domingo, 31 de outubro de 2021

Poderosa explosão solar deve impactar a Terra este final de semana !

Uma violenta explosão ao redor de uma mancha solar provocou a ejeção de uma grande quantidade de massa coronal que deve atingir a Terra entre sábado e domingo. A explosão foi acompanhada de um intenso flare eletromagnético de Classe-x, o que provocou blecaute de radiopropagação e interferências em dispositivos de localização.

Momento da ejeção solar observada pelo telescópio espacial solar SOHO.
Momento da ejeção solar observada pelo telescópio espacial solar SOHO.
A chegada das partículas pode ser acompanhada em nossa página de atividade solar Acompanhe

A intensa explosão ocorreu ao redor da região ativa AR2887 às 16h00 UTC de quinta feira, 28 de outubro, e provocou forte ejeção de partículas carregadas que foram arremessadas em direção à Terra. Essas partículas ainda estão à deriva no espaço, mas de acordo com modelos de previsão de clima espacial deverão atingir nosso planeta entre a manhã de sábado (30) e tarde de domingo (31)

Diferentemente da ejeção de partículas, que levam alguns dias até chegar à Terra, o flare de raios-x atingiu o topo da atmosfera cerca de 8 minutos depois de emitido e provocou forte ionização na ionosfera. Como consequência, foram observados blecautes de radiopropagação transoceânicas, com consequente perda de comunicação em ondas curtas na área central do oceano Índico e retardo em sinais de GPS e dispositivos de geolocalização que operam em ondas decamétricas.

Modelos divulgados pelo SWPC (Centro de Previsão de Clima Espacial) da NOAA, nos EUA, mostram que a densidade da carga de partículas carregadas tem potencial suficiente para interferir em linhas de transmissão situadas em latitudes mais elevadas e podem agir sobre a altitude de satélites localizados em orbitas baixas, devido ao aumento do arrasto na alta atmosfera.

O SWPC também alertou para a possibilidade de surgimento de auroras em latitudes médias, compreendidas desde a Pensilvânia até o Oregon, nos EUA.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Poderosa_explosao_solar_deve_impactar_a_Terra_no_final_de_semana&id=20211029-102702

 

Tubarões atacam surfistas porque pensam que são focas !

Um sufista numa onda

Quando os grandes tubarões brancos atacam humanos pode tratar-se de um caso de identidade equivocada.

Os surfistas são, muitas vezes, alvo de mordidas fatais de tubarões, “especialmente por parte de jovens tubarões brancos”, disse Laura Ryan, investigadora no Laboratório de Neurobiologia da Universidade Macquarie, em comunicado.

Nesta nova investigação, a equipa de cientistas descobriu que “os surfistas, os nadadores e os pinípedes (focas e leões marinhos) à superfície do oceano são indistinguíveis a um grande tubarão branco que olha de baixo para cima”, uma vez que estes tubarões “não conseguem ver detalhe ou cor”.

Segundo o Europa Press, a equipa comparou vídeos de flutuadores retangulares, focas e leões marinhos a nadar, humanos a nadar com diferentes movimentos e humanos a remar em pranchas de vários tamanhos num grande aquário no Jardim Zoológico de Taronga, com câmaras fixas e móveis apontadas para a superfície da água.

No Laboratório de Neurobiologia da Universidade Macquarie, os cientistas recorreram a dados neurocientíficos sobre tubarões para aplicar filtros às filmagens e, depois, criar programas de modelação para simular como um jovem grande tubarão branco processaria os movimentos e as formas dos diferentes objetos.

Os resultados foram esclarecedores: para um jovem grande tubarão branco, quando os humanos nadam e remam em pranchas de surf, parecem-se muito com focas e leões marinhos.

As pranchas mais pequenas são mais difíceis de distinguir dos pinípedes, pelo que podem representar presas mais tentadoras do que as pranchas longas.

Além disso, como é provável que a maioria dos tubarões sejam completamente daltónica, o principal sinal visual é a forma de silhueta. Por isso, as cores nas pranchas e nos fatos de mergulho podem não alterar as impressões dos animais sobre os humanos.

https://zap.aeiou.pt/tubaroes-atacam-surfistas-pensam-focas-440729

 

Algumas pessoas parecem ter nascido imunes à covid-19 - A razão pode estar na genética !


Em linha com as sugestões feitas pelos médicos no início da pandemia, pode, de facto, haver fatores genéticos que determinam o grau de severidade que uma infeção terá num indivíduo.

Aquando do início da pandemia da covid-19, e perante o elevado nível de desconhecimento que existia em relação à SARS-CoV-2 nas suas mais variadas vertentes, foram muitas as justificações apontadas para um progresso mais rápido e gravoso da infeção: género, idade, tipo de sangue, etc. No entanto, há outras opções (algumas ainda longe de seres descobertas) para justificar a diferença de sintomas e mazelas que a covid-19 pode ter em diferentes seres humanos.

Por exemplo, uma investigação científica publicada recentemente sugere que alguns indivíduos, pura e simplesmente, nasceram com uma resistência natural ao novo coronavírus, à semelhança do que acontece com o HIV ou norovírus. As premissas da estudo são, precisamente, alguns dos fatores enumerados anteriormente, ou seja, aqueles que os médicos apontaram numa fase inicial da pandemia, mas também novos, que ainda estão por descobrir.

A equipa de especialistas, no âmbito da investigação feita, sugeriu objetivos para investigações futuras, mas também providenciaram informação detalhada sobre como o trabalho foi evoluindo.

Como é sabido, os sintomas entre infetados com covid-19 podem variar desde a simples assintomalogia e a infeção aguda, na origem de pneumonias que podem ser mortais – com alguns “doentes” a curarem-se facilmente em casa, ao passo que outros têm que ser hospitalizados durante meses nas unidades de cuidados intensivos. Existe também quem ultrapasse a logo após semanas, enquanto outros indivíduos vêm-se a lidar com as consequências durante anos, estimam os médios.

O que os médicos denominam de taxas de ataques secundários – a probabilidade de uma infeção ocorrer entre as pessoas mais suscetíveis dentro de um dado grupo – podem atingir valores de 70% em alguns agregados familiares, existindo múltiplos relatos de indivíduos aguentaram com relativa facilidade a doença, ao mesmo tempo que viram familiares sucumbir. Esta realidade não é, naturalmente, fruto do acaso. Daí que os autores deste estudo se tenham virado para o material genético e os fatores que deste possam resultar.

“O nosso estudo diz respeito ao enigma, deveras intrigantes, dos seres humanos que não foram infetados com a SARS-CoV-2, apesar de terem estado expostos ao vírus de forma repetida e intensa. A nossa sugestão é que estes casos sejam “genéticos” e explicamos como pretendemos desvendar este enigma por meio da genética humana”, explicou András N. Spann, autora do estudo, ao site IFL Science.

A primeira das causas genéticas considerada pelos cientistas tem que ver com a suscetibilidade inata para o vírus. Por exemplo, uma deficiência do tipo I de interferons foi relacionada com cerca de 20% dos casos críticos de covid-19. Os interferons de tipo I consistem em proteínas que desempenham um papel importante na resposta antiviral do corpo humano, por isso, e de forma pouco surpreendente, erros nos genes que constituem estas proteínas têm sido relacionados com casos mas graves de covid-19.

Outros estudos feitos neste âmbito parecem indicar que mais do que 10% das pessoas com infeções agudas por covid-19 têm anticorpos pré-existentes contra o tipo I de interferons – o que permite afirmar que a falta de proteínas pode aumentar a suscetibilidade de um indivíduo a uma infeção mais grave.

No que concerne à resistência inata aos vírus, existem apenas três casos conhecidos e dizem respeito às infeções por plasmodium vivax, ao HIV-1 e ao norovírus. Nos três casos, os todos os mecanismos consistem em deficiências dos recetores ou coreceptores, as quais são exploradas pelo agente patogénico, de forma a permitir-lhe encontrar nas células hospedeiras.

Dando seguimento a esta linha de pesquisa, os investigadores chegaram à conclusão que os indivíduos com tipo de sangue O talvez sejam ligeiramente mais resistentes. Já os grupos A e B podem, por sua vez, desempenhar um papel determinante na infeção por SARS-CoV-2, servindo de coreceptor ao vírus.

Outros genes que podem significar uma resistência acrescida contra a covid-19 são os recetores ACE2, usados pelo próprio vírus para entrar nas células. Uma mutação rara foi encontrada em análises de laboratório, no qual o gene foi usado como guarda para prevenir a entrada da infeção – provavelmente através da redução da expressão ACE2.

Outra proteína, a TMEM441B, que é exigida para a entrada viral dos flavivírus– uma família viral que inclui a dengue, a febre amarela e os vírus Zika – pode constituir um motivo e interesse para a ciência, sugerem os autores do estudo.

O impacto direto desta proteína na covid-19 ainda está para se descoberto, mas já foi identificado como requerimento para uma infeção permissiva do vírus. Nos estudos relativos aos flavivírus, um alelo comum nos asiáticos das regiões este e sul do continente tem sido relacionada com uma capacidade reduzida de apoiar uma infeção por flavivírus.

De forma a testar estes indícios, os autores do estudo sugerem uma estratégia de quatro passos. A primeira remete para um foco num grupo de indivíduos não infetados e que pertençam ao mesmo agregado familiar que elementos com covid-19 e que tenham sintomas.

De seguida, as investigações devem centrar-se em indivíduos expostos ao vírus sem equipamento de proteção individual, depois indivíduos com testes PCR e antigéneo negativos nos momentos seguintes a uma exposição ao vírus. Finalmente, a resposta das células T – um tipo de células imune – em indivíduos considerados “resistentes” precisa de ser comparada com aqueles que estão infetados.

A equipa está, atualmente, a trabalhar nesta estratégia, com 400 indivíduos a terem sido recrutados para testes de resistência. A esperança da equipa de cientistas é que o estudo trace um caminho para o desenvolvimento de medicamentos novos que bloqueiem a infeção por SARS-CoV-2.

“O aparecimento de variantes virais parcialmente capazes de escapar à imunidade serve como aviso de que a covid-19 pode persistir no âmbito de problemas sanitários que o mundo pode afetar a longo prazo. Dada a falta de medicamentos específicos e eficazes para tratar a covid-19, a necessidade de descobrir mecanismos de resistência inata à infeção pelo SARS-CoV-2 tornou-se mais urgente do que nunca“.

https://zap.aeiou.pt/algumas-pessoas-nascido-imunes-covid-19-440777


A movimentação das dunas de areia é um perigo para a natureza – Mas há uma forma de a controlar !


Uma equipa de cientistas usou modelos de laboratório, em escala reduzida, para demonstrar de que forma as dunas de areia se movem através de uma paisagem.

A experiência da equipa – que apresentou obstáculos simulados de tamanhos e formatos diferentes – mostra que obstáculos maiores são os mais eficazes para impedir a migração de uma duna, especialmente quando têm a forma de uma crista, em vez de serem lisos e cilíndricos.

O estudo, publicado na Physical Review Fluids, é o primeiro a descrever as interações entre dunas de areia e obstáculos.

Ao analisar de que forma as correntes são desviadas na presença de um obstáculo, a equipa foi capaz de desenvolver uma ferramenta eficiente, baseada em dados, que visa prever como uma duna irá interagir com o seu entorno.

A pesquisa pode ajudar no projeto de barreiras mais eficazes que podem, por exemplo, impedir que as dunas de areia invadam terrenos agrícolas. Também pode ser usado para proteger as dunas e os seus ecossistemas contra danos.

“O movimento das dunas de areia afeta as populações e os seus meios de subsistência diretamente”, referiu Karol Bacik, um dos autores do estudo que conduziu as experiências.

“Ao revelar a física por trás das interações entre dunas e obstáculos, este trabalho mostra os princípios orientadores de que precisamos para desviar ou parar as dunas – mitigando os danos”, acrescenta o especialista.

À medida que os desertos continuam a expandir-se, as dunas de areia representam um risco crescente para o ambiente construído: engolindo estradas e casas inteiras à medida que consomem a terra. Da mesma forma, as dunas no fundo do mar podem bloquear rotas de navegação e até mesmo comprometer a segurança de cabos e dutos subaquáticos.

O trabalho de Bacik mostra como os obstáculos de design variado devem ser selecionados para se adequar ao resultado desejado. “Se quisermos que a duna se desvie, o obstáculo deve ser o mais suave e arredondado possível. Se quisermos conter as movimentações, o obstáculo deve ser o mais acentuado possível”, referiu Bacik.

Durante a experiência, a equipa criou um tanque em forma de anel para conter as dunas de areia, que podem viajar em circuitos, quase como um “carrossel”.

Submergindo as dunas na água e perturbando o fluxo com remos, os especialistas conseguiram reconstruir a forma como as dunas são movidas pelas correntes de água, ao colocarem obstáculos de tamanhos e formatos variados no caminho das dunas móveis para observar o seu efeito.

Agora, o objetivo dos investigadores é modelar os movimentos das dunas de areia em paisagens tridimensionais mais complexas e realistas, além de explorar as dunas encontradas nos desertos.

Idealmente, a equipa gostaria de ser capaz de apontar uma localização num mapa, inserir informações sobre o clima, correntes de ar ou água e prever se uma duna passaria por cima de um obstáculo específico.

Embora essas simulações numéricas sejam mais complexas, as novas experiências servem como uma referência de validação importante para a exploração contínua, escreve o Phys.

https://zap.aeiou.pt/movimentacao-das-dunas-de-areia-440745


Hubble mostra os primeiros momentos da morte cataclísmica de uma estrela

Supernova SN 2020fqv a explodir dentro das galáxias Borboleta em interação
Como testemunha de uma morte violenta, o Telescópio Espacial Hubble da NASA deu recentemente aos astrónomos uma visão abrangente e sem precedentes dos primeiros momentos da morte cataclísmica de uma estrela.

Os dados do Hubble, combinados com outras observações da estrela condenada a partir de telescópios espaciais e terrestres, podem dar aos astrónomos um sistema de alerta precoce para outras estrelas prestes a explodir.

“Costumávamos falar sobre o trabalho de supernovas como se fôssemos investigadores de uma cena de um crime, onde aparecíamos depois do ato e tentávamos descobrir o que aconteceu com aquela estrela”, explicou Ryan Foley da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, o líder da equipa que fez esta descoberta.

“Esta é uma situação diferente, porque realmente sabemos o que está a acontecer e realmente vemos a morte em tempo real.”

Trabalho em equipa de telescópios

A supernova, chamada SN 2020fqv, encontra-se nas galáxias Borboleta em interação, localizadas a cerca de 60 milhões de anos-luz de distância na direção da constelação de Virgem.

Foi descoberta em abril de 2020 pelo ZTF (Zwicky Transient Facility) no Observatório Palomar em San Diego, no estado norte-americano da Califórnia.

Os astrónomos perceberam que a supernova estava a ser observada simultaneamente pelo TESS (Transiting Exoplanet Survey Satellite), um satélite da NASA projetado principalmente para descobrir exoplanetas, com a capacidade de detetar uma variedade de outros fenómenos. Rapidamente apontaram o Hubble e um conjunto de telescópios terrestres para ela.

Juntos, estes observatórios deram a primeira visão holística de uma estrela no estágio inicial de destruição. O Hubble sondou o material muito perto da estrela, chamado de material circunstelar, meras horas após a explosão. Este material foi expelido pela estrela no último ano da sua vida. Estas observações permitiram aos astrónomos entender o que estava a acontecer com a estrela pouco antes de morrer.

“Nós raramente conseguimos examinar este material circunstelar muito próximo, pois só é visível por um período muito curto de tempo, e geralmente não começamos a observar uma supernova até pelo menos alguns dias após a explosão”, explicou Samaporn Tinyanont, autor principal do artigo científico publicado na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

“Para esta supernova, fomos capazes de fazer observações ultrarrápidas com o Hubble, dando uma cobertura sem precedentes da região logo ao lado da estrela que explodiu.”

Contando a história da estrela

A equipa analisou observações da estrela pelo Hubble que remontam até à década de 1990. O TESS forneceu uma imagem do sistema a cada 30 minutos, começando vários dias antes da explosão, passando pela própria explosão e continuando por várias semanas.

O Hubble foi usado novamente apenas algumas horas depois da primeira deteção da explosão pelos astrónomos. E, ao estudar o material circunstelar com o Hubble, os cientistas compreenderam o que estava a acontecer em torno da estrela ao longo da década anterior.

Ao combinar todas estas informações, a equipa foi capaz de criar uma visão de várias décadas dos anos finais da estrela.

“Agora temos toda esta história do que aconteceu à estrela nos anos antes da sua morte, durante o momento da sua morte e depois da sua morte”, disse Foley. “Esta é realmente a visão mais detalhada de estrelas como esta nos seus últimos momentos e de como explodem.”
A Pedra de Roseta das supernovas

Tinyanont e Foley chamaram SN 2020fqv “a Pedra de Roseta das supernovas”. A antiga Pedra de Roseta, que tem o mesmo texto inscrito em três línguas diferentes, ajudou os especialistas a aprender a ler os hieróglifos antigos.

No caso desta supernova, a equipa científica usou três métodos diferentes para determinar a massa da estrela em explosão. Isto incluiu comparar as propriedades e a evolução da supernova com modelos teóricos; usando informações de uma imagem do arquivo Hubble de 1997 da estrela para descartar estrelas de maior massa; e usando observações para medir diretamente a quantidade de oxigénio na supernova, que examina a massa da estrela. Os resultados são todos consistentes: cerca de 14 a 15 vezes a massa do Sol. A determinação precisa da massa da estrela que explode como supernova é crucial para entender como as estrelas massivas vivem e morrem.

“As pessoas usam muito o termo ‘Pedra de Roseta’. Mas esta é a primeira vez que conseguimos verificar a massa com estes três métodos diferentes para uma supernova e todos eles são consistentes,” disse Tinyanont. “Agora podemos avançar usando estes métodos diferentes e combinando-os, porque há muitas outras supernovas das quais temos massas de um método, mas não de outro.”
Um sistema de alerta precoce?

Nos anos que antecedem à explosão das estrelas, elas tendem a tornar-se mais ativas. Alguns astrónomos apontam para a supergigante vermelha Betelgeuse, que recentemente expeliu quantidades significativas de material, e perguntam-se se se tornarará em breve uma supernova. Embora Foley duvide que Betelgeuse esteja prestes a explodir, ele acha que devemos levar a sério estas explosões estelares.

“Este poderia ser um sistema de alerta”, disse Foley. “De modo que se observarmos uma estrela a começar a tremer um pouco, a comportar-se de maneira invulgar, então talvez devêssemos prestar mais atenção e realmente tentar entender o que está a acontecer antes de explodir. À medida que encontramos mais e mais destas supernovas com este tipo de excelente conjunto de dados, seremos capazes de entender melhor o que está a acontecer nos últimos anos da vida de uma estrela.”

https://zap.aeiou.pt/morte-cataclismica-de-uma-estrela-440700


As formigas podem ajudar a responder porque é que o cérebro humano diminuiu de tamanho !

Um crânio encontrado na Cueva de la Dehesilla
O cérebro humano diminuiu de tamanho há, aproximadamente, 3.000 anos. Ao estudar formigas como modelos para ilustrar porque é que os cérebros podem aumentar ou diminuir, uma equipa de cientistas colocou em cima da mesa a hipótese de a contração do cérebro ser paralela à expansão da inteligência coletiva nas sociedades humanas.

Atualmente, os nossos cérebros são mais pequenos se comparados com os dos nossos antepassados do Pleistoceno. “A razão pela qual diminuíram de tamanho tem sido um grande mistério para os antropólogos”, começou por afirmar Jeremy DeSilva, do Dartmouth College, citado pelo Phys.

Os cientistas examinaram 985 fósseis de crânios humanos modernos e chegaram à conclusão de que o cérebro aumentou de tamanho há 2,1 milhões de anos e 1,5 milhões de anos, durante o Pleistoceno, e diminuiu há cerca de 3.000 anos, durante o Holoceno.

Agora, uma equipa de cientistas propôs analisar a questão da diminuição do tamanho cerebral através da análise de colónias de diferentes espécies de formigas.

“As formigas podem fornecer diversos modelos para compreender porque é que os cérebros podem aumentar ou diminuir de tamanho devido à vida social“, justificou James Traniello, da Boston University.

A investigação revelou que a cognição a nível de grupo e a divisão do trabalho podem influenciar a variação adaptativa do tamanho do cérebro. Isto significa que, dentro de um grupo social onde o conhecimento é partilhado ou os indivíduos são especialistas em certas tarefas, os cérebros podem adaptar-se para se tornarem mais eficientes.

“As formigas partilham com os humanos aspetos importantes da vida social, como a tomada de decisões de grupo e a divisão do trabalho, além da produção dos seus próprios alimentos (agricultura). Estas semelhanças podem informar-nos sobre os fatores que podem influenciar as mudanças no tamanho do cérebro humano”, escreveu a equipa.

Cérebros mais pequenos consomem menos energia. Assim, externalização do conhecimento nas sociedades humanas – que podem ter necessitado de menos energia para armazenar muita informação – pode ter favorecido uma diminuição do tamanho do cérebro.

“Propomos que esta diminuição se deveu a uma maior dependência da inteligência coletiva, a ideia de que um grupo de pessoas é mais inteligente do que a pessoa mais inteligente do grupo, muitas vezes chamada de ‘sabedoria das multidões'”, acrescentou Traniello.

https://zap.aeiou.pt/cerebro-diminuiu-tamanho-formigas-440202


Cientistas precisam da nossa ajuda para identificar novos exoplanetas !


Se sempre sonhou descobrir um planeta, está aqui a sua oportunidade. Cientistas estão a pedir ajuda para identificar novos exoplanetas.

Este projeto online, chamado “Planet Hunters Next-Generation Transit Search” (NGTS), está a contar com a ajuda do público para examinar cinco anos de filmagens digitais, que mostram algumas das estrelas mais brilhantes no céu.

As pessoas interessadas têm uma missão: localizar estrelas que escurecem por breves momentos, o que pode sugerir que um planeta está a passar à frente delas.

“Se a órbita de um exoplaneta for vista do ângulo certo a partir da Terra, podemos observar o planeta a passar diretamente à frente da sua estrela hospedeira, uma situação a que chamamos de trânsito. Isto faz com que o planeta bloqueie periodicamente uma parte da luz das estrelas que observamos”, explica, em comunicado, Meg Schwamb, astrónoma da Escola de Matemática e Física da Queen’s University Belfast, que lidera o projeto.

Segundo a astrónoma, “a cada 10 segundos, os telescópios NGTS captam a luz de mil estrelas no céu em busca de assinaturas reveladoras do trânsito de um exoplaneta” e os computadores do projeto analisam essas observações em busca desses sinais.

Só que os “algoritmos automatizados produzem uma enorme quantidade de possíveis eventos de trânsito, que depois precisam de ser analisados pela equipa para confirmar se são reais ou não”.

Enquanto os investigadores do NGTS analisam os objetos mais interessantes identificados pelos computadores, os interessados neste projeto podem captar outros sinais dos planetas em trânsito, pois a equipa acha que ainda podem haver planetas escondidos nos dados que os seus computadores perderam.

Segundo o projeto, os interessados não precisam de fazer nenhuma candidatura e basta terem acesso à Internet para começarem a mergulhar nos dados disponíveis.

“É emocionante poder envolver o público na nossa busca por planetas à volta de outras estrelas. Nós controlamos os telescópios NGTS da Universidade de Warwick e processamos todos os dados, mas temos a certeza de que os nossos programas estão a falhar alguns planetas. E provavelmente esses serão os mais interessantes”, explicou na mesma nota Peter Wheatley, professor de Astronomia e Astrofísica da universidade inglesa.

“Os humanos ainda são mais espertos do que as máquinas, portanto, mal posso esperar para ver o que nossos voluntários irão descobrir”, disse ainda.

O NGTS é uma colaboração entre a Universidade de Warwick, a Queen’s University Belfast, a Universidade de Cambridge, a Universidade de Leicester (Reino Unido), o Observatório de Genebra (Suíça), o Centro Aeroespacial Alemão, o Observatório Europeu do Sul (Alemanha), a Universidade do Chile e a Universidade Católica do Norte (Chile).

https://zap.aeiou.pt/cientistas-precisam-ajuda-identificar-exoplanetas-440523

 

Cobrar mais impostos aos milionários gera sentimentos paradoxais - E a ciência tratou de descobrir porquê


Um conjunto de estudos na área da psicologia chegou à conclusão que as pessoas tendem a ter mais simpatia com os milionários e respetivos privilégios quando estes se apresentam individualmente. Contrariamente, o “grupo” dos mais ricos revolta e sentimentos de injustiça junto cidadão comum.

Um conjunto de estudos na área da psicologia descobriu que a maioria das pessoas concorda com a ideia que, como grupo, os milionários devem pagar impostos correspondentes à dimensão da sua riqueza, mas considera que, enquanto pessoas individuais, estes deviam ser capazes de manter os valores, por muito altos que sejam. Trata-se de um paradoxo, que os cientistas acreditam estar relacionado com o que outras pesquisas anteriores na área da psicologia já evidenciavam: é mais fácil para o ser humano rever-se numa pessoa de forma isolada do que num grupo de indivíduos.

As conclusões da pesquisa dizem que as pessoas não têm tantos problemas com a desigualdade da distribuição da riqueza quando esta é enquadrada em termos mais pessoais, mesmo que o processo para lá chegar por uma empresa, por exemplo, seja semelhante. Pelo contrário, as pessoas tendem a achar que um milionário merece mais o seu dinheiro e são menos prováveis de apoiar a redistribuição de dinheiro. Às vezes, escreve a Science Alert, quando a discussão parte de um âmbito mais abrangente para um exemplo mais específico, as pessoas também tendem até a defender a ideia que se deve pagar mais aos milionários. Por outras palavras, os indivíduos parecem mais tolerantes com as pessoas que fazem parte do sistema do que com o sistema em si.

“Quando há um grupo de pessoas no topo, nós achamos que é injusto e pensamos quanta sorte ou quanto do sistema económico é que contribuiu para o processo que esteve na origem daquela riqueza”, explicou Jesse Walker, estudante na área do comportamento do consumidor na Universidade do estado do Ohio. “Mas quando olhamos para uma pessoa no topo, tendemos a pensar que ela é talentosa e trabalhadora, pelo que é mais merecedora de todo o dinheiro que fez.

Investigações científicas anteriores também mostraram que as pessoas tendem a atribuir mais os sucessos e fracassos de um indivíduo aos seus traços internos ou aspirações do que os resultados que têm origem na atividade de um conjunto de pessoas. Como tal, uma pessoa que consiga incluir-se no grupo de pessoas mais ricas do mundo será, mais provavelmente, considerada mais trabalhadora e mais talentosa do que o grupo como um todo. Esta tendência já está, provavelmente, refletida nos resultados deste estudo, assim como o que os especialistas chamam de “streaking star effect” (efeito da estrela às riscas, numa tradução literal para português), segundo o qual as pessoas se sentem mais inspiradas pelo sucesso de um indivíduo do que pelo sucesso de um grupo.

As conclusões apresentadas surgem de oito estudos diferentes, com um máximo de 600 participantes. O primeiro incluiu mais de 200 respondentes, a quem foi pedido que sugerissem uma remuneração adequada para os CEO’s. A metade dos participantes foi mostrada informações sobre os salários dos CEO’s das 350 maiores empresas dos Estados Unidos e como é que estes evoluíram — em média 372 vezes mais — face ao salário médio de um subordinado. A outra metade apenasleu sobre uma empresa específica, cujo salário do CEO cresceu de igual forma no mesmo período de tempo.

Entre os integrantes do primeiro grupo, todos concordaram que a maioria dos CEO’s nos Estados Unidos da América recebia demasiado dinheiro, sobretudo quando se comparava a quantia com a recebida pelo trabalhador médio. Pelo contrário, os integrantes do segundo grupo acharam que o CEO da empresa sobre a qual leram devia receber ainda mais, mesmo quando confrontados com os salários dos restantes trabalhadores.

Como tal, os cientistas responsáveis pelos estudos sugerem que a maneira como falamos sobre os milionários de forma individual, comparativamente com a forma como falamos sobre os milionários enquanto grupo, tem impacto no nosso discernimento relativamente aos impostos que são cobrados aos milionários, nomeadamente os impostos progressivos.

De forma a explorar esta premissa, um segundo estudo foi levado a cabo, tendo contado com a participação de 400 participantes. A estes, foi mostrada a capa da revista Forbes. Metade dos inquiridos viram um grupo de milionários na imagem (nenhum deles especialmente conhecido) e a outra metade viu apenas um milionário — apesar de todos terem tido acesso a uma pequena descrição biográfica dos indivíduos que estavam a ver. Posteriormente, foi pedido aos participantes que fizessem, por escrito, uma pequena reflexão sobre os milionários e respetivas riquezas.

Mais uma vez, os resultados reproduziram-se: os participantes consideram que a riqueza individual é mais justa e merecida do que a do grupo de 1% dos mais ricos do mundo. “As pessoas no nosso estudo ficavam claramente mais chateadas pela riqueza dos sete indivíduos juntos na fotografia da capa do que por aqueles que apareciam individualmente”, resumiu Jesse Walker. Ainda mais revelador é o facto de os participantes que viram a capa com os sete milionários apoiarem mais aplicação de impostos progressivos à riqueza face aos que viram a capa apenas com um único indivíduo.

Esta tendência também sugere que a forma como se apresenta a problemática da distribuição desigual da riqueza influência o pensamento das pessoas no que concerne a maneiras de a solucionar. Para comprovar também esta premissa, os investigadores avançaram para um terceiro estudo.

Neste caso, foi apresentado aos participantes o história de um ator de Bollywood, nascido no seio de uma família famosa com ligações à indústria cinematográfica. Metade dos inquiridos tiveram conhecimento do percurso da família, ao passo que a outra metade permaneceu “às escuras” sobre esta matéria. Uma das conclusões a que os investigadores chegaram foi a de que apenas os participantes que conheciam o contexto da ascensão do ator apoiavam que lhe fossem cobrados impostos mais altos.

“Se queres mudar o sistema, é preciso levar a que as pessoas pensem de maneira sistémica”, explicou o psicólogo Thomas Gilovich, da Cornell University, à Science Alert. No entanto, isto nem sempre é possível, sobretudo num ambiente jornalístico em que a história de um indivíduo é, regra geral, centro de atenção mediática e da discussão. Na realidade, os artigos tendem a priorizar a história de um indivíduo mesmo quando o assunto que se quer retratar é um coletivo. Como tal, a abordagem pode ajudar a moldar a opinião dos indivíduos e impedir que se avancem com políticas destinadas a diminuir as desigualdades económicas.

Os autores dos estudos argumentam que é por este motivo que termos como “os 1%” ou os “super ricos” — utilizados muito na sociedade norte-americana — conseguem originar contestações tão acesas. De facto, a centralização de protagonistas leva as pessoas a refletir mais sobre as vantagens, as quais alguns consideram injustas, do sistema. “Quando se se pensa nos “ricos” ou no “1%”, a mente viaja para atribuições situacionais muito mais rapidamente”, explica Gilovich. “Pensamos no sistema a ser manipulado, nos privilégios que os ricos têm, e por isso estamos muito mais dispostos a apoiar, por exemplo, um imposto progressivo para lidar com a crescente desigualdade de rendimentos”.

https://zap.aeiou.pt/cobrar-mais-impostos-milionarios-sentimentos-paradoxais-440288

 

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Imagem do Telescópio Spitzer mostra que há um “Godzilla” à solta no Espaço !

Imagem de uma nebulosa capturada pelo Telescópio Espacial Spitzer
O Espaço é um lugar verdadeiramente enigmático e cheio de surpresas. Uma imagem captada pelo Telescópio Espacial Spitzer, da NASA, é a mais recente prova disso mesmo.

O Telescópio Espacial Spitzer foi lançado em 2013 e terminou as suas operações no ano passado. Mesmo assim, os cientistas ainda continuam a analisar os dados recolhidos durante os seus 16 anos de funcionamento.

Recentemente, alguns desses dados surpreenderam o astrónomo Robert Hurt. Acidentalmente, o investigador deparou-se com uma nebulosa que parecia o Godzilla, o monstro fictício que apareceu pela primeira vez no filme japonês Gojira, lançado em 1954.

“Eu não estava à procura de monstros”, disse Hurt, citado pelo Science Alert. “Olhei para uma região do céu que já tinha observado muitas vezes, mas nunca tinha ampliado. Por vezes, se cortarmos uma região de uma forma diferente, isso traz à tona algo que não se via antes. Foram os olhos e a boca que me rugiram ‘Godzilla’.”

Nesta imagem, para além do Godzilla, está representada uma nebulosa, ou seja, uma nuvem de gás e poeira que já deu origem a inúmeras estrelas.

Na parte superior, as estrelas que formam os “olhos” e as “narinas” do monstro estão a uma distância desconhecida da Terra, mas ainda são parte da Via Láctea. Já no canto inferior esquerdo, onde fica a “pata” direita, há uma região de formação estelar chamada W33, localizada a, aproximadamente, 7.300 anos-luz do nosso planeta.

As cores azul, ciano, verde e vermelho são usadas para representar os diferentes comprimentos de onda de luz infravermelha, com combinações amarelas e brancas desses comprimentos de onda.

Enquanto o azul e o ciano revelam a luz emitida pelas estrelas, o verde mostra a poeira e os hidrocarbonetos e o vermelho representa a poeira quente aquecida por estrelas ou supernovas.

A pareidolia é a tendência humana de identificar uma imagem específica num padrão visual ambíguo ou aleatório. Hurt vai continuar a fazer uso dela, analisando dados em busca de informações científicas e imagens interessantes. “Essa é uma das formas pelas quais queremos que as pessoas se relacionem com o trabalho incrível que o Spitzer fez.”

“Eu procuro áreas atraentes que possam contar uma história: por vezes, é uma história sobre a formação de estrelas e planetas, outras sobre um monstro gigante que devasta Tóquio”, rematou.

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Astrónomos acabam de descobrir novas pistas de como o Universo ligou as luzes !

Galáxia Anã do Escultor
As primeiras estrelas formaram-se há cerca de 13,7 mil milhões de anos, na escuridão do Universo. Os astrónomos ainda não encontraram nenhum elemento desta População III, mas um estudo recente pode ter revelado detalhes interessantes.

Segundo o Science Alert, AS0039, localizada na Galáxia Anã do Escultor, a 290 mil anos-luz de distância, tem uma composição química que sugere que incorpora elementos de uma estrela da População III que se converteu numa hipernova.

Alguns milhões de anos após o Big Bang, o Universo era preenchido por gases quentes e opacos. Só depois do nascimento das primeiras estrelas, cuja luz ultravioleta ionizou este gás, é que o Espaço começou a ser “limpo” e permitiu que a luz fluísse.

As estrelas da População III são conhecidas por terem poucos elementos pesados, até porque estes compostos precisam de alguns processos para serem formados, como a fusão nuclear no interior das estrelas ou eventos energéticos e extremos, como as supernovas.

Estes elementos foram espalhados pelo Universo e obtidos para as gerações estelares posteriores. Não surpreende que, ao encontrarem uma estrela relativamente pobre em metais, os cientistas concluam que, provavelmente, é muito antiga.

Além de ser a estrela de metalicidade mais baixa jamais descoberta fora da Via Láctea, é também a que tem a menor abundância de carbono. Se a suspeita se confirmar, AS0039 pode mesmo ser a chave para compreender como é que o Universo ligou as suas luzes.

“Estamos na presença de uma estrela secundária com características químicas excecionais: baixa em ferro, AS0039 nem sequer é rica em carbono e tem uma quantidade extremamente baixa de magnésio em comparação com outros elementos mais pesados, como o cálcio”, explicou a investigadora Ása Skúladóttir, em comunicado.

Como precisam da fusão nuclear estelar para serem formados, os autores deste novo estudo sugerem que os elementos presentes em AS0039 sejam o resultado de uma hipernova, uma explosão 10 vezes mais energética do que uma supernova.

Para entenderem o passado da estrela, a equipa realizou várias simulações, sendo que o melhor resultado apontou para uma explosão de uma estrela-mãe, com 21 vezes a massa do Sol, em hipernova.

AS0039 pode mesmo ser uma das primeiras evidências de hipernova com zero metalicidade, além de ser uma boa oportunidade para os astrónomos estudarem as primeiras estrelas do Universo.

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Tempestades de “rios atmosféricos” podem custar uma fortuna e as alterações climáticas estão a piorá-las !


Tempestades de “rios atmosféricos” podem custar até mil milhões de dólares em prejuízos. As alterações climáticas estão a piorá-las cada vez mais.

Peça às pessoas para dizerem qual é o maior rio do mundo, e a maioria provavelmente vai dizer que é o Amazonas, o Nilo ou o Mississippi. Na realidade, alguns dos maiores rios da Terra estão no céu — e podem produzir tempestades poderosas, como as que agora inundam o norte da Califórnia.

Os rios atmosféricos são faixas longas e estreitas de humidade na atmosfera que se estendem desde os trópicos até latitudes mais altas. Esses rios no céu podem transportar 15 vezes o volume do rio Mississippi.

Quando essa humidade atinge a costa e move-se para o interior, sobe pelas montanhas, gerando chuva e neve. Muitos ocidentais, fustigados pelos incêndios, acolhem esses dilúvios, mas os rios atmosféricos podem desencadear outros desastres, como inundações extremas e fluxos de detritos.

Nos últimos 20 anos, à medida que as redes de observação melhoraram, os cientistas aprenderam mais sobre esses importantes fenómenos climáticos.

Os rios atmosféricos ocorrem globalmente, afetando as costas oeste das principais massas de terra do mundo, incluindo Portugal, Europa Ocidental, Chile e África do Sul. As chamadas tempestades “Pineapple Express”, que transportam humidade do Havai para a Costa Oeste dos Estados Unidos, são apenas um dos seus muitos sabores.

Recentemente, uma equipa de investigadores do Scripps Institution of Oceanography e do Army Corps of Engineers fez a primeira análise sistemática de danos de rios atmosféricos devido a inundações extremas.

Os investigadores descobriram que, embora muitos desses eventos sejam benignos, os maiores causam a maior parte dos danos causados pelas cheias no oeste dos EUA. E prevê-se que os rios atmosféricos ficarão mais longos, mais húmidos e mais largos num clima mais quente.
Rios no céu

A 27 de fevereiro de 2019, um rio atmosférico impulsionou uma nuvem de vapor de água de 560 quilómetros de largura e 2.500 quilómetros de comprimento através do céu desde o Oceano Pacífico Norte tropical até à costa do norte da Califórnia.

Ao norte da Baía de São Francisco, na famosa região vinícola de Sonoma County, a tempestade despejou mais de 55 centímetros de chuva. Os danos foram estimados em mais de 100 milhões de dólares.

Eventos como este chamaram a atenção nos últimos anos, mas os rios atmosféricos não são novos. Eles vaguearam pelo céu durante milhões de anos, transportando vapor de água do equador em direção aos polos.

Na década de 1960, os meteorologistas cunharam a frase “Pineapple Express” para descrever rastos de tempestades que se originaram perto do Havai e transportaram vapor de água quente para a costa da América do Norte.

No final da década de 1990, os cientistas descobriram que mais de 90% da humidade do mundo dos trópicos e subtrópicos era transportada para latitudes mais altas por sistemas semelhantes, que chamaram de “rios atmosféricos”.
Úteis e prejudiciais

Os investigadores já sabiam há algum tempo que cheias causadas por rios atmosféricos podem custar muito dinheiro, mas até a este recente estudo, ninguém tinha quantificado esses danos.

Os autores usaram um catálogo de eventos fluviais atmosféricos compilado pelo Scripps Institution of Oceanography e compararam-no a 40 anos de registos de seguro contra inundações e 20 anos de estimativas de danos do Serviço Meteorológico Nacional.

Os investigadores descobriram que os rios atmosféricos causaram uma média anual de 1,1 mil milhões de dólares em danos por inundações no oeste dos EUA. Mais de 80% de todos os danos causados por inundações no oeste foram associados a rios atmosféricos. Em algumas áreas, como no litoral do norte da Califórnia, esses sistemas causaram mais de 99% dos danos.

Os dados mostraram que em média, num ano, cerca de 40 rios atmosféricos atingiram a costa do Pacífico nalgum lugar entre a Califórnia e a Colúmbia Britânica. A maioria desses eventos foi benigna: cerca de metade não causou perdas, e essas tempestades reabasteceram o abastecimento de água da região.

Mas houve várias exceções. Os autores usaram uma escala de classificação atmosférica de rios recentemente desenvolvida que classifica as tempestades de 1 a 5, semelhante a sistemas para categorizar furacões e tornados. Havia uma ligação clara entre essas categorias e os danos observados.

Tempestades atmosféricas de categoria 1 (AR1) e AR2 causaram danos estimados de 1 milhão de dólares. As tempestades AR4 e AR5 causaram danos medianos na casa das dezenas e centenas de milhões de dólares, respetivamente. Os AR4s e AR5s mais prejudiciais geraram impactos de mais de 1 mil milhão de dólares por tempestade. Estas tempestades ocorreram a cada três ou quatro anos.

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Colisões de estrelas de neutrões são, literalmente, uma “mina de ouro” !

Colisão de estrelas de neutrões.
Uma equipa de astrónomos do MIT descobriu que as colisões de estrelas de neutrões são uma “mina de ouro” de elementos pesados no Universo.

O centro quente de uma estrela alimenta a fusão de protões, comprimindo-os para construir progressivamente elementos mais pesados. É assim que é forjada a maioria dos elementos mais leves do que o ferro.

A formação de elementos mais pesados, como o ouro e a platina, cuja formação requer mais energia do que uma estrela pode reunir, sempre aguçou a curiosidade dos cientistas.

Uma equipa de investigadores descobriu agora que, das duas fontes suspeitas de metais pesados, uma é mais uma mina de ouro do que a outra, escreve o Phys.

Nos últimos 2,5 mil milhões de anos, mais metais pesados foram produzidos em fusões de estrelas de neutrões binárias, ou colisões entre duas estrelas de neutrões, do que em fusões entre uma estrela de neutrões e um buraco negro.

Os resultados sugerem que estrelas de neutrões binárias são uma provável fonte cósmica de ouro, platina e outros metais pesados que vemos hoje. Podem também ajudar os cientistas a determinar a taxa pela qual os metais pesados são produzidos no Universo.

“O que achamos empolgante nos nossos resultados é que, com certo nível de confiança, podemos dizer que estrelas binárias de neutrões são provavelmente mais uma mina de ouro do que fusões entre uma estrela de neutrões e um buraco negro”, disse o autor principal do estudo, Hsin-Yu Chen, do MIT, nos Estados Unidos.

O estudo foi publicado recentemente na revista científica Astrophysical Journal Letters.

As estrelas produzem facilmente elementos mais leves. Contudo, fundir mais do que os 26 protões do ferro torna-se mais complicado.

Os cientistas suspeitavam que as supernovas podiam ser uma resposta. Quando uma estrela massiva colapsa com uma supernova, o ferro no seu centro poderia combinar-se com elementos mais leves para gerar elementos mais pesados.

Esta teoria viria a ser desfeita em 2017, quando astrónomos observaram uma fusão de estrelas de neutrões. A fusão cósmica emitiu um flash de luz, que continha assinaturas de metais pesados.

Agora, a equipa de investigadores decidiu determinar a quantidade de ouro e outros metais pesados que cada tipo de fusão poderia produzir normalmente. Descobriram que fusões de estrelas de neutrões binárias podem gerar de duas a 100 vezes mais metais pesados do que fusões entre estrelas de neutrões e buracos negros.

“Podemos usar metais pesados da mesma forma que usamos carbono para datar restos de dinossauros”, realça o coautor Salvatore Vitale. “Como todos esses fenómenos têm diferentes taxas intrínsecas e rendimentos de elementos pesados, isso afetará como atribuímos um carimbo de data e hora a uma galáxia. Portanto, este tipo de estudo pode melhorar essas análises”.

https://zap.aeiou.pt/colisoes-estrelas-neutroes-mina-de-ouro-440478


quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Encontrados sinais do primeiro planeta fora da Via Láctea !

Uma equipa de astrónomos acredita ter encontrado provas da existência de um planeta em Messier 51, o primeiro fora da Via Láctea.


O telescópio Chandra X-Ray, da NASA, descobriu indícios do novo planeta na galáxia Messier 51, também conhecida como “Galáxia Whirlpool”. Está localizado a cerca de 28 milhões de anos luz da Via Láctea e tem o tamanho de Saturno.

O comunicado indica que os resultados são baseados no método de trânsito planetário, ou seja, “eventos em que a passagem de um planeta na frente de uma estrela bloqueia parte da luz desta estrela e produz uma queda característica” no brilho. Essa diminuição pode ser detetada por telescópios, uma técnica já utilizada para encontrar exoplanetas.

Neste estudo, a equipa “procurou por quedas no brilho dos raios-X recebidos de um objeto denominado de binário brilhante de raios-X“.

“Esses objetos luminosos contêm, normalmente, uma estrela de neutrões ou um buraco negro que puxa gás de uma estrela companheira em órbita próxima. O material próximo à estrela de neutrões ou buraco negro torna-se superaquecido e brilha em raios-X”, lê-se no comunicado.

Como a região que produz raios-X é pequena, um planeta que passa na frente dela pode bloquear a maioria dos raios-X. O processo torna o trânsito planetário mais fácil de localizar e os exoplanetas podem ser detetados em distâncias muito maiores.

M51-ULS-1

Segundo o Science Alert, a equipa utilizou observações de três galáxias – a Galáxia Whirlpool (M51), a Pinwheel (M101) e a Sombrero (M104) – realizadas utilizando dois observatórios de raios-X, o Chandra e o XMM-Newton. A partir destas observações, os cientistas extraíram 2.624 curvas de luz binárias de raios-X e procuraram um eclipse.

Dos milhares de sinais, só um era consistente com o que a equipa estava à procura. Era um binário de raios-X ultra-brilhante chamado M51-ULS-1, que consistia num objeto pequeno e ultradenso (não está claro se é um buraco negro ou uma estrela de neutrões) e um companheiro maciço, como uma estrela quente e brilhante do tipo B.

Durante as observações, o brilho da estrela permaneceu mais ou menos constante – exceto durante um período de três horas em que escureceu. Os níveis de brilho antes e depois do mergulho na luz eram os mesmos, o que sugeria que o que causava o escurecimento era algo externo, e não uma interação dentro da relação binária.

O passo seguinte foi determinar qual poderia ser essa influência externa.

A equipa considerou cuidadosamente opções como outras pequenas estrelas e anãs castanhas, prestando particular atenção às nuvens de gás, muito comuns nos binários de raios-X.

Finalmente, os investigadores determinaram que o melhor ajuste para os dados era um exoplaneta do tamanho de Saturno, no sistema binário M51-ULS-1, localizado em M51, que contém um buraco negro ou estrela de neutrões a orbitar uma estrela companheira com uma massa superior à do Sol, em cerca de 20 vezes.

O Observatório de raio-X Chandra alerta, contudo, que são precisos mais estudos para verificar a interpretação desta descoberta como um exoplaneta extragaláctico.

https://zap.aeiou.pt/primeiro-planeta-fora-da-via-lactea-440476

 

Acertem os seus relógios: a rotação da Terra diminuiu !

Comparações feitas entre a rotação da Terra e relógios atômicos de alta precisão mostram que o giro do nosso planeta ao redor do próprio eixo desacelerou levemente em relação ao ano de 2020 e uma correção no horário UTC será necessária em breve.

Relógio atômico ultra estável, baseado na movimentação dos átomos de itérbio. Este o relógio mais preciso da atualidade (2021). Crédito: NIST.<BR>
Relógio atômico ultra estável, baseado na movimentação dos átomos de itérbio. Este o relógio mais preciso da atualidade (2021). Crédito: NIST.

Cada dia terrestre tem a duração média de 86400 segundos, mas esse tempo não é preciso ou constante e pode variar dependendo do movimento do núcleo da Terra, da atividade dos oceanos e da dinâmica da atmosfera.

Para que essas variações não se reflitam nos relógios de toda a população e que estes possam trabalhar em uníssono em todos os cantos do mundo, foi criado o Tempo Universal Coordenado (UTC), baseado em relógios atômicos que medem o tempo de transição dos elétrons em átomos, geralmente de césio, resfriados próximos ao zero absoluto.

Entretanto, quando a medição astronômica da rotação da Terra e o tempo marcado pelo relógios atômicos não sincronizam, alterações no tempo UTC devem ser realizadas, uma vez que não é possível frear ou acelerar a rotação do planeta.

Segundo Bissexto
De acordo com especialistas em cronometragem, quando o tempo astronômico fica 0,4 segundo mais rápido que o UTC é necessário que este seja ajustado na forma de um "segundo bissexto". A última vez que um segundo bissexto foi acionado ocorreu na véspera do Ano Novo de 2016, quando um tic extra foi adicionado às 23h59m59s de 31 de dezembro.

Segundo o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, NIST, dos EUA, desde 1972 os cientistas já adicionaram um segundo extra a cada 18 meses em média.

Em 2020, a rotação da Terra acelerou e quebrou o recorde anterior de dia mais curto, estabelecido em 2005. Naquele ano, o dia mais curto ocorreu em 19 de julho, quando o planeta completou sua rotação 1,4602 milissegundos mais rápido do que a média de 86400 segundos.

Até agora, desde que começaram as correções nunca foi necessário subtrair um segundo do tempo UTC, mas ao que tudo indica isso deverá acontecer em breve.

Segundo Bissexto Negativo

Segundo os especialistas, em 2021 a rotação da Terra diminuiu e a primeira metade do ano teve duração média diária 0,39 milissegundos a menos do que em 2020, embora entre 1º de julho a 30 de setembro os dias foram 0,05 milissegundos mais longos que a média do ano anterior.

Para os cientistas, a Terra não está mais acelerando sua rotação, mas ainda está girando a uma taxa mais rápida do que a média.
Com base na taxa atual de rotação, um segundo bissexto negativo pode ser necessário em cerca de 10 anos. No entanto, é inteiramente possível que a rotação da Terra diminua novamente e talvez necessite da adição de um segundo nos próximos anos, em vez da subtração. Não há como prever: os cientistas não têm certeza do que impulsiona as mudanças de longo prazo na rotação da Terra

E o que você tem a ver com isso?

Do ponto de vista mundano, dos seres humanos e suas atividades, a variação fracionada do tempo terrestre em nada afetará as rotinas diárias. No entanto, essas variações de tempo têm implicância bastante significativa nas redes de comunicação, transferência de dados e navegação por GPS. Neste último exemplo, se as variações não forem levadas em consideração com a devida seriedade podem interferir em cálculos de posicionamento, distância e orientação.

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Acertem_seus_relogios_a_rotacao_da_Terra_diminuiu&id=20211026-092707

 

A maior erupção subaquática já registada deu à luz um enorme vulcão !

Em 2018, a maior erupção subaquática alguma vez registada deu à luz um “bebé” gigante: um enorme vulcão do tamanho de um arranha-céus.

Um tubo de lava incandescente de um vulcão submarino

Os cientistas descobriram um vulcão de 820 metros de altura no Oceano Índico ocidental, ao largo de Madagáscar, após uma vaga de terramotos.

Depois de recolherem dados geológicos, incluindo informações de um levantamento subaquático na região, os investigadores perceberam que havia um novo vulcão submarino cerca de 1,5 vezes a altura do One World Trade Center, em Nova Iorque.

O novo “bebé” nasce do mais profundo reservatório de magma vulcânico conhecido pelos cientistas. “O reservatório – a fonte do magma – é muito profundo”, cerca de 55 quilómetros no subsolo, disse a investigadora Nathalie Feuillet, do Instituto de Física da Terra de Paris (IPGP), ao Live Sicence.

“Esta é a primeira vez em vulcanologia que podemos ver um reservatório tão profundo na base da litosfera”, o revestimento exterior da Terra que inclui o manto superior e a crosta.

Entre maio de 2018 e maio de 2021, mais de 11 mil terramotos abalaram Mayotte, uma pequena ilha e território francês entre Madagáscar e Moçambique. O sismo mais forte foi de magnitude 5,9, mas também houve estranhos zumbidos sísmicos, ou terramotos de muito baixa frequência, que tiveram origem no subsolo profundo.

Estes pequenos abalos estão associados à atividade vulcânica.

Em maio de 2019, Feuillet e a sua equipa fizeram uma viagem a bordo do navio de investigação Marion Dufresne e puseram em prática um protocolo para analisar os sinais sísmicos registados pelos sismómetros do fundo do mar. Os cientistas conseguiram localizar com precisão, em menos de duas semanas, os quase 800 maiores sismos.

“Descobrimos que estes terramotos estavam, na sua maioria, localizados numa área bastante próxima da ilha (a 10 quilómetros da costa leste da ilha), mas eram profundos (entre 20 e 50 quilómetros de profundidade)”, descreveu Feuillet.

A sonda multifeixe do navio, que envia ondas sonoras para mapear o fundo do mar e a coluna de água, encontrou algo “muito grande” a cerca de 50 quilómetros a leste de Mayotte.

Era um vulcão subaquático com a forma de um edifício em pirâmide, com cerca de 5 quilómetros cúbicos. Este vulcão era completamente novo, não havendo qualquer registo no levantamento do Serviço Hidrográfico e Oceanográfico Naval de França em 2014.

De acordo com o documento, a área era “quase plana a cerca de 3.300 metros abaixo do nível do mar”. A partir de maio de 2019, o cume do vulcão subiu para 2.580 metros abaixo do nível do mar.

O volume de material que o vulcão produziu é 30 a 1.000 vezes maior do que outras erupções de águas profundas.

Os cientistas explicam que o movimento tectónico das placas levou a lava na astenosfera – a camada superior fundida do manto diretamente abaixo da litosfera rígida – a mover-se para cima. O magma fluiu de forma ascendente em diques geológicos, o que poderia explicar os sismos e a subsequente erupção.

A equipa continua a monitorizar a região. “Ainda está em erupção”, disse Feuillet. “A última prova de lava no fundo do mar foi em janeiro de 2021.”

https://zap.aeiou.pt/maior-erupcao-subaquatica-vulcao-440224

 

Investigadores descobrem marcador biológico que antecipa prognóstico de covid-19 !

Um grupo internacional de investigadores no qual estiveram envolvidos especialistas da Fundação Champalimaud descobriu um marcador biológico com potencial para dar prognóstico da gravidade da covid-19, com a deteção do marcador a resultar de um teste PCR.

Teste à covid-19

Em entrevista à Lusa, o investigador principal Eduardo Moreno explicou que o prognóstico decorre da presença de um tipo de proteínas presente nas células dos seres humanos, designadas por “proteínas flower”, um sistema descoberto pela primeira vez há cerca de cinco anos e cuja potencial importância se reconheceu também agora para a infeção provocada pelo vírus SARS-CoV-2.

É um sistema em que as células comunicam entre si. São as “proteínas flower” que as células usam para comunicar com as células vizinhas e estas eliminam a célula danificada. É como um controlo de qualidade do organismo. Quando o corpo é jovem, tem-se normalmente muitas células boas; quando o corpo é mais velho, este sistema de controlo de qualidade já funciona pior e o número de células danificadas vai-se acumulando”, afirma, para explicar a habitual correlação do agravamento da doença em pessoas mais idosas.

De acordo com o geneticista espanhol, há quatro proteínas flower nos humanos, divididas em duas categorias: proteínas “lose”, presentes nas células danificadas, e proteínas “win” encontradas nas células boas.

“O que pretendemos é que seja usado como marcador biológico e poderá usar-se num futuro próximo”, refere, confirmando que a deteção destas células pode ser extraída de amostras pulmonares e nasofaríngeas, utilizando o teste PCR para analisar os níveis de proteínas ‘lose’. Se o indivíduo tiver um número elevado deste tipo de proteínas, a sua doença pode ser alvo desde o início de uma monitorização mais apertada ou de outro tipo de intervenção precoce.

A investigação, que contou com a participação de cientistas de Dinamarca, Suécia, Estados Unidos, Austrália e Alemanha, sublinha que o potencial deste tipo de proteínas vai além da covid-19 e que pode servir ainda de marcador para outros tipos de doenças.

Pode ser importante não só para a covid-19, mas também para outras doenças. Não é específico da covid-19. Uma pessoa que se sente mal pode ter um alto número de proteínas ‘lose’”, reforça, explicando que este tipo de análise é local, faltando desenvolver mais trabalho e outros tipos de testes para perceber a possível deteção mais generalizada das proteínas ‘flower’ no organismo e não somente num órgão, como no caso dos pulmões para a covid-19.

Paralelamente, Eduardo Moreno garante que o potencial destas proteínas “flower” como marcador biológico para a gravidade de diferentes patologias já atraiu “muito interesse de companhias farmacêuticas” atentas à possibilidade de ser desenvolvido um método de rejuvenescimento artificial das células através da introdução de proteínas ‘win’ no organismo.

Os resultados do estudo conduzido por este grupo de investigadores foram publicados recentemente na revista EMBO Molecular Medicine.

https://zap.aeiou.pt/marcador-biologico-antecipa-covid-440396

 

Novo estudo mostra de que forma a covid-19 pode danificar as células cerebrais !

O estudo é a primeiro a demonstrar de que forma o vírus SARS-CoV-2 pode atingir diretamente as células do cérebro.


Os investigadores descobriram que as células vasculares que compõem a barreira hematoencefálica podem ser destruídas pelo vírus e isto pode levar aos sintomas neurológicos que são regularmente notados.

Alguns problemas cognitivos têm sido relatados por doentes que apresentam sintomas prolongados, sendo que já existem alguns estudos que dão conta da existência de marcadores moleculares de inflamação em pacientes falecidos, o que indica que o vírus pode afetar o cérebro.

No entanto, ainda não está claro se o SARS-CoV-2 consegue “entrar” no cérebro e causar danos diretos, ou se estes sintomas neurológicos são criados por respostas imunológicas sistémicas ao vírus, desencadeando algum tipo de neuro-inflamação.

No início deste ano, um estudo conduzido por neurocientistas da Universidade de Yale demonstrou de que forma o vírus pode infetar diretamente as células cerebrais, mas continua este tema continua a ser debatido pela comunidade científica.

Agora, o novo estudo, publicado na revista Nature Neuroscience, teve como foco um tipo específico de células cerebrais conhecidas como células endoteliais vasculares cerebrais. Estas células são um componente essencial da barreira hematoencefálica – a parede protetora que ajuda a manter as moléculas tóxicas fora do cérebro.

Para investigar o efeito do SARS-CoV-2 nas células endoteliais, os investigadores examinaram o tecido cerebral de pacientes que morreram vítimas de covid-19.

Jan Wenzel, um dos autores do estudo, refere que foi encontrado um elevado número de células mortas em pacientes que faleceram com covid-19.

“Tendo em conta dados clínicos que sugerem alterações microvasculares em pacientes com covid-19, começamos a examinar a microvasculatura de amostras cerebrais em pacientes com covid-19 falecidos”, explicou Wenzel, citado pelo New Atlas.

Depois de realizarem mais experiências em células e animais, os especialistas demonstraram de que forma o SARS-CoV-2 pode afetar as células endoteliais.

Acredita-se que a causa dos problemas nas células cerebrais é a diminuição do fluxo sanguíneo para as regiões do cérebro, levando a problemas cognitivos ou ao aumento do risco de doenças neuro-degenerativas.

Ainda assim, o estudo indica que estes danos podem ser revertíveis, sendo que, afirma Wenzel, a vacinação pode ser essencial.

“Pelo que sabemos a vacinação protege contra os danos vasculares, pois o sistema imunológico atua contra o vírus no nosso sangue, de onde as células endoteliais são infetadas”, sublinha Wenzel.

Embora esta pesquisa seja robusta e completa, ainda não representa uma resposta definitiva aos efeitos que o SARS-CoV-2 tem no cérebro humano.

https://zap.aeiou.pt/covid-19-danificar-celulas-cerebrais-440208

 

Descobertos antigos vestígios de vida envoltos em rubi com 2,5 mil milhões de anos !

Um equipa de investigadores da Universidade de Waterloo descobriu resíduo de carbono que já foi uma vida antiga. Estava envolto num rubi com 2,5 mil milhões de anos.


Ao analisar algumas das pedras preciosas coloridas mais antigas do mundo, a equipa liderada por Chris Yakymchuk, começou a estudar a geologia dos rubis para entender melhor as condições necessárias para a formação destas pedras.

Durante a pesquisa, que decorreu na Gronelândia – conhecida por conter os mais antigos depósitos de rubis do mundo – a equipa encontrou uma amostra da pedra preciosa que continha grafite, um mineral feito de carbono puro. A análise do carbono indica que é um remanescente da infância, escreve o SciTechDaly.

O grafite dentro deste rubi é único. É a primeira vez que observamos evidências de vida antiga em rochas como rubis”, diz Yakymchuk.

“A presença de grafite também dá mais pistas para determinar de que forma os rubis se formaram neste local, algo que é impossível fazer diretamente com base na cor e na composição química de um rubi”, indica ainda o especialista.

A presença do grafite permitiu aos investigadores analisar uma propriedade chamada composição isotópica dos átomos de carbono, que mede as quantidades relativas de diferentes átomos de carbono. Mais de 98% de todos os átomos de carbono têm uma massa de 12 unidades de massa atómica, mas alguns são mais pesados, tendo uma massa de 13 ou 14 unidades de massa atómica.

“A matéria viva consiste preferencialmente em átomos de carbono mais leves porque consomem menos energia para se incorporar às células”, explicou Yakymchuk. “Com base na quantidade aumentada de carbono, concluímos que os átomos de carbono já foram vidas antigas, provavelmente micro-organismos mortos, como as ciano-bactérias”, acrescentou.

O grafite é encontrado em rochas com mais de 2,5 mil milhões de anos, o que remonta a uma época em que o oxigénio não era abundante na atmosfera e a vida existia apenas em microrganismos e películas de algas.

Ao longo do processo de pesquisa, a equipa de Yakymchuk descobriu ainda que este grafite não só liga o rubi à vida antiga, como também teria sido necessário para a formação da pedra preciosa.

O grafite mudou a química das rochas circundantes para criar condições favoráveis ​​ao crescimento do rubi. Sem este, referem os modelos da equipa, não seria possível formar a pedra preciosa naquele local.

https://zap.aeiou.pt/vestigios-vida-envoltos-rubi-440220

 

O volátil, inóspito e sufocante Vénus pode afinal ter oceanos de água debaixo da crosta !

Devido à elevada temperatura da atmosfera de Vénus, caso a crosta se abrisse, os oceanos de água transformar-se-iam imediatamente em vapor.


Conhecido por ser um planeta com uma atmosfera quente e sufocante de dióxido de carbono e nuvens amarelas de ácido sulfúrico que retêm todo o calor até temperaturas que causariam a morte instantânea e que tornam a vida practicamente impossível, Vénus pode afinal não ser assim tão diferente da Terra.

Segundo um novo estudo, o segundo planeta mais próximo do Sul pode ter oceanos de água presos debaixo da sua crosta. Dada a elevada temperatura do planeta, caso a crosta se abrisse, essa água transformar-se-ia instantaneamente em vapor.

Isto não significa que Vénus se possa terraformar, o que provavelmente nunca vai acontecer. No entanto, caso seja possível acessar o reservatório de água debaixo da crosta do planeta, podemos ganhar mais conhecimento não só sobre Vénus como de outros planetas além do Sistema Solar.

Segundo o Interesting Engineering, os cientistas já tinham sugerido anteriormente que o vapor colossal e as atmosferas de dióxido de carbono podem ser exsudados por oceanos de magma na Terra e noutros planetas rochosos.

Nos planetas rochosos, a distribuição de elementos voláteis como carbono, hidrogénio e oxigénio, nos componentes planetários primários, que incluem o núcleo, o manto e a atmosfera externa, determinam e regulam a forma como a atmosfera de um planeta rochoso se cria inicialmente e como evolui ao longo do tempo.

À medida que o planeta é martelado por mais e mais meteoros ricos em recursos, forma-se o núcleo de ferro e um oceano de magma à superfície. É desta forma que planetas rochosos semelhantes à Terra se formam, mas uma porção significativa de carbono e hidrogénio passam por ciclos geoquímicos de curto e longo-prazo.

“A exsudação de gás de H2O (vapor de água) de minerais hidratados para simular impactos durante a acreção planetária motivou a investigação sobre o efeito de abafar a atmosfera de vapor acima da recém-formada Terra fundida”, escrevem os autores do estudo.

Mas a criação de atmosferas desta forma pode ser dependente de trocas intensas com o interior fundido do planeta rochoso. O estudo determinou que as reacções complexas que acontecem quando o magma de um planeta é exposto previnem aproximadamente 75% de água contida dentro dele de escapar para a atmosfera, o que pode atrasar ou prevenir a formação de oceanos à superfície do planeta.

A investigação concluiu também que uma grande quantidade da água depositada nos planetas rochosos durante os seus primeiros e formativos anos pode manter-se presa dentro dos seus interiores durante a “fase do oceano de magma“. Isto significa que a água contida dentro só poderia escapar durante períodos geológicos muito graduais.

“Em última análise, a alta solubilidade de H2O nos oceanos de magma pode permitir o seu armazenamento seguro durante a fase tumultuosa da formação do planeta”, rematam.

https://zap.aeiou.pt/volatil-inospito-venus-agua-debaixo-crosta-439844

 

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Titã pode estar condenada a chocar contra Saturno !

A maior lua de Saturno, Titã, tem um enorme efeito na inclinação do planeta, e o seu afastamento do planeta pode derrubá-lo e condenar a própria Titã.


A cada ano que passa, Titã afasta-se 11 centímetros de Saturno. Este não é um caso único. A nossa própria Lua afasta-se da Terra todos os anos, a um ritmo de menos de quatro centímetros. Contudo, no caso de Titã e Saturno, os 11 centímetros fazem uma grande diferença.

O afastamento de Titã afeta a rotação do planeta, fazendo-o oscilar mais rapidamente — algo que o está a fazer inclinar lentamente, escreve a New Scientist.

“Se Titã continuar a afastar-se conforme previsto a partir desta taxa observada, a inclinação do eixo de Saturno provavelmente aumentará nos próximos mil milhões de anos”, realça Melaine Saillenfest, do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica.

Saillenfest e Giacomo Lari, da Universidade de Pisa, descobriram que Saturno vai eventualmente chegar a uma inclinação de 90 graus, o que significa que a sua rotação será perpendicular ao plano em que orbita o Sol.

Um mecanismo semelhante poderia explicar por que razão Urano está 98 graus inclinado.

No entanto, inclinar Saturno não é a única consequência do afastamento de Titã. Se assim continuar, vai eventualmente chegar a um ponto em que as várias forças gravitacionais sobre ele destabilizam a sua trajetória. 

Os investigadores calculam que isto vai acontecer quando a lua chegar ao dobro da atual distância a que está de Saturno. As simulações mostram que, nessa altura, Titã provavelmente será expulsa do sistema de Saturno ou cairá em direção ao próprio planeta.

“A desestabilização de Titã teria fortes consequências em todo o sistema de satélites de Saturno, com possivelmente mais ejeções ou colisões entre luas”, sublinha Saillenfest.

Os cientistas acreditam que isto apenas deverá acontecer apenas dentro de dezenas de milhares de milhões de anos.

Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista científica Earth and Planetary Astrophysics.

https://zap.aeiou.pt/tita-condenada-chocar-contra-saturno-439786

 

O segredo da Coreia do Sul para combater a covid-19 ? Tecnologia de ponta e toque humano !

O sucesso da Coreia do Sul a combater a pandemia de covid-19 não assentou apenas no recurso à tecnologia de ponta — também envolveu o tradicional toque humano.


De acordo com um recente relatório da Câmara dos Comuns sobre a resposta à pandemia no Reino Unido, uma das principais falhas do governo foi presumir que o sucesso de países como a Coreia do Sul no controlo do vírus não poderia ser replicado na Grã-Bretanha.

Essa decisão de ignorar as abordagens que estavam a mostrar-se bem-sucedidas em outros lugares foi um dos maiores descuidos do Reino Unido no início da pandemia.

No entanto, o próprio relatório cai numa armadilha semelhante. O documento considera a resposta à pandemia da Coreia do Sul como excecional devido ao uso avançado de tecnologia digital, ignorando o facto de que o país também dependeu muito de intervenções sociais antiquadas — rastreamento de contactos, quarentena e isolamento de casos — auxiliado por homens no terreno.

Para combater a covid-19 e as futuras pandemias, os governos precisam de dar atenção às lições dessas intervenções sociais e não apenas às tecnológicas. A Coreia do Sul ensina-nos que as soluções de alta tecnologia podem ajudar a proteger contra doenças, mas funcionam em conjunto com intervenções sociais.

O governo do Reino Unido tinha a ambição de criar um sistema de testar-rastrear-isolar “revolucionário”. No entanto, o relatório da Câmara dos Comuns conclui que o sistema de Inglaterra produziu pouco efeito, apesar dos grandes gastos.

Outros países também não foram capazes de conter a covid-19 suficientemente sem recorrer a confinamentos draconianos. No entanto, a Coreia do Sul tem sido regularmente citada como uma exceção.

Embora a Coreia do Sul tenha tido que introduzir algumas medidas de controlo para limitar a propagação do vírus — houve confinamentos para empresas e limites aos ajuntamentos em 2021 —, o país evitou confinamentos totais e fechos de fronteiras, mantendo relativamente baixos os casos de covid-19. Vale lembrar que a Coreia do Sul é um dos grandes países mais densamente povoados do mundo.

A chave para isto tem sido as medidas de quarentena para os viajantes que chegam ao país, que foram introduzidas muito rapidamente, e o sistema altamente eficaz de testar-rastrear-isolar do país. Este processo cuidadosamente projetado fornece suporte local para aqueles que estão isolados, ao mesmo tempo que os monitoriza e sanciona o não cumprimento.

Sim, dados de telemóveis e outras formas de vigilância têm sido usados para rastrear pessoas que podem ter o vírus. Mas, uma vez que um caso positivo é confirmado, é a intervenção humana que garante que essas pessoas não espalhem ainda mais o vírus.

É designado um responsável para trabalhar com as famílias afetadas. Eles comunicam com pessoas infetadas durante o período de isolamento. Depois de fazer contacto inicialmente por telemóvel para informar as pessoas sobre a necessidade de isolamento e as diretrizes a serem seguidas, os responsáveis pelo caso entregam um kit para ficar em casa o mais discretamente possível para proteger a privacidade da pessoa.

Este kit contém bens essenciais que evitam que a pessoa precise de sair. As famílias recebem comida, bebida, sacos de lixo, um termómetro, máscaras e álcool-gel para ajudar a prevenir novas infeções. Os kits também podem ser adaptados, por exemplo, para incluir certos alimentos ou medicamentos — e até mesmo alimentos para animais de estimação.

O responsável é o principal ponto de contacto da pessoa infetada, fornecendo aconselhamento e apoio durante os 14 dias de isolamento. Novamente, a tecnologia desempenha um papel. Uma aplicação de smartphone pode ser usada para monitorizar os sintomas relatados pela pessoa e para se certificar (via GPS) de que a pessoa não está a quebrar a quarentena.

Mas a sua influência não deve ser exagerada. A aplicação é obrigatória, mas quem não tem smartphone ainda pode obter suporte através de chamadas e mensagens.

Pessoas que se auto-isolam podem entrar em contacto com o seu responsável pelo caso quando ajuda extra for necessária, por exemplo, com negócios diários urgentes, como serviços bancários ou cuidados com animais de estimação.

Como o relacionamento funciona nos dois sentidos, isto incentiva a conformidade através da criação de um vínculo social. O apoio abrangente e individualizado dado àqueles que fazem o isolamento garante principalmente a conformidade, removendo barreiras, em vez de punir as infrações.

A necessidade de lidar com a perda de rendimento que as pessoas que se isolam enfrentam também foi identificada no início, com pagamentos modestos de até 374 dólares facilmente disponíveis.

A eficácia destas intervenções é clara: os dados publicados sugerem que o não cumprimento das regras de isolamento foi extremamente baixo na Coreia do Sul durante a pandemia. Aqueles que infringem as regras correm o risco de perder o apoio financeiro que o governo oferece.

Não quebrar as regras também tem sido incentivado como norma social através de reportagens diárias nos media sobre o número de pessoas que não aderem ao isolamento. Geralmente, isso não é mais do que quatro pessoas por dia — num país de 55 milhões.

https://zap.aeiou.pt/segredo-coreia-tecnologia-toque-humano-439816

 

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