dos grãos de zircão pode acompanhar esses processos.

“Os novos dados que recolhemos mostram uma mudança dramática na composição isotópica do háfnio dos zircões do Cráton Yilgarn há 3,75 mil milhões de anos”, disse Mulder.

O investigador explicou que “os zircões mais antigos formaram-se em magmas que foram derivados apenas através do re-derretimento da crosta mais antiga”, acrescentando que “há 3,75 mil milhões de anos, os magmas que continham zircão começaram a ser originados, pelo menos em parte, do manto da Terra”.

O geólogo sublinha ainda que “é importante ressaltar que a mudança de isótopo registada nas cápsulas do tempo do zircão coincide precisamente com a época em que se formou a crosta mais antiga preservada no atual Cráton Yilgarn”.

Mulder e os restantes autores do estudo atribuem essa coincidência a uma relação causal simples: quando o magma é extraído do manto da Terra, o resíduo profundo que sustenta a crosta é seco, rígido e, mais importante, flutuante – análogo a espremer água de uma esponja.

“Essas quilhas flutuantes de manto residual empobrecido pelo derretimento podem ter servido como ‘jangadas salva-vidas’ que protegeram os novos e mais antigos continentes de mergulhar de volta nas profundezas da Terra”, afirmou Mulder.

“Os resultados destacam uma mudança fundamental na natureza da formação da crosta há 3,75 mil milhões de anos atrás, o que facilitou a formação da crosta continental única e estável da Terra”, ressalva.

O cientista referiu também que esses núcleos da crosta ancestral em torno dos quais os continentes cresceram, tiveram uma profunda influência no clima, na atmosfera e na química dos oceanos da Terra primitiva, abrindo caminho para o estabelecimento da vida.

https://zap.aeiou.pt/nova-visao-continentes-se-formaram-408652

 

Cientistas descobrem novo exoplaneta semelhante a Neptuno !


Uma equipa internacional de colaboradores, incluindo cientistas do JPL da NASA e da Universidade do Novo México, descobriram um novo exoplaneta temperado, do tamanho de Neptuno, com um período orbital de 24 dias orbitando uma estrela anã M próxima.

A descoberta recente fornece oportunidades empolgantes de pesquisa graças à atmosfera substancial do planeta, à pequena estrela que orbita e à velocidade a que o sistema se afasta da Terra.

A investigação será publicada numa edição futura da revista The Astronomical Journal. O exoplaneta, TOI-1231 b, foi detetado usando dados fotométricos do TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite) e seguido por observações com o PFS (Planet Finder Spectrograph) no telescópio Magellan Clay do Observatório Las Campanas, Chile.

O PFS é um instrumento sofisticado que deteta exoplanetas por meio da sua influência gravitacional sobre as suas estrelas hospedeiras. À medida que os planetas orbitam as suas estrelas-mãe, as velocidades estelares medidas variam periodicamente, revelando a presença planetária e informações sobre a sua massa e órbita.

A estratégia de observação adotada pelo TESS da NASA, que divide cada hemisfério em 13 sectores que são investigados durante aproximadamente 28 dias, está a produzir a pesquisa mais abrangente de todo o céu para planetas em trânsito.

Esta abordagem já provou a sua capacidade de detetar planetas grandes e pequenos em torno de estrelas que vão desde aquelas semelhantes ao Sol até estrelas anãs M de baixa massa.

As estrelas anãs M, também conhecidas como anãs vermelhas, são o tipo mais comum de estrela na Via Láctea, constituindo cerca de 70% de todas as estrelas da Galáxia. As anãs M são mais pequenas, possuem uma fração da massa do Sol e têm baixa luminosidade.

Dado que uma anã M é mais pequena, quando um planeta de um determinado tamanho transita a estrela, a quantidade de luz que é bloqueada é maior, tornando o trânsito mais facilmente detetável.

Imagine um planeta parecido com a Terra passando em frente de uma estrela do tamanho do Sol: vai bloquear uma pequena parte da sua luz; mas se estiver a passar à frente de uma estrela muito menor, a proporção de luz bloqueada será maior. Em determinado sentido, isto cria uma sombra maior à superfície da estrela, tornando os planetas ao redor das anãs M mais fáceis de detetar e de estudar.

Embora permita a deteção de exoplanetas no céu, a estratégia do levantamento do TESS também produz tendências observacionais significativas com base no período orbital. Os exoplanetas devem transitar as suas estrelas hospedeiras pelo menos duas vezes dentro do intervalo de observação do TESS para serem detetados com o período correto pelo SPOC (Science Processing Operations Center) e pelo QLP (Quick Look Pipeline), que “vasculham” a cadência de dados do TESS de 2 e 30 minutos, respetivamente.

Dado que 74% da cobertura total do céu pelo TESS é apenas observada durante 28 dias, a maioria dos exoplanetas detetados pelo TESS têm períodos inferiores a 14 dias. TOI-1231 b tem um período de 24 dias, o que, portanto, torna a sua descoberta ainda mais valiosa.

Jennifer Burt, cientista no JPL da NASA, autora principal do artigo científico, juntamente com os seus colaboradores, incluindo Diana Dragomir, professora assistente do Departamento de Física e Astronomia da Universidade do Novo México, mediram o raio e a massa do planeta.

“Trabalhando com um grupo de excelentes astrónomos espalhados pelo globo, fomos capazes de reunir os dados necessários para caracterizar a estrela hospedeira e medir o raio e a massa do planeta,” disse Burt.

“Esses valores, por sua vez, permitiram-nos calcular a densidade do planeta e teorizar sobre a sua composição. TOI-1231 b é muito semelhante em tamanho e densidade a Neptuno, de modo que achamos que tem uma atmosfera gasosa similarmente grande.”

“Outra vantagem dos exoplanetas que orbitam anãs M é que podemos medir as suas massas com mais facilidade porque a proporção entre a massa do planeta e a massa da estrela é também maior. Quando a estrela é mais pequena e menos massiva, os métodos de deteção funcionam melhor porque o planeta de repente desempenha um papel maior, destacando-se mais facilmente em relação à estrela,” explicou Dragomir. “Tal como a sombra projetada na estrela. Quanto menor a estrela, menos massiva é, maior o efeito do planeta que pode ser detetado.”

“Embora TOI-1231 b esteja oito vezes mais perto da sua estrela do que a Terra está do Sol, a sua temperatura é parecida à da Terra, graças à estrela hospedeira que é mais fria e menos brilhante,” diz Dragomir. “No entanto, o próprio planeta é realmente maior do que a Terra e um pouco mais pequeno que Neptuno – poderíamos chamá-lo de sub-Neptuno.”

Burt e Dragomir, que na verdade iniciaram esta investigação enquanto bolsistas no Instituto Kavli do MIT, trabalharam com cientistas especializados em observar e caracterizar as atmosferas de planetas pequenos para descobrir quais as missões espaciais, atuais e futuras, que poderiam ser capazes de examinar as camadas exteriores de TOI-1231 b para informar as investigadoras exatamente quais os tipos de gases que estão presentes no planeta. Com uma temperatura de mais ou menos 330 K, TOI-1231 b é um dos exoplanetas pequenos e mais frios, acessíveis para estudos atmosféricos, descobertos até agora.

Investigações anteriores sugeriram que planetas tão frios podem ter nuvens no alto da sua atmosfera, o que torna difícil a determinação dos gases que o rodeiam. Mas novas observações de outro planeta pequeno e frio, chamado K2-18 b, quebraram esta tendência e mostraram evidências de água na sua atmosfera, surpreendendo muitos astrónomos.

“TOI-1231 b é um dos únicos outros planetas que conhecemos com tamanho e gama de temperaturas semelhantes, de modo que observações futuras deste novo planeta vão permitir determinar o quão comum (ou rara) é a formação de nuvens de água nestes mundos temperados”, disse Burt.

Além disso, com o alto brilho no infravermelho próximo da estrela hospedeira, é um alvo excitante para futuros estudos com o Telescópio Espacial Hubble e com o Telescópio Espacial James Webb. O primeiro conjunto destas observações, liderado por um dos coautores do artigo, deverá ocorrer no final deste mês usando o Telescópio Espacial Hubble.

“A baixa densidade de TOI-1231 b indica que é cercado por uma atmosfera substancial, em vez de ser um planeta rochoso. Mas a composição e a extensão desta atmosfera são desconhecidas! disse Dragomir. “TOI-1231 b pode ter uma atmosfera de hidrogénio ou de hidrogénio-hélio, ou uma atmosfera mais densa de vapor de água. Cada uma delas apontaria para uma origem diferente, permitindo aos astrónomos entender se e como os planetas se formam de maneira diferente em torno de anãs M quando comparados com os planetas que orbitam o nosso Sol, por exemplo. As nossas próximas observações com o Hubble vão começar a responder a estas perguntas, e o James Webb promete uma análise ainda mais completa da atmosfera do planeta.”

Outra forma de estudar a atmosfera do planeta é investigar se o gás está a ser soprado para longe, procurando evidências de átomos como hidrogénio e hélio em torno do planeta enquanto transita pela face da sua estrela-mãe. Geralmente, os átomos de hidrogénio são quase impossíveis de detetar porque a sua presença é mascarada pelo gás interestelar. Mas este sistema planeta-estrela fornece uma oportunidade única de aplicar este método devido à velocidade com que se afasta da Terra.

“Um dos resultados mais intrigantes das últimas duas décadas de ciência exoplanetária é que, até agora, nenhum dos novos sistemas planetários que descobrimos se parece com o nosso próprio Sistema Solar,” disse Burt.

“Mas estão repletos de planetas entre o tamanho da Terra e Neptuno em órbitas muito mais íntimas do que a de Mercúrio, de modo que não temos nenhum exemplo local para comparação. Este novo planeta que descobrimos ainda é estranho – mas está um passo mais perto de ser um pouco como os planetas na nossa vizinhança solar. Em comparação com a maioria dos planetas detetados até agora com o método de trânsito, que muitas vezes têm temperaturas escaldantes na casa das centenas ou milhares de graus, TOI-1231 b é positivamente frígido.”

Para concluir, Dragomir reflete que “este planeta junta-se às fileiras de apenas dois ou três outros pequenos exoplanetas que serão examinados a cada chance que tivermos usando uma ampla gama de telescópios, durante anos a fio, de modo que fique atento a novos desenvolvimentos no que toca a TOI-1231 b!”.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-descobrem-novo-exoplaneta-semelhante-neptuno-408632

 

Cientistas identificam uma rara “hélice” magnética num sistema binário !

De acordo com investigações que serão publicadas na revista The Astrophysical Journal, investigadores da Universidade de Notre Dame identificaram a primeira hélice magnética eclipsante num sistema estelar variável cataclísmico.


O sistema estelar, conhecido como J0240, é apenas o segundo do seu tipo já registado. Foi identificado em 2020 como uma variável cataclísmica invulgar — um sistema binário que consiste de uma estrela anã branca e uma estrela vermelha dadora de massa.

Normalmente, a estrela anã branca compacta recolhe o gás doado e cresce em massa. No entanto, em J0240, a anã branca magnética e de rápida rotação rejeita a doação de gás e impulsiona-o para fora do sistema binário.

“É necessária uma anã em rápida rotação com um campo magnético forte para criar uma hélice,” disse Peter Garnavich, professor de astrofísica e cosmologia física e chefe do Departamento de Física de Notre Dame, autor principal do estudo que apresentou evidências do sistema de hélice.

“Normalmente, o gás que sai da estrela dadora vai pousar na anã branca. Isto é tão comum quanto areia numa praia. Mas numa hélice magnética, o gás é ejetado do binário num amplo padrão de espiral — como um aspersor que rega um quintal”, acrescentou.

As anãs brancas são os remanescentes densos de estrelas de baixa massa como o nosso Sol, que os cientistas dizem que irá evoluir para uma anã branca daqui a aproximadamente cinco mil milhões de anos. No entanto, sem uma estrela companheira, o Sol nunca fará parte de um sistema variável cataclísmico.

A única outra variável cataclísmica semelhante a J0240 é AE Aquarii, um sistema estelar binário conhecido desde a década de 1950 e que se pensa ser também um sistema de hélice magnética.

Por outro lado, observa-se que J0240 está perto do plano orbital binário, o que significa que o gás ejetado do sistema é visto em silhueta contra a luz estelar. Esta é a primeira evidência direta de que uma hélice magnética ejeta o gás doado pela estrela vermelha.

“O que é único neste sistema é que realmente podemos ver bolhas de gás conforme são ejetadas pela hélice,” disse Garnavich. “Esse gás está a bloquear parte da luz de ambas as estrelas e podemos ver essa absorção diretamente nos nossos dados.”

A equipa de Garnavich começou observações no LBT (Large Binocular Telescope) em Safford, no estado norte-americano do Arizona, onde os investigadores conseguiram registar a ocorrência de proeminências e eclipses que ilustravam a rápida rotação da anã branca, e a atração do campo magnético — que expele influxos gasosos que de outra forma seriam adicionados à estrela, criando assim uma espiral de gás que se expande para longe das duas estrelas.

“Quanto mais observávamos a estrela, mais empolgante ela parecia,” disse Garnavich. A equipa recolheu observações em setembro, outubro e novembro de 2020. Os dados obtidos em setembro capturaram a primeira metade da órbita de J0240. Em outubro, a equipa capturou a segunda metade.

“As proeminências que vemos são miniexplosões que libertam gás a 1% da velocidade da luz,” explicou.

As erupções desaparecem quando a companheira vermelha fica no caminho durante um eclipse. A partir do “timing” dos eclipses, a equipa foi capaz de identificar a localização das proeminências. “As erupções vêm de muito perto da companheira compacta, provavelmente da ‘pancada’ de gás que recebe ao aproximar-se do campo magnético que gira rapidamente,” disse Garnavich.

Garnavich espera aprender muito mais com o binário J0240 a partir de observações futuras. Uma das grandes incógnitas é o período de rotação da anã branca, que a equipa não conseguiu determinar. “A energia da hélice vem da anã branca giratória, portanto, esperamos que a rotação diminua com o tempo. Quando acabar, a hélice irá parar e o sistema parecerá uma variável cataclísmica comum,” disse Garnavich.

“A grande questão é exatamente como entramos neste estado,” disse. “É uma fase muito curta em que temos uma anã branca magnética que gira tão depressa quanto é possível sem realmente se autodestruir. Uma rotação tão elevada, com um campo magnético forte — parece que não pode ser apenas coincidência.”

https://zap.aeiou.pt/rara-helice-magnetica-sistema-binario-408638

Pela primeira vez, um sensor quântico modelar detetou um sinal cerebral !

Uma equipa de cientistas da Universidade de Sussex construiu, pela primeira vez, um sensor cerebral quântico modular e usou-o para registar um sinal cerebral. 


Este é um marco importante para todos os investigadores que trabalham com tecnologia de imagem quântica do cérebro, uma vez que os sensores modulares podem ser ampliados.

A equipa conectou dois sensores provando que a análise de todo o cérebro usando este método está ao alcance da ciência. Até agora, este processo não tinha sido possível de executar com os sensores cerebrais quânticos disponíveis nos Estados Unidos.

Os novos dispositivos modulares funcionam como legos, pois podem ser perfeitamente ligados entre si.

A descoberta aumenta o potencial para a análise de todo o cérebro usando a tecnologia quântica e pode representar avanços potenciais para doenças neuro-degenerativas como é o caso do Alzheimer.

O dispositivo, que foi construído no laboratório Quantum Systems and Devices da universidade, usa sensores quânticos ultrassensíveis para captar os menores campos magnéticos de modo a observar o interior do cérebro e captar a atividade neural.

A equipa aplicou os sensores fora do couro cabeludo de um participante, perto do córtex visual do cérebro, e pediu que este abrisse e fechasse os olhos em intervalos de 10 a 20 segundos.

Deste modo, foi possível detetar um sinal cerebral. Segundo o Phys, a ação é muito simples, mas vê-la acontecer requer uma tecnologia quântica extremamente sofisticada.

Thomas Coussens, um dos autores do estudo, explica que o objetivo seguinte é “ampliar o projeto e construir mais sensores para transformá-los num sistema de imagem cerebral inteiro. O método pode fornecer avanços significativos na deteção e fornecimento de tratamento para doenças neuro-degenerativas”.

Peter Krüger, que também esteve envolvido na pesquisa, acrescenta que “ter este sensor é um grande passo para estudos interdisciplinares que envolvem investigadores que vão desde cientistas a engenheiros”.

Por sua vez, Kai Bongs, investigador principal dos sensores e temporização do cubo de tecnologia quântica do Reino Unido, refere que a equipa está muito satisfeita e que este passo vai ajudar “consideravelmente a avançar o ecossistema quântico do Reino Unido”.

O sensor magnético quântico usa um magnetómetro bombeado oticamente dentro de uma proteção magnética para reduzir os campos magnéticos ambientais e garantir que estes não sejam detetados.

https://zap.aeiou.pt/sensor-quantico-modelar-sinal-cerebral-408676

 

Substância presente no chá verde pode ajudar no combate à covid-19 !

Uma equipa de cientistas analisou de que forma o chá verde poderia originar um medicamento capaz de combater a covid-19.


Suresh Mohankumar, da Universidade Swansea, no Reino Unido, desenvolveu um estudo em parceria com cientistas da Escola de Farmácia da JSS da Academia de Educação Superior e Pesquisa em Ooty, na Índia, para investigar potencialidades do chá verde.

“A farmácia mais antiga da natureza sempre foi um tesouro de potenciais novos medicamentos e questionamos se algum desses compostos poderia ajudar-nos a combater a pandemia de covid-19”, começou por explicar o investigador, citado pelo EurekAlert.

Partindo deste pressuposto, os cientistas selecionaram e classificaram “uma biblioteca de compostos naturais já conhecidos por serem ativos contra outros coronavírus usando um programa de computador auxiliado por Inteligência Artificial”.

As descobertas da equipa sugeriram que um dos compostos do chá verde poderia combater de forma eficaz a covid-19.

“O composto que o nosso modelo prevê ser mais ativo é a galocatequina“, adiantou Mohankumar, salvaguardando, no entanto, que são necessárias mais investigações em torno deste composto para se provar que é clinicamente eficaz e seguro para prevenir ou tratar a covid-19.

“Esta é ainda uma etapa preliminar, mas pode ser uma pista para combater a devastadora pandemia de covid-19”, sublinhou. O trabalho foi recentemente destacado pela revista online RSC Advances.

https://zap.aeiou.pt/substancia-cha-verde-ajudar-covid-19-407922

 

Agricultura em Marte pode tornar-se uma realidade graças a inovação !

Cultivar plantações em Marte pode tornar-se uma realidade graças a um catalisador criado por uma equipa de investigadores, que remove o perclorato, um composto químico perigoso.


Popular o planeta vermelho é uma ambição de longa data dos humanos. No entanto, as condições inóspitas de Marte tornam fazem deste sonho um desafio complicado. Para uma colónia de humanos se estabelecer a longo prazo em Marte será necessário cultivar alimentos.

A superfície do planeta está repleta de perclorato, um composto químico altamente perigoso, que pode causar problemas graves na tiroide e nos pulmões. Retirá-lo de água potável e comida envolve técnicas complexas que podem exigir temperaturas e condições extremas.

Agora, uma equipa de investigadores desenvolveu um catalisador que simplifica o processo de remoção do perclorato e destrói 99% do contaminante em temperatura e pressão ambiente. De acordo com um estudo publicado no Journal of the American Chemical Society, o catalisador pode ser usado para “purificação de água e exploração espacial”.

O catalisador recorre a micróbios anaeróbicos, organismos que vivem em ambientes pobres em oxigénio. Alguns deles podem sobreviver recolhendo átomos de oxigénio dentro do perclorato, consequentemente decompondo o poluente.

Segundo a Vice, os micróbios podem ser cultivados para fazer este trabalho em reatores industriais, mas pode levar semanas ou meses para garantir a estabilidade de funcionamento neste processo.

O catalisador pode ser usado para quebrar o perclorato em concentrações inferiores a um miligrama por litro até dez gramas por litro, o que significa que pode ser usado em muitos contextos, desde o tratamento de águas subterrâneas até à desintoxicação do solo marciano.

Os investigadores foram capazes de desintegrar rapidamente o perclorato em água a temperatura ambiente. Noutro estudo publicado na revista ACS Catalysis, os investigadores mostraram ainda que o metal precioso rénio pode melhorar a estabilidade e a autossustentabilidade do catalisador.

Os dois estudos fornecem protótipos de tecnologias que podem agilizar o processo de remoção de perclorato aqui na Terra e em futuras missões humanas a Marte.

“De momento, estamos a trabalhar nalgumas formulações de catalisadores mais avançadas”, realçou Jinyong Liu, coautor do estudo, em declarações à Vice. “Seguimos a mesma estratégia de design, mas fizemos mais modificações na estrutura para que ela possa sobreviver em condições ainda mais adversas”.

https://zap.aeiou.pt/agricultura-marte-realidade-inovacao-407986

 

ESA escolhe a revolucionária EnVision para missão a Vénus !

A Agência Espacial Europeia ESA selecionou esta quinta-feira a sonda EnVision para uma missão a Vénus, programada para 2030, com o objetivo de entender como o planeta se tornou um inferno tóxico inabitável.

A decisão surge uma semana depois de a NASA ter anunciado duas novas missões para Vénus, Davinci+ e Veritas, a ter lugar entre 2028 e 2030.

A sonda orbital EnVision, que disputava a escolha com o projeto Theseus, foi finalmente selecionada pela comissão científica da ESA, devido à sua tecnologia “revolucionária”, explicou em comunicado a agência, que agrega os programas espaciais de 22 estados europeus.

A nave orbital transportará para Vénus um conjunto de instrumentos científicos de origem europeia, que vão oferecer “uma visão global do planeta, desde o seu núcleo interno até à alta atmosfera, com o objetivo de determinar como e por que motivo Vénus e a Terra evoluíram de forma tão diferente“.

Embora Vénus tenha aproximadamente o mesmo tamanho e composição da Terra, sofreu mudanças climáticas dramáticas, tendo evoluído “com uma atmosfera tóxica e envolta em densas nuvens ricas em ácido sulfúrico”, explicou a ESA.

A janela de lançamento mais próxima para a EnVision é em 2031, e outras opções são possíveis em 2032 e 2033. Após a partida, a sonda levará cerca de 15 meses a chegar ao seu destino e outros 16 meses até chegar à sua órbita elíptica final, na qual irá oscilar a uma distância de entre 220 e 540 km do planeta.

A missão da EnVision vai procurar entender por que a Terra é tão diferente da sua vizinha Vénus

Os espectrómetros que a sonda leva a bordo irão analisar os gases na atmosfera e a composição da superfície do planeta, “à procura de quaisquer mudanças relacionadas com sinais de vulcanismo ativo“.

A NASA irá colaborar com a ESA na missão da EnVision. Um radar fornecido pela agência espacial norte-americana irá enviar para a Terra imagens e mapas da superfície, e um outro instrumento permitirá analisar a estrutura interna do planeta e o seu campo gravitacional.

A missão anterior da ESA, Venus Express, que decorreu entre 2005 e 2014, centrou-se principalmente na investigação da infernal atmosfera do planeta.

https://zap.aeiou.pt/esa-avanca-missao-para-venus-408502

 

Floresta fóssil no Peru guarda segredos sobre a história da América do Sul !

Nas colinas fora da pequena aldeia de Sexi, Peru, uma floresta fóssil guarda segredos sobre os últimos milhões de anos da América do Sul.


Quando os investigadores visitaram as árvores petrificadas pela primeira vez, há mais de 20 anos, não se sabia muito sobre a sua idade ou como foram preservadas.

Eles começaram a datar as rochas e a estudar os processos vulcânicos que preservaram os fósseis. A partir daí, começaram a reconstituir a história da floresta, a partir do dia, há 39 milhões de anos, quando um vulcão entrou em erupção no norte do Peru.

A cinza choveu na floresta naquele dia, arrancando as folhas das árvores. De seguida, as árvores caíram e foram levadas como troncos num rio pela lava para a área onde foram enterrados e preservados. Milhões de anos depois, as rochas foram expostas às forças da erosão, e as madeiras e folhas fósseis viram novamente a luz do dia.

Esta floresta petrificada, El Bosque Perificado Piedra Chamana, é a primeira floresta fóssil dos trópicos da América do Sul a ser estudada em detalhe. Está a ajudar paleontólogos a compreender a história das florestas megadiversas dos trópicos do Novo Mundo e os anteriores climas e ambientes da América do Sul.

Examinando finas fatias de madeira petrificada sob microscópios, os investigadores foram capazes de mapear a mistura de árvores que floresciam lá muito antes da existência dos humanos.

Os autores consultaram estudos anteriores e usaram informações de bancos de dados para descobrir quais tipos de árvores estavam presentes.

Pistas nas madeiras e nas folhas

Muitas das árvores fósseis têm parentes próximos nas atuais florestas tropicais da América do Sul.

A descoberta de várias árvores com raízes grossas que sustentam a planta no ar foi mais uma evidência de que a floresta estava a crescer numa altitude baixa perto do mar antes de os Andes se erguerem, por exemplo.

As folhas fósseis que encontraram forneceram outra pista para o passado. Todas tinham bordas lisas, ao invés das bordas dentadas ou lóbulos que são mais comuns nos climas mais frios das latitudes médias a altas, indicando que a floresta teve condições bastante quentes. Sabemos que a floresta estava a crescer numa época do passado geológico em que a Terra era muito mais quente do que hoje.

Embora existam muitas semelhanças entre a floresta petrificada e as florestas amazónicas atuais, algumas das árvores fósseis têm características anatómicas incomuns nos trópicos sul-americanos. Uma é uma espécie de Dipterocarpaceae, um grupo que tem apenas um outro representante na América do Sul, mas que é comum hoje nas florestas tropicais do sul da Ásia.

Uma artista deu vida à floresta

O conceito dos investigadores de como era esta floresta antiga expandiu-se quando tiveram a oportunidade de colaborar com uma artista no Colorado, Estados Unidos, para reconstruir a floresta e a paisagem.

Trabalhar com a artista Mariah Slovacek, que também é paleontóloga, fez os autores pensarem criticamente sobre muitas coisas: como seria a floresta? As árvores eram de folha persistente ou caduca? Quais eram altas e quais eram mais baixas? Qual seria a aparência delas em flor ou fruto?

Os cientistas sabiam, por meio da sua investigação, que muitas das árvores fósseis provavelmente cresceram num riacho ou local de floresta inundada, mas e quanto à vegetação que cresce ao redor dos cursos de água em terrenos mais elevados? As colinas teriam sido cobertas por florestas ou suportadas por vegetação adaptada à seca?

Mariah investigou os parentes atuais das árvores que os autores identificaram em busca de pistas de como elas poderiam ser, como seria a sua forma e a cor das suas flores ou frutos.

Com esta informação, Mariah foi capaz de povoar a antiga floresta. O resultado é uma exuberante floresta à beira-mar com altas árvores floridas. Você quase pode imaginar que estava lá no mundo de há 39 milhões de anos.

https://zap.aeiou.pt/floresta-fossil-no-peru-guarda-segredos-sobre-a-historia-da-america-do-sul-408270

 

Uma famosa ilusão pode ajudar a tratar o transtorno obsessivo-compulsivo !

Um famoso truque psicológico chamado “ilusão da mão de borracha” pode ser útil para tratar pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo.

O que é a “ilusão da mão de borracha”? Nesta experiência, os participantes são colocados com a mão esquerda escondida e fora da vista, vendo à sua frente uma imitação de borracha parecida com uma mão real. Os investigadores começam por estimular tanto a mão esquerda da pessoa quanto a mão de borracha com um pincel.

A experiência demonstra que se as duas mãos forem acariciadas sincronizadamente e na mesma direção, os participantes começaram a sentir a mão de borracha como se fosse sua. Na experiência original, quando solicitados a usar a mão direita para apontar para a esquerda, a maioria dos participantes apontava para a mão de borracha.

Esta famosa ilusão é conhecida há décadas, mas nunca ninguém examinou como é que ela poderia ser usada para tratar o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Isto, até uma equipa de investigadores ter descoberto uma nova técnica: “terapia multissensorial de estimulação”.

O transtorno obsessivo-compulsivo é uma perturbação mental caracterizada por obsessões que provocam na pessoa ansiedade ou mal-estar. Um tipo comum de TOC envolve a lavagem repetitiva das mãos, às vezes por horas, até sangrar. Apesar da gravidade da condição, há poucas opções de tratamento para os pacientes, escreve o Big Think.

A “terapia da fala”, mais amplamente usada, envolve instruir os pacientes a tocar em coisas que consideram “nojentas”, como uma sanita, e não lavar as mãos depois. O objetivo é deixá-los ansiosos no início, mas depois mostrar que nada de horrível acontece quando eles se abstêm de lavar as mãos.

O problema é que a maioria dos pacientes tem pânico de tocar em coisas que consideram nojentas e recusam-se a prosseguir ou sequer a tentar o tratamento.

Mas e se, em vez disso, uma mão de borracha — que pareça ser a mão do paciente — tocasse nos objetos nojentos? Num estudo publicado na revista científica Frontiers in Human Neuroscience, os investigadores testaram esta nova abordagem.

Os investigadores começaram por testá-la em pessoas saudáveis. Curiosamente, os participantes sentiram nojo ao tocar nos objetos, como se a sensação emanasse da mão falsa. Em pacientes com TOC, os autores do estudo verificaram os mesmos resultados.

Com o tempo, ao repetir a “ilusão da mão de borracha”, os pacientes devem desenvolver tolerância ao nojo.

https://zap.aeiou.pt/famosa-ilusao-ajudar-toc-408313

 

 

Resposta ao medo em bebés pode ser moldada pelo microbioma intestinal

Cientistas descobriram que até a resposta ao medo em bebés pode ser parcialmente determinada pela composição das bactérias que vivem dentro do intestino.


Tal como conta o site Science Alert, uma equipa descobriu que bebés com microbiomas intestinais menos equilibrados mostraram mais medo numa certa experiência, em comparação com bebés cujas bactérias intestinais eram, no geral, mais equilibradas.

Nessa experiência, mais de 30 crianças, com cerca de um ano de idade, foram surpreendidas por um investigador que usava uma série de máscaras como, por exemplo, de um cavalo, de um macaco ou de um extraterrestre.

Para cada bebé, os cientistas avaliaram a expressão facial, a angústia vocal, a expressão corporal, o comportamento de fuga e a resposta ao susto.

Curiosamente, quando estes resultados foram comparados com outro conjunto de dados do mesmo grupo de crianças (uma análise das suas fezes, recolhidas quando tinham um mês de vida e um ano), foi encontrada uma ligação entre a composição do seu microbioma intestinal e os seus níveis de medo na experiência.

Mais especificamente, menor abundância de Bacteroides e maior abundância de bactérias como Veillonella, Dialister, Bifidobacterium, Lactobacillus e um género não identificado de Clostridia foram associados a um comportamento de maior medo.

A equipa destaca que não há necessariamente algo de errado na resposta destes bebés, embora considerem que, em algum momento da vida, aprender como controlar o medo é um elemento importante para a saúde mental.

“As reações de medo são uma parte normal do desenvolvimento infantil. As crianças devem estar cientes das ameaças no seu ambiente e estar prontas para reagir. Mas se não puderem impedir essa reação quando estiverem seguras, podem correr um maior risco de desenvolver ansiedade e depressão mais tarde na sua vida”, explica Rebecca Knickmeyer, pediatra e neurocientista da Universidade Estadual do Michigan e uma das autoras do estudo publicado, a 2 de junho, na revista científica Nature Communications.

É importante destacar que este foi apenas um estudo piloto, com um grupo de amostra muito pequeno e pouco diversificado. “Como tal, estas descobertas devem ser tratadas com precaução até serem replicadas”, aconselham os cientistas.

https://zap.aeiou.pt/resposta-medo-bebes-microbioma-intestinal-407692

 

Peixe-leão ameaça vida marinha ao longo da costa brasileira !

Desde que chegou ao norte do Oceano Atlântico, há menos de 30 anos, o peixe-leão tornou-se rapidamente uma das espécies invasoras mais difundidas e vorazes, impactando negativamente os ecossistemas marinhos – especialmente os recifes de coral -, desde a costa nordeste dos Estados Unidos às Caraíbas.

Uma equipa de cientistas encontrou, recentemente, quatro registos de peixe-leão na costa brasileira, uma descoberta que confirma, pela primeira vez, a invasão deste peixe predador no Atlântico Sul. Estes animais, naturais dos oceanos Índico e Pacífico, invadiram o norte do Atlântico e só tinham sido vistos uma vez no sul.

“Agora que sabemos que estão aqui, é imperativo descobrir como chegaram e trabalhar com as comunidades locais para manter a população sob controlo”, disse o coautor do estudo Luíz Rocha, citado pelo EurekAlert.

“Se não for controlado, o peixe-leão pode ter um grande impacto nas espécies locais, especialmente naquelas que vivem nos recifes que cercam as ilhas oceânicas do Brasil”, acrescentou.

Foram encontrados dois espécimes em recifes profundos, entre a região norte e nordeste, abaixo da pluma de água doce do Rio Amazonas. O terceiro foi descoberto no arquipélago de Fernando de Noronha, a 350 quilómetros da costa, e o quarto numa região mais subtropical.

Para conter a invasão antes que acelere, é fundamental saber como os animais chegaram à região. No estudo, os cientistas explicam que o peixe-leão encontrado nos recifes mesofóticos pode ter chegado à costa brasileira usando recifes mais profundos sob a pluma amazónica.

Já o espécime encontrado em Fernando de Noronha pode ter lá chegado através de meios mais convencionais, viajando ao longo das correntes. Uma vez que o arquipélago está distante do continente, a larva do peixe-leão pode subverter a fronteira oceânica que existe mais perto da costa.

O peixe-leão da costa sul estava muito longe das Caraíbas para ter chegado lá por dispersão ou salto de recife mesofótico, pelo que os cientistas sugerem que pode ter sido retirado das Caraíbas e introduzido nas águas brasileiras através do comércio de aquários.

A equipa pediu ao Governo brasileiro e às comunidades locais para conter a invasão dos peixes-leão. Manter o número da população baixo pode dar tempo às espécies locais para se adaptarem aos peixes vorazes e, assim, evitar a predação.

https://zap.aeiou.pt/peixe-leao-ameaca-vida-marinha-407571

 

O nosso Universo era um vasto oceano de líquido surpreendentemente semelhante à água !


Uma equipa de físicos usou o maior acelerador de partículas do mundo, o Large Hadron Collider (LHC), na Suíça, para esmagar partículas de chumbo a uma velocidade quase impercetível. Era uma tentativa de recriar a primeira matéria do Universo – e foi bem sucedida.

Os cientistas recriaram a primeira matéria que apareceu após o Big Bang no Large Hadron Collider (LHC) do CERN. O plasma quark-gluão (QGP) apareceu durante uma minúscula fração de segundo, mas os cientistas conseguiram obter uma aparência sem precedentes.

Segundo o Futurism, a viscosidade do fluido primordial acabou por ser surpreendentemente semelhante à da água, o que levou a equipa a concluir que as partículas elementares que se formaram frações de segundo após o Big Bang podem ter fluído como água.

Alguns microssegundos após o início do Universo, o plasma quark-gluão, extremamente quente, arrefeceu rapidamente para formar os elementos que agora preenchem o Universo que conhecemos. Apesar de os cientistas conseguirem recriar esta gosma cósmica desde os anos 2000, só agora conseguiram observar como se comporta.

Tanto a viscosidade como a densidade são, tecnicamente, 16 ordens de magnitude maiores do que na água, mas a razão entre as duas é essencialmente a mesma. Isto significa que, apesar das suas diferenças, os dois fluidos fluirão da mesma maneira.

“Ainda não entendemos completamente a origem desta impressionante semelhança, mas achamos que pode estar relacionada com as constantes físicas fundamentais que definem o limite inferior universal de viscosidade para líquidos comuns e plasma quark-gluão”, explicou Kostya Trachenko, físico da Universidade Queen Mary de Londres.

Os resultados deste estudo, publicado no final de maio na SciPost Physics, podem redefinir a forma como interpretamos o período após o Big Bang.

“É concebível que o resultado atual possa fornecer uma melhor compreensão do plasma quark-gluão”, complementou Vadim Brazhkin, professor da Academia Russa de Ciências, que não esteve envolvido nesta investigação.

“A viscosidade em líquidos corresponde a um regime muito particular de dinâmica de líquidos que só entendemos muito recentemente”, acrescentou. “A semelhança com o plasma quark-gluão sugere que as partículas neste sistema exótico se movem da mesma forma do que na água da torneira.”

https://zap.aeiou.pt/universo-vasto-oceano-de-liquido-407660

 

A formação de estrelas começa quando as nuvens de gás colidem

Quando uma nebulosa – nuvem de gás e poeira – entra em colapso, pode fragmentar-se. Os fragmentos colapsam individualmente e podem alcançar as densidades necessárias para eclodir uma estrela recém-nascida.


No ciclo de vida estelar, as estrelas nascem das nebulosas como parte de um longo processo que permite a circulação de material pela galáxia. Quando as nebulosas colapsam sobre as suas próprias estruturas, os fragmentos podem sofrer novos colapsos individuais e alcançar as densidades necessárias para formar novas estrelas.

Segundo o Universe Today, as nebulosas que “dão à luz” estrelas podem produzir de 10 a 100 de uma só vez. Mas esta teoria não bate certo com algumas observações, que permitiram aos astrónomos observar aglomerados estelares massivos, compostos por mais de 10 mil estrelas.

Perante esta discordância, uma equipa de cientistas liderada por Kengo Tachihara e Yasuo Fukui, ambos da Universidade Nagoya, no Japão, investigaram um cenário hipotético de formação de aglomerados estelares gigantes.

Na prática, os cientistas puseram a hipótese de, em vez de uma só nuvem colapsar, duas ou mais colidirem umas com as outras e, assim, iniciarem uma reação em cadeia.

A equipa da universidade japonesa usou como exemplo a Via Láctea e as galáxias vizinhas para procurar sinais de nuvens de gás em colisão e verificar se poderiam ter formado estrelas recentemente.

O trabalho permitiu concluir que as nuvens de gás em colisão podem mesmo fornecer a energia e matéria-prima necessárias para formar aglomerados de estrelas gigantes. O artigo científico foi publicado na Publications of the Astronomical Society of Japan.

https://zap.aeiou.pt/formacao-estrela-nuvens-gas-colidem-407916

 

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Militares chineses rastrearão OVNIS usando a Inteligência Artificial !

Até o final do mês o Pentágono promete divulgar os dados sobre os fatos de encontros com objetos voadores não identificados (OVNIs), relata o The Independent e futurism.com
 
A ciência terrestre não sabe muito sobre a natureza e os processos físicos do mundo para explicar esse fenômeno na atmosfera ou marcas misteriosas nas telas de radar.

A China também observa o aumento da atividade de OVNIs que serão determinados usando IA.

"A ocorrência frequente de condições aéreas não identificadas nos últimos anos ... traz graves desafios para a segurança da defesa aérea de nosso país", disse Chen Li, pesquisador da Academia de Alerta Precoce da Força Aérea da China em um relatório de 2019 para os principais cientistas de tecnologia da informação do país. pelo South China Morning Post.

De acordo com o relatório o PLA considera os misteriosos objetos aerotransportados como “condições aéreas não identificadas” - uma frase que ecoa os militares dos EUA “fenômenos aéreos não identificados” - mas para o público eles são mais conhecidos como OVNIs.

Chen afirma que os analistas humanos têm sido oprimidos nos últimos anos pelos relatórios de avistamentos cada vez maiores de uma ampla gama de fontes militares e civis em todo o país.

Li disse que a IA pode “pensar fora da caixa” conectando partes aparentemente díspares de conjuntos de dados de vários locais e horários. Isso pode ajudar o PLA a avaliar de forma mais rápida e concreta se os OVNIs são embarcações de países hostis ou uma ocorrência natural ou mesmo algo de outro mundo.

A única vez em que a China confirmou oficialmente um avistamento de OVNIs foi em 1998 quando dois jatos militares tiveram que interceptar um objeto voando baixo que parecia um "cogumelo de pernas curtas" com dois feixes de luz de seu centro ao ser abordado o objeto aumentou sua velocidade até atingir mais de 20.000 metros antes de desaparecer de forma “fantasmagórica”.

Enquanto a China está investigando possíveis aeronaves extraterrestres os Estados Unidos também devem divulgar um relatório sobre seu próprio exame de objetos estranhos avistados por pilotos da Marinha.

http://ufosonline.blogspot.com/

 

Imagens de satélites mostram conexão entre diferentes sistemas na Terra !

Todos os anos, milhões de toneladas de poeira são erguidas do Norte da África e fertilizam as águas superficiais do Atlântico e os solos das América. Essa poeira também influencia o desenvolvimento dos furacões e outros sistemas climáticos e sua observação por satélites ajuda a entender como todos os sistemas da Terra estão interconectados.

Tempestade de Areia no Mali e Mauritânia em 4 de junho de 2021 sopra partículas sobre o Oceano Atlântico em direção ao Caribe.<BR>
Tempestade de Areia no Mali e Mauritânia em 4 de junho de 2021 sopra partículas sobre o Oceano Atlântico em direção ao Caribe.

No início de junho de 2021, o satélite Suomi NPP, da NASA, orbitou parte da África e nessa passagem pode observar o efeitos provocados pelos fortes ventos que sopraram no Mali e na Mauritânia, quando carregaram pequenas porções do Saara até o Senegal, Gâmbia e Cabo Verde.

A cena mostrada foi registrada no dia 4 de junho, o primeiro dia de uma série de tempestades que duraram quatro dias.

Coincidentemente, essa tormenta ocorre cerca de um ano depois que os instrumentos do mesmo satélite observaram a maior tempestade de poeira em duas décadas. Em 2020, a poeira vinda do norte da África chegou até o Mar do Caribe e avançou até o sudeste dos EUA, onde escureceu o céu de diversas cidades. Em medições combinadas, sensores de satélite e de solo mediram a maior concentração de poeira na atmosfera desde que os satélites de sensoriamento remoto foram lançados.

A observação da Terra através de imagens de satélites é uma das maiores conquistas da era espacial, pois permitiram constatar como as partículas transportadas pelo ar refletem e bloqueiam a luz solar, afetando a quantidade de radiação do planeta. Em doses elevadas próximas ao solo, as plumas de poeira podem prejudicar a qualidade do ar, prejudicar a respiração e também reduzir a visibilidade.


Recentemente, pesquisadores da Universidade do Kansas, nos EUA, usaram dados dos satélites Terra e Aqua, Suomi NPP e Calipso, além de estações terrestres para entender como os padrões de circulação atmosférica adjacentes podem conduzir a poeira através de distâncias tão vastas.

De acordo com Bing Pu, autor do estudo, um dos responsáveis pela viagem da poeira africana por longas distâncias é a chamada "alta subtropical do Atlântico Norte", que é um sistema de alta pressão situado sobre o Atlântico Norte subtropical, capaz transportar essa poeira pronunciadamente em direção à região do Caribe. Segundo Pu, o jato de baixo nível do Caribe completa o serviço e leva as partículas desde o Caribe até os Estados Unidos.

Aquecimento Global com Resultados Diferentes 

Vários estudos recentes ofereceram ideias diferentes sobre o futuro das tempestades de poeira e do transporte vindo da África.

Pu e seus colegas afirmam que as tempestades de poeira tendem a se tornar mais intensas e frequentes com as mudanças climáticas. As temperaturas mais altas trariam secura e menos vegetação para a região, ao fornecer mais material solto e empoeirado coletado do Norte da África. Tempestades e ventos mais fortes em um mundo em aquecimento podem fornecer mais energia para carregar essa poeira.

Por outro lado, uma equipe de pesquisa liderada pelo cientista atmosférico Tianle Yuan, ligado ao Goddard Space Flight Center da NASA usou uma combinação de dados de satélite e modelos de computador para prever que as plumas de poeira anuais vindas da África poderiam, na realidade, encolher no próximo século para um patamar de 20 mil anos atrás. Segundo esse estudo, as mudanças nas temperaturas do oceano podem reduzir a velocidade do vento predominante e, consequentemente o transporte vido da África para as Américas.

Os cientistas também observaram que as mudanças do vento podem influenciar na quantidade de umidade que segue em direção à África, o que levaria a mais chuvas e crescimento de vegetação nas poeirentas regiões do Saariana e Subsaariana. Diferentemente do estudo de Pu, as pesquisas da NASA mostram que o aquecimento global pode trazer uma redução de 30 por cento na formação de poeira no Saara nos próximos 20 a 50 anos e em seguida um declínio contínuo já no próximo século.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Imagens_de_satelites_mostram_conexao_entre_diferentes_sistemas_na_Terra&id=20210608-102526

 

Aprovado primeiro tratamento “eficaz” contra Alzheimer - Muita esperança, alguma controvérsia !

A Food and Drug Administration (FDA), o regulador dos Estados Unidos para a alimentação e medicamentos, aprovou, pela primeira vez desde 2003, um novo medicamento para tratar o Alzheimer — que parece ser eficaz.

Um novo medicamento contra o Alzheimer, o primeiro a ser aprovado em quase 20 anos, recebeu esta segunda-feira aprovação da FDA, o que permite a sua produção industrial e distribuição para tratamento da doença, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que é a terceira maior causa de morte prematura em Portugal.

O fármaco, Aduhelm, que segundo a FDA é o “primeiro tratamento dirigido à fisiopatologia subjacente ao Alzheimer”, deteta placas beta-amiloides no cérebro, remove estas placas e desacelera o avanço da doença. Os efeitos benéficos ainda não são totalmente conhecidos, mas os resultados dos testes são promissores, diz o regulador.

“É uma boa notícia para os pacientes com a doença de Alzheimer. Nunca até agora tinha sido aprovada uma terapia modificativa da doença”, realçou Ronald Petersen, especialista em Alzheimer da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, citado pela agência Reuters.

“Isto não é uma cura. A esperança é que possa desacelerar o progresso da doença”, alertou Petersen. “Este é um grande dia, mas não podemos prometer demais.”

Este é primeiro fármaco considerado capaz de combater a doença de Alzheimer, mas a sua aprovação está rodeada de controvérsia. O tratamento foi aprovado com recurso à via de Aprovação Acelerada.

Este mecanismo permite à autoridade norte-americana aprovar um fármaco para tratar uma doença grave ou potencialmente fatal, que possa proporcionar um benefício clínico apesar de alguma incerteza residual em relação a esse benefício, permitindo que os doentes tenham acesso ao mesmo.

O comunicado da FDA salienta que “a agência concluiu que os benefícios do Aduhelm para os pacientes com doença de Alzheimer superam os riscos da terapia“.

Os ensaios clínicos mostram que este medicamento é o primeiro capaz de conseguir “uma redução das placas beta-amiloides no cérebro, uma descoberta marcante para o tratamento de pacientes com Alzheimer, que pode levar a uma redução no ritmo do declínio clínico” desta forma de demência.

O pedido de aprovação do novo medicamento, desenvolvido pela farmacêutica norte-americana Biogen, foi submetido à FDA em 2019 e à Agência Europeia de Medicamentos (EMA) em 2020.

Resultados e controvérsia

Grupos de defesa de doentes de Alzheimer e alguns neurologistas saúdam a aprovação do uso do Aduhelm, que consideram uma opção eficiente para o tratamento da doença. No entanto, alguns médicos consideram que os primeiros resultados dos testes clínicos são ainda inconsistentes e que são necessárias ainda mais evidências.

O fármaco foi desenvolvido por Roger Nitsch e Christoph Hock, investigadores da Universidade de Zurique, na Suíça. Inicialmente, o estudo não se focou em pacientes com a doença de Alzheimer, mas idosos saudáveis e em boa forma.

Nitsch e Hock concentraram-se na pesquisa específica de células do sistema imunológico capazes de produzir anticorpos contra placas A-beta, e encontraram-nas.

Os investigadores recriaram então em laboratório estes anticorpos, e, em conjunto com a Biogen, avançaram para testes clínicos do aducanumab, o princípio ativo do novo medicamento.

Foram realizados três estudos clínicos, batizados de Prime, Emerge e Engage, e a avaliação dos resultados foi revista várias vezes. Dois dos ensaios foram interrompidos em março de 2019, diz o The Guardian, porque a nova droga parecia não ter efeito e era improvável que melhorasse a memória e capacidade cognitiva dos pacientes.

Mas a Biogen viria mais tarde a anunciar que uma nova análise dos dados de um dos testes, em pacientes que foram submetidos a tratamento de longa duração com o medicamento, mostrou que os pacientes apresentavam melhorais significativas da memória e da sua capacidade de realizar tarefas do dia-a-dia.

A farmacêutica apresentou então o seu pedido de aprovação à FDA.

Pouco tempo após a submissão do pedido, um painel independente de especialistas designado pelo regulador americano considerou que o fármaco tinha pouca eficácia, contrariando a avaliação preliminar da FDA. O regulador estendeu então o processo de revisão do medicamento até junho de 2021 — aprovando-o agora para uso médico.

Aparentemente, as diferentes avaliações em torno da eficácia do aducanumab estão também associadas às diferenças de dosagem administrada entre os pacientes de cada grupo de estudo.

De acordo com os médicos, a maior eficácia do medicamento foi observada entre os pacientes que receberam doses particularmente altas. Nestes pacientes, parece haver efetivamente uma desaceleração do declínio no desempenho cognitivo.

A maior parte dos investigadores concorda que esta doença degenerativa progride de maneira extremamente lenta, e em efeito cascata, no qual se sucedem vários processos de decomposição das células cerebrais.

No Alzheimer, “o importante é interromper a cascata neurodegenerativa o mais cedo possível. Em todos os ensaios clínicos chega-se tarde demais”, disse à Deutsche Welle o neurologista Christian Haas, investigador do DZNE, Centro Alemão de Doenças Neurodegenerativas, em Munique.

“A doença começa geralmente 10 a 20 anos antes que algum sintoma seja detetado pelos médicos”, explica Haas. “E se as proteínas tau já estiverem alojadas no cérebro, uma terapia à base de amiloide já não irá resultar.”

Mas até mesmo pequenos avanços no tratamento de Alzheimer são um grande sucesso. “Seria maravilhoso se pudéssemos estabilizar a condição de um paciente no estado mental com que entra na nossa clínica”, concluiu o neurologista.

https://zap.aeiou.pt/eua-novo-medicamento-alzheimer-407672

 

 

Rússia prepara-se para vacinar animais contra a covid-19 !

A Rússia revelou ter desenvolvido a primeira vacina contra a covid-19 para animais, que mostrou gerar anticorpos contra a infeção pelo vírus SARS-CoV-2 em cães, gatos, raposas e visões.


A vacina, batizada Carnivak-Cov, irá começar a ser usada em quintas de animais criados por causa do seu pêlo.

A injeção já despertou interesse não só na Rússia como na Grécia, Polónia e Áustria, disse à Reuters a agência reguladora veterinária russa Rosselkhoznadzor. Além de países da União Europeia, também a Argentina, a Coreia do Sul e o Japão mostraram interesse.

Estima-se que a vacina confira uma imunidade de seis meses. A Rússia tem 3% da indústria global de peles, diz a agência Reuters.

Outros animais têm sido ocasionalmente contagiados pelo novo coronavírus, como vários tipos de felinos e grandes primatas, sem que existam, no entanto, provas definitivas de que os animais podem transmitir os vírus aos seres humanos.

Contudo, vários países tiveram surtos em quintas de criação de visons, onde foram obrigados a abater os animais para controlar a doença – e há alguns indícios de que os visons transmitiram o vírus, com mutações, a seres humanos.

O maior surto numa quinta de visons foi na Dinamarca, onde foram abatidos 17 milhões de animais, no outono de 2020.

A vacina Carnivak-CoV começou a ser testada em outubro e, segundo disse à AFP Konstantin Savenkov, vice-diretor da agência Rosselkhoznadzor, deu bons resultados.

“Todos os animais vacinados desenvolveram anticorpos para o coronavírus, em 100% dos casos”, afirmou.

Nas clínicas veterinárias russas onde a vacina já está disponível, nota-se que o interesse começou nos “criadores, donos de animas que viajam frequentemente, mas também em cidadãos cujos animais andam à solta”, disse Julia Melano, conselheira da Rosselkhoznadzor, citada pela agência noticiosa russa RIA.

Esta não é a única vacina contra a covid-19 para animais. A farmacêutica veterinária Zoetis começou a desenvolver a sua própria vacina depois de terem sido detetados os primeiros casos de infeção pelo novo coronavírus num cão em Hong Kong.

https://zap.aeiou.pt/russia-vacinar-animais-covid-19-407708

 

É possível cair dentro de um vulcão ativo e sobreviver !

Não há dúvida possível, o vulcão mais estranho do mundo fica na Tanzânia. Chama-se Ol Doinyo Lengai, que significa “Montanha de Deus” na língua Maasai. Quando entra em erupção, a sua lava é tão fria que é possível cair no seu interior e sobreviver.


A lava da Montanha de Deus não ultrapassa os 510°C, uma temperatura invulgar, muito abaixo do mínimo do basalto (1000°C), um dos tipos mais comuns no planeta. É de facto tão fria que é quase de um tom negro, visto que o calor emitido não é suficiente para a tornar avermelhada.

Em 2007, durante uma expedição, um cidadão Maasai caiu numa cratera do vulcão com este tipo de lava. Segundo o IFLScience, o cidadão conseguiu escalar até à saída, apesar de um dos seus braços e as duas pernas terem ficado gravemente queimados, tendo sido hospitalizado.

A sua viscosidade também é incrivelmente estranha. Devido à falta de cadeias moleculares de sílica que forma as estruturas da lava, esta flui como água, acabando por criar espécies de rios sinuosos e desce as encostas com muito facilidade.

A maioria da lava dos vulcões flui atrás de um planalto plano a uma velocidade que raramente excede os 10 km/h, o que significa que não é assim tão difícil simplesmente sairmos do caminho por onde a lava flui.

Mas no caso do vulcão Ol Doinyo Lengai, a viscosidade da sua lava permite-lhe facilmente alcançar a velocidade de um humano a passo de corrida. Felizmente, o vulcão raramente entra em erupção.

O tipo de lava que sai deste vulcão chama-se carbonatito. Ao contrário da maioria das lavas, que são baseadas em sílica e oxigénio, esta contém imensos elementos alcalinos, como sódio e cálcio, bem como quantidades significativas de dióxido de carbono dissolvido.

O ponto de fusão destas cadeias moleculares é bastante mais baixo do que qualquer outro tipo de lava com base de silicato, razão pela qual esta lava entra em erupção numa temperatura mais baixa do que o normal.

Esta combinação significa que, ocasionalmente, erupções de fogo com lava negra são ejetadas pelos céus, congelando a meio do trajeto, e partindo-se em pedaços que se acabam por se afastar com o vento.

Este vulcão existe desde que o continente africano se estava a dividir e a “Montanha de Deus” ergueu-se para preencher o espaço da divisão. Na verdade, existem alguns locais no mundo que têm vulcões com lava igual a esta, embora um terço destes vulcões existam no rift da África Oriental.

Este vulcão nem sempre teve esta lava estranha, mas para a humanidade é uma coisa boa que isso aconteça. Segundo a revista Wired, este tipo de lava contém muitos elementos raros, que são uma componente vital dos produtos eletrónicos atuais.

Na verdade, o Ol Doinyo Lengai não é ameaçador, mesmo quando entra em erupção de forma explosiva e produz uma nuvem de cinzas. A explosão mais recente ocorreu em 2008 e não causou problemas significativos. O vulcão, com 370.000 anos, é bastante útil para estudos de vulcanologia e arqueologia.

Muitos humanos ancestrais, e até mesmo alguns dos nossos antepassados evolucionários, há muito que passam por este vulcão. Sempre que entra em erupção explosiva, as cinzas que se espalham pela paisagem são pisadas pelos hominídeos que caminham sobre ela — e as suas pegadas são, frequentemente, preservadas por toda a eternidade.

https://zap.aeiou.pt/cair-vulcao-e-sobreviver-407095

 

 

Japão quer lançar robô transformável para explorar a Lua !

 

A Agência Espacial Japonesa (JAXA) anunciou na semana passada que quer colocar um Robô Lunar Transformável na Lua.

Sessenta anos depois do presidente Kennedy virar os olhares para a Lua, a ideia de voltar a pisar o satélite natural da Terra está mais presente do que nunca.

Muitos países têm planos em vários estágios de desenvolvimento para levar robôs ou humanos à superfície do satélite.

Há seis anos, a JAXA anunciou que iria enviar uma sonda robô para a Lua e agora mostra a intenção de fazer mais do que apenas pousar e colher algumas amostras.

A agência quer enviar um robô quase esférico, que pesa apenas 250 gramas, à Lua. Ao atingir a superfície lunar, este irá adquirir uma nova forma – mais adequada para circular em terrenos perigosos.

Segundo o IFL Science, o centro do robô deverá empurrar o invólucro para fora, criando duas rodas unidas por um eixo de conexão. O módulo de pouso será construído pela fabricante de brinquedos Tomy, em parceria com a Sony e a Doshisha University.

O objetivo da missão é estudar de que forma a combinação da baixa gravidade da Lua e a superfície empoeirada irá afetar o movimento dos veículos tripulados por esta.

A JAXA pretende pousar uma missão tripulada na Lua em breve, e espera que o robô envie os dados de que precisam para permitir que um rover pressurizado cubra o seu alcance pretendido em segurança.

Contudo, os planos da JAXA já estão um pouco atrasados. Em 2015, a agência expressou a intenção de ter uma sonda robótica a chegar à Lua até 2019. Agora, estima-se que a chegada deste pequeno robô não deva acontecer antes de 2029.

No entanto, assim que o plano andar para a frente, a JAXA espera aproveitar ao máximo a tecnologia que foi desenvolvida.

A agência está a oferecer espaço nas suas missões para outros países, que podem usar os módulos de pouso para enviar os seus próprios projetos de pesquisa para a lua.

A Agência Espacial Canadiana e o Centro Espacial Mohamed Bin Rashid, dos Emirados Árabes Unidos, parecem interessados na proposta.

https://zap.aeiou.pt/japao-robo-transformavel-lua-406865

 

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