sábado, 30 de abril de 2022

O segredo para salvar os koalas da extinção pode passar por congelar o seu esperma !


Para salvar os koalas de extinção, investigadores australianos propõe criar bancos de esperma para estes animais. A solução ajudaria também a cortar custos.

Investigadores australianos querem criar bancos de esperma de koalas numa tentativa de salvar as espécies da extinção. Especialistas temem que os koalas fiquem extintos até 2050 em algumas partes da Austrália, em grande parte devido à seca extrema, desflorestação e incêndios florestais.

A Australian Koala Foundation estima que pode haver apenas 43.000 koalas na natureza.

Agora, a solução de congelar espermatozoides, como fazemos com os humanos, pode ser uma tábua de salvação para estes animais.

Ryan Witt, da Universidade de Newcastle, sugere que koalas fêmeas podem ser engravidadas com sucesso através de esperma congelado. O estudo foi publicado esta quinta-feira na revista científica Animals.

Esta estratégia, segundo a VICE, também reduziria os custos de reprodução em 5 a 12 vezes, já que seriam necessários menos koalas em cativeiro. Os atuais programas de reprodução em cativeiro podem custar mais de 17.650 dólares por animal anualmente.

A consanguinidade também pode ser reduzida, um problema que pode afetar negativamente a saúde dos koalas.

“Estes problemas também podem comprometer a sobrevivência, a resistência a doenças e a capacidade da espécie de se adaptar às mudanças nas condições ambientais das alterações climáticas”, escreveu Witt no estudo.

No entanto, usar bancos de esperma para salvar animais ameaçados de extinção não é um processo propriamente fácil. Todavia, também não é impossível.

Em julho do ano passado, cientistas japoneses reproduziram com sucesso ratos usando esperma preservado no Espaço por quase seis anos.

https://zap.aeiou.pt/segredo-salvar-koalas-congelar-esperma-473697

 

Ultra-sons tratam com sucesso diabetes num estudo pré-clínico !

O novo tratamento foge aos medicamentos. Usa uma técnica de ultra-sons focalizados durante apenas três minutos por dia. Os testes foram realizados em ratos, ratazanas e porcos e tiveram resultados promissores.

As novas pesquisas publicadas na Nature Biomedical Engineering, no mês de Março deste ano, são promissoras. Levantaram a possibilidade de tratar a diabetes tipo 2 sem medicamentos.

De acordo com o New Atlas, através de três modelos (animais) diferentes, os investigadores demonstraram como as breves explosões de ultra-sons direcionadas a grupos específicos de nervos no fígado podem efetivamente baixar os níveis de insulina e glicose.

A General Electric Resarch (GE) liderou a pesquisa, com investigadores da Escola de Medicina de Yale, UCLA, e dos Institutos Feinstein para Investigação Médica. A pesquisa demonstrou um método único de ultra-sons não invasivo concebido para estimular nervos sensoriais específicos no fígado.

A tecnologia é chamada de estimulação ultra-sónica periférica focalizada (pFUS) e permite que impulsos ultra-sónicos altamente direcionados sejam conduzidos para tecidos específicos contendo terminações nervosas.

“Utilizámos esta técnica para explorar a estimulação de uma área do fígado chamada porta hepática”, explicaram os investigadores.

“Esta região contém o plexo nervoso hipertensão portal, que comunica informação sobre a glicose e o estado dos nutrientes ao cérebro, mas tem sido difícil de estudar uma vez que as suas estruturas nervosas são demasiado pequenas para estimular separadamente com elétrodos implantados“.

O estudo indica pequenas explosões de pFUS nesta área do fígado que invertem com sucesso o início da hiperglicemia. O tratamento foi considerado eficaz em três animais distintos com diabetes: ratos, ratazanas e porcos.

“Infelizmente, existem muito poucos medicamentos que baixem os níveis de insulina”, explicou Raimund Herzog, um endocrinologista da Escola de Medicina de Yale que trabalha no projeto.

“Se os nossos ensaios clínicos em curso confirmarem a promessa dos estudos pré-clínicos relatados neste artigo, e se o ultra-som puder ser utilizado para baixar tanto os níveis de insulina como os de glicose, a neuro modulação por ultra-som representaria uma adição excitante e inteiramente nova às opções de tratamento atuais para os nossos pacientes”.

Os investigadores descobriram que apenas três minutos de ultra-sons focalizados por dia eram suficientes para manter os níveis normais de glicose no sangue dos animais diabéticos.

Estão atualmente em curso estudos em humanos para determinar se este método se traduz a partir de estudos em animais. Mas existem outros obstáculos que se deparam à aplicação clínica da técnica, para além da simples prova do seu funcionamento.

As ferramentas atuais de ultra-sons utilizadas para realizar este tipo de técnica pFUS requerem técnicos treinados.

Os investigadores sugerem que a tecnologia existe para simplificar e automatizar estes sistemas de uma forma que poderia ser utilizada pelos pacientes em casa, mas terá de ser desenvolvida antes que este tratamento possa ser amplamente implantado.

“As sondas de ultra-sons viáveis minimizaram a necessidade de manipulação manual da sonda durante a sua utilização, e está agora disponível um software de deteção anatómica automática de alvos para permitir o rastreio do alvo em tempo real, utilizando modelos de redes neurais de convolução”, acrescentaram os investigadores.

“Estes avanços podem permitir o desenvolvimento de novos sistemas de ultra-sons viáveis que podem ser aplicados por utilizadores não qualificados, e permitir ainda mais a utilização através de aplicações e cenários clínicos”.

O estudo foi financiado pela GE Research. Assim, se alguém tem recursos para desenvolver algum tipo de pequeno dispositivo de ultra-sons direcionado para utilização em casa como tratamento de diabéticos, é esta empresa.

O autor correspondente do novo estudo e engenheiro biomédico sénior da GE Research,Christopher Puleo diz que este tipo de novos métodos não-farmacêuticos poderia substituir uma série de tratamentos medicamentosos no futuro.

“Estamos agora no meio de ensaios de viabilidade humana com um grupo de sujeitos diabéticos de tipo 2, que inicia o nosso trabalho de tradução clínica“, disse Puleo.

“A utilização de ultra-sons poderia ser uma mudança de jogo na forma como os medicamentos bio eletrónicos são utilizados e aplicados às doenças, como a diabetes tipo 2, no futuro”.

Outros investigadores são um pouco mais cautelosos na sua interpretação destas novas descobertas, admitem que esta inovação poderia, em última análise, levar a um novo tipo de tratamento de diabetes “mas é necessário muito trabalho antes de lá chegarmos”.

“Que os pulsos de ultra-sons focalizados aplicados ao plexo neural hipertensão portal podem restaurar a homeostasia da glucose, como os autores mostram em vários modelos animais, sublinham a relevância terapêutica das vias nervosas cérebro-fígado, e podem eventualmente constituir uma alternativa de tratamento não invasivo para a diabetes tipo 2 e outras condições metabólicas”.

“A abordagem justifica mais testes em animais maiores”.

Um investigador de diabetes da Universidade do Colorado Anschutz Medical Campus, Richard Benninger chamou ao novo trabalho uma demonstração extremamente completa de como o ultra-som poderia ser utilizado para melhorar a diabetes.

“Os autores fornecem uma caracterização detalhada de como a reversão da hiperglicemia ocorre em múltiplos tecidos periféricos e centrais, através de múltiplos modelos animais”, disse Benninger, que não trabalhou na nova investigação.

“Esta abordagem representa um novo paradigma para o tratamento da diabetes e a possibilidade de utilização de ultra-sons significa que é facilmente traduzível”.

É claro que um estudo precoce positivo com animais ainda pode significar que estamos a anos de distância da aplicação clínica no mundo real. A equipa da GE Research disse que foram realizados mais estudos pré-clínicos explorando diferentes doses e durações de ultra-sons.

Os estudos iniciais em humanos também já começaram, esperando-se resultados preliminares no final deste ano.

https://zap.aeiou.pt/ultra-sons-tratam-com-sucesso-diabetes-num-estudo-pre-clinico-472113


Afinal, o manto de Marte está vivo e recomenda-se e a causar mais sismos do que se pensava !


Marte é abalado com muitos mais sismos do que se pensava, o que descarta a possibilidade de ser a falta de actividade a causa para o fraco campo magnético do planeta vermelho.

Pelos vistos, há mais agitação em Marte do que pensávamos. Um estudo publicado na Nature Communications recorreu a novas técnicas para descobrir sismos que anteriormente não eram detetados sob superfície de Marte e os cientistas acreditam que esta é a melhor explicação até agora para a atividade vulcânica do planeta.

“Saber que o manto marciano ainda está activo é um aspecto crucial da nossa compreensão de que como Marte evoluiu enquanto planeta. Pode ajudar-nos a responder a questões fundamentais sobre o Sistema Solar e sobre a evolução do campo magnético de Marte, actualmente em falta”, revela o geofísico Hrvoje Tkalčić.

Durante muito tempo, a crença generalizada entre os cientistas era de que nada se passava dentro de Marte, devido à falta de um campo magnético forte, o que sugere uma falta de actividade, indica o Science Alert.

Os campos magnéticos dos planetas costumam ser gerados dentro do planeta pelo dínamo — um fluido condutor de eletricidade em rotação e convecção que pode manter um campo magnético durante escalas temporais astronómicas.

A importância de um campo magnético não pode ser subestimada, já que no caso da Terra, é este que nos protege da radiação cósmica que pode destruir a vida planetária. Apesar de Marte estar mais longe do Sol, os níveis de radiação são muito maiores do que na Terra precisamente por esta razão.

A descoberta de centenas de “Martemotos” foi feita através do módulo InSight da NASA, que chegou ao planeta vermelho em Novembro de 2018. Os cientistas recorreram a duas técnicas pouco convencionais, que só recentemente começaram a ser usadas no estudo da geofísica.

Com base em nove modelos de sismos conhecidos em Marte, os autores detectaram 47 novos eventos sísmicos na região marciana de Cerberus Fossae e procuraram descobrir a causa. A análise concluiu que não há um padrão aparente no timing dos sismos, o que descarta uma possível influência da lua Phobos.

A actividade detectada sugere que Marte está mais vivo do que se pensava, o que pode mudar a forma como entendemos o passado e o futuro do planeta.

Caso haja convecção a acontecer em Marte, como o estudo aparenta provar, falta descobrir qual é afinal a causa da falta de um campo magnético forte no planeta, o que pode ser decisivo na eventualidade de se criar uma colónia humana.

https://zap.aeiou.pt/o-manto-de-marte-esta-vivo-e-recomenda-se-e-a-causar-mais-sismos-do-que-se-pensava-472126


Cientistas descobrem novo “sistema de mensagens” nas células que torna a gordura no sangue ainda mais perigosa !


Cientistas descobriram que as células conseguem enviar sinais entre si, provocando um maior nível de stress nestes organismos e eventualmente agonizar as sintomatologias de algumas doenças.

As consequências negativas da presença de gordura no sangue, muitas vezes provocada pela obesidade, está há muito documentada. No entanto, os cientistas não deixam de avançar com novos estudos que aprofundem o impacto deste diagnóstico na generalidade da saúde humana. Segundo o Science Alert, a gordura causa stress adicional às células musculares, danifica a sua estrutura e o seu funcionamento. A novidade que o novo estudo vem introduzir é a capacidade destas células em transmitir sinais a outras células e causar mais danos.

Estes sinais podem assumir a forma de moléculas chamadas ‘ceramidas‘. Regra geral, o seu trabalho é reduzir o stress nas células, mas em doenças metabólicas a longo prazo, como a diabetes tipo 2, elas podem mesmo matar as células e fazer com que os sintomas associados a essa doença se tornem mais severos.

“Apesar de a pesquisa ainda estar numa fase inicial, a nossa descoberta pode ser a base para novas terapias ou abordagens terapêuticas tendo em vista a prevenção de doenças cardiovasculares ou metabólicas — como a diabetes — em pessoas com elevados níveis de gordura no sangue”, descreve Lea Roberts, fisiologista molecular da Universidade de Leeds, no Reino Unido.

Os investigadores partiram de células musculares do esqueleto humano concebidas para imitar as células de pessoas com doenças metabólicas, o que lhes permitiu ativar a sinalização das ceramidas com a adição de um ácido conhecido como palmitato.

Quando estas células foram misturadas com células que ainda não haviam sido expostas a gordura, elas comunicavam entre si, transferindo ceramides em grupos chamados ‘vesículas extracelulares‘, os quais são naturalmente lançados a partir de todas as células. O mesmo processo foi observado em testes efetuados em ratos e em células musculares retiradas de voluntários.

Apesar de ainda ser necessária mais pesquisa para se perceber o que pode significar esta nova vaga de ceramida, os cientistas já dão garantias que as moléculas podem ser prejudicais para o corpo: uma quantidade de gordura mais elevada parece fazer as células partilharem mais stress com as suas “vizinhas”.

Os investigadores reconhecem que podem existir mais fatores desconhecidos em jogo, mas suspeitam que o presente sistema de mensagens pode mesmo ser potenciador para que as pessoas com obesidade continuem a desenvolver mais ou outras complicações como a diabetes, precisamente a partir da partilha de stress celular. A vantagem em ter desvendado o sistema prende-se com a capacidade de evitar o desenvolvimento de complicações, através do bloqueamento de algumas das ceramidas. No entanto, esta possibilidade parece estar ainda muito longe.

“Com a epidemia da obesidade cada vez maior, o fardo das doenças crónicas associadas exige novos tratamentos”, descreve Lea Roberts. “Esperamos que os resultados da nossa abram aqui um novo caminho para a investigação, a fim de ajudar a responder a esta preocupação crescente”.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-descobrem-novo-sistema-de-mensagens-nas-celulas-que-torna-a-gordura-no-sangue-ainda-mais-perigosa-472137

 

Os peixes também sabem fazer contas !


Um novo estudo conseguiu treinar peixes para fazerem pequenos cálculos simples de adição e subtração.

Quando estamos perante coisas em números pequenos, o nosso cérebro adiciona ou subtrai automaticamente, sem sequer precisarmos de contar. Surpreendentemente, não somos os únicos com esta capacidade.

Um novo estudo publicado na Scientific Reports descobriu que os ciclídeos e as raias também conseguem saber imediatamente com um único relance quantos peixes têm à sua frente. Já há algum tempo que se sabia que estes peixes podiam ser treinados para distinguir quantidades de três e quatro, mas a nova pesquisa que as espécies podem mesmo fazer cálculos.

“Treinamos os animais para fazerem adições e subtrações simples. Ao fazerem isso, tinham de aumentar ou diminuir o valor inicial em um”, explica Vera Schluessel, investigadora que liderou o estudo.

Para este treino, os cientistas usaram um método que já tinha tido sucesso no passado, mostrando uma coleção de formas geométricas aos peixes, cujas cores indicam que a operação tinham de fazer. Caso fossem azuis, os peixes tinham de adicionar um e se fossem amarelos, subtraíam um, explica o Science Daily.

Depois de verem o estímulo original — com quatro quadrados —, os animais foram mostrados duas novas imagens, uma com cinco e outra com três quadrados. Se nadassem em direção à imagem correta, os peixes eram premiados com comida. Caso nadassem para a imagem errada, não recebiam nada. Ao longo do tempo, os animais aprenderam a associar o azul com a adição e o amarelo com a subtração.

Para garantirem que os peixes tinham internalizado a regra matemática por detrás das cores, os investigadores omitiram propositadamente alguns cálculos durante os treinos, que lhes foram mostrados já depois da fase de aprendizagem. Mesmo nestes casos, os peixes escolheram frequentemente a resposta correta.

Os resultados surpreenderam os investigadores, especialmente dada a dificuldade das tarefas, já que os peixes não eram sempre expostos às mesmas formas, mas sim a uma combinação de formas diferentes.

“Por isso, os animais tinham de reconhecer o número de objetos mostrados ao mesmo tempo que inferiam a regra do cálculo através da cor. No geral, é um feito que exige capacidades de pensamento complexas“, remata Schluessel.

https://zap.aeiou.pt/os-peixes-tambem-sabem-fazer-contas-471675

 

quinta-feira, 28 de abril de 2022

“Tijolos de bactérias” podem ser usados como blocos de construção em Marte !


Cientistas da Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO) propuseram um método para construir habitats em Marte com “tijolos bacterianos”.

Num novo estudo publicado a 14 de abril na PLoS One, os investigadores explicam o seu plano para combinar o solo marciano com um material semelhante a um gel e uma estirpe bacteriana chamada Sporosarcina pasteurii.

De acordo com a IFL Science, o objetivo seria combinar ambos os materiais, de forma a criar blocos de construção, para habitats do planeta vermelho.

A proposta junta-se a uma lista de hipóteses caricatas de material de construção para Marte, que refletem a escassez de materiais para futuras missões ao planeta vermelho, na tentativa de aproveitar ao máximo todo e qualquer recurso disponível.

No ano passado, por exemplo, a Universidade de Manchester propôs a construção de habitats em Marte com sangue e urina de astronauta.
 
Os cientistas do ISRO utilizaram o simulador de solo marciano e demonstraram que as bactérias transformaram a ureia em cristais de carbonato de cálcio e também segregaram uma substância biopolímero pegajosa.

O cloreto de níquel ajudava as bactérias a crescer, apesar do elevado teor de ferro do solo, que é tipicamente tóxico para as bactérias.

O tipo específico de bactérias também ajudou a ultrapassar a questão da porosidade, um dos principais obstáculos à construção de habitats em Marte.

“As bactérias infiltram-se nos espaços porosos, utilizando as suas próprias proteínas para unir as partículas, diminuindo a porosidade e criando tijolos mais fortes”, explicou Aloke Kumar, um dos autores do estudo.

Combinado, este material pode ser utilizado como agente de ligação para manter o solo de Marte unido e construir habitats para futuras missões ao planeta vermelho.

Atualmente, a NASA estima que enviará humanos para Marte até 2030, e o SpaceX está a trabalhar arduamente no seu veículo de lançamento da nave espacial totalmente reutilizável, que pretende enviar para a Lua e eventualmente para Marte.

Em seguida, a equipa ISRO pretende enviar alguns dos seus “tijolos bacterianos” para o espaço, numa futura missão.

Ao fazê-lo, serão capazes de estudar as propriedades do seu material em microgravidade, para ver se está apto para fazer a longa viagem ao lado dos futuros astronautas, à medida que se dirigem para o planeta vermelho.

https://zap.aeiou.pt/tijolos-de-bacterias-podem-ser-usados-como-blocos-de-construcao-em-marte-475083


Cogumelos podem falar entre si… E usar mais de 50 palavras !


Os cogumelos são criaturas solitárias que não se mexem nem se aproveitam dos outros. Mas é possível que falem entre eles.

Num novo estudo, publicado a 6 de abril na Royal Society Open Science, um investigador britânico colocou elétrodos em quatro tipos diferentes de fungos e descobriu que eles parecem comunicar internamente, através de impulsos elétricos.

Uma análise matemática dos sinais elétricos que os fungos enviam uns aos outros revelou que os padrões nestas “mensagens” são surpreendentemente semelhantes ao discurso humano, segundo a Interesting Engineering.

De facto, o investigador descobriu que os conjuntos de sinais são tão sofisticados que se assemelham realmente a palavras — tendo sido possível distinguir um vocabulário com cerca de 50 palavras.

Os fungos comunicam uns com os outros através de hifas, que são uma espécie de tendões longos e ramificados que os organismos utilizam para se expandirem e explorarem os seus arredores.
 
Estudos anteriores mostraram que quando os cogumelos encontram novas fontes de alimentos, a quantidade de impulsos elétricos que passam por hifas aumenta, sugerindo que os fungos podem utilizar esta “linguagem” para se notificarem mutuamente sobre o novo alimento, de acordo com The Guardian.

No novo estudo, Adam Adamatzky, cientista informático do Laboratório de Computação Não Convencional da Universidade do Oeste de Inglaterra, decidiu investigar se estes sinais são análogos à linguagem humana, concentrando-se em quatro tipos de cogumelos.

Para descobrir, inseriu elétrodos em substratos colonizados pelas hifas do cogumelo e mediu a sua atividade elétrica.

“Não sabemos se existe uma relação direta entre os padrões de pico em fungos e a fala humana. Possivelmente não”, explicou Adamatzky.

“Por outro lado, existem muitas semelhanças no processamento de informação em substratos vivos de diferentes classes, famílias e espécies. Estava apenas curioso para comparar”, admite o especialista.

O estudo descobriu que o vocabulário dos cogumelos tinha até 50 palavras, embora nenhum deles utilizasse mais de 15 a 20 frequentemente.

A distribuição destas “palavras fúngicas” é semelhante à da língua humana, com a espécie Schizophyllum commune a criar as “frases” mais complicadas de todas.

“Há também outra opção — eles não dizem nada“, realçou Adamatzky. “As pontas de micélio propagadoras são carregadas eletricamente e, portanto, quando as pontas carregadas passam num par de elétrodos diferentes, é registado um pico”.

Embora as conclusões sejam intrigantes, é melhor permanecer cético antes de considerar se devemos ter dicionários dedicados à língua “Fungus”.

Afinal de contas, tal como uma viagem de cogumelos mágicos, é possível que tudo esteja na nossa imaginação…

Alguns especialistas não estão convencidos de que os picos gravados representem um tipo de comunicação fúngica, uma vez que o comportamento pulsante foi anteriormente registado durante a movimentação de nutrientes por fungos. Isto poderia explicar os picos observados no último estudo.

“Embora interessante, a interpretação como linguagem parece um pouco exagerada, e exigiria muito mais investigação e testes de hipóteses críticas antes de vermos ‘Fungos’ no Google Tradutor“, conclui Dan Bebber, professor de Ecologia no Departamento de Biociências da Universidade de Exeter.

https://zap.aeiou.pt/cogumelos-podem-falar-entre-si-e-usar-mais-de-50-palavras-472761


Um tsunami gigante no Atacama levou os humanos a fugir da costa durante 1000 anos !


O trauma de um sismo com magnitude de 9.5 na escala de Richter e o seu consequente tsunami foi tanto que as comunidades humanas que viviam perto da costa do Chile mudaram-se para o interior durante 1000 anos.

Hoje em dia, há uma tendência generalizada para a população se concentrar em zonas urbanas no litoral, mas esta nem sempre foi a realidade.

Há 3800 anos, um enorme sismo com uma magnitude de 9.5 na escala de Richter causou um tsunami gigantesco que inundou o norte do Chile — e os humanos ficaram tão assustados que evitaram viver na costa na região durante 1000 anos.

A revelação partiu de um novo estudo publicado na Science Advances, que analisou depósitos de sedimentos e amostras de rochas marinhas, conchas e vida marinha que foram arrastadas pelas ondas para as partes mais altas do deserto de Atacama.

“Encontramos provas de sedimentos marinhos de muitas espécies que estariam a viver calmamente no mar antes de serem atiradas para a terra. E descobri-mo-las em sítios tão altos e afastados da costa que não poderiam ter sido levadas para lá por uma tempestade”, revela James Goff, geólogo e especialista em tsunamis.

A região do deserto de Atacama é particularmente propícia a sismos enormes devido à sua proximidade com a convergência entre as placas tectónicas de Nasca e da Sul-Americana, revela o Science Alert.

Os investigadores usaram a datação por radiocarbono para estimarem a idade dos depósitos no litoral, que se estendem ao longo de 600 quilómetros na costa chilena.

Os dados sobre vários depósitos apontam para a existência de um “evento tectónico que pode ter levantado depósitos no litoral ao longo da região de estudo” que terá “criado uma disrupção social a nível regional“, escrevem os autores.

Na altura deste enorme sismo, a população da zona vivia em comunidades de caçador-colector e as provas arqueológicas mostram que o tsunami destruiu duas vezes as suas estruturas de pedra.

O trauma não se limitou aos poucos que tiveram a sorte de sobreviver, já que as provas mostram que a zona costeira ficou desabitada durante 1000 anos, apesar do peixe continuar a ser a principal fonte de alimentação da população.

As comunidades preferiam deslocar-se regularmente à costa para pescar e voltar para o interior do que viver perto do mar. Com o passar do tempo, a população começou a esquecer o impacto do tsunami e a regressar ao litoral. Antes deste tsunami, os humanos viveram na zona costeira durante 10 000 anos.

“A população local ficou sem nada. O nosso trabalho arqueológico descobriu que houve uma enorme convulsão social com as comunidades s mudarem-se para o interior e além do alcance dos tsunamis”, revela Goff.

Para além de preencher algumas das lacunas no nosso conhecimento histórico deste evento — que foi equivalente ao sismo mais poderoso que a Humanidade já sentiu — esta pesquisa serve ainda como um aviso sobre os riscos que um possível sismo semelhante no futuro pode trazer.

“Apesar de isto ter tido um grande impacto no Chile, as ilhas no sul do pacífico também ficaram desabitadas quando sofreram com o tsunami há 3800 anos. Mas estão populadas agora e muitas são destinos turísticos popular, por isso se um evento destes ocorrer, as consequências seriam catastróficas a não ser que possamos aprender destas conclusões”, alerta Goff.

https://zap.aeiou.pt/tsunami-atacama-humanos-costa-1000-473038


Uma deficiência de vitamina pode ter mudado o curso da história da Antártida !

Da esquerda para a direita: Frank Wild, Ernest Shackleton, Eric Marshall e Jameson Adams
Ernest Shackleton terá sofrido de beribéri, uma doença causada pela deficiência de vitamina B1, que poderá ter mudado o curso da história da Antártida.

Como parte da Expedição Discovery, em novembro de 1902, às regiões antárticas, Ernest Shackleton, Robert Falcon Scott e Edward Wilson exploraram a plataforma de gelo Ross.

Em janeiro de 1903, o trio movia-se para norte em direção ao mar aberto, onde esperava lá um navio por eles. Falcon Scott e Wilson puxavam o trenó e, ao seu lado Shackleton tentava acompanhar o ritmo nos seus esquis.

Wilson, o médico da expedição, notou no seu diário que Shackleton sofria de falta de ar e, devido à fraqueza que sentia, não conseguia puxar o trenó.

Segundo um novo estudo, Shackleton sofria de beribéri, uma deficiência nutricional causada pela falta de vitamina B1, resultando em fraqueza muscular, problemas gastrointestinais e dificuldades respiratórias.

“Ele era, obviamente, um personagem tremendo, em muitos aspetos, fisicamente muito poderoso”, disse o anestesista Ian Calder, citado pelo Atlas Obscura. “O que me intrigou foi que ele parecia sempre estar a desmaiar”.

Apesar dos seus incríveis feitos no continente, as notas da expedição salientavam que Shackleton sentia uma ocasional incapacidade de pôr-se a pé sozinho.

A sua morte prematura foi atribuída a problemas cardíacos devido a ser um fumador ávido há várias décadas. Um estudo publicado na revista Journal of the Royal Society of Medicine, em 2016, apresentou evidências de que Shackleton tinha arritmias recorrentes.

Mas agora, num novo estudo publicado no Journal of Medical Biography, o autor principal, Paul Firth, sugere que beribéri terá sido a doença misteriosa que levou à morte do explorador e que poderá ter mudado o curso da história do continente.

Depois do incidente na plataforma de gelo Ross, Shackleton foi considerado inapto para continuar a participar com a Expedição Discovery.

Foi então Shackleton voltou para Londres e angariou dinheiro para fazer a sua própria expedição.

“Na sua segunda expedição, no Nimrod, ele partiu para o Polo Sul e por pouco não conseguiu chegar lá, mas foi aí que ele ficou famoso”, explicou Firth. “Foi a deficiência de vitamina B1 que o iniciou no seu caminho como explorador independente. Se ele não tivesse beribéri não teria feito o seu próprio caminho, como líder”.

Ao examinar os registos médicos da exploração polar, Firth encontrou casos diagnosticados de beribéri em expedições posteriores. Wilson escreveu “beribéri” nas suas anotações, mas nunca fez esse diagnóstico oficial.

“O beribéri estava predominantemente no Extremo Oriente e no Sudeste Asiático. Então, quando apareceu na Antártida, o que eles reconheceram foi escorbuto, porque eram europeus. Eles não reconheceram que era beribéri porque estavam a pensar como europeus”, sublinha Firth.

Nem todos concordam, no entanto.

“O difícil de explicar é porque é que Shackleton foi mais afetado do que Scott ou Wilson, que estavam com ele. Eles estavam basicamente a comer a mesma dieta”, disse o geógrafo histórico Ed Armston-Sheret.

Apesar das conclusões deste novo estudo, é provável que o mistério da saúde de Shackleton perdure.

Em 1914, o explorador anglo-irlandês embarcou no navio Endurance para a sua terceira viagem à Antártida e planeava atravessar a região via Polo Sul.

Contudo, em 1915, o barco encalhou e afundou-se ao fim de dez meses, ao ser esmagado pelo gelo.

A expedição tornou-se lendária por causa das condições de sobrevivência da tripulação — ao todo eram 28 elementos e todos sobreviveram —, que acampou por meses no gelo antes deste derreter. Ernest Shackleton e seus companheiros partiram em pequenas embarcações para a ilha Elefante, ao largo da Península Antártida.

Da ilha, o explorador e a sua equipa fizeram uma viagem traiçoeira de 1.300 quilómetros até à ilha de Geórgia do Sul, com o barco “James Caird”, tendo chegado ao seu destino 16 dias depois, corria o ano de 1916.

https://zap.aeiou.pt/deficiencia-vitamina-historia-antartida-473417


Afinal, o que é o tempo ?


O tempo é assim uma noção tão segura? É relativo? É possível viajar no tempo? Pode ser revertido? Várias perguntas, várias respostas.

Não, não vamos elaborar teorias sobre a expressão muito conhecida: “O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem; o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem”.

Paul Sutter, que nem deve conhecer esta frase, elaborou um artigo no Live Science sobre o que é realmente o tempo. A noção de tempo será sempre a mesma, constante? Nunca muda?

Paul tenta desde logo responder à pergunta comum: o tempo é relativo?

Começa por se ler que “o tempo é a progressão aparente dos eventos do passado para o futuro” e que há muitas experiências comuns relacionadas com o tempo: as causas levam naturalmente aos efeitos, lembramos o passado, mas não o futuro, e a evolução do tempo “parece ser contínua e irreversível”.

Mas Albert Einstein defendia que a experiência do fluxo do tempo é relativa, depende do observador e da situação. Isto choca com a ideia de Isaac Newton, do “relógio mestre” que mantinha o tempo sincronizado em todo o universo.

Einstein, o homem da “dilatação do tempo”, da teoria da relatividade geral, escreveu sobre a relatividade especial: os relógios em movimento funcionam lentamente; quanto mais rápido nos movemos no espaço, mais lentamente progredimos no tempo; quanto mais perto estivermos da velocidade da luz, maior será esse efeito.

E indicou que relógios atómicos em elevações diferentes medem o tempo em ritmos diferentes. Ainda há menos de dois meses, cientistas mostraram que dois relógios atómicos separados por um milímetro medem tempos diferentes. Terá sido a medição mais exacta de sempre, em relação à tal dilatação do tempo.

Segunda pergunta: é possível viajar no tempo?

A relatividade mostra que “saltar no tempo é perfeitamente aceitável”. E recordamos um cenário já equacionado várias vezes: entre dois irmãos gémeos, se um estiver a viajar no Espaço próximo da velocidade da Luz, vai ficar mais jovem do que o seu irmão gémeo que ficou na Terra.

No entanto, uma viagem ao passado parece ser impossível. Todas as experiências, todas as observações realizadas até agora, apontam para essa “proibição” de viajar no tempo. Não há qualquer mecanismo conhecido na Física que permita viajar para o passado.

Ainda faltam explicações mais concretas – e consensuais – para esta impossibilidade de viajar no tempo.

Terceira e última questão: o tempo pode ser revertido?

Exemplo: vemos um vídeo que mostra uma bola a subir e a cair no solo. Estamos a ver o vídeo na ordem correcta ou na ordem inversa? Não sabemos. A maioria das leis e equações utilizadas pelos físicos é simétrica no tempo, pode ser revertida.

Mas depois surge o conceito de entropia, uma espécie de medida da desordem do sistema, que parece respeitar um fluxo de tempo. A segunda lei da termodinâmica revela que a entropia aumenta sempre num sistema fechado – e essa evolução não pode ser revertida.

https://zap.aeiou.pt/o-que-e-o-tempo-473352


Desejos durante a gravidez: Cientistas parecem ter descoberto a origem !


Cientistas acreditam que as células neuronais e a sua alteração seriam responsáveis pelos desejos, uma vez que a ansiedade alimentar, típica durante a gravidez, desapareceu depois de a sua atividade ter sido bloqueada.

É um comportamento que muitos suspeitam ser mentira – vulgo, pais que têm de correr para a bomba de gasolina mais próxima a meio da noite – e cujas consequências são há muito questionadas.

Os desejos que as mulheres sentem durante a gravidez intrigam os cientistas, que tentam perceber a sua origem, de forma a a assegurar que o período de gestação ocorre da forma mais segura possível.

Através de testes feitos em ratos de laboratórios grávidos, uma equipa descobriu que também eles sentem desejos quando estão grávidos sendo possível identificar mudanças cerebrais nas áreas que são ativadas pelos seus gostos pessoas, assim como sistemas sensoriais e motores.

Dentro da chamada via mesolímbica, responsável pela administração de dopamina e pela recompensa do cérebro pelas suas ações, os investigadores identificaram níveis mais elevados de dopamina e aumento da atividade numa região chamada núcleo accumbens, parte do sistema de recompensa do cérebro.
 
“Esta descoberta sugere que a gravidez induz uma reorganização completa dos circuitos neurais mesolímbicos através dos neurónios D2R”, explica a neurobióloga Roberta HaddadTóvolli do Instituto de Investigação Biomédica Pi i Sunyer de Agosto em Espanha. “As células neuronais – e a sua alteração – seriam responsáveis pelos desejos, uma vez que a ansiedade alimentar, típica durante a gravidez, desapareceu depois de a sua atividade ter sido bloqueada“.

Ao passo que este estudo analisa especificamente os ratos, o cérebro do rato e o cérebro humano têm muito em comum para que os cientistas possam transpôr as conclusões para as mulheres, quando estas necessitam de um gelado, chocolate, ou qualquer outro alimento.

Pensa-se que os desejos apoiam o crescimento embrionário de várias formas, no entanto, existem também problemas potenciais, como a ingestão de alimentos ricos em calorias com potenciais desvantagens para os bebés e as mães. Posteriormente, os investigadores continuaram a estudar os ratos que autorizados a satisfazer os seus desejos por alimentos doces, notando diferenças no metabolismo e circuito neural deste grupo.

“Estes resultados são chocantes… Muitos dos estudos anteriores nesta área estão centrados na análise de como os hábitos permanentes da mãe, tais como obesidade, desnutrição ou stress crónico, impactam a saúde do bebé”, reflete o neurobiólogo Marc Claret da Universidade de Barcelona, em Espanha. “No entanto, este estudo indica que comportamentos curtos mas recorrentes, tais como desejos, são suficientes para aumentar a vulnerabilidade psicológica e metabólica dos filhos”.

Nos testes de acompanhamento, os investigadores identificaram potenciais problemas com o aumento de peso, ansiedade e distúrbios alimentares. Agora, resta ver como tal condição se traduz em seres humanos, mas os sinais não são bons.

A equipa responsável pelo estudo espera que a investigação possa contribuir para orientações nutricionais para as grávidas, assegurando que mesmo que os desejos alimentares sejam satisfeitos esporadicamente, não afetando a saúde da mãe e do bebé. “Há muitos mitos e crenças populares sobre estes desejos, embora os mecanismos neuronais que os provocam não sejam amplamente conhecidos”, conclui Claret.

https://zap.aeiou.pt/os-cientistas-parecem-finalmente-ter-descoberto-a-origem-dos-desejos-das-mulheres-nas-gravidezes-472767


Partículas de plástico encontradas pela primeira vez em pulmões de humanos vivos !

Um novo estudo revelou, pela primeira vez, microplásticos em tecido pulmonar vivo. Os cientistas revelam que estas partículas podem ter efeitos tóxicos sobre as células pulmonares humanas.

Nos últimos dez anos, vários estudos encontraram poluição plástica em alguns lugares inesperados, do Ártico até à Antártida, com a montanha mais alta do mundo pelo meio.

De acordo com o New Atlas, recentemente alguns cientistas focaram-se na pesquisa de poluição plástica no corpo humano — que também continua a surpreender e a alarmar com o omnipresença de partículas de plástico.

Um novo estudo, publicado este mês na Science of the Total Environment, revelou pela primeira vez microplásticos em tecido pulmonar vivo, e os cientistas procuram agora explorar exatamente o que isso significa para a saúde respiratória.


A poluição com sacos e garrafas de plástico é um problema ambiental, mas parte da preocupação em torno dos perigos dos plásticos para a saúde humana está ligada à sua tendência para se decomporem em pequenos fragmentos.

Estes micro e nanoplásticos, que podem medir tão pouco como 0,0001mm no caso destes últimos, são muito difíceis de identificar. E os novos estudos começaram a mostrar que estão claramente a entrar no corpo humano.

Um estudo de 2020, que examinou os tecidos dos pulmões, fígado, baço e rins, encontrou plásticos em todas as amostras estudadas.

Outro estudo, publicado em 2018, encontrou microplásticos em amostras de fezes humanas recolhidas de todo o mundo. Mas este novo estudo detetou partículas de plástico na corrente sanguínea pela primeira vez.

Os cientistas da Universidade de Hull, que lideraram o estudo, procuraram basear-se em trabalhos anteriores que identificaram microplásticos em tecido pulmonar, através da recolha de tecido durante procedimentos cirúrgicos em pacientes vivos.

A análise revelou plásticos em 11 das 13 amostras estudadas, e detetou 12 tipos diferentes, incluindo os tipicamente utilizados em embalagens, garrafas e vestuário. As amostras masculinas apresentavam níveis significativamente mais elevados de microplásticos do que as amostras femininas.

Mas o que realmente surpreendeu os cientistas foi o local onde estes plásticos estavam a aparecer, com mais de metade encontrada na parte inferior do pulmão.

“Não esperávamos encontrar o maior número de partículas nas regiões mais baixas dos pulmões, ou partículas dos tamanhos que encontrámos”, diz Laura Sadofsky, autora principal .

“Os microplásticos foram antes encontrados em amostras de cadáveres humanos para autópsia. Este é o primeiro estudo sólido a mostrar microplásticos em pulmões de pessoas vivas“, acrescenta a investigadora. “As vias respiratórias são muito estreitas, ninguém pensou que pudessem lá chegar, mas é evidente que sim.

“Isto é surpreendente, uma vez que as vias respiratórias são mais pequenas nas partes mais baixas dos pulmões e teríamos esperado que partículas destes tamanhos fossem filtradas ou aprisionadas antes de chegarmos às profundezas dos pulmões”, explica Sadofsky.

Os cientistas consideram que partículas de plástico transportadas pelo ar entre 1 nanómetro e 20 micrómetros são respiráveis, e este estudo fornece ainda mais provas de que a inalação lhes oferece uma via direta para o corpo humano.

Experiências de laboratório demonstraram que os microplásticos podem alterar a forma das células pulmonares humanas, e ter efeitos tóxicos sobre as células de forma geral.

A caracterização dos tipos e níveis de microplásticos encontrados pode agora criar condições para a realização de novos estudos em laboratório com o objetivo de determinar o impacto na saúde da presença de microplásticos no corpo humano.

https://zap.aeiou.pt/particulas-de-plastico-encontradas-nos-pulmoes-de-humanos-vivos-472300


A Lua tem duas faces muito distintas e há uma nova explicação !


As diferenças entre os dois lados da Lua são abismais. Do lado de lá, o nosso satélite é muito diferente do que vemos a partir do nosso planeta.

Foi por esse motivo que uma equipa de cientistas da Universidade de Brown, no Reino Unido, usou modelos de simulação computadorizados para replicar um impacto ocorrido há milhões de anos e que deu origem ao South Pole-Aitken (SPA), alterando a estrutura base da Lua.

Segundo o Tech Explorist, o impacto terá criado uma pluma de calor que levou elementos químicos específicos para o lado visível da Lua, mantendo o outro lado intacto.

“Acreditamos que isso contribuiu para o derreter do manto que produziu os fluxos de lava que vemos à superfície”, explicou Matt Jones, autor principal do artigo científico publicado este mês na Science Advances.

A hipótese pode também ajudar a explicar o motivo pelo qual muitas regiões no lado próximo da Lua contêm químicos como potássio ou fósforo e outros elementos raros que, em conjunto, são apelidados de Procellarum KREEP terrane (PKT), que não estão presentes no lado mais longínquo, 

Segundo os cientistas, pode haver uma ligação entre os PKT e os fluxos de lava. No entanto, ainda não é claro porque é que esse conjunto de elementos se concentrou no lado mais próximo.

“Como se formam os PKT é indiscutivelmente uma das maiores questões em aberto na ciência lunar. O impacto do South Pole-Aitken é um dos eventos mais significativos da História lunar. Este trabalho junta estas duas coisas e julgo que os nossos resultados são entusiasmantes”, referiu Jones.

https://zap.aeiou.pt/a-lua-tem-duas-faces-muito-distintas-472741


Relatório desclassificado revela que objeto interestelar atingiu a Terra em 2014 !


A bola de fogo que passou pelos céus de Papua-Nova Guiné em 2014 foi na realidade um objeto de outro sistema estelar, de acordo com dados recentes, revelados pelo Comando Espacial dos EUA (USSC).

O objeto, um pequeno meteorito com apenas 0,45 metros de diâmetro, bateu na atmosfera terrestre a 8 de janeiro de 2014, depois de viajar no espaço a mais de 210.000 km/h, segundo a Live Science.

A velocidade excedeu bastante a velocidade média dos meteoros que orbitam dentro do sistema solar, de acordo com um estudo de 2019 do objeto, pré-publicado no arXiv, uma plataforma de pré-impressão.

O estudo argumentou que a velocidade do meteoro pequeno, juntamente com a trajetória da sua órbita, comprova — com 99% de certeza — que o objeto vinha de outro sistema solar.

Segundo os autores, é possível que tenha vindo “do interior de um sistema planetário ou de uma estrela no disco grosso da galáxia da Via Láctea”.
 
Mas apesar da sua “quase certeza”, o estudo da equipa nunca foi revisto ou publicado numa revista científica, porque alguns dos dados necessários para confirmar os seus cálculos foram considerados confidenciais pelo governo dos EUA.

Agora, os cientistas do USSC confirmaram oficialmente as conclusões da equipa. Numa declaração a 1 de março e publicação no Twitter a 6 de abril, o tenente-general John E. Shaw, comandante adjunto do USSC, escreveu que a análise de 2019 da bola de fogo era “suficientemente precisa para confirmar uma trajetória interestelar”.

Esta confirmação faz do meteoro de 2014 o primeiro objeto interestelar alguma vez detetado no nosso sistema solar, acrescentou a declaração.

A descoberta do objeto é anterior à do misterioso Oumuamua — detetado em 2017 pelo observatório astronómico Pan-STARSS, no Havai, e agora famoso por também se mover demasiado depressa para ter surgido do nosso sistema solar.

Ao contrário do meteoro de 2014, Oumuamua foi detetado longe da Terra e já está a sair rapidamente do sistema solar, de acordo com a NASA.

O objeto era semelhante a um cometa, mas com características suficientemente estranhas para desafiar essa classificação. Embora tivesse uma superfície rugosa, alguns cientistas sustentam que possa ser tecnologia alienígena.

Amir Siraj, astrofísico teórico da Universidade de Harvard e autor principal do estudo de 2019, disse ao Vice que ainda pretende que o estudo original seja publicado, para que a comunidade científica possa retomar a investigação.

Como o meteorito se incendiou sobre o Oceano Pacífico Sul, é possível que estilhaços do objeto tenham caído na água e, desde então, se tenham acumulado no fundo do mar, acrescentou o especialista.

Embora a localização dos fragmentos interestelares possa ser uma tarefa difícil, Siraj sublinhou que já está a consultar peritos sobre a possibilidade de montar uma expedição para os recuperar.

“A possibilidade de obter o primeiro pedaço de material interestelar é suficientemente importante para verificar tudo minuciosamente e falar com todos os peritos mundiais em expedições oceânicas”, conclui Amir Siraj.

https://zap.aeiou.pt/relatorio-desclassificado-revela-que-objeto-interestelar-atingiu-a-terra-em-2014-473035


!A hormona do amor também “acalma” leões agressivos !

O que acontece quando se pulveriza ocitocina no focinho de um grande carnívoro territorial? Um grupo de investigadores têm vindo a experimentar os efeitos da “hormona do amor” nos leões para responder a essa questão.

A ocitocina é uma hormona encontrada na maioria dos animais. Nos seres humanos desempenha um papel fundamental no parto, e tem sido referida informalmente como a “hormona do amor” porque influencia a ligação social, particularmente entre mãe e filho(a).

De acordo com o New Atlas, um grupo de investigadores, que trabalham numa reserva de vida selvagem sul-africana, têm vindo a experimentar os efeitos da hormona do amor nos leões para responder a essa questão. A equipa relatou as suas descobertas num estudo publicado na iScience, em Março deste ano.

Os leões são animais altamente sociais. Podem ser profundamente leais e protetores com os membros da sua família, mas também podem ser incrivelmente territoriais e agressivos para com outros grupos de leões.
 
“A nossa pesquisa anterior sobre leões selvagens no Serengeti mostrou que o complexo sistema social dos leões deriva de um forte sentido de ‘nós contra eles’“, explicou o co-autor do estudo Craig Packer à Newsweek.

“As suas relações sociais incrivelmente estreitas são em grande parte impulsionadas pelos perigos colocados pelos grupos vizinhos — o grupo maior ganha e os companheiros de grupo trabalham em conjunto para repelir estranhos dos seus territórios”.

Deste modo, o objetivo da nova investigação era explorar se a ocitocina pode ser utilizada para influenciar os comportamentos sociais dos animais, e talvez, em última análise, integrar melhor os leões num grupo pré-existente.

Para o fazer, os investigadores precisavam primeiro de encontrar uma forma de administrar a ocitocina em segurança.

De acordo com Jessica Burkhart, autora principal do estudo, o truque era encher um pequeno frasco pulverizador com a hormona do amor e atrair os animais com carne crua. E enquanto os leões estavam distraídos, a ocitocina era pulverizada pelo nariz para que a hormona pudesse rapidamente ter efeito no cérebro dos animais.

“Ao pulverizar a ocitocina diretamente pelo nariz, sabemos que ela pode subir pelo nervo trigémeo e pelo nervo olfativo diretamente para o cérebro”, explica Burkhart. “Caso contrário, a barreira hematoencefálica poderia filtrá-la para fora”.

O teste que os investigadores utilizaram para medir o efeito da ocitocina foi a introdução de um objetivo de jogo e o rastreio do quão perto um leão brincava com esse objeto, permitia que outros leões o fizessem.

Geralmente os animais mantêm-se bem afastados dos outros quando brincam com objetos mas sob a influência da ocitocina os leões reduzem significativamente a sua proximidade dos outros.

“Após os leões terem sido tratados com ocitocina, e termos-lhes dado o seu brinquedo de abóbora favorito para brincarem, vimos a distância média entre eles cair de cerca de 7 metros sem tratamento para cerca de 3,5 metros após a administração de ocitocina”, explicou Burkhart.

Outra experiência testou as respostas de rugido dos animais quando sob a influência da ocitocina. Os testes de resposta ao rugido são geralmente considerados uma boa indicação de vigilância territorial, permitindo aos potenciais intrusos saberem que devem recuar.

Em comparação com os testes de controlo, os investigadores descobriram que a ocitocina reduziu significativamente as respostas ao rugido dos animais. “Os leões tratados com ocitocina rapidamente se transformaram em animais calmos e revigorados”, explica Burkhart.

“Pode-se ver as suas características suavizarem-se imediatamente, passam de enrugados e agressivos a um comportamento totalmente calmo“, acrescenta a investigadora. “Eles arrefecem totalmente. É espantoso”.

Curiosamente, os investigadores descobriram que a ocitocina teve pouco efeito nos comportamentos possessivos durante uma experiência de resposta alimentar.

Quando um pequeno alimento foi introduzido no grupo, os animais demonstraram comportamentos agressivos competitivos, independentemente da ocitocina. Isto sugere que há certos limites para os comportamentos sociais gerados pela hormona.

Para além de ser uma experiência académica, os investigadores notam que existem implicações no mundo real para estas descobertas.

Em África, os leões precisam frequentemente de deslocalização quando a expansão urbana invade o seu território. Mas a relocalização destes animais pode causar conflitos territoriais com outros grupos.

Será necessária mais investigação para explorar a ocitocina nos leões, mas a esperança é que a hormona possa ser utilizada para ajudar a formar laços sociais quando novos animais são introduzidos em áreas com grupos pré-existentes.

Burkhart adianta ainda que a sua equipa está a investigar o efeito da ocitocina nos leões resgatados do cativeiro à medida que são reintroduzidos em grupos sociais maiores.

“Atualmente estamos a trabalhar na introdução de animais que foram resgatados de circos ou de zonas ultramarinas ou de guerra que agora vivem em santuários”, disse Burkhart.

“A esperança é que isto se traduza na relocalização de animais na natureza, ajudando-os a tornarem-se mais inclinados para o seu novo ambiente social, de modo a ficarem mais curiosos e menos receosos, levando a uma ligação mais bem sucedida”.

https://zap.aeiou.pt/a-hormona-do-amor-tambem-acalma-leoes-agressivos-471239


terça-feira, 26 de abril de 2022

Foi descoberta a galáxia mais distante da Terra e pode ser o lar das estrelas mais antigas do Universo !

A galáxia HD1 tanto pode ser uma galáxia starburst ou como ter nascido de um quasar com um buraco negro supermassivo no seu centro — sendo que qualquer uma das respostas traz consigo mais descobertas impressionantes.

Está a 13.5 mil milhões de anos-luz de distância da Terra e bateu o recorde do objecto astronómico mais longe do nosso planeta alguma vez encontrado.

Numa série de dois estudos publicados na The Astrophysical Journal (aqui) e na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (aqui), os astrónomos relatam a descoberta da galáxia, que foi apelidada HD1.

Para além da sua distância da Terra, outro aspecto que torna esta descoberta notável é a idade da galáxia, que nasceu apenas 330 milhões de anos após o Big Bang, sendo assim uma das primeiras galáxias do Universo.

“As primeiras galáxias formaram-se cerca de 100 milhões de anos depois do Big Bang. Tinham um milionésimo da massa da Via Láctea e eram muito mais densas. Uma forma de pensar sobre elas é como se fossem blocos no projecto de construção das galáxias actuais”, revela o astrofísico Avi Loeb ao Live Science.

A descoberta da HD1 e de uma outra galáxia chamada HD2 surgiu como parte de um projecto dedicado à busca de galáxias que nasceram no início do Universo que reúne investigadores de vários países.

A pesquisa recorreu a quatro telescópios ópticos e de infravermelhos que acumularam 1200 horas de observação entre todos, com os cientistas a notarem que a galáxia é extremamente brilhante quando vista com luzes ultravioletas.

“A cor vermelha da HD1 correspondeu às características esperadas de uma galáxia a 13.5 mil milhões de anos-luz surpreendentemente bem e fez-me arrepiar quando a descobrir”, revela o astrónomo Yuichi Harikane ao Science Alert.

Há ainda muito mistério em torno da HD1, com os cientistas sem ainda saberem se esta é uma galáxia starburst que está ainda num processo intenso e contínuo de formação estelar, ou se resultou de um quasar, com um buraco negro supermassivo no seu centro.

Relativamente à primeira hipótese, inicialmente os cientistas acreditavam que se tratava de uma galáxia starbust normal, até notarem que para produzir tanto brilho, a HD1 teria de estar a criar mais de 100 estrelas por ano. Trocado por miúdos, este valor é 10 vezes maior do que o esperado para uma galáxia no início do Universo.

A resposta a esta questão pode ser simples, caso as estrelas na galáxia não sejam iguais às estrelas modernas, mas antes estrelas da População III — as primeiras estrelas do Universo —, que eram mais brilhantes, mais quentes e tinham uma massa maior do que as estrelas modernas.

“Se assumirmos que as estrelas produzidas na HD1 são da População III, então as suas propriedades podem ser explicadas mais facilmente. De facto, as estrelas da população III são capazes de produzir mais luz UV do que estrelas normais, o que pode clarificar a luminosidade ultravioleta extrema da HD1”, explica o astrónomo e co-autor de um dos estudos, Fabio Pacucci.

Caso a opção do quasar se verifique, o crescimento do buraco negro até um tamanho supermassivo tão cedo após o início do Universo vem desafiar os modelos das formações dos buracos negros e da sua evolução, já que para a produção da luz observada, o buraco teria de ter uma massa 100 vezes maior do que a do Sol.

“Formando-se algumas centenas de milhões de anos depois do Big Bang, um buraco negro na HD1 teria de crescer a um ritmo sem precedentes. Mais uma vez, a natureza parece ser mais criativa do que nós“, remata Avi Loeb.

https://zap.aeiou.pt/galaxia-distante-terra-estrelas-antigas-472369


Micronova, um pequeno mas poderoso novo tipo de explosão estelar !


Há mais formas de as estrelas explodirem do que pensávamos. A micronova é uma pequena mas poderosa explosão estelar que tem muito em comum com as suas maiores homólogas. A diferença é que acontece apenas sobre os pólos das estrelas.

Uma equipa de astrónomos observou um novo tipo de explosão estelar. A micronova, assim batizada, baseia-se num clarão de luz, pequeno e rápido, produzido a partir de uma anã branca.

O IFL Science começa por explicar que as novas e as supernovas de tipo 1a são ambas resultado de interações entre anãs brancas e estrelas companheiras.

As anãs brancas são tão densas que podem extrair material de vizinhos mais difusos. Quando tanto material se acumula sobre uma anã branca, explode como uma supernova. Noutros casos, o material forma uma concha sobre a anã branca, levando a uma explosão mais modesta, mas muito poderosa, onde grandes quantidades de hidrogénio recentemente adquirido se fundem em hélio em algumas semanas.

No entanto, em alguns casos, as anãs brancas com poderosos campos magnéticos “afunilam” o material nos seus pólos, causando uma explosão semelhante a uma nova, mas restrita a pequenas partes da estrela, e, assim, menos enérgica.

“Pela primeira vez, observamos que a fusão de hidrogénio também pode acontecer de forma localizada. O combustível pode ser contido na base dos pólos magnéticos de algumas anãs brancas, de modo a que a fusão só aconteça nestes pólos magnéticos”, elucidou Paul Groot, da Universidade de Radboud, em comunicado.

As conclusões da equipa foram feitas com base em observações usando o Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul, no deserto de Atacama, no Chile. O artigo científico com as descobertas foi publicado na Nature.

https://zap.aeiou.pt/micronova-explosao-estelar-474846

 

Sedimentos do Ártico com 1.2 milhões de anos dão pistas sobre um mistério climático !


Os cientistas continuam sem saber o que aconteceu há 1.2 milhões de anos quando a periodicidade das idades do gelo na Terra mais do que duplicou.

Há cerca de 1.2 milhões de anos, houve uma mudança dramática no clima da Terra, conhecida como a Transição do Pleistoceno Médio. Anteriormente, as idades do gelo aconteciam com uma relativa regularidade, em média a cada 40 mil anos.

Mas depois de um período geológico pequeno, a distância temporal entre cada idade do gelo mais do que duplicou, passando para os 100 mil anos. Há muito que esta mudança súbita intriga os cientistas e um novo estudo publicado na Climate of The Past dá algumas pistas sobre o que a terá precipitado.

Uma das maiores barreiras para que se entenda o que motivou a transição é a falta de dados. Os núcleos dos glaciares árticos mais antigos datam, no máximo, de cerca de 125 mil anos e os núcleos sedimentares mais antigos são praticamente inexistentes, porque as idades do gelo desde desde então destruíram muita da terra exposta e deixaram apenas a base rochosa, escreve o Science Daily.

No entanto, há um sítio no mundo, no nordeste da Rússia, que está acima do círculo ártico e que nunca esteve coberto por glaciares — o lago El’gygytgyn. Foi neste sítio que a professora de geociência Julie Brigham-Grette tentou decifrar este mistério.

Em 2009, a equipa internacional de cientistas foi ao lago para perfurar um buraco de 685 metros até ao núcleo de sedimentos, passando assim pelos vestígios dos últimos 3.6 milhões de anos da história da Terra.

Agora, o grupo de cientistas liderado pelo estudante Kurt Lindberg, pegou numa porção dos sedimentos recolhidos referente à época da Transição do Pleistoceno Médio e procurou indicadores biológicos específicos que podiam ajudar a entender a temperatura e a vegetação na região.

Com estas informações, a equipa conseguiu reconstruir as condições climáticas no ártico nesta fase e fez mais algumas descobertas. Por exemplo, o período interglacial conhecido como MIS 31 é geralmente entendido como tendo sido anormalmente quente, os registos recolhidos no lago mostram apenas um aquecimento moderado.

Outros períodos interglaciares — MIS 21, 27 e 29 — foram tão ou mais quentes do que o MIS 31. A pesquisa descobriu ainda uma tendência a longo prazo do clima de ficar mais seco neste período.

https://zap.aeiou.pt/sedimentos-pistas-misterio-climatico-471928

 

Descobertas ondas misteriosas de vórtice no Sol - Mas ainda não há explicação !

Impressão artística do padrão das ondas de vórtice encontradas no Sol

Um novo tipo de onda acústica de alta frequência foi descoberta a propagar-se no Sol, e parece estar a desafiar as expectativas.

As ondas aparecem na superfície do Sol como um padrão de vórtices rodopiantes, movendo-se contra a rotação do Sol, segundo a Science Alert.

O problema é que estas ondas de alta frequência parecem estar a mover-se três vezes mais depressa do que o previsto pela teoria — e os físicos solares têm sido incapazes de determinar porquê.

A descoberta, dizem, sugere que há uma nova física solar a ser descoberta, bem como uma nova visão das propriedades internas e da actividade do Sol.

Embora não possamos ver realmente o interior do Sol, as estrelas são notáveis na medida em que os seus processos internos podem muitas vezes ser inferidos com base na atividade superficial.
 
Em particular, as ondas acústicas podem dizer-nos muita coisa. São geradas perto da superfície, e são depois refletidas, parcial ou totalmente, para o interior, onde ressoam, criando oscilações acústicas. Os cientistas solares estudam estas oscilações para compreenderem melhor o interior do Sol.

Uma equipa de cientistas liderada pelo físico solar Chris Hanson, da Universidade de Nova Iorque em Abu Dhabi, estudou e analisou os dados, utilizando 24 anos de observações do Global Oscillation Network Group com base no solo, e 10 anos de observações do Helioseismic and Magnetic Imager, com base no espaço.

A equipa de investigação encontrou um sinal bastante consistente, que a análise revela como seno a presença de ondas nunca antes vistas.

Estas formaram um padrão de vórtices na superfície do Sol, com uma anti-simetria entre os polos norte e sul, movendo-se no sentido contrário à rotação solar.

Contudo, o facto de estas ondas estarem a mover-se três vezes mais depressa do que o esperado constitui um enigma. A equipa explorou uma série de possibilidades para o que estava a acontecer.

Primeiro, a força de Coriolis — a forma como o equador de um objeto esférico rotativo se move mais rapidamente do que os seus polos — estimula ondas de vorticidade, como sabemos que pode acontecer aqui na Terra.

Depois, há três mecanismos que podem afetar e modificar as ondas: o magnetismo, a gravidade, ou a convecção. No entanto, nenhum deles poderia ser responsável pelos dados observados, segundo o estudo publicado a 24 de março na Nature Astronomy.

“Se as ondas retrógradas de alta frequência pudessem ser atribuídas a qualquer um destes três processos, então a descoberta teria respondido a algumas perguntas em aberto que ainda temos sobre o Sol”, nota Hanson.

“Contudo, estas novas ondas não parecem ser o resultado destes processos, e isso é entusiasmante porque leva a todo um novo conjunto de perguntas”, acrescenta ainda.

Segundo os investigadores, há informação em falta ou bastante limitada nos nossos modelos do Sol, e a resolução deste mistério poderia ajudar a complementar.

Também tem relevância um pouco mais perto de casa. Os cientistas encontraram ondas de alta frequência no oceano, propagando-se até quatro vezes mais alto do que o previsto pela teoria, algo que se têm revelado difícil de explicar. O estudo conjunto dos dois fenómenos poderia ajudar a desvendar o mistério por detrás deles.

“A própria existência de modos retrógrados de alta frequência e a sua origem é um verdadeiro mistério e pode remeter para uma física empolgante”, comenta o físico Shravan Hanasoge, da Universidade de Nova Iorque, Abu Dhabi.

“Tem o potencial de compreender melhor o interior do Sol, que de outra forma não seria possível”, acrescenta Hanasoge.

https://zap.aeiou.pt/descobertas-ondas-misteriosas-de-vortice-no-sol-mas-ainda-nao-ha-explicacao-471391


Já há teorias para o “extraterrestre” que deu à costa na Austrália


Uma criatura estranha deu à costa na Austrália, com um corpo inchado e uma pele que mais parecia descolorada. Não se assemelhava a nenhum animal conhecido.

O corpo desconhecido mais parecia um mito que realidade. Embora ainda não se saiba ao certo o que é a criatura, alguns especialistas partilharam as suas ideias.

Alex Tan, de Queensland, na Austrália, estava a passear pela praia de Maroochydore quando se deparou com algo caricato, segundo a Live Science.

Ligou a câmara do telemóvel e começou a gravar para o Instagram, enquanto relatava o que estava a observar. “Tropecei em algo estranho. Isto é como uma daquelas coisas que se vê onde as pessoas afirmam ter encontrado extraterrestres”.

A câmara afasta-se rapidamente do rosto de Tan para revelar a criatura sem pele na cabeça, inchada, com garras, uma cauda longa e um crânio exposto.

Nos comentários do vídeo, os utilizadores especulam que a criatura possa ser qualquer coisa, desde um gambá (como Tan sugere), a um canguru desidratado, e claro, a um extraterrestre. Existem pessoas a acreditar que possa mesmo ser uma “mini-Chupacabra” ou um “marsupial extinto”.

Apesar de ter mencionado extraterrestres no vídeo original, Tan não parece acreditar que a criatura tenha essa origem.

“As pessoas precisam de respostas. Continuo a supor que é um gambá — a minha aposta continua de pé para qualquer perito poder provar que estou errado”, escreveu Tan, depois de ter publicado o vídeo.

Tan, em entrevista à Storyful, disse que o animal tinha “mãos semelhantes às humanas, uma cauda de lagarto, nariz como um gambá, e manchas de pele preta”. Mas, até agora, não houve consenso quanto à classificação da criatura.

Russell Bicknell, biólogo marinho da Universidade de New England na Austrália, afirmou que pensa que se trata de um canguru. Seja o que for, sublinhou o especialista, está “muito encharcado”, e provavelmente foi arrastado para o mar durante as recentes inundações na área.

“Eu diria que é um gambá Brushtail, Trichosurus vulpecula, que perdeu toda a sua pele”, realçou Sandy Inglesbly, do Museu Australiano.

Inglesbly sugere que o crânio “certamente” corresponde ao de um Brushtail, bem como as proporções dos membros e da cauda para o corpo.

No entanto, esta não é a primeira nem a última vez que uma criatura não identificável ou de aspeto bizarro é encontrada em terra.

Em 2013, uma lula gigante de 9 metros de comprimento foi arrastada para uma praia espanhola, sendo que em 2020 apareceu uma ainda maior na África do Sul.

Biólogos marinhos identificaram as criaturas como Architeuthis dux, o maior invertebrado marinho do planeta.

Em maio de 2021, apareceu numa praia da Califórnia um peixe negro com dentes pontiagudos e um apêndice a sair da cabeça. O animal foi mais tarde identificado como um peixe-balfa do Pacífico.

E em 2015, um “monstro marinho” em decomposição, com quase 5 metros de comprimento, deu à costa no Maine, e foi identificado como um tubarão-frade.

Em todos os casos, a criatura desconhecida é sempre identificada. Resta ver o que é a descoberta de Tan, mas todas as provas apontam para “não extraterrestre”, apesar do quão bizarra a criatura possa parecer.

https://zap.aeiou.pt/ja-ha-teorias-para-o-extraterrestre-que-deu-a-costa-na-australia-471920


domingo, 24 de abril de 2022

“Empáticos negros”: Há narcisistas e psicopatas que sentem empatia mas continuam a ser perigosos !


Os investigadores têm estudado a possibilidade de haver psicopatas com empatia, algo que à primeira vista parece paradoxal. Este grupo pode ser mais perigoso por usar a sua empatia para manipular os outros.

As pessoas com “traços de personalidade negros”, como a psicopatia ou o narcisismo, têm uma maior probabilidade de serem insensíveis, desagradáveis e antagónicas na sua natureza.

Estes traços existem num contínuo — todos as temos mais ou menos e isto não significa necessariamente que sejamos diagnosticados com distúrbios de personalidade.

Tradicionalmente, as pessoas que têm muitas “características negras” têm défices de empatia, o que potencialmente as torna mais perigosas e agressivas do que o resto de nós.

Mas um estudo publicado na Personality and Individual Differences chegou a uma conclusão que desafia esta ideia ao identificar um grupo de indivíduos com “traços de personalidade negros” que tinham capacidades empáticas acima da média, a quem chamaram “empáticos negros”.

Desde este estudo, os empáticos negros ganharam a reputação de serem os perfis de personalidade mais perigosos. Mas será que isto é verdade?

Os traços de personalidade negros incluem a psicopatia, o maquiavelismo e o narcisismo, chamados coletivamente a “tríade negra“. Mais recentemente, sugeriu-se que o sadismo faz parte deste grupo, culminando numa “tétrade negra”.

A psicopatia caracteriza-se por um charme superficial e insensibilidade. As pessoas com muitos destes traços geralmente têm um estilo de vida errático e comportamentos anti-sociais.

O maquiavelismo deriva dos livros de Niccolò Machiavelli, um autor renascentista, historiador e filósofo que descreveu jogos de poder que envolvem enganos, traições e crimes. Assim, o maquiavelismo refere-se a uma natureza cínica e manipuladora. O narcisismo caracteriza-se por um sentido de superioridade e grandiosidade e o sadismo denota um gosto em se infligir dor a outros.

O puzzle da empatia

A empatia refere-se à capacidade de se partilhar sentimentos, nomeada “empatia afetiva” (se estás triste, também fico triste). Mas também pode ser a capacidade de se entender as mentes de outras pessoas, chamada “empatia cognitiva” (sei o que pensas e porque é que te sentes triste).

Por exemplo, a falta de empatia afetiva é uma marca conhecida da psicopatia usada para explicar o seu comportamento muitas vezes violento. Paradoxalmente, alguns investigadores já reportaram níveis médios ou até mais altos de alguns aspetos da empatia em algumas pessoas com traços de personalidade negros.

Isto faz sentido de certa forma, já que para manipularem alguém para o seu benefício próprio ou para tirarem prazer na dor dos outros, precisam de alguma capacidade para entenderem os sentimentos dos outros

Os empáticos negros

A investigação perguntou a 1000 pessoas para completar questionários sobre a tríade negra e a empatia e usou o método de análise de perfil latente, que permite estabelecer aglomerados de pessoas com perfis diferentes em certas combinações.

Como era de esperar, um grupo tradicional na tríade negra teve notas baixas na empatia — cerca de 13% da amostra. Também foi encontrado um grupo com níveis mais baixos ou médios em todas as características (cerca de 34% eram “típicos”) e um grupo com baixos níveis de traços negros e altos níveis de empatia (cerca de 33% eram “empáticos”).

No entanto, um quarto grupo de pessoas, os “empáticos negros), ficou evidente. Tinham notas altas nas características negras e na empatia (cerca de 20% da amostra). Interessantemente, este grupo teve níveis mais altos na empatia cognitiva e afetiva do que o grupo da “tríade negra” e o grupo “típico”.

Os autores também caracterizaram estes grupos baseados em medidas de agressão, personalidade geral, vulnerabilidade psicológica e bem-estar. Os empáticos negros não eram tão agressivos como grupo tradicional da tríade negra, o que sugere que não são tão perigosos. Mesmo assim, os empáticos negros eram mais agressivos do que os típicos e os empáticos, pelo menos na medida da agressão indireta.

Os empáticos negros também eram mais extrovertidos do que os restantes grupos, um traço que reflete uma tendência a ser-se sociável. Desta forma, a presença da empatia aparenta encorajar um gosto na interação com outras pessoas, mas também pode ser motivada por um desejo de as dominar.

Mais, os empáticos negros tinham níveis um pouco mais altos de neuroticismo, mas mais baixos de depressão, ansiedade e stress, e reportaram julgarem-se mais duramente do que o grupo da tríade negra, o que aponta para a presença de uma consciência e da possibilidade de não gostarem do seu lado negro.

Perigos escondidos

O perigo deste perfil de personalidade é que a sua empatia, e provavelmente as consequentes capacidades sociais, torna o seu lado negro mais difícil de detetar.

A equipa está ainda interessada em estudar mais os empáticos negros, nomeadamente os riscos que assumem, a impulsividade, os comportamentos fisicamente agressivos e como processo emoções ou expressões faciais.

Os autores estão a replicar a investigação num novo estudo que indica que há ainda mais dois perfis para além dos quatro que já foram identificados.

Um é um “grupo emocionalmente internalisado”, com altos níveis de empatia afetiva e empatia cognitiva média. O outro mostra um padrão semelhante aos traços de pessoas com autismo, com empatia cognitiva baixa e empatia afetiva média, na ausência de traços negros elevados.

https://zap.aeiou.pt/empaticos-negros-perigo-471427

 

Cientistas da NASA têm uma nova mensagem para os extraterrestres !


Como podemos comunicar com os extraterrestres? Uma equipa de investigadores internacionais decidiu responder a essa pergunta.

Embora ainda não tenhamos encontrado vida extraterrestre, a procura tem vindo a aumentar, graças a projetos como o Telescópio FAST da China e o James Webb da NASA, de acordo com a Interesting Engineering.

Com isto em mente, uma equipa de investigadores internacionais liderada por Jonathan Jiang, investigador do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, delineou um novo design, para uma mensagem destinada a formas inteligentes de vida extraterrestre.

Num novo estudo, pré-publicado no arXiv.org, a equipa apresenta o design como uma atualização da mensagem interestelar Arecibo, de 1974.

O estudo, intitulado “Beacon in the Galaxy”, é uma introdução básica à matemática, química e biologia, tal como os seres humanos a compreendem.
 
O projeto dos investigadores é inspirado no trabalho desenvolvido na mensagem Arecibo de 1974, uma tentativa de comunicação com extraterrestres, através de uma mensagem de rádio interestelar.

A equipa de Jiang incluiu detalhes como a melhor altura do ano para transmitir a sua mensagem e potenciais alvos, incluindo um denso anel de estrelas perto do centro da galáxia da Via Láctea.

Um detalhe importante que esta mensagem acrescenta é um endereço de retorno, que deve permitir a qualquer recetor localizar com precisão a Terra e enviar de volta a sua própria mensagem.

Esperemos apenas que a mensagem não seja captada por uma espécie inteligente capaz de destruir sistemas solares.

“A motivação para o projeto era fornecer a máxima quantidade de informação sobre a nossa sociedade e a espécie humana, na quantidade mínima de mensagem”, explica Jiang. “Com melhorias na tecnologia digital, podemos fazer muito melhor do que a [mensagem Arecibo] em 1974”.

Qualquer pessoa que tenha visto o filme de ficção científica Arrival, saberá que um dos primeiros pontos importantes após qualquer comunicação com uma espécie extraterrestre é encontrar um linguagem de classe mundial, para ajudar a tentar decifrar a sua língua e permitir a comunicação.
Com base na ideia apresentada nesse filme, os investigadores da NASA propuseram-se a tornar a sua mensagem tão fácil de decifrar quanto possível, para uma hipotética inteligência extraterrestre que não tem qualquer conceito da nossa língua ou dos nossos sistemas numéricos, que evoluíram arbitrariamente devido a influências culturais ao longo da história da humanidade.

Foi por isso que decidiram apresentar a sua mensagem como um bitmap, um meio que utiliza código binário para criar uma imagem pixelizada.

A mensagem do Arecibo de 1974 também utilizou uma imagem bitmap para apresentar a sua mensagem da forma mais simples possível.

“Uma das ideias-chave é que, tendo em conta que a nossa visão evoluiu muitas vezes na Terra, os extraterrestres também terão feito o mesmo”, explica Douglas Vakoch, presidente da METI (Messaging Extraterrestrial Intelligence) International, uma organização sem fins lucrativos dedicada à investigação de como comunicar com outras formas de vida.

A nova mensagem “Beacon in the Galaxy” também é inspirada num projeto semelhante, Cosmic Call, que foi transmitido do telescópio Yevpatoriaradio na Ucrânia, em 2003.

Esta mensagem apresentava um “alfabeto” de bitmap personalizado, que utiliza a transição spin-flip de um átomo de hidrogénio para conotar a ideia de tempo, antes de marcar a data em que a transmissão foi enviada da Terra.

A mensagem composta pela equipa de Jiang também apresenta um esboço de um humano masculino e feminino, assim como um mapa da superfície da Terra e da sua localização na galáxia.

Jian e a sua equipa propõem-se enviar a sua mensagem a partir do Allen Telescope Array, no norte da Califórnia, ou do Five-Hundred-Meter Aperture Spherical Radio Telescope (FAST), na China.

No entanto, ambos teriam de ser equipados com material que lhes permitissem transmitir sinais, uma vez que atualmente só têm capacidade de observar o cosmos.

Se Jonathan Jiang e a sua equipa conseguirem transmitir a sua mensagem, a humanidade enviará outra mensagem para o espaço, na esperança de que os extraterrestres detetem o nosso sinal, embora possa ser daqui a muitos anos.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-da-nasa-tem-uma-nova-mensagem-para-os-extraterrestres-470990


As alterações climáticas estão a apodrecer as múmias mais antigas do mundo !


O clima seco do deserto de Atacama ajudou a preservar as múmias dos Chinchorro durante 7000 anos, mas as alterações climáticas estão a trazer mais humidade para a região e a ameaçar estes exemplares históricos chilenos.

Tipicamente árido e seco, o deserto de Atacama no Chile não está imune ao efeito das alterações climáticas, sendo agora mais húmido. Esta alteração está a levar a que as múmias mais antigas do mundo se estejam a começar a decompor e a ganhar bolor, pondo em causa os esforços de preservação dos cientistas.

As múmias foram criadas pelos membros da cultura Chinchorro, uma comunidade piscatória que viveu de 5000 A.C. até 500 A.C. no Chile e no sul do Peru. O ritual fúnebre envolvia a remoção cuidadosa da pele e dos órgãos, enchendo os corpos com peles animais ou argila, e a adição de perucas, penas e máscaras de argila para adornar os corpos, sendo que alguns eram até pintados.

Os corpos encontrados no deserto de Atacama são os mais antigos do mundo, com a tradição dos Chinchorro a iniciar-se 2000 anos antes dos egípcios também terem começado a mumificar o seus mortos.

A sua preservação deve-se em grande parte ao clima seco do deserto, e apesar de algumas das múmias terem sido levadas para museus, algumas foram deliberadamente enterradas novamente no Atacama pelos arqueólogos, na esperança de diminuírem a sua exposição aos elementos, revela o Gizmodo.
 
Com as alterações climáticas, os cientistas têm notado nos últimos anos que as múmias se têm degradado mais rapidamente, com bolor até a crescer em algumas. Em 2015, um relatório confirmou esta hipótese e nesse mesmo ano choveu mais na região do que em vários anos anteriores juntos.

De acordo com Benardo Arriaza, um especialista na cultura Chinchorro, a deterioração varia com o tipo de múmia e de materiais usados, sublinhando que as que usam tecidos orgânicos são mais afectadas pelas mudanças.

Não se sabe ao certo quantas múmias estão enterradas na região, mas Arriaza acredita que os arqueólogos vão conseguir preservar este pedaço importante da história do Chile com a criação de um novo museu no país.

“Será uma oportunidade incrível para melhorarmos os critérios de conservação, exposição e de gestão das colecções. As múmias têm sido preservadas ao longo de milhares de anos, e vamos fazer tudo para garantirmos a sua preservação”, remata.

https://zap.aeiou.pt/alteracoes-climaticas-apodrecer-mumias-471001


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