quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Astrónomos descobrem um dos maiores e mais completos anéis de Einstein !

O anel de Einstein foi descoberto em dezembro do ano passado, mas só agora uma equipa de cientistas analisou o objeto em detalhe.

Uma equipa de astrónomos utilizou um conjunto de dados para estudar um dos maiores e mais completos “anéis de Einstein” já observados. Localizado na constelação Fornalha, foi detetado em dezembro de 2020 pelo Telescópio Espacial Hubble e apelidado de “Anel Derretido”.

Segundo o Sci-News, GAL-CLUS-022058-38303 é o resultado de um fenómeno conhecido como lente gravitacional, que ocorre quando uma galáxia distorce a luz de outra mais distante através do seu campo gravitacional.

Neste caso, o efeito ocorreu com duas galáxias a cerca de 9,4 mil milhões de anos-luz de distância. A gravidade da galáxia mais próxima criou uma curvatura no espaço-tempo, que “obrigou” a luz da galáxia mais distante a acompanhar essa mesma curva, antes de chegar às lentes do Hubble.

Para que o efeito ocorra, é necessário que as galáxias estejam alinhadas com o nosso planeta. Desta forma, a luz mais distante é distorcida e também ampliada.

De acordo com os cientistas, que usaram dados de instrumentos como o Observatório Europeu do Sul e o Very Large Telescope (VLT), a imagem das duas galáxias foi ampliada 20 vezes. Com estes dados, a equipa determinou o valor do redshift – efeito que torna a luz de objetos mais distantes mais avermelhada – das galáxias ampliadas.

Como a lente gravitacional ampliou a imagem das galáxias em 20 vezes, a capacidade de observação do Hubble foi aumentada para equivaler à de um telescópio de 48 metros. Com esta enorme capacidade, os astrónomos conseguiram determinar que a galáxia ampliada é uma espiral relativamente comum.

Tendo em conta que a luz distorcida demorou 9,4 mil milhões de anos para chegar até nós, esta galáxia estava no auge da formação de estrelas no Universo.

“Podemos ver claramente os braços em espiral e a protuberância central da galáxia nas imagens do Hubble”, disse Susana Iglesias-Groth, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias. “Isto ajudar-nos-á a compreender melhor a formação estelar em galáxias distantes.”

https://zap.aeiou.pt/um-dos-maiores-aneis-de-einstein-434502

 

A Lucy vai ao Espaço explorar “cápsulas do tempo” do nascimento do Sistema Solar !

A missão Lucy está nos derradeiros preparativos. A sonda fará uma viagem só de ida para estudar asteroides Troianos, conhecidos por partilharem a mesma órbita de Júpiter.


Os asteroides Troianos são verdadeiras cápsulas do tempo do nascimento do nosso Sistema Solar, há mais de 4 mil milhões de anos. Estes corpos, considerados restos do material primordial que formou os planetas exteriores, contêm pistas vitais para decifrar a história do Sistema Solar e até das origens da matéria orgânica na Terra.

A Lucy, da NASA, será a primeira missão espacial a estudar estes asteroides. Segundo o SciTechDaily, a missão tem o nome da ancestral humana fossilizada, cujo esqueleto proporcionou uma visão única da evolução da humanidade. Tal como ela, a missão vai revolucionar o conhecimento das origens planetárias e da formação do Sistema Solar.

Lucy deverá ser lançada já no próximo mês e, com o impulso da gravidade da Terra, vai completar uma viagem de 12 anos a oito asteroides diferentes: um asteróide na cintura principal do Sistema Solar, entre as órbitas de Marte e Júpiter, e sete troianos, quatro dos quais membros de sistemas binários. É um verdadeiro “dois pelo preço de um”.

O empolgante trajeto espacial de Lucy irá circundar a Terra três vezes para assistência da gravidade, fazendo desta nave espacial a primeira a viajar até à distância de Júpiter e a regressar à vizinhança do nosso planeta.

Lucy deverá ser lançada a partir do dia 16 de outubro, num foguetão da United Launch Alliance Atlas V 401 do Space Launch Complex-41 na Estação Espacial de Cape Canaveral Force, na Florida.

https://zap.aeiou.pt/a-lucy-vai-ao-espaco-434564

 

Grandes erupções vulcânicas favoreceram a ascensão dos dinossauros !

Há mais de 230 milhões de anos, grandes erupções vulcânicas na América do Norte provocaram mudanças climáticas globais que abriram caminho para que os dinossauros se tornassem dominantes.


A história de como os dinossauros desapareceram da Terra já é bastante conhecida. Há 66 milhões de anos, um meteorito atingiu o que hoje é a província de Yucatán, no México, fazendo com que uma densa nuvem de partículas na atmosfera bloqueasse o Sol. A Terra mergulhou na escuridão e 75% da vida que existia acabou por ser extinta.

Pelo contrário, o episódio que levou ao aparecimento destes animais não é assim tão conhecido. Mas agora, conta o jornal espanhol ABC, um novo estudo relaciona-o com outra grande catástrofe que teve consequências globais.

A partir da análise de sedimentos e plantas fósseis de um lago no norte da China, os cientistas concluíram que, há mais de 230 milhões de anos, enormes erupções vulcânicas também mudaram o clima e a vida na Terra. 

Os investigadores utilizaram técnicas modernas de datação para analisar o fundo do lago na bacia de Jiyuan, tendo sido dessa forma que conseguiram relacionar as mudanças ambientais na região provocadas por um fenómeno climático conhecido como Episódio Pluvial Carniano (CPE).

Este fenómeno caracterizou-se pelo aumento da temperatura e da humidade em todo o planeta, bem como com uma atividade vulcânica em grande escala na América do Norte.

A equipa descobriu quatro episódios separados de atividade vulcânica ao longo de um período de dois milhões de anos, sendo a fonte mais provável as grandes erupções no grande planalto de Wrangellia, na América do Norte.

Estas erupções “libertaram na atmosfera uma grande quantidade de dióxido de carbono,  o que causou o aumento da temperatura e humidade globais”, explica Jason Hilton, professor de Paleobotânica e Paleoambientes da Universidade de Birmingham, citado pelo diário.

Os investigadores descobriram que cada fase da erupção vulcânica coincidia com uma grande perturbação do ciclo do carbono global, mudanças climáticas importantes para condições mais húmidas, assim como o aprofundamento do lago com uma diminuição correspondente no oxigénio e na vida animal.

Segundo o mesmo jornal, eventos geológicos dentro do mesmo período na Europa Central, leste da Gronelândia, Marrocos, América do Norte e Argentina, entre outros lugares, também indicam que o aumento da precipitação resultou numa expansão generalizada das bacias de drenagem que convergiram em lagos ou pântanos, em vez de rios ou oceanos.

Muitas espécies desapareceram com este fenómeno, entre elas alguns grandes répteis e invertebrados marinhos, mas a vegetação também mudou e o planeta entrou numa nova era, a dos dinossauros.

Além destes animais, acrescenta Hilton, “este período extraordinário na historia da Terra também foi importante para o aparecimento dos grupos modernos de coníferas e teve um grande impacto na evolução dos ecossistemas terrestres e da vida animal e vegetal”, entre os quais se destacam crocodilos, tartarugas, insetos e os primeiros mamíferos.

https://zap.aeiou.pt/erupcoes-vulcanicas-favoreceram-ascensao-dinossauros-434844

 

O VIPER está prestes a ir onde nenhum rover foi !

A cratera Nobile foi definida como local de aterragem do VIPER, que, em 2023, deve explorar áreas sombreadas para procurar água e outros recursos.

A NASA planeia enviar o Veículo de Exploração Polar para Investigação Volátil (VIPER) ao polo sul da Lua já no próximo ano, numa missão de 100 dias para explorar recursos que possam facilitar a ida de seres humanos a uma das regiões mais frias do nosso Sistema Solar nessa mesma década.

O rover movido a energia solar terá de se manter afastado de períodos prolongados de escuridão. Por esse motivo, noticia o Interesting Engineering, o local da missão escolhido será perto da borda ocidental da cratera Nobile.

Com cerca de 430 kg, o rover será lançado a bordo de um foguete Falcon Heavy da SpaceX e equipado com três espectrómetros e um berbequim. O VIPER vai recolher amostras de três tipos de ambientes lunares enquanto combate as flutuações de temperatura, à medida que se move da sombra para a luz na superfície lunar.

A equipa da NASA responsável pela missão quer analisar as características do gelo e outros recursos utilizando sensores e os instrumentos do rover. A análise de amostras de uma variedade de profundidades e temperaturas ajudará os cientistas a prever onde poderá haver gelo na Lua e mapear recursos.

Além de o objetivo passar por compreender melhor a distribuição de recursos na Lua, os cientistas querem também documentar as futuras missões tripuladas à superfície lunar.

A cratera Nobile cobre uma superfície aproximada de 93 quilómetros quadrados, sendo que o VIPER deverá percorrer 16 a 24 km durante a sua missão.

https://zap.aeiou.pt/viper-prestes-a-ir-onde-nenhum-rover-foi-433759

 

Evolução de parasita está a tornar mais difícil detetar e tratar a malária !

Uma mutação do parasita que causa a malária está a “camuflar” as proteínas que são identificadas nos testes rápidos, tornando mais difícil detetar e tratar a doença.


De forma semelhante aos testes à covid-19, baratos e rápidos, a que estamos habituados, os testes à malária têm ajudado a manter a doença relativamente sob controlo no continente africano. Mais de uma década depois da introdução destes testes, parasitas da malária estão a aprender a “esconder-se” deles.

Em muitos países africanos, apenas as pessoas cujos resultados do teste rápido são positivos é que são tratadas.

“Esta é uma grande ameaça ao controlo da malária”, disse Jane Cunningham, do Programa Global de Malária da Organização Mundial de Saúde, em Genebra, citada pela New Scientist.

Em 2016, na Eritreia, muitas crianças que pareciam estar realmente doentes com malária apresentaram teste negativo. Análises ao sangue realizadas consequentemente revelaram que, de facto, estas crianças estavam infetadas com malária.

“Eles pensaram que havia algo errado com o teste”, disse Cunningham. Mas não. A sua equipa descobriu que até 80% dos parasitas da malária na zona têm mutações em que não produzem as duas proteínas — pfhrp2 e pfhrp3 — detetadas pelos testes rápidos.

Os parasitas parecem prosperar sem as proteínas pfhrp, cuja função é desconhecida. Seria este um problema local, sentido apenas na Eritreia? Para averiguar esta possibilidade, os investigadores fizeram os mesmos testes na vizinha Etiópia.

“Não encontramos uma prevalência tão alta como na Eritreia, mas encontramos níveis verdadeiramente preocupantes”, disse Jane Cunningham.

Como solução, as zonas com este parasita mutante da malária estão a usar outro teste, que identifica uma proteína diferente. No entanto, estes testes não são tão confiáveis — sendo, por exemplo, menos resistentes ao calor.

O ideal seria que o teste olhasse para vários marcadores biomoleculares, mas isto tornaria os testes mais caros e complexos, realça Cunningham.

https://zap.aeiou.pt/mais-dificil-detetar-tratar-malaria-434790

 

Dupla de cientistas apresenta uma nova abordagem para reciclar plástico !

Um novo estudo oferece uma abordagem totalmente nova para reciclar plástico, tendo sido inspirada na forma como a natureza naturalmente “recicla” os componentes dos polímeros orgânicos presentes no ambiente.


As proteínas são um dos principais compostos orgânicos de que é feito o nosso mundo e são nada mais nada menos do que longas cadeias de monómeros — os conhecidos  aminoácidos.

Foi na forma como estas moléculas podem ser quebradas e reconfiguradas que, agora, uma dupla de cientistas encontrou esta nova estratégia para reciclar polímeros sintéticos.

“Uma proteína é como um colar de pérolas, onde cada pérola é um aminoácido. Cada pérola tem uma cor diferente e a sequência de cores determina a estrutura do cordão e, consequentemente, as suas propriedades”, começa por dizer, em comunicado, Simone Giaveri, cientista de materiais da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL), na Suíça.

“Na natureza, as cadeias de proteínas quebram-se nos aminoácidos constituintes e as células reúnem esses aminoácidos para formar novas proteínas, ou seja, criam novos colares de pérolas com uma sequência de cores diferente”, acrescenta.

No laboratório, os investigadores tentaram inicialmente replicar este ciclo natural, fora dos organismos vivos.

“Selecionámos proteínas e dividimo-las em aminoácidos. De seguida, colocamos os aminoácidos num sistema biológico livre de células, que reuniu os aminoácidos outra vez em novas proteínas, com estruturas e aplicações totalmente diferentes”, explica.

Por exemplo, a equipa transformou com sucesso proteínas de seda numa proteína fluorescente verde usada na tecnologia biomédica. Apesar dessa desconstrução e reconstrução, a qualidade das proteínas permanece constante.

“É importante destacar que, quando se quebra e junta proteínas desta forma, a qualidade das proteínas produzidas é exatamente a mesma de uma proteína recém-sintetizada. Na verdade, está-se a construir algo novo”, diz na mesma nota Francesco Stellacci, também cientista de materiais da EPFL.

Então, qual é a conexão deste processo com a reciclagem de plástico? Como os dois compostos são polímeros, os mecanismos que ocorrem naturalmente nas proteínas também podem ser aplicados aos plásticos. No entanto, embora pareça uma abordagem promissora, Stellacci alerta que o desenvolvimento de tais métodos não acontecerá da noite para o dia.

“Isto exigirá uma mentalidade radicalmente diferente. Os polímeros são fios de pérolas, mas os polímeros sintéticos são feitos principalmente de pérolas da mesma cor e, quando a cor é diferente, a sequência de cores raramente importa. Além disso, ainda não temos uma maneira eficiente de juntar polímeros sintéticos de pérolas de diferentes cores de uma forma que controle a sua sequência”, avisa.

O cientista também destacou que esta nova abordagem para a reciclagem de plástico, a que chamaram “reciclagem de economia circular inspirada na natureza”, ou NaCRe, parece ser a única que realmente adere ao axioma da economia circular.

“No futuro, a sustentabilidade vai significar levar o chamado upcycling ao extremo, ou seja, pegar em muitos objetos diferentes e reciclar essa mistura para produzir a cada dia um novo material diferente. A natureza já faz isso”, concluiu.

https://zap.aeiou.pt/nova-abordagem-reciclar-plastico-434563

 

Derretimento do gelo polar está a “empenar” o planeta !

Não são só os oceanos que saem prejudicados. O derretimento do gelo polar também está a deformar a crosta terrestre.


À medida que as temperaturas derretem o gelo polar a um ritmo preocupante, o aumento do nível da água do mar é usado para remodelar as linhas costeiras por todo o mundo. Mas os efeitos no próprio planeta podem ser ainda mais dramáticos.

Segundo o Futurism, a camada mais externa do nosso planeta é surpreendentemente elástica, mas isso não significa que não esteja a sofrer com as consequências do derretimento. Cientistas da Universidade de Harvard descobriram que a crosta terrestre recupera depois de o gelo derreter, mas nem sempre volta a ter uma forma perfeitamente esférica.

As deformações são maiores do que o que os cientistas pensavam e podem ter influências nos ecossistemas de uma determinada área durante milhares de anos.

Prova disso são as partes da crosta à volta do Ártico, que continuam a expandir-se. Depois da Idade do Gelo, e à medida que mais gelo derrete por causa das alterações climáticas, as expansões e os efeitos de deformação são agravados.

“Os processos da Era do Gelo demoram muito, muito tempo para acontecer e, portanto, ainda podemos ver os resultados hoje”, comentou a investigadora Sophie Coulson. Por isso, é importante compreender como é que a Terra está a mudar de forma a tornar mais fácil estudar e prever movimentos tectónicos, terramotos e outros processos geológicos.

Em relação às mudanças climáticas, a equipa destaca que, enquanto o gelo da Antártida derrete, a crosta terrestre fica mais leve e empurra esse gelo ainda mais para fora, causando um derretimento ainda maior.

https://zap.aeiou.pt/derretimento-gelo-polar-empenar-planeta-434492

 

Superterras “nuas” dão pistas sobre a evolução de atmosferas quentes !

 

TOI-1634b e TOI-1685b, duas superterras rochosas, carecem de atmosferas primordiais espessas, em órbitas muito próximas em torno de duas anãs vermelhas.

TOI-1634b e TOI-1685b, dois candidatos a planeta, localizam-se na constelação Perseus, aproximadamente à mesma distância da Terra: 122 anos-luz. Segundo o Europa Press, são duas superterras rochosas em órbitas ultra-curtas que demoram menos de 24 horas a completar uma viagem em torno das suas estrelas anfitriãs.

O espectrógrafo infravermelho Doppler Doppler (IRD), do telescópio Subaru, mediu as massas destes dois planetas e deu novas informações sobre as suas estruturas internas e atmosféricas.

Os resultados mostraram que os planetas estão “nus”, isto é, sem atmosferas primordiais espessas de hidrogénio-hélio, possivelmente devido a interações com estrelas hospedeiras extremamente próximas. Provavelmente, têm uma atmosfera secundária composta por gases libertados a partir do interior do planeta.

Além disso, TOI-1634b é um dos maiores (1,8 raios terrestres) e mais maciços (10 massas terrestres) planetas rochosos de período ultra-curto.

Ambos os planetas oferecem excelentes oportunidades para estudar que tipo de atmosferas podem desenvolver-se em planetas rochosos de período ultra-curto – isto, se as houver.

De acordo com a equipa, também dão pistas para ajudar a compreender como se formam estes planetas invulgares.

https://zap.aeiou.pt/superterras-nuas-dao-pistas-434467

 

 

Terra e Vénus cresceram como planetas rebeldes !

Planetas como a Terra e Vénus, que residem dentro de Sistemas Solares, são fruto de repetidas colisões. Esta conclusão desafia os modelos convencionais sobre a formação de planetas.


Investigadores do Laboratório Lunar e Planetário (LPL) da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, desafiam a visão convencional sobre a formação de planetas ao propor um novo cenário de “atropelamento e fuga”, em que os corpos pré-planetários passaram uma boa parte da sua viagem através do Sistema Solar interno a colidir uns contra os outros.

“Descobrimos que a maioria dos impactos gigantes, mesmo os relativamente ‘lentos’, são de atropelamento e fuga. Isto significa que, para que dois planetas se fundam, é preciso primeiro atrasá-los numa colisão de atropelamento e fuga”, explicou Erik Asphaug, citado pelo Europa Press.

“Pensar em impactos gigantescos, como a formação da Lua, como um acontecimento singular, é provavelmente incorreto”, acrescentou.

Apesar de serem vizinhos, Vénus e Terra podem ter tido experiências muito diferentes de “crescimento”. Segundo os cientistas, a jovem Terra teria servido para abrandar os corpos planetários inter-relacionados, tornando-os mais propensos a colidir com Vénus e a juntar-se a ele.

No fundo, explicam em comunicado, o Sistema Solar é um poço de gravidade, sendo que quanto mais próximo um planeta está do Sol, mais forte é a gravidade que experimenta. É por isso que os planetas internos do Sistema Solar – Mercúrio, Vénus, Terra e Marte – orbitam o Sol mais rápido do que Júpiter, Saturno e Neptuno.

Como resultado, quanto mais próximo um objeto estiver do Sol, maior é a probabilidade de permanecer lá. Assim, “quando um planeta intruso atingiu a Terra, era menos provável que se agarrasse” ao nosso planeta. Em vez disso, o mais provável é que acabasse em Vénus.

A Terra atua como um escudo, proporcionando uma primeira paragem contra o impacto desses planetas. Muito provavelmente, um planeta que ‘salte’ da Terra vai atingir Vénus e fundir-se com ele”, detalhou Asphaug.

Uma bola a descer as escadas

O investigador Alexandre Emsenhuber usa a analogia de uma bola a descer umas escadas para explicar o fenómeno: um corpo vindo do Sistema Solar exterior é como uma bola a descer uma escada e cada salto representa uma colisão com outro corpo.

“No caminho, a bola perde energia e salta sempre para baixo, nunca para cima. Por causa disto, o corpo não pode sair do Sistema Solar interior. Normalmente, desce as escadas, em direção a Vénus, e um corpo que colide com Vénus fica bastante contente por permanecer no Sistema Solar interior, pelo que a dada altura voltará a atingir Vénus.”

A Terra não tem esse “dom” para desacelerar os planetas que vêm de fora. Por isso é que os dois planetas de tamanhos semelhantes são diferentes – algo que as teorias convencionais não conseguem explicar.

“A ideia predominante é que não importa se os planetas colidem e não se fundem de imediato, porque se voltarão a encontrar em algum momento para se fundirem depois”, disse Emsenhuber. “Mas não foi isso que descobrimos. Os planetas acabam por se tornar mais frequentemente parte de Vénus, em vez de voltarem à Terra. É mais fácil ir da Terra para Vénus do que o contrário.”

https://zap.aeiou.pt/atropelamento-e-fuga-terra-e-venus-cresceram-como-planetas-rebeldes-434473

 

O nosso sistema imunitário é tão único quanto a nossa impressão digital !

Cada pessoa parece ter um sistema imunitário único. Cientistas descobriram esta diversidade imunitária depois de mapear anticorpos no sangue de pessoas saudáveis e doentes.


A descoberta pode ajudar a explicar por que, por exemplo, as vacinas contra à covid-19 parecem ser menos eficazes em algumas pessoas.

Ao mesmo tempo, aponta para a possibilidade de identificar e recuperar anticorpos particularmente eficazes de indivíduos e usá-los para curar outros.

No dia a dia, o nosso corpo é confrontado e atacado por muitos germes que usam truques engenhosos para entrar no nosso corpo, com o objetivo de assumir o controlo. Felizmente, temos uma defesa poderosa: o nosso sistema imunitário.

Com um sistema imunitário a funcionar bem, podemos combater a maioria dos germes que se aproximam de nós de forma contínua e agressiva. Parte do nosso arsenal de armas para neutralizar os germes invasores são moléculas de proteínas chamadas anticorpos. Esses anticorpos são abundantes no sangue, fluindo por todo o nosso corpo, formando a primeira linha de defesa quando um novo germe desagradável aparece.

Cada germe diferente requer um arsenal diferente de armas (anticorpos) para combatê-los com mais eficiência. Felizmente, o nosso corpo forneceu-nos meios de fazer milhões ou até mil milhões de anticorpos diferentes, mas nem todos podem ser feitos ao mesmo tempo. Frequentemente, os anticorpos específicos são produzidos apenas em resposta a um germe específico.

Se formos infetados por bactérias, começamos a produzir anticorpos para atacar e matar essas bactérias. Se formos infetados pelo coronavírus, começamos a produzir anticorpos para neutralizar esse vírus. Quando infetados com o vírus da gripe, novamente produzimos outros.

Não se sabia quantos anticorpos diferentes são produzidos num determinado momento e, portanto, estão presentes no nosso sangue. Muitos cientistas estimam que seja mais de vários mil milhões e, portanto, quase imensurável.

Usando algumas gotas de sangue e uma técnica chamada espectrometria de massa, uma equipa de investigadores foi capaz de capturar e medir o número de diferentes anticorpos no sangue e também avaliar a concentração exata de cada um deles.

Duas surpresas

Embora teoricamente o nosso corpo tenha a capacidade de produzir biliões de anticorpos diferentes, uma primeira surpresa surgiu quando os cientistas notaram que, na corrente sanguínea de pessoas saudáveis e doentes, apenas algumas dezenas a centenas de anticorpos distintos estavam presentes em altas concentrações.

Monitorizando estes perfis a partir de apenas algumas gotas de sangue, os cientistas ficaram surpreendidos pela segunda vez quando notaram que a maneira como o sistema imunitário responde aos germes varia muito de pessoa para pessoa, com o perfil de anticorpos de cada pessoa sendo único.

E as concentrações desses anticorpos mudam de maneira única durante a doença ou após a vacinação. Os resultados podem explicar por que algumas pessoas são mais propensas a adoecer de gripe ou covid-19, ou por que recuperam mais rápido de algumas doenças do que de outras.

Até agora, os cientistas consideravam impossível mapear com precisão a mistura altamente complexa de anticorpos no sangue. Mas a espectrometria de massa separa as substâncias com base na sua composição molecular e, como cada anticorpo específico tem uma composição molecular distinta, pôde-se usar um aprimoramento da técnica para medir todos os anticorpos individualmente.

O método foi usado para medir perfis de anticorpos em cerca de 100 pessoas, incluindo pacientes com covid-19 e pessoas vacinadas com diferentes vacinas. Os cientistas não encontraram nenhuma vez os mesmos anticorpos em duas pessoas diferentes, mesmo que tivessem recebido a mesma vacina. É seguro dizer que o perfil de anticorpos de todos é tão único quanto as suas impressões digitais.

Mesmo que as diferenças nos anticorpos sejam pequenas, eles influenciam muito o curso de uma doença. Se alguém produz menos anticorpos contra um determinado germe, ou apenas anticorpos que são menos eficazes a matar o germe, a doença pode atacar com mais força ou várias vezes.

Por outro lado, se as pessoas produzem anticorpos que são excelentes para neutralizar o germe, esse anticorpo pode ser produzido terapeuticamente e usado para vacinar ou tratar pacientes.

Este novo estudo, publicado na revista científica Cell Systems, cria oportunidades para criar vacinações e medicamentos ideais para o sistema imunitário de um determinado indivíduo.

Ao mapear o perfil de anticorpos de alguém, pode-se rastrear como é que o seu corpo responde a uma vacina ou infeção — ou até mesmo a um tratamento medicamentoso.

Desta forma, você também pode verificar se o organismo produz os anticorpos desejados em quantidade suficiente, por exemplo, aqueles contra o coronavírus. Se eles não produzirem o suficiente, você pode considerar a oferta de vacinas de reforço ou anticorpos que funcionaram para outras pessoas.

https://zap.aeiou.pt/sistema-imunitario-unico-433450

 

Cientistas encontram galáxias massivas primitivas “sem combustível” !

As primeiras galáxias massivas – aquelas que se formaram nos três mil milhões de anos após o Big Bang – deveriam conter grandes quantidades de gás hidrogénio frio, o combustível necessário para fabricar estrelas.


Contudo, os cientistas que observaram o Universo primitivo com o ALMA (Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) e com o Telescópio Espacial Hubble descobriram algo estranho: meia-dúzia de galáxias massivas primitivas que ficaram sem combustível. Os resultados da investigação foram publicados na revista Nature.

Estas seis galáxias desprovidas de formação estelar, selecionadas para observação pelo levantamento REQUIEM (REsolving QUIEscent Magnified galaxies at high redshift), são inconsistentes com o que os astrónomos esperam do Universo inicial.

“As galáxias mais massivas do Universo viveram depressa e furiosamente, criando as suas estrelas num período de tempo notavelmente curto. O gás, o combustível da formação estelar, deve ser abundante nestes primeiros tempos do Universo,” disse Kate Whitaker, autora principal do estudo e professor assistente de astronomia na Universidade de Massachusetts em Amherst, EUA.

“Originalmente, pensávamos que estas galáxias extintas ‘travaram a fundo’ apenas alguns milhares de milhões de anos após o Big Bang. Na nossa investigação, concluímos que as primeiras galáxias não pisaram realmente no travão, mas que ao invés estavam a ficar sem combustível.”

Para melhor compreender como as galáxias se formaram e morreram, a equipa observou-as com o Hubble, que revelou detalhes sobre as estrelas que residem nas galáxias.

Observações simultâneas com o ALMA revelaram a emissão contínua das galáxias – um rastreador de poeira – em comprimentos de onda milimétricos, permitindo que a equipa inferisse a quantidade de gás nas galáxias.

A utilização dos dois telescópios é propositada e cuidadosa, já que o objetivo do REQUIEM é usar lentes gravitacionais fortes como um telescópio natural para observar galáxias dormentes com resolução espacial mais alta. Isto, por sua vez, dá aos cientistas uma visão clara do que se passa no interior das galáxias, uma tarefa muitas vezes impossível naquelas sem combustível cósmico.

“Se uma galáxia não estiver a produzir muitas estrelas novas, torna-se muito ténue, muito depressa, de modo que é difícil ou impossível observá-la em detalhe com qualquer telescópio individual. O REQUIEM resolve isto estudando galáxias com lentes gravitacionais, o que significa que a sua luz é esticada e ampliada à medida que se dobra e se deforma em torno de outras galáxias muito mais perto da Via Láctea,” disse Justin Spilker, coautor do novo estudo.

“Desta forma, a lente gravitacional, em combinação com o poder de resolução e a sensibilidade do Hubble e do ALMA, atua como um telescópio natural e faz com que estas galáxias moribundas pareçam maiores e mais brilhantes do que na realidade são, permitindo-nos ver o que está a acontecer e o que não está a acontecer.”

As novas observações mostraram que a cessação da formação estelar nas seis galáxias alvo não foi provocada por uma súbita ineficiência na conversão de gás frio em estrelas. Em vez disso, foi o resultado do esgotamento e remoção dos reservatórios de gás nas galáxias.

“Ainda não entendemos porque é que isto acontece, mas é possível que ou o suprimento primário de gás que abastece a galáxia tenha sido cortado ou que talvez um buraco negro supermassivo esteja a injetar energia que mantém o gás na galáxia quente,” disse Christina Williams, astrónoma da Universidade do Arizona e coautor da investigação.

“Essencialmente, isto significa que as galáxias não conseguem reabastecer o ‘tanque de combustível’ e, portanto, não conseguem reiniciar o motor na produção estelar”, referiu.

O estudo também representa uma série de inovações importantes na medição das primeiras galáxias massivas, sintetizando informações que vão guiar, nos próximos anos, os estudos futuros do Universo primitivo.

“Estas são as primeiras medições do contínuo de poeira fria de galáxias dormentes distantes e, de facto, as primeiras medições deste tipo para lá do Universo local,” disse Whitaker, acrescentando que o novo estudo permitiu aos cientistas ver a quantidade de gás que cada galáxia moribunda individual tem.

Fomos capazes de sondar o combustível da formação estelar nestas primeiras galáxias massivas com profundidade suficiente para fazer as primeiras medições de gás no seu ‘tanque de combustível’, o que nos deu um ponto de vista crítico das propriedades do gás frio destas galáxias.”

Embora a equipa saiba agora que estas galáxias estão sem combustível e que algo as está a impedir de reabastecer o seu tanque e assim formar novas estrelas, o estudo representa apenas a primeira de uma série de investigações sobre o que fez as primeiras galáxias massivas desaparecerem, ou não.

“Ainda temos muito que aprender sobre porque é que as galáxias mais massivas se formaram tão cedo no Universo e porque é que pararam a sua formação estelar quando tanto gás frio ainda estava disponível,” disse Whitaker.

“O simples facto de que estes monstros gigantescos do cosmos formaram 100 mil milhões de estrelas em apenas mil milhões de anos e, de repente, interromperam a sua formação estelar, é um mistério que todos gostaríamos de resolver, e o REQUIEM forneceu a primeira pista”, remata.

https://zap.aeiou.pt/galaxias-massivas-primitivas-combustivel-433900

 

Cientistas holandeses podem ter resolvido o mistério acerca de gémeos idênticos !

O mistério sobre as razões que levam alguns gémeos a nascerem idênticos pode ter sido resolvido por um grupo de cientistas holandeses, aumentando as esperanças de tratamento de doenças congénitas.


Gémeos idênticos são formados após um óvulo fertilizado se dividir em dois embriões, que partilham exatamente os mesmos genes. O motivo da separação é desconhecido. Agora,  investigadores liderados pela Vrije Universiteit Amsterdam acreditam ter encontrado uma “assinatura” comum no ADN de gémeos idênticos, noticiou o Guardian.

A pesquisa, publicada na Nature Communications, analisou as modificações epigenéticas no ADN de gémeos, que podem ativar ou desativar genes sem alterar a sua sequência. A equipa descobriu que gémeos idênticos partilhavam marcas semelhantes em 834 pontos do seu genoma, a soma total do ADN de um organismo.

De acordo com os cientistas, essas marcas partilhadas podem permitem determinar, com até 80% de precisão, se um indivíduo é um gémeo idêntico, incluindo aqueles que perderam o seu irmão no útero – síndrome do gémeo desaparecido – ou que foram separados à nascença.

Apesar desta descoberta, ainda terá que ser provado que as marcas químicas no ADN são a causa da conceção de gémeos idênticos. Até 12% das gestações humanas podem começar como embriões múltiplos, mas pouco menos de 2% são bem sucedidas.

Nancy Segal, psicóloga da California State University, disse à Science News que esta foi “uma descoberta muito, muito importante”, já que gémeos idênticos são predispostos a uma variedade de condições de saúde, incluindo espinha bífida.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-holandeses-podem-ter-resolvido-o-misterio-acerca-de-gemeos-identicos-435137

 

Para tristeza dos turistas, nadar com golfinhos vai passar a ser proibido no Havai !

Os golfinhos rotadores são conhecidos por se elevarem na água e fazerem acrobacias antes de voltarem a mergulhar.


Os turistas que depois de 28 de setembro cheguem ao Havai com o desejo de nadar com golfinhos vão, muito provavelmente, uma das desilusões da sua vida. Isto porque a Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês) norte-americana acabou de proibir a prática, a qual constituía uma das principais atrações turísticas do estado.

“Como todos os animais, os golfinhos rotadores do Havai também precisam de descanso“, disse a entidade em comunicado. A norma também esclarece que barcos, pranchas de stand-up paddle e canoas a menos de duas milhas náuticas da costa do Havai terão de manter uma distância de segurança até aos animais.

Os golfinhos rotadores — ou spinner dolphins, em inglês — são conhecidos por girarem no ar sobre si mesmos. Regra geral, utilizam a noite para caçar e durante o dia aproximam-se da costa, onde turistas e residentes podem ter uma visão mais próxima do seu aspeto, mas também das suas acrobacias. Este aproximação criou, entre os humanos, o hábito de nadarem juntamente com os animais.

No entanto, a “inexistência de períodos de descanso consistentes e sem perturbações reduz a quantidade de energia” que os golfinhos têm para “caçar e cuidar das suas crias”, entendo o organismo. Segundo a NOAA, “a exposição crónica a atividades humanas no período diurno e no seu habitat coloca a população de golfinhos rotativos em risco” — um risco que se agrava de considerarmos o acumular de anos em que os animais estão sujeitos a estas atividades.

A associação PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) concorda com a proibição e considera que “qualquer pessoa que se importe com os animais deveria evitar realizar excursões para nadarem ao seu lado”. “A maioria das pessoas tem boas intenções quando vão fazer estas excursões ou visitar parques que permitem esse contacto com os golfinhos. Mas se essas pessoas soubessem a verdade por detrás dos sorrisos enganosos dos golfinhos ficariam horrorizadas por apoiarem esse sistema”, explicou a associação.

Para além do Havai, a NOAA está também a considerar proibir o acesso a algumas partes de Maui e da Big Island, onde os golfinhos têm por hábito passar os seus dias, aponta o Travel and Leisure.

https://zap.aeiou.pt/nadar-com-golfinhos-vai-passar-a-ser-proibido-no-havai-para-tristeza-dos-turistas-435235

 

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Cientistas estão a dar vida ao Holodeck, um holograma que você pode tocar !

Os cientistas estão cada vez mais perto de tornar o holodeck uma realidade. Investigadores estão a criar um holograma que você pode tocar.


A série Star Trek: The Next Generation apresentou a milhões de pessoas a ideia de um holodeck: uma projeção holográfica 3D realista e imersiva de um ambiente completo com o qual você pode interagir e até tocar.

No século XXI, os hologramas já estão a ser usados de várias maneiras, como sistemas médicos, educação, arte, segurança e defesa. Os cientistas ainda estão a desenvolver maneiras de usar lasers, processadores digitais modernos e tecnologias de deteção de movimento para criar vários tipos diferentes de hologramas que podem mudar a maneira como interagimos.

Uma equipa de investigadores da Universidade de Glasgow desenvolveu agora um sistema de hologramas através de uma nova tecnologia conhecida como Aerohaptics, criando sensações de toque com jatos de ar. Esses jatos de ar proporcionam uma sensação de toque nos dedos, mãos e pulsos das pessoas.

Com o tempo, isto poderia ser desenvolvido para permitir que você conhecesse um avatar virtual de um colega de trabalho do outro lado do mundo e sentisse o seu aperto de mão. Pode até ser o primeiro passo para construir algo como um holodeck.

Para criar esta sensação de toque, os cientistas usaram peças acessíveis e disponíveis comercialmente para emparelhar gráficos gerados por computador com jatos de ar cuidadosamente direcionados e controlados.

De certa forma, é um passo além da geração atual de realidade virtual, que geralmente requer um dispositivo para fornecer gráficos 3D e luvas inteligentes ou controladores de mão para fornecer feedback tátil, uma estimulação que parece um toque. A maioria das abordagens baseadas em dispositivos vestíveis limita-se a controlar o objeto virtual que está a ser exibido.

Controlar um objeto virtual não dá a sensação que você sente quando duas pessoas se tocam. A adição de uma sensação de toque artificial pode fornecer uma dimensão adicional sem a necessidade de usar luvas para sentir os objetos e, portanto, é muito mais natural.

Usando vidro e espelhos

Este novo estudo usa gráficos que fornecem a ilusão de uma imagem virtual 3D. É uma variação moderna de uma técnica de ilusão do século XIX conhecida como Pepper’s Ghost, que emocionou os espectadores de teatro vitoriano com visões do sobrenatural no palco.

O sistema usa vidro e espelhos para fazer uma imagem bidimensional parecer pairar no espaço sem a necessidade de qualquer equipamento adicional. E o feedback tátil é criado com nada além de ar.

Os espelhos que compõem o sistema são dispostos em forma de pirâmide com um lado aberto. Os utilizadores colocam as mãos pelo lado aberto e interagem com objetos gerados por computador que parecem estar a flutuar no espaço livre dentro da pirâmide. Os objetos são gráficos criados e controlados por um programa de software chamado Unity Game Engine, que costuma ser usado para criar objetos e mundos 3D em videojogos.

Uma das maneiras pelas quais os seus criadores demonstraram as capacidades do sistema Aerohaptic é com uma projeção interativa de uma bola de basquetebol, que pode ser tocada, rolada e driblada de maneira convincente. O feedback de toque dos jatos de ar do sistema também é modulado com base na superfície virtual da bola de basquetebol.

Um vislumbre do futuro

Embora não esperem oferecer uma experiência completa de holodeck de Star Trek num futuro próximo, os cientistas já estão a ir corajosamente em novas direções para adicionar funções adicionais ao sistema.

Em breve, eles esperam ser capazes de modificar a temperatura do fluxo de ar para permitir que os utilizadores sintam as superfícies quentes ou frias. Também estão a explorar a possibilidade de adicionar aromas ao fluxo de ar.

À medida que o sistema se expande e se desenvolve, espera-se que ele encontre usos numa ampla gama de setores. Proporcionar experiências de videojogos mais imersivas sem ter que usar equipamentos pesados é óbvio, mas também poderia permitir videoconferências mais convincentes.

Também pode ajudar os médicos a colaborar no tratamento dos pacientes e fazer com que os pacientes se sintam mais envolvidos e informados no processo. Os médicos podiam ver, sentir e discutir as características das células tumorais e mostrar aos pacientes os planos de um procedimento médico.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-dar-vida-ao-holodeck-432808

 

Um computador quântico ajudou a criar um computador quântico melhor !

Um computador quântico foi usado para projetar um qubit aprimorado que poderá alimentar a próxima geração de computadores quânticos mais pequenos, de alto desempenho e mais confiáveis.


Da mesma forma que um bit binário é a unidade básica de informação na computação clássica, o qubit é a unidade básica de informação na computação quântica.

À medida que os chips clássicos de computador tornaram-se mais complexos, rapidamente tornou-se impraticável desenhá-los manualmente. Por isso, os computadores começaram a ser usados para desenhar chips para as próximas gerações de computadores.

No entanto, no caso dos computadores quânticos, a tarefa torna-se árdua de mais para os computadores clássicos. Isto porque conforme cada qubit é adicionado, os recursos de computação necessários aumentam exponencialmente, explica a a revista New Scientist.

Foi com isto em mente que investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, em Shangai, criaram um novo tipo de qubit chamado plasónio, que é fisicamente menor, menos ruidoso e também capaz de reter o seu estado por mais tempo do que o design do qubit atual.

Os autores do estudo acreditam que isto abre caminho para desenhar processadores quânticos avançados usando as máquinas existentes.

“Se você pensar numa máquina clássica que está a tentar simular um processador quântico, é um trabalho árduo. Portanto, é óbvio que, uma vez que você tenha um processador quântico, verá se pode usá-lo para essa finalidade”, disse Peter Knight, do Imperial College London, que não participou no estudo.

Knight explicou ainda que não só o novo design do qubit oferece vantagens, mas também reduz vários inconvenientes da geração atual de circuitos.

Os qubits de plasónio têm cada um apenas 240 micrómetros de comprimento, equivalente a apenas 40% de um qubit típico. Através deles, os atuais processadores poderão ser reduzidos em tamanho.

Outro dos problemas é tornar os computadores quânticos menos barulhentos — algo que o plasónio pode ajudar.

O novo tipo de qubit também exibe outra característica desejável chamada anarmonicidade forte. Isso significa que o plasónio terá menos problemas com cálculos durante a operação.

https://zap.aeiou.pt/computador-quantico-criar-computador-433116

 

As máquinas estão “muito longe” de serem mais inteligentes mas muito perto de agir como pessoas !

A especialista em inteligência artificial Daniela Braga considera que as máquinas estão “muito longe” de substituírem totalmente os humanos ou serem mais inteligentes, mas estão “muito perto” de interagirem como as pessoas.


“Acho que estamos muito longe de que as máquinas nos substituam na maior parte das atividades ou que sejam mais inteligentes do que nós”, afirmou à Lusa Daniela Braga, especialista em inteligência artificial.

Nascida no Porto há 43 anos, Daniela Braga, fundou e dirige a DefinedCrowd, empresa com sede nos Estados Unidos e escritórios em Portugal e no Japão que produz dados de voz, texto e imagem para sistemas de inteligência artificial e aprendizagem automática.

A empreendedora, que começou a carreira na área da linguística e engenharia, integra o grupo de trabalho, para o qual foi nomeada por Joe Biden em junho, que vai definir a estratégia para a inteligência artificial nos Estados Unidos.

Um dos objetivos do grupo de trabalho, que junta académicos e empresários, é fomentar a literacia em inteligência artificial, “desmistificar o medo em relação à singularidade tecnológica”, à ideia de que “as máquinas vão tomar conta do mundo”, nas palavras da empresária, que tem dupla nacionalidade portuguesa e norte-americana.

Daniela Braga entende que as máquinas estão “pelo menos 30 a 40 anos” de poderem executar “atividades mais evoluídas do que as rotineiras, com pouca capacidade cognitiva”.

A empresária defende que as máquinas devem substituir as pessoas “nas atividades rotineiras, mais braçais, que implicam pouca atividade cognitiva“, dando como exemplo a condução autónoma de autocarros ou camiões.

Para a especialista, no entanto, está-se “mais perto” de uma interação com máquinas semelhante à que existe entre humanos. “Estamos mais perto, e estamos tão perto que agora é quase indistinguível uma voz sintética de uma voz real”, apontou.

Um exemplo de uma “interação perfeita” homem-máquina, para Daniela Braga, é um computador responder a uma questão e depois a uma nova questão suscitada pela resposta anterior sem que a pessoa tenha de ligar para um número de telefone de apoio para resolver um problema em mãos.

Quanto à possibilidade de os computadores poderem agir de forma inteligente, exibir um comportamento de um ser humano em idêntica situação, Daniela Braga respondeu com um “não”, por enquanto.

“Neste momento, o computador só responde a situações mais ou menos validadas“, frisou, exemplificando que, num cenário de guerra, em que “várias coisas” imprevisíveis “estão a acontecer”, um computador não consegue substituir um piloto no ar na tomada de decisões.

No grupo de trabalho para a inteligência artificial criado nos Estados Unidos pela administração do Presidente Joe Biden, ao qual os seus membros terão de apresentar um relatório preliminar em maio de 2022, Daniela Braga vai “ajudar a que as máquinas tenham acesso a conhecimento com mais confiança e com mais qualidade“.

Na DefinedCrowd, que tem “clientes de topo na produção de inteligência artificial à escala mundial”, como a Microsoft, onde trabalhou, são produzidos “dados artificialmente para cérebros artificiais”.

“Enquanto o ‘software’ é programado com regras e códigos, a inteligência artificial é treinada com dados“, assinalou Daniela Braga, “uma das poucas mulheres a liderar empresas de inteligência artificial”.

Formada em Linguística Aplicada e Tecnologia do Discurso, a especialista explicou que os dados “são o alimento” dos sistemas de inteligência artificial, que “só conseguem decidir artificialmente, simulando as decisões humanas, se tiverem acesso a muitos dados de treino”.

“Assim como os nossos cérebros são treinados com dados, que são recebidos na forma de experiências, de aprendizagens na escola, de inputs  sensoriais ao longo da vida, nos computadores esses inputs sensoriais são os dados“, acrescentou.

Uma das funções do grupo de trabalho para o qual Daniela Braga foi nomeada em junho é “facilitar o acesso” a dados de inteligência artificial por parte de instituições e empresas norte-americanas, que, no futuro, passarão a ter um departamento vocacionado para esta área, tal como hoje têm para a informática.

Estaremos ainda a 30 ou 40 anos da singularidade? O futuro se encarregará de responder, e provavelmente será um computador a dar a resposta.

https://zap.aeiou.pt/as-maquinas-estao-muito-longe-de-serem-mais-inteligentes-mas-muito-perto-de-agir-como-pessoas-432595

 

T-shirt portuguesa reduz sintomas da menopausa e ajuda quem tem cancro !

A investigadora da Universidade do Minho (UM) Filipa Fernandes criou uma t-shirt que atenua os efeitos da menopausa e melhora a qualidade de vida de pacientes com cancro, graças a um tecido com um revestimento estampado que regula a temperatura corporal.

T-shirt reduz efeitos da menopausa

A tecnologia já patenteada e aprovada pelo Infarmed que chega, agora, ao mercado evita que a mulher tenha afrontamentos, retenções de líquidos, alterações de humor, insónias e mal-estar.

“Muitas senhoras que testaram, surpreenderam-se com os benefícios de utilizar apenas esta t-shirt para reduzir os sintomas da menopausa, dizem que a sua vida se tornou mais agradável e confortável”, aponta a cientista.

Filipa Fernandes, formada pela Escola de Engenharia da UM, decidiu, entretanto, testar a inovação com mulheres em tratamento para o cancro ou que tinham tido essa doença.

“Funcionou de novo. Algumas senhoras quiseram retirar a medicação habitual para o teste ser total e, no final, não voltaram a precisar de parte dela, por indicação do médico”, revela a cientista citada num comunicado da UM.

“Não estamos a tratar o cancro, mas estamos claramente a contribuir para uma melhor qualidade de vida das pacientes“, sublinha.

Para já, a t-shirt só pode ser comprada na loja online Style-out por 39,90 euros.

Tecnologia RT ajuda perante o calor e o frio

A tecnologia designada RT aparece na t-shirt sobretudo na zona do tórax e da coluna, sendo baseada em silicone medicinal e em materiais de mudança de fase, isto é, que permitem manter a temperatura corporal da pessoa (36.5º graus celsius, em média), independentemente da temperatura ambiente.

“A RT armazena e liberta grandes quantidades de energia, como absorver calor durante o dia e libertá-lo à noite”, explica Filipa Fernandes.

O revestimento é programado para uma determinada temperatura e leva o organismo humano a mantê-la. Assim, ajuda o corpo a actuar “perante o calor (vasodilatação) e o frio (vasoconstrição)”, salienta o comunicado da UM.

“Este sistema de termorregulação provou ser bastante eficaz face a afrontamentos. Numa situação normal, estas repentinas sensações de calor no peito e na cara da mulher estender-se-iam aos poucos pelo resto do corpo, podendo provocar suor excessivo”, refere ainda o mesmo comunicado.

Para pilotos do Dakar ou aventureiros no Ártico…

A inovação “permite, assim, de forma simples e prática, o conforto e o bem-estar dos utilizadores, sobretudo em ambientes desfavoráveis“, e até ao fim de vida útil da t-shirt, aponta ainda a Universidade.

A tecnologia RT “é versátil e pode ser aplicada a diversos produtos e contextos, como segurança, saúde, desporto e turismo”, sustenta ainda a investigadora, dando como exemplos os “militares em missões com muito calor de dia e frio intenso à noite”, “pessoas em hipo/hipertermia, pilotos do Dakar ou aventureiros no Ártico“.

Além disso, o material utilizado “também é antifúngico e antimicrobiano“, aponta o comunicado da Universidade.

Nos testes de 50 lavagens a 60º graus celsius, o revestimento da t-shirt “ficou intacto”, assegura também a UM.

https://zap.aeiou.pt/t-shirt-reduz-sintomas-menopausa-432300

 

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