sexta-feira, 31 de julho de 2020

Estrela 'morta' revela origem de fenômeno espacial misterioso !

Fenômeno que dura milissegundos foi observado a partir de um magnetar.
 Fenômeno que dura milissegundos foi observado a partir de um magnetar.

Um grupo de astrônomos, ao observar um magnetar — estrela de nêutrons com poderoso campo magnético gerada após a "morte" do corpo celeste —, encontrou algo nunca visto. Além dos já conhecidos raios X, a SGR 1935+2154 emitiu ondas de rádio inéditas, o que trouxe, provavelmente, a confirmação da origem das chamadas rajadas rápidas de rádio (FRB), que intrigam cientistas desde 2007.
O fenômeno misterioso é um pulso de rádio transitório de alta energia. Em abril, uma ocorrência foi identificada pela equipe a cerca de 30 mil anos-luz da Terra, no centro da Via Láctea; entretanto, ele dura milissegundos e dificilmente é visto novamente — o Burst Alert System no telescópio INTEGRAL, pertencente à Agência Espacial Europeia (ESA), foi construído justamente para procurá-lo.

De acordo com Sandro Mereghetti, astrofísico do Instituto Nacional de Astrofísica de Milão, o equipamento é capaz de alertar automaticamente observatórios do mundo todo quanto a novidades do tipo em apenas alguns segundos, e ele foi fundamental para a nova descoberta.

Mistério solucionado

Assim que as novas FRB foram detectadas, "caçadores" que participam do projeto STARE2, nos Estados Unidos, conseguiram confirmar que essas ondas vieram do magnetar em questão e são acompanhadas por explosões que superam em bilhões de vezes a luminosidade do Sol, vistas poucas horas depois.

Brilho de explosão chega a ser bilhões de vezes mais forte que o do Sol.
Brilho de explosão chega a ser bilhões de vezes mais forte que o do Sol.

Mereghetti, líder do estudo, afirma que essa é a primeira vez que uma observação conecta explosões de ondas de rádio a esse tipo de corpo celeste: "É realmente uma grande descoberta e ajuda a focar a origem desses fenômenos misteriosos".
"Ao reunir observações de todo o mundo e do espaço, os cientistas foram capazes de elucidar um mistério de longa data na astronomia", comemora Erik Kuulkers, cientista de projetos da ESA. "Estamos emocionados que o INTEGRAL tenha desempenhado um papel fundamental nisso".

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115406-estrela-morta-revela-origem-de-fenomeno-espacial-misterioso.htm

Vacina australiana contra covid-19 considerada segura após primeiro ensaio clínico !

Uma vacina contra o coronavírus desenvolvida por investigadores australianos apresentou resultados na resposta imunológica de pacientes e foi considerada segura na primeira ronda de ensaios clínicos a que foi sujeita.
Como avançou esta sexta-feira o Correio da Manhã, a vacina Covax-19, desenvolvida por pela Universidade de Flinders, em Adelaide, Austrália, é a primeira a ultrapassar a primeira ronda de testes com sucesso, após ter sido aplicada em 40 voluntários, que não apresentaram efeitos secundários significativos.
“Conseguimos confirmar que a vacina Covax-19 consegue induzir uma resposta imunológica apropriada em humanos”, explicou ao Australian o líder da equipa Nikolai Petrovsky, indicando que a vacina está muito perto de poder ser aplicada em larga escala.
Em setembro, avançará a segunda fase, com a vacina aplicada em 500 pessoas. Petrovsky informou que nessa etapa serão incluídos grupos de risco ou mais vulneráveis. A ideia é que possa ser usada muito em breve nos lares em Victoria, onde os surtos aumentaram.
“Obviamente que a nossa vacina ainda vai ser sujeita a mais testes até ao ensaio clínico final, mas não há razão nenhuma para não incluir idosos dos lares de Victoria na próxima fase de testes, dar-lhes a vacina e, assim, tentar protegê-los. Sabemos que não lhes vai fazer mal, porque é completamente segura”, explicou o investigador.
Petrovsky é fundador da Vaxine, que desenvolveu vacinas para gripe suína e para a gripe das aves. A terceira fase de testes contará com 50 mil pessoas de vários países.

https://zap.aeiou.pt/vacina-covid-19-segura-primeiro-ensaio-clinico-338344

Astrónomos detetam estranho flash ultravioleta após explosão de supernova


Flash ultravioleta da supernova SN2019yvq

Cientistas norte-americanos detetaram um flash ultravioleta pouco comum numa anã branca. Apesar de ainda não saberem o motivo, este clarão de luz pode ajudar a entender mais o fenómeno da matéria escura.
Astrofísicos da Universidade do Noroeste, nos Estados Unidos, detetaram um flash de luz ultravioleta numa anã branca, a SN2019yvq, a cerca de 140 milhões de anos luz de distância.
O fenómeno, que acontece pela segunda vez na história, pode dar aos cientistas pistas importantes sobre o que leva ao desaparecimento destas antigas e deterioradas estrelas. O artigo científico com os resultados foi publicado recentemente no The Astrophysical Journal.
O investigador Adam Miller explicou, citado pelo Science Alert, que este tipo de explosão é comum no Universo, embora a explosão de uma supernova acompanhada de um flash de luz ultravioleta não o seja.
“A maioria das supernovas não é assim tão quente, pelo que não é possível detetar a radiação UV [ultravioleta] muito intensa”, disse. “Algo de anormal aconteceu com esta supernova para criar um fenómeno tão quente.”
Os astrónomos têm procurado um clarão de luz ultravioleta durante vários anos, mas “nunca o encontraram”. “Esta é apenas a segunda vez que um clarão UV é detetado em conjunto com uma supernova”.
A equipa de cientistas ainda desconhece a razão por trás do evento, mas avança quatro hipóteses. A primeira prende-se com o facto de esta anã branca ter-se tornado instável depois de consumir material estelar de uma estrela companheira num sistema binário, fruto de uma colisão de material entre as duas estrelas. O choque poderá ter desencadeado o clarão de luz ultravioleta.
Os astrónomos suspeitam também de que pode ter havido um aumento dramático do calor devido à mistura entre o núcleo interno e as camadas externas da anã branca. A terceira hipótese também está relacionada com o aumento de calor, mas desencadeado pelo hélio, que pode ter feito com que o carbono na estrela entrasse em ignição.
Por último, a equipa sugere que a explosão pode ter ocorrido como resultado de uma fusão de duas anãs brancas. Só o futuro dirá realmente o que aconteceu: “Com a passagem do tempo, o material ejetado pela explosão vai-se mover, e à medida que essa camada fica mais fina, poderemos observar mais fundo.”
Um dos benefícios do estudo da SN2019yvq será tentar desvendar algumas das incógnitas em torno da matéria escura, incluindo a natureza da expansão do Universo.

https://zap.aeiou.pt/flash-ultravioleta-explosao-supernova-337708

Também é verão no hemisfério norte de Saturno !

O senhor dos anéis do Sistema Solar foi fotografado pelo telescópio Hubble a 4 de julho de 2020. A nova imagem de Saturno foi tirada durante o verão no hemisfério norte do planeta.
O telescópio Hubble, da NASA, encontrou uma série de pequenas tempestades atmosféricas no planeta, características transitórias que parecem “ir e vir” em cada observação anual do Hubble.
Desta vez, o telescópio fotografou uma leve névoa avermelhada sobre o hemisfério norte, que pode ser o resultado do aquecimento causado pelo aumento da luz solar, que pode alterar a circulação atmosférica ou remover o gelo dos aerossóis na atmosfera. Outra teoria é que o aumento da luz solar nos meses de verão está a alterar as quantidades de turbidez fotoquímica produzida.
Amy Simon, da NASA, disse que é “surpreendente ver mudanças sazonais em Saturno”. Por contraste, o agora visível pólo Sul tem um tom azul que reflete as mudanças de inverno no hemisfério, adianta o Europa Press.
Os anéis deste planeta, muito visíveis nesta nova imagem, são feitos principalmente de pedaços de gelo, com tamanhos que variam de grãos pequenos a rochas gigantes. Como e quando os anéis se formara continua a ser um dos maiores mistérios do nosso Sistema Solar.
Os cientistas acreditam que os anéis são tão antigos quanto o planeta, com mais de 4 mil milhões de anos, mas como são muito brilhantes, há uma outra teoria a jogo: a de que estes anéis se podem ter formado durante a era dos dinossauros.
Duas das luas geladas deste verdadeiro senhor dos anéis são claramente visíveis nesta fotografia: Mimas à direita e Encélado na parte inferior.
A imagem foi tirada como parte do projeto OPAL (Outer Planets Atmospheres Legacy), que ajuda os cientistas a entender a dinâmica atmosférica e a evolução de planetas gigantes de gás no nosso Sistema Solar. No caso de Saturno, os astrónomos continuam a rastrear mudanças nos padrões climáticos e tempestades.

https://zap.aeiou.pt/verao-hemisferio-norte-saturno-337495

Espermatozóides sem cauda ativa são mais rápidos e muito mais eficientes !

Um espermatozóide humano pode mover-se 70% mais rápido se tiver uma cauda “preguiçosa”. Esta descoberta pode abrir caminho a novos testes de diagnóstico de fertilidade.
Os espermatozóides movem a sua longa cauda para nadar em busca de um óvulo, mas uma cauda ativa pode não ser a chave para o sucesso, de acordo com um novo estudo que pode melhorar os resultados dos tratamentos de fertilidade assistida. O novo artigo científico foi publicado este mês no Human Reproduction.
A equipa multidisciplinar da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, usou simulações matemáticas para analisar o efeito que a cauda inativa tem sobre o movimento geral do espermatozóide e como isso contribui para a velocidade e eficiência da motilidade da célula.
Os resultados mostraram que, em vez de dificultar, a região inativa no final da cauda permite uma “natação” mais rápida e eficiente.
De acordo com o Phys, as simulações mostraram um aumento de 430% na eficiência e um aumento de 70% na velocidade nos espermatozóides com uma região final inativa, em comparação com as células onde a cauda estava totalmente ativa.
“Parece contra-intuitivo que uma região do flagelo que não faz nada possa ter um efeito tão grande na propulsão celular, mas foi exatamente isso que descobrimos. Este efeito teria sido difícil de descobrir sem o uso da matemática numa equipe interdisciplinar”, resumiu a investigadora Cara Neal.
“Este trabalho é fascinante, já que aponta para algo que a medicina e a ciência dos espermatozóides ignoraram totalmente – a peça final de 3 micrométros (da cauda) – e que pode ser a chave para a forma como um espermatozóide bem-sucedido pode alcançar o óvulo”, disse o co-autor Jackson Kirkman-Brown.
“Isto abre a emocionante possibilidade de novos diagnósticos para entender os problemas de fertilidade”, rematou.

https://zap.aeiou.pt/espermatozoides-sem-cauda-rapidos-337507

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Descoberta a primeira fuga de metano no fundo do mar da Antártida e está a escapar para a atmosfera !

Pela primeira vez, os cientistas detetaram uma fuga ativa de metano, um gás de efeito de estufa com um potencial de aquecimento climático 25 vezes maior do que o dióxido de carbono, no fundo do mar da Antártida.
Embora fugas de metano submarinas tenham sido detetadas em todo o mundo anteriormente, os micróbios ajudavam a manter a fuga sob controlo, devorando o gás antes que conseguisse escapar para a atmosfera. Porém, esta fuga na Antártida não parece ser o caso.
Os cientistas descobriram que os micróbios que consomem metano demoraram aproximadamente cinco anos para responder à fuga na Antártida e, mesmo assim, não consumiram o gás completamente.
De acordo com Andrew Thurber, ecologista marinho da Universidade Estadual do Oregon, a fuga subaquática quase certamente fez com que o metano penetrasse na atmosfera nesses cinco anos – um fenómeno que os modelos climáticos atuais não têm em conta ao prever a extensão do aquecimento atmosférico futuro.
“O atraso [no consumo de metano] é a descoberta mais importante”, disse Thurber, em declarações ao jornal britânico The Guardian. “Não são boas notícias.”
O metano é um subproduto de matéria antiga em decomposição, enterrada no fundo do mar ou presa no permafrost polar. A mudança climática já está a fazer com que parte do permafrost derreta, libertando lentamente os vastos stocks de gases de efeito de estufa no subsolo. No entanto, os impactos das fugas subaquáticas de metano ainda são pouco estudados, especialmente na inóspita Antártida, porque são difíceis de encontrar.
De acordo com um comunicado, a fuga recente, localizada a cerca de 10 metros abaixo do mar de Ross, perto da plataforma de gelo Ross – foi descoberta por acaso quando mergulhadores civis nadavam em 2011.
Quando Thurber e os colegas visitaram o local no final do ano, o fundo do mar mostrava sinais reveladores de uma fuga de metano: “mantas” brancas de microrganismos que existem numa relação simbiótica com micróbios consumidores de metano numa linha de mais de 20 metros de comprimento ao longo do fundo do mar.
“Mantas” microbianas brancos podem indicar presença de metano

Uma análise de sedimentos confirmou que o metano estava a escapar do fundo do mar. Quando a equipa voltou ao local, cinco anos depois, apareceram mais micróbios, mas o metano continuou a fluir.
Para Thurber, a descoberta é “incrivelmente preocupante”, já que a maioria dos modelos climáticos conta com bactérias que comem metano para remover esta ameaça subaquática quase imediatamente. Esta resposta microbiana lenta, juntamente com a profundidade rasa da fuga, sugere que quantidades significativas de metano estão a fugir para a atmosfera acima do mar de Ross há anos.
O estudo foi publicado na semana passada na revista científica Proceedings of the Royal Society B.

https://zap.aeiou.pt/primeira-fuga-metano-fundo-do-mar-antartida-337461

Estudo revela os fatores que maior risco de morte têm para os doentes com covid-19

A idade é o fator que mais peso tem na mortalidade por covid-19 e das doenças preexistentes as que mais aumentam o risco de morte são as cardíacas e renais, concluiu um estudo nacional com mais de 20.000 infetados.
O estudo conclui que, depois dos problemas cardíacos e renais, as deficiências imunológicas (por exemplo, o vírus da sida), a doença neurológica e a doença hematológica crónica são os fatores que maior risco de morte têm para os doentes com covid-19. De seguida aparecem a doença hepática, a doença pulmonar, a doença oncológica e a diabetes.
O trabalho foi elaborado por um grupo de investigadores portugueses de sete institutos/departamentos da Faculdade de Medicina (Universidade de Lisboa) e de outras instituições, como o Instituto Ricardo Jorge e a Universidade Católica.
Este primeiro estudo nacional publicado numa revista científica internacional inclui dados — cedidos pela Direção-Geral da Saúde (DGS) – de 20.293 pessoas infetadas com SARS-CoV-2 entre 01 de janeiro e 21 de abril 2020.
“É a primeira vez que a mortalidade por COVID-19 foi modelada em Portugal tendo em conta a publicação oficial numa revista científica internacional revista por pares”, sublinha um dos autores.
A modelação estatística da mortalidade neste estudo usou três modelos. O principal registou uma influência dominante da idade superior a 55 anos no aumento das chances de mortalidade por covid-19, mesmo ajustando para a presença de comorbilidades (doenças que a pessoa já tinha quando ficou infetada).
O primeiro modelo secundário, que analisou apenas os doentes sem comorbilidades, registou igualmente uma influência acentuada da idade superior a 55 anos no aumento das chances de mortalidade por covid-19, e o segundo, específico para cada uma das comorbilidades, ajustando para o sexo e idade, registou que as doenças com maior risco de morte é a cardíaca (com 6,40 de rácio de probabilidades), seguida da renal (4,97).
De qualquer forma, os autores sublinham que os resultados apurados “devem ser interpretados com precaução” pois têm limitações como o facto de serem referentes ao primeiro período de infeção em Portugal, compreendido entre janeiro e abril 2020, “podendo sofrer alterações se entretanto novos dados forem cedidos pela DGS” e não haver dados sobre os sintomas e resultados dos testes laboratoriais.
Apontam ainda como limitações a possibilidade de “existir um sub-relatório de casos com manifestações ligeiras”, a “impossibilidade de ajustar a sequência temporal dos eventos” e a falta de alguns dados.
O estudo foi elaborado por investigadores do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública (IMPSP) da Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa (UL), do Instituto de Saúde Baseada na Evidência (ISBE), do Laboratório de Biomatemática da Faculdade de Medicina, do Católica Research Centre for Psychological, Family and Social Wellbeing, da Universidade Católica Portuguesa, da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, do Cochrane Portugal (Faculdade de Medicina), e da Unidade de Epidemiologia do Instituto de Medicina Preventiva e Saúde Pública (UL), da Clínica Universitária de Estomatologia e do Instituto de Saúde Ambiental (ISAMB), ambos da Faculdade de Medicina.

https://zap.aeiou.pt/fatores-maior-risco-morte-covid-19-338224

Vasos sanguíneos em 3D - O mais pequeno dispositivo de imagem tem as doenças cardíacas na mira

Uma equipa de cientistas da Universidade de Adelaide e da Universidade de Stuttgart utilizou a microimpressão 3D para desenvolver a mais pequena tecnologia flexível do mundo para observar os vasos sanguíneos.
Uma equipa de investigadores australianos e alemães desenvolveu o mais pequeno dispositivo de imagem do mundo, com a espessura de um cabelo humano. Esta invenção é capaz de viajar pelos vasos sanguíneos, analisando em 3D o corpo em resoluções microscópicas.
A nova sonda ótica possui uma pequena lente 3D na lateral, o que lhe permite chegar a locais de difícil acesso no corpo. O artigo científico foi publicado no dia 20 de julho na Light Science & Applications.
Para construir este “endoscópio em miniatura”, os cientistas utilizaram uma fina fibra ótica, com um diâmetro inferior a meio milímetro. A equipa usou também uma técnica de micro-impressão 3D para imprimir uma lente muito pequena, com um diâmetro inferior a 0,13 mm, demasiado pequeno para ser visto a olho nu.
De acordo com o EurekAlert, a fibra ótima foi conectada a um scanner de tomografia de coerência óptica (OCT) como uma sonda flexível. A OCT é uma tecnologia de digitalização sensível à profundidade 3D, muito usada para mapear a retina na oftalmologia, através de luz infravermelha que penetra nos tecidos para criar imagens 3D.
A sonda ultrafina é capaz de se mover para criar um mapa 3D a uma profundidade de cerca de meio milímetro abaixo da superfície. Este instrumento pode, assim, analisar o sistema vascular e procurar placas, colesterol, gorduras e outras substâncias, que tendem a acumular-se nas paredes dos vasos sanguíneos, causando doenças cardíacas.
Tanto em humanos como em cobaias, as experiências foram bem sucedidas: segundo a equipa, a lente permite obter uma imagem cinco vezes mais profunda do que as tentativas anteriores.
Os cientistas estão convictos de que esta pequena sonda pode abrir novas opções de digitalização em locais de difícil acesso – e, até, partes do sistema nervoso.

https://zap.aeiou.pt/vasos-sanguineos-3d-pequeno-dispositivo-337490

Ondas gigantes de areia estão a mover-se no Planeta Vermelho

Uma equipa de cientistas observou, pela primeira vez, grandes ondas de areia a mover-se em Marte. Fez-se história, já que, até agora, a crença geral era de que as enormes ondas de areia do Planeta Vermelho não se moviam.
Os cientistas pensavam que as grandes ondas de areia marcianas não sofriam mudanças relevantes e que eram, na verdade, vestígios do passado mais ativo do Planeta Vermelho. Agora, imagens obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, permitiram a Simone Silvestro descobrir que, afinal, estas ondas movem-se – mas muito devagar.
O cientista planetário, em conjunto com a sua equipa, estudou duas regiões próximas do equador de Marte e analisaram mais de mil ondas gigantes na cratera McLaughlin e 300 na região da fossa Nili. Os cientistas procuraram sinais de movimento utilizando imagens em time-lapse de cada local.
A equipa acabou por chegar à conclusão de que as famosas ondas de areia avançam, aproximadamente, 10 centímetros por ano em ambas as regiões. O artigo científico foi publicado recentemente no Journal of Geophysical Research: Planets.
O geólogo Jim Zimbelman ficou muito surpreso com esta descoberta. Segundo a Science, o especialista evidenciou o facto de não haver evidências, há já algumas décadas, de que a areia em Marte se move.
“Nenhum de nós pensou que os ventos fossem suficientemente fortes”, disse. A descoberta destas grandes ondas migratórias sugere a necessidade de reformular modelos atmosféricos antigos, que raramente indicavam a ocorrência de ventos capazes de mover areia em Marte.
Silvero quer expandir a pesquisa de ondas gigantescas por todo o Planeta Vermelho, por acreditar que as ondas mais rápidas devem estar perto das dunas.
Além disso, estas grandes ondas são indicadores das condições de vento locais, que precisam de ser analisadas para permitirem a identificação de tempestades de areia. Estas tempestades assumem um papel muito importante nas próximas missões, já que as mais pequenas partículas de areia podem reduzir a eficácia dos painéis solares e danificar peças mecânicas.

https://zap.aeiou.pt/ondas-gigantes-areia-marte-337477

Bolor do reator nuclear de Chernobyl pode proteger astronautas dos raios cósmicos mortais !

Os investigadores mostraram que um fungo que absorve radiação encontrado no reator nuclear destruído de Chernobyl absorve raios cósmicos nocivos na Estação Espacial Internacional e pode potencialmente ser usado para proteger futuras colónias de Marte.
Um dos maiores desafios das missões tripuladas a Marte é descobrir como proteger os membros da tripulação do ataque de raios cósmicos mortais. A radiação espacial pode ser perigosa, uma vez que, quando partículas espaciais elementares, como protões e núcleos atómicos, agem no organismo humano, podem causar danos no ADN, podendo causar mutações como vários tipos de cancro e danos em equipamentos eletrónicos das naves.
Agora, cientistas da Universidade de Johns Hopkins University e de Stanford dizem que há evidências crescentes de que uma solução incomum poderia ser eficaz: construir escudos com um fungo que absorve radiação que cresce perto da central nuclear de Chernobyl.
De acordo com o New Scientist, uma amostra extremamente fina do fungo Cryptococcus neoformans conseguiu bloquear e absorver 2% dos raios cósmicos que o atingiram durante um pequeno teste na Estação Espacial Internacional, dando esperança para viagens espaciais seguras no futuro.
Essa quantidade não será suficiente para proteger os astronautas, mas a amostra tinha apenas dois milímetros de espessura. De acordo com os cientistas, uma camada de apenas 21 centímetros de espessura seria suficiente para manter os futuros colonos de Marte em segurança.
Uma possibilidade estudada pelos investigadores é misturar o fungo nos fatos espaciais dos astronautas para garantir caminhadas seguras no espaço.
Segundo o trabalho, os escudos de fungos danificados conseguiriam voltar a crescer. “O que torna o fungo excelente é que só é necessário de alguns gramas para começar”, disse Nils Averesch, investigador da Universidade de Stanford e co-autor do estudo, em declarações ao New Scientist. “Ele auto-replica-se e auto-cura-se, portanto, mesmo que exista uma erupção solar que danifique significativamente o escudo de radiação, poderá voltar a crescer em alguns dias”.
O estudo está disponível desde 17 de julho na plataforma de pré-publicação BioRXiv.

https://zap.aeiou.pt/bolor-reator-nuclear-chernobyl-raios-cosmicos-337493

Genomas de morcegos mostram como conseguem transportar vírus mortais e sobreviver !

Se há coisa que a pandemia de covid-19 nos mostrou é que os morcegos têm a estranha capacidade de transportar vírus mortais e, mesmo assim, conseguir sobreviver.
De acordo com o site Science Alert, uma equipa de cientistas comparou os genomas de seis espécies de morcegosRhinolophus ferrumequinum, Molossus molossus, Pipistrellus kuhlii, Myotis myotis, Rousettus aegyptiacus e Phyllostomus discolor – com genomas de outros 42 mamíferos.
Para além de uma forte evolução nos genes relacionados com a audição (provavelmente relacionados com as suas habilidades de ecolocalização), os investigadores descobriram que os morcegos perderam uma família de genes envolvidos no nosso sistema imunitário, sendo que alguns estão associados a doenças auto-imunes.
A equipa também observou alterações num outro grupo de genes de imunidade chamado APOBEC. Estes genes foram perdidos, expandidos ou duplicados em diferentes espécies de morcegos. Estes criam enzimas envolvidas no bloqueio da capacidade de um vírus de inserir os seus genes no genoma do hospedeiro – uma parte crítica da capacidade de replicação do vírus.
Dentro do genoma dos morcegos, os cientistas também encontraram o que poderíamos chamar de vírus fósseis: pedaços antigos de genes de vírus que foram inseridos no genoma do morcego e depois transmitidos pelas gerações seguintes.
Segundo o mesmo site, estas descobertas apoiam as evidências que mostram que os morcegos podem tolerar e sobreviver melhor a infeções virais do que a maioria dos mamíferos, porque o seu sistema imunitário funciona de maneira diferente.
“Estes genomas fornecem os recursos necessários para descobrir e validar a base genómica das adaptações de morcegos, e estimular novos caminhos de pesquisa que são diretamente relevantes para a saúde e as doenças humanas”, escreveram os investigadores no artigo publicado, no dia 22 de julho, na revista científica Nature.

https://zap.aeiou.pt/genomas-morcegos-virus-mortais-337467

O aglomerado de estrelas mais próximo da Terra está em plena “agonia”


O aglomerado de estrelas Hyades

O aglomerado de estrelas Hyades, conhecido por estar a “apenas” 150 anos-luz da terra, pode estar a chegar ao final da sua vida.
O aglomerado estelar Hyades está na sua reta final. Uma equipa de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino unido, fez várias observações com o satélite Gaia sobre a velocidade das estrelas deste aglomerado e fora dele, para descobrir que, de facto, está a “morrer”.
A astrónoma Semyeong Oh explicou, citada pelo Science News, que a equipa descobriu que restam apenas 30 milhões de anos para que o aglomerado perca completamente a sua massa. Se compararmos este período com a idade de Hyades, percebemos que o tempo que lhe resta é muito curto, já que o aglomerado se formou há 680 milhões de anos.
O artigo científico, que ainda carece de revisão por pares, está disponível no arXiv.
Em 2018, equipas de astrónomos da Alemanha e da Áustria observaram que se estava a passar algo de muito estranho no aglomerado Hyades: várias estrelas saíram da formação e geraram duas longas caudas em lados opostos. De acordo com os cientistas, este fenómeno vem a acontecer já há algum tempo.
Semyeong Oh chegou à conclusão que, aquando do seu nascimento, Hyades contava com quase 1.200 massas solares, mas, hoje, restam apenas 300. Quanto mais estrelas saem, menos gravidade sobra para manter unidas as estrelas que ficaram.
A imagem, concedida pela equipa, ilustra bem este problema: a vermelho encontramos o aglomerado, enquanto que o amarelo mostra a representação das caudas das estrelas que estão a sair. Algumas estrelas que já saíram surgem representadas a verde, enquanto as azuis seguem o movimento do aglomerado.
Quando o aglomerado de estrelas Hyades se desintegrar, é muito provável que as estrelas que o formam continuem a vaguear pelo Espaço nas mesmas posições e velocidades.

https://zap.aeiou.pt/aglomerado-estrelas-plena-agonia-337464

NASA vai lançar balão estratosférico para estudar o Universo

A NASA tem uma nova missão em mãos: enviar um balão estratosférico, do tamanho de um campo de futebol, para estudar o Universo.
A agência espacial norte-americana quer enviar um telescópio, com 2,5 metros, para a estratosfera. O instrumento será enviado “a bordo” de um balão estratosférico chamado ASTHROS (Astrophysics Stratospheric Telescope for High Spectral Resolution Observations at Submillimeter-wavelengths).
O lançamento está previsto para dezembro de 2023, na Antártida. De acordo com o Interesting Engineering, o balão vai passar cerca de três semanas a deambular nas correntes de ar da estratosfera com o objetivo de observar a luz infravermelha e medir o fluxo e a rapidez dos gases em torno de estrelas recentemente formadas.
Os astrónomos vão também fazer, pela primeira vez, o mapeamento da presença de dois tipos específicos de iões de azoto, indicadores de locais onde os ventos de estrelas gigantes e explosões de supernovas transformaram as nuvens de gás.
O ASTHROS vai ainda analisar a galáxia Messier 83, para perceber o seu efeito noutras galáxias, e uma jovem estrela chamada TW Hydrae, rodeada de poeira e gases, onde se podem estar a formar novos planetas. O telescópio vai medir a massa total deste disco e verificar de que forma se distribui a massa.
Jose Siles, coordenador de projeto do ASTHROS, explicou que estas missões com balões têm um risco mais alto do que as missões espaciais, mas os custos são menores.
“Com o ASTHROS, queremos realizar observações astrofísicas nunca feitas anteriormente.” Para Siles, esta missão vai pavimentar o caminho para futuras missões espaciais, por testar novas tecnologias e fornecer treino para gerações futuras de engenheiros e cientistas.
O lançamento do ASTHROS será feito nos limites do espaço do local mais remoto e duro da Terra, o que, para Siles, “é desafiador2. Mesmo assim, a equipa está a terminar os últimos retoques no telescópio e, se tudo correr bem, os testes dos subsistemas deverão começar no início de agosto.

https://zap.aeiou.pt/balao-estratosferico-estudar-universo-337455

Meteorito marciano vai voltar a casa graças ao rover Perseverance da NASA


Fragmento do meteorito marciano Sayh al Uhamiyr 008 (SaU 008)

O meteorito fez cerca de 100 milhões de quilómetros para chegar à Terra, há várias décadas, mas o Museu de História Natural, em Londres, está, agora, a enviá-lo de volta para Marte.
De acordo com o site Live Science, se tudo correr como previsto, quando o rover Perseverance da NASA for lançado, esta quinta-feira, dia 30 de julho, vai levar de volta a casa um meteorito do Planeta Vermelho.
O meteorito foi descoberto em Omã, no ano de 1999, e faz parte da coleção do Museu de História Natural de Londres, no Reino Unido. Conhecido como Sayh al Uhamiyr 008 (SaU 008), acredita-se que a rocha espacial tenha saído de Marte graças a um impacto há entre 600 mil e 700 mil anos.
Agora, a missão Mars 2020 da agência espacial norte-americana vai deixar este meteorito em Marte, onde será usado pelo instrumento do rover SHERLOC (Scanning Habitable Environments with Raman and Luminescence for Organics and Chemicals) como material de teste para uma calibração, disseram representantes do museu em comunicado.
Segundo a NASA, o SHERLOC combina uma câmara, um espectrómetro de fluorescência e um laser de alta precisão para identificar moléculas orgânicas, minerais e possíveis sinais de vida em amostras de rochas na superfície marciana.
A mesma nota do museu britânico explica que calibrar o SHERLOC com este meteorito, quando o rover já estiver em Marte, irá permitir confirmar que o instrumento está a funcionar antes de analisar outras amostras de rochas marcianas.

https://zap.aeiou.pt/meteorito-voltar-marte-perseverance-337690

NexStride - O dispositivo que usa luz laser para ajudar os pacientes de Parkinson a andar

O congelamento da marcha pode ser muito frustrante para os pacientes de Parkinson. Agora, há um dispositivo que pode ajudar os doentes a lidar com esta condição.
Na fase mais avançada da doença de Parkinson, alguns pacientes deixam de conseguir andar, perdendo temporariamente a capacidade de avançar enquanto caminham. O dispositivo NexStride foi especialmente desenhado para ajudar estas pessoas, oferecendo um alvo a laser para os pés.
Enquanto o pé do doente de Parkinson fica preso ao chão, a parte superior do corpo continua a avançar, fazendo com que o doente perca o equilíbrio e caia. Esta condição, a que os cientistas chamam de “congelamento da marcha”, é, além de debilitante e perigosa, muito frustrante para os pacientes.
Quando ainda estudava na Universidade Politécnica da Califórnia (Cal Poly), Sidney Collin foi incumbida de desenvolver uma ajuda para um paciente de Parkinson local que sofria de congelamento da marcha. Agora, conta o New Atlas, a investigadora é CEO da De Oro Devices, e o dispositivo que criou evoluiu para o produto atual da empresa.
Utilizando O-rings de borracha, o NexStride é montado na bengala ou andarilho do paciente e incorpora um metrónomo eletrónico e um laser de ângulo ajustável inclinado em direção ao solo, de modo a projetar uma linha verde no chão à frente do paciente, perpendicular à sua direção.
Algumas pesquisas já mostraram que o congelamento da marcha pode ser atenuado por alvos visuais no chão, que a pessoa pode observar e pisar. Este mecanismo ativa os circuitos no cérebro, que permite que estes pacientes continuam a mover-se.
As linhas de laser do NexStride servem como alvos, enquanto que as dicas de áudio fornecidas pelo metrónomo dão uma ajuda extra aos pacientes de Parkinson para que consigam estabelecer um ritmo de caminhada. O dispositivo está disponível no mercado e custa 599 dólares.

https://zap.aeiou.pt/nexstride-laser-parkinson-andar-337181

Cientista português procura vida em Marte

Um cientista português que lidera uma unidade de astrobiologia em Macau disse hoje à Lusa que está envolvido em projetos para descobrir vida em Marte, uma missão com paragens previstas em Cabo Verde e nas salinas de Aveiro.
“O meu papel e o da unidade de astrobiologia que foi recentemente criada (…) é informar (…) e preparar (…) as condições técnicas e laboratoriais necessárias para o sucesso de futuras missões chinesas à procura de vida em Marte e noutras partes do sistema solar”, explicou André Antunes.
Quase uma semana após Pequim lançar uma sonda para pousar no planeta vermelho, um projeto no qual está envolvida a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), o professor associado da instituição sublinhou que a “missão é muito importante no âmbito da recolha de dados (…), nomeadamente a nível de gelo de água existente no subsolo” de Marte, até porque “a água é essencial para a vida como (…) a conhecemos”.
As restrições causadas pela pandemia de covid-19 atrasaram os trabalho de campo programados para Cabo Verde e Portugal, nas salinas de Aveiro, dois locais cuja escolha é explicada pelo cientista natural de Coimbra: “Tendo em conta que a água a existir em Marte será água com elevado conteúdo de sal, é essencial investigarmos ambientes com elevado conteúdo de sal também no nosso planeta”.
“Temos atualmente saídas de campo, recolhas de amostras programadas para Cabo Verde, interior da china, salinas em Aveiro, salinas que existem no interior de Espanha, porque todas elas têm condições que são extremamente interessantes e bastante úteis para o estudo de Marte”, salientou o responsável pela unidade de astrobiologia do Laboratório de Referência do Estado para a Ciência Lunar e Planetária da MUST.
Grande parte da investigação que se faz atualmente na astrobiologia tem a ver com o estudo de ambientes análogos, acrescentou André Antunes, que chegou a Macau no início de setembro, já com o projeto chinês de lançamento da sonda para explorar Marte numa fase final.
Ou seja, explicou, boa parte da investigação nesta área dedica-se a analisar “ambientes existentes na Terra que têm condições parecidas” àquelas que podem ser encontradas em Marte ou em outras partes do sistema solar”.
A pandemia de covid-19 “atrapalhou um bocadinho as obras de estabelecimento da unidade [de astrobiologia] e até do ponto de vista de programação de expedições científicas, recolha de amostras, contratação de novas pessoas”, mas a missão continua a ser crucial e será agendada assim que o novo coronavírus der tréguas, assegurou.
A MUST está envolvida na missão chinesa que vai explorar Marte, após Pequim lançar na quinta-feira uma sonda para pousar no planeta vermelho.
Neste momento, o laboratório para a Ciência Popular e Planetária na universidade tem em mãos 11 projetos de investigação em Marte, concluídos ou em desenvolvimento, e vai continuar envolvido nos trabalhos de exploração relacionados com a exploração do planeta, espaço e vida extraterrestre.
O laboratório vai continuar envolvido nos trabalhos sobre a estrutura interna de Marte, as reservas de água congelada, ambiente à superfície e espacial, bem como investigação sobre vida extraterrestre.
Os investigadores da universidade trabalharam na topografia e geomorfologia de Marte. E uma série de investigações foram conduzidas sobre exploração, astrobiologia, radiação, atmosfera e poeira (formada por tempestades de areia), estrutura interna, campo magnético e ambiente espacial.
Em particular, sublinhou a MUST, a investigação sobre a atmosfera marciana e o clima assolado pela poeira é de grande importância para garantir a exploração segura do veículo espacial marciano.
A MUST conta desde o final de 2019 com um Centro de Ciência e Exploração Espacial da Administração Espacial Nacional, no âmbito de um acordo de cooperação de desenvolvimento científico e tecnológico assinado em dezembro de 2019 entre aquela entidade chinesa e o Governo de Macau.
Um ano antes, o Ministério da Ciência e Tecnologia já tinha aprovado o estabelecimento do Laboratório Estatal de Ciências Lunares e Planetárias.
A China lançou na quinta-feira a sua mais ambiciosa missão a Marte, numa tentativa de pousar com sucesso uma sonda no planeta vermelho, feito alcançado apenas pelos Estados Unidos até à data.

https://zap.aeiou.pt/cientista-portugues-procura-vida-marte-337706

Distorções na luz estelar podem ser um sinal da presença de matéria escura

Uma nova técnica pode ajudar a identificar a misteriosa matéria escura, através da procura de distorções na luz das estrelas.
Apesar de ser invisível, os efeitos da matéria escura sobre outros objetos cósmicos permitem que seja mapeada. Os seus principais impactos incluem rotações de galáxias e estrelas e a sua presença pode ajudar a explicar o caminho que a luz percorre quando viaja pelo Universo.
Na Via Láctea, os efeitos da matéria escura são muito menores e muito mais difíceis de mapear. Recentemente, uma equipa de cientistas liderada por Siddharth Mishra-Sharma, da Universidade de Nova York, propôs uma nova técnica para ajudar a identificar a matéria escura, através da procura de distorções na luz das estrelas. Os resultados foram recentemente publicados na Physical Review D.
Na década de 1930, Fritz Zwicky teorizou que se as galáxias consistissem apenas em matéria bariónica, elas se separariam. A esta gravidade extra os cientistas deram o nome de matéria escura e os seus efeitos foram observados ao longo de vários anos.

                                           Lente gravitacional

Um dos efeitos consiste na lente gravitacional. De acordo com a teoria da relatividade geral, há uma distorção no espaço-tempo causada pela presença de um corpo de grande massa entre um objeto e o observador.
Em objetos mais pequenos, o efeito é muito pequeno. No entanto, nos objetos mais maciços – como um aglomerado de galáxias –, a distorção é muito mais pronunciada, resultando num caminho curvo de luz à medida que esta passa pela região.
O novo método propõe, segundo o Science Alert, observar a estrutura das estrelas individuais da Via Láctea para detetar a presença de matéria escura usando o efeito proposto pelas lentes gravitacionais. No entanto, como os efeitos são muito subtis em corpos relativamente pequenos, os cientistas tiveram a ideia de procurar sinais em grupos de estrelas.
Esta técnica proposta pela equipa da universidade norte-americana permite inferir a presença de matéria escura analisando as distribuições das velocidades e acelerações de estrelas e galáxias. Segundo as simulações, as distribuições variam de acordo com o tipo de matéria escura – sendo que a estrutura também pode ajudar a validar os modelos de matéria.

https://zap.aeiou.pt/distorcoes-na-luz-estelar-podem-ser-um-sinal-da-presenca-de-materia-escura-336977

Meteoritos excêntricos terão “nascido” graças a uma intrigante quimera cósmica

Uma família de meteoritos tem confundido os cientistas desde que foi descoberta na década de 1960. Os diversos fragmentos, encontrados em todo o mundo, parecem ter separado-se do mesmo corpo primordial. A composição dos meteoritos indica que o seu “pai” deve ter sido uma quimera intrigante.
A maioria dos meteoritos que pousaram na Terra são fragmentos de planetesimais, os primeiros corpos protoplanetários do sistema solar. Os cientistas acreditavam que esses corpos primordiais derreteram completamente no início da sua história ou permaneceram como pilhas de entulho não derretido.
Há uma família intermediária de meteoritos que se originou num corpo quimérico derretido e não derretido. Estes meteoritos “mostram evidências de objetos primordiais que nunca derreteram e também evidências de um corpo que é total ou pelo menos substancialmente derretido. Nós não sabemos onde colocá-los”, disse Benjamin Weiss, professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em comunicado divulgado pelo EurekAlert.
Estudos anteriores revelaram que este “pai” planetesimal antigo, formado a partir de colisões durante os primeiros milhões de anos da existência do Sistema Solar, tinha uma crosta sólida sobre um manto líquido, semelhante à Terra.
Clara Maurel, estudante de graduação do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT, estava curiosa para saber se era aí que as semelhanças terminavam. “Esse objeto derreteu o suficiente para que o material se afundasse no centro e formou um núcleo metálico como o da Terra?”, interrogou-se.
Se este planetesimal tivesse um núcleo metálico, seria razoável supor que também gerasse um campo magnético. Com o tempo, esse campo antigo poderia ter deixado a sua marca nos minerais dentro do corpo celeste, fazendo com que se alinhem na direção do campo, como uma agulha na bússola.
Maurel e os seus colegas analisaram amostras de meteoritos IIE, uma substância específica para manutenção do magnetismo – um tipo de mineral de ferro-níquel. A equipa descobriu que os eletrões dentro de vários desses grãos estavam alinhados numa direção semelhante, fornecendo evidências para um campo magnético. A sua força era provavelmente a mesma que o campo magnético da Terra.
Simulações de alta velocidade da Universidade de Chicago revelaram que colisões com outro objeto possivelmente desalojaram o material do núcleo magnético, que depois migrou para bolsos perto da superfície do corpo.
“À medida que o corpo arrefece, os meteoritos nesses bolsos imprimem esse campo magnético nos seus minerais”, explicou Maurel. “Em algum momento, o campo magnético decairá, mas a impressão permanecerá. Mais tarde, esse corpo passará por muitas outras colisões até as colisões finais que colocarão esses meteoritos na trajetória da Terra”.
Essa quimera cósmica abriu o espectro de planetesimais, mas ainda poderia haver estruturas celestes semelhantes à espera de serem encontradas. “A maioria dos corpos no cinturão de asteróides parece não derretida na sua superfície”, disse Weiss. “Se conseguirmos ver o interior de asteróides, poderemos testar essa ideia. Talvez alguns asteróides sejam derretidos por dentro e corpos como este planetesimal sejam comuns”.
“Este é um exemplo de um planeta planetário que deve ter camadas derretidas e não derretidas. Incentiva a busca de mais evidências de estruturas planetárias compostas”, disse Maurel. “Compreender todo o espectro de estruturas, de não derretido a totalmente derretido, é fundamental 
para decifrar como os planetesimais se formaram no início do sistema solar”.

https://zap.aeiou.pt/meteoritos-excentricos-nascido-quimera-337454

Criada em laboratório matéria análoga à formada na fusão de estrelas


Fusão de estrelas de neutrões GW170817

Foi criada em laboratório matéria análoga à formada em supernovas ou na fusão de estrelas de neutrões, por investigadores das universidades de Coimbra e de Caen (em França).
A equipa do Centro de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e da Universidade de Caen, na Normandia (França), “determinou as propriedades da matéria criada em laboratório com características semelhantes às da matéria que se forma em supernovas ou na fusão de estrelas de neutrões”, revela a Universidade de Coimbra em comunicado.
Na experiência, realizada no laboratório GANIL (a sigla em francês de Grande Acelerador Nacional de Iões Pesados), no âmbito da colaboração com a multinacional Indra, foi criada “matéria análoga à que se forma neste tipo de eventos muito explosivos a partir da colisão de um núcleo de estanho contra um núcleo de xénon”, explica a Universidade de Coimbra.
Este tipo de experiências contribui para conhecer melhor as condições em que se geram e evoluem as supernovas e a fusão de estrelas de neutrões.
Os resultados do estudo, já publicado na revista Physical Review Letters, da Sociedade Americana de Física, permitem “saber como é formado o meio em eventos como supernovas ou a fusão de estrelas de neutrões, e determinar de que modo é transferida a energia entre os diferentes constituintes, nomeadamente a energia depositada na estrela pelos neutrinos antes destes escaparem para o universo”, afirmam Constança Providência e Helena Pais, do Centro de Física da FCTUC.
Na fusão de estrelas de neutrões, realçam, “este conhecimento pode indicar qual a quantidade de material que é expelido e observado na forma de uma quilonova”.
Helena Pais foi a responsável pela análise dos dados experimentais que determinou as interacções que ocorrem na matéria resultante deste tipo de eventos e em que condições ainda existem pequenos agregados antes da matéria se tornar homogénea, devido ao aumento da densidade. Em baixas densidades, esclarece a investigadora, citada no comunicado, “a matéria não é homogénea, e as suas propriedades determinam a evolução de uma supernova ou da fusão de duas estrelas”.
Para uma correcta interpretação dos resultados, foi ainda essencial o modelo teórico previamente desenvolvido por Constança Providência e Helena Pais.
As estrelas de neutrões são um dos objectos mais compactos do Universo, juntamente com os buracos negros. Apesar de terem uma massa comparável à do Sol, entre uma a duas massas solares aproximadamente, o seu raio não vai para além de 15 quilómetros, muito inferior ao raio do Sol, com cerca de 700 mil quilómetros (estes astros sugerem um núcleo atómico gigante). As estrelas de neutrões formam-se em eventos muito explosivos – as supernovas.
“Este tipo de eventos liberta em poucos dias mais energia que o Sol em toda a sua vida. Actualmente, pensa-se também que a formação dos elementos mais pesados que conhecemos, entre os quais os metais nobres, como o ouro e a platina, poderá acontecer quando duas estrelas de neutrões colidem”, adiantam as investigadoras.
Para descrever qualquer destes eventos, acrescentam, “é necessário conhecer como se comporta a matéria estelar, desde densidades muitos baixas até densidades cerca de várias vezes a densidade de matéria no centro de um núcleo atómico”.
Estas estrelas, que são constituídas essencialmente por neutrões, contêm também outro tipo de partículas no seu interior. “Além de protões e electrões que, em conjunto com os neutrões, constituem os átomos, que nada mais são do que os blocos de construção da matéria terrestre, acredita-se também que vários outros tipos de partículas, e possivelmente novos estados de matéria, alguns que podem ser criados e estudados em aceleradores de partículas, podem existir no interior destes objectos compactos”, referem Helena Pais e Constança Providência.
“Hiperões (partículas semelhantes aos nucleões mas que contêm quarks estranhos), condensados de Bose-Einstein de piões ou kaões (um tipo especial de matéria bosónica) e matéria de quarks são alguns exemplos”, indicam as investigadoras, frisando que “matéria de quarks fria, que não é acessível no laboratório, pode igualmente existir no interior destas estrelas em diferentes fases, cada fase com propriedades únicas”.
É por esta razão que os físicos nucleares e de partículas, salientam Helena Pais e Constança Providência, “estão tão interessados em estudar as estrelas de neutrões”. Além disso, notam ainda, “como estes objectos são muito compactos, também são óptimos laboratórios para testar a teoria da relatividade geral”.

https://zap.aeiou.pt/criada-laboratorio-materia-analoga-formada-na-fusao-estrelas-337542

Ozôno e dióxido de carbono são detectados na atmosfera de Marte !

Ozônio e dióxido de carbono são detectados na atmosfera de MarteO TGO (Trace Gas Orbiter) da missão ExoMars da ESA detectou assinaturas nunca antes vistas de ozônio (O3) e dióxido de carbono (CO2) enquanto orbita Marte.
O TGO passou dois anos buscando entender a mistura de gases que compõe a atmosfera marciana e, mais especificamente, o mistério que envolve a presença de metano naquele planeta.
De acordo com uma declaração recente da Agência Espacial Européia, a sonda se deparou com assinaturas nunca vistas de ozônio (O3) e dióxido de carbono (CO2) – com base em um ano marciano de observações de seu sensível Atmospheric Chemistry Suite (ACS) )
As descobertas estão descritas em dois artigos publicados em Astronomy & Astrophysics, um liderado por Kevin Olsen da Universidade de Oxford (Reino Unido) e outro por Alexander Trokhimovskiy, do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia Russa de Ciências, em Moscou.
Olsen explicou:
Esses recursos são intrigantes e surpreendentes.
Eles estão na faixa exata do comprimento de onda em que esperávamos ver os sinais mais fortes de metano. Antes dessa descoberta, o recurso de CO2 era completamente desconhecido, e esta é a primeira vez que o ozônio em Marte foi identificado nesta parte da faixa de comprimento de onda infravermelho.
A atmosfera marciana é dominada por 95% de dióxido de carbono, 3% de nitrogênio, 1,6% de argônio e possui traços de oxigênio, monóxido de carbono, água, metano e outros gases, além de muita poeira. Os cientistas observam a atmosfera para medir temperaturas, rastrear estações, explorar a circulação do ar e muito mais.
O ozônio – que forma uma camada na atmosfera superior de Marte e da Terra – ajuda a manter a química da atmosfera estável.
As naves espaciais, como a sonda Mars Express da ESA, detectaram CO2 e ozônio, mas a excelente sensibilidade do ACS a bordo do TGO tornou possível revelar novos detalhes sobre como esses gases interagem com a luz.
Observar o ozônio na faixa em que o TGO procura por metano é um resultado que ninguém previu.
Embora os cientistas já tenham mapeado variações no ozônio marciano em função da altitude, até agora, eles usaram métodos que dependem de pegadas de gás no ultravioleta, uma técnica que permite apenas a realização de medições em grandes altitudes (mais de 20 quilômetros acima da superfície).
Os novos resultados demonstram que também é possível mapear o ozônio marciano no infravermelho, para que seu comportamento possa ser medido em altitudes mais baixas, a fim de obter uma visão mais detalhada de seu papel no clima do planeta.
Tudo isso contribui para uma melhor compreensão do misterioso metano de Marte, porque um dos principais objetivos do TGO é explorar o metano marciano.
Até o momento, os sinais marcianos de metano – vistos pela primeira vez em missões como o Mars Express da ESA em órbita e do jipe-sonda Curiosity da NASA na superfície – são variáveis ​​e intrigantes.
Embora o metano possa ser gerado por processos geológicos, a maior parte do metano na Terra é produzida por organismos vivos, de bactérias a animais e atividades humanas.
Por esse motivo, é empolgante detectar metano em outros planetas, principalmente porque se sabe que esse gás se decompõe após cerca de 400 anos, o que implica que todo o metano presente deve ter sido gerado ou liberado em um passado relativamente recente.

https://www.ovnihoje.com/2020/07/29/ozonio-e-dioxido-de-carbono-sao-detectados-na-atmosfera-de-marte/

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Estrelas de neutrões em colisão podem lançar luz sobre os mistérios do Universo

Uma equipa internacional de investigadores do Centro para Ondas Gravitacionais e Cosmologia da Universidade da Virgínia Ocidental, Estados Unidos, fez uma importante descoberta de como podemos entender colisões de estrelas mortas e entender a expansão do Universo.
Descobriram um pulsar invulgar – um dos “faróis” de estrelas de neutrões giratórias e magnetizadas do espaço profundo que emite ondas de rádio altamente focadas dos seus polos magnéticos.
O pulsar recém-descoberto (conhecido como PSR J1913+1102) faz parte de um sistema binário – o que significa que está em órbita íntima com outra estrela de neutrões.
A investigação foi publicada na revista Nature.
“As estrelas de neutrões binárias são relativamente raras, representando menos de 1% da população conhecida de pulsares de rádio,” afirma Maura McLaughlin, professora de física e astronomia e uma das autoras do estudo.
“As estrelas de neutrões nestes binários estão gradualmente a aproximar-se uma da outra, pois perdem energia devido à emissão de ondas gravitacionais, e eventualmente fundem-se numa explosão cataclísmica e formam um buraco negro.”
As estrelas de neutrões são remanescentes estelares de uma supernova. São compostas da matéria mais densa conhecida – acumulando centenas de milhares de vezes a massa da Terra numa esfera do tamanho de uma cidade.
As duas estrelas de neutrões vão colidir daqui a cerca de 500 milhões de anos, libertando quantidades surpreendentes de energia na forma de luz e ondas gravitacionais.
Mas o pulsar recém-descoberto é invulgar porque as massas das suas duas estrelas de neutrões são bem diferentes – uma muito maior que a outra.
“Há apenas alguns anos atrás, detetaram-se ondas gravitacionais e radiação eletromagnética da fusão de duas estrelas de neutrões,” disse McLaughlin. “Isto revolucionou a nossa visão das fusões de estrelas de neutrões. Para procurar mais destes eventos, os astrónomos têm que usar modelos que assumem algumas propriedades das estrelas de neutrões e, até agora, estes modelos assumem que as duas estrelas de neutrões em fusão têm massas iguais. No entanto, a descoberta mostra que as estrelas de neutrões nestes sistemas podem ter massas muito diferentes. Isto tem que ser tido em conta na maneira como se procuram estes objetos e também fornece informações sobre o modo como estes binários se formam.”
Na descoberta também esteve envolvido o estudante Nihan Pol, que deverá terminar o seu doutoramento em astrofísica este verão.
Pol serviu como colíder na parte da síntese populacional desta descoberta com Ben Perera, ex-aluno da Universidade da Virgínia Ocidental. Pol ajudou a desenvolver o software usado para a análise. O resultado dessa análise é que cerca de uma em cada dez fusões observadas de duas estrelas de neutrões será de um sistema como J1913+1102.
“A universidade tem o maior grupo de investigação de estrelas de neutrões/pulsares dos EUA, talvez até do mundo, e foi realmente muito bom para o meu desenvolvimento profissional,” comentou Pol.
É muito emocionante estar envolvido neste tipo de investigação, onde encontramos sistemas novos e exóticos que têm implicações não apenas no estudo da evolução estelar e nos sistemas binários de estrelas de neutrões, mas também no campo relativamente novo da astrofísica das ondas gravitacionais. Estes grandes projetos internacionais fornecem uma oportunidade para aprender como comunicar e colaborar com colegas de todo o mundo e para trabalhar em conjunto para produzir ciência incrível.”
Este sistema assimétrico dá aos cientistas a confiança de que as fusões de estrelas de neutrões duplas vão fornecer pistas vitais sobre mistérios não resolvidos na astrofísica – incluindo uma determinação mais precisa do ritmo de expansão do Universo, conhecida como constante de Hubble.

https://zap.aeiou.pt/estrelas-neutroes-colisao-podem-lancar-luz-os-misterios-do-universo-335392

A vida “só” precisou de 700 mil anos para recuperar na cratera do asteróide que dizimou os dinossauros

A vida só precisou de 700 mil anos para recuperar na cratera do asteróide que dizimou os dinossauros há 66 milhões de anos, concluiu uma nova investigação que contou com a participação da Universidade de Granada, em Espanha.
De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram publicados na revista Geology, após a rápida recuperação de alguns organismos, num intervalo de dezenas de anos, a vida no fundo do mar da cratera voltou aos seus níveis de abundância e diversidade anteriores em apenas 700 mil anos – um tempo “curto” na escala geológica.
Em causa está o impacto que dizimou o asteróides: há 66 milhões de anos, este corpo caiu em Chicxulub, na península de Yucatan, no México, causando uma das cinco grandes extinções em massa do período geológico do Fanerozoico.
O impactou causou uma cratera de 180 quilómetros de diâmetro, sendo a sua violência comparada à de mil milhões de bombas atómicas.  Alterou significativamente o meio ambiente global, causando grandes terramotos.
Cerca de 70% das espécies marinhas e continentais que viviam neste período foram extintas, representando este momento uma grande mudança evolutiva da vida na Terra.
“Esta recuperação não foi repentina, sendo antes o produto de diferentes fases de diversificação, estabilização e consolidação”, começou por explicar Javier Rodríguez-Tovar, professor da Universidade de Granada e co-autor do estudo, citado pela Europa Press.
“De acordo com as características dos traços e organismos que os geraram, confirma-se a importância biológica como fator-chave neste processo de recuperação rápida“, rematou.
O novo estudo abre uma nova linha de investigação sobre as extinções em massa, eventos de grande importância na compreensão da evolução da vida na Terra.

https://zap.aeiou.pt/vida-so-precisou-700-mil-anos-recuperar-na-cratera-do-asteroide-dizimou-os-dinossauros-335479

Hubble descobre uma nova classe de berçário de estrelas


O frEGG captado pelo Hubble na constelação de Cassiopeia

Com a ajuda do Telescópio Hubble, da NASA, uma equipa de astrónomos capturou uma imagem do J025027.7 + 600849 (J0250), um tipo raro de viveiro estelar incorporado dentro de uma região de formação de estrelas.
As galáxias são conhecidas como o local do nascimento das estrelas e dos planetas, graças à grande quantidade de poeira e de gás que há dentro destes sistemas. O gás frio forma nuvens moleculares que levam ao surgimento das regiões que formam estrelas.
Recentemente, com a ajuda do Telescópio Hubble, uma equipa de astrónomos conseguiu capturar uma imagem que mostra uma nova classe de um berçário de formação de estrelas. O objeto, conhecido como J025027.7 + 600849 (J0250), está localizado a 6.000 anos-luz de distância, na constelação de Cassiopeia.
Quando uma nova estrela maciça começa a brilhar, ainda dentro da bolha da qual se formou, a sua radiação energética é capaz de ionizar o hidrogénio da nuvem e criar uma bolha de gás ionizado, grande e quente.
Localizados dentro dessa bolha de gás estão os free-floating evaporating gaseous globules (frEGGs), glóbulos compactos e escuros de poeira e gás, alguns dos quais que também dão à luz estrelas de baixa massa.
“A fronteira entre o frEGG fresco e empoeirado e a bolha de gás quente surge representada na imagem com as bordas roxas/azuis brilhantes”, disse um astrónomo à Sci-News.
Entender melhor estes estranhos objetos celestes pode ajudar os astrónomos a perceber o processo de formação de estrelas sob influências externas. Aliás, o nosso Sol pode até ter nascido num frEGG.

https://zap.aeiou.pt/nova-classe-bercario-estrelas-335203

Pandemia gera corrida mundial por cobaias geneticamente modificadas !

O Jackson Laboratory, nos Estados Unidos, tem registado uma enorme procura por cobaias de laboratório geneticamente modificadas para que pudessem ser utilizadas em procedimentos experimentais que visam combater a covid-19. 
O instituto Fiocruz Minas, no Brasil, é um dos nomes que consta na lista do laboratório norte-americano: em meados de abril, pediu três casais de ratos de laboratório modificados geneticamente, um dos poucos do mundo capazes de serem infetados pelo novo coronavírus, conta a emissora britânica BBC.
A enorme procura pelos “ratinhos” do Jackson Laboratory acontece porque a cobaias normais não são suscetíveis ao vírus que causa a covid-19 – por isso, os “ratinhos” de laboratório comuns são quase totalmente inúteis na luta contra a pandemia.
Mesmo em contacto direto com o agente patogénico, a probabilidade de estes animais ficarem doentes com o vírus é muito pequena.
Por isso, o k18-hACE2, como foi batizada a variante genética vendida pelo laboratório, foi modificado especialmente para conseguir ser infetado pelo Sars-Cov-2 — e, por isso, tornou-se num ingrediente fundamental nos estudos que estão a ser levados a cabo.
A lista de interessados nestes espécimes é grande, uma vez que este laboratório norte-americano é um dos únicos do mundo a produzir estes animais numa escala comercial.
A emissora britância explica ainda que as cobaias modificadas geneticamente receberam o gene humano para o recetor ECA2, proteína que é a principal porta de entrada do novo coronavírus, que surgiu na China em dezembro passado, nas células humanas.
O Sars-Cov-2 liga-se à proteína ECA2, que fica na superfície da célula, como se tratasse de uma chave numa fechadura, facilitando a sua entrada. Depois de entrar no organismo humano,  o vírus utiliza a estrutura celular para se reproduzir, depois destrói-a e passa a infetar outras células, usando-as como uma “fábrica” de novos vírus.
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 584.355 pessoas e infetou mais 13,5 milhões em todo o mundo, desde dezembro, segundo a AFP.

https://zap.aeiou.pt/pandemia-gera-disputa-mundial-cobaias-modificadas-geneticamente-335667

Alzheimer pode começar no intestino e espalhar-se para o cérebro !

A doença de Alzheimer, ao contrário do que se pensava anteriormente, pode começar no intestino e espalhar-se para o cérebro. Esta situação foi observada em ratos.
Alzheimer é um tipo de demência que provoca uma deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, mas um novo estudo indica que a doença pode não começar no cérebro, mas sim no intestino.
Uma equipa de investigadores sugere que a doença de Alzheimer seja causada por uma acumulação anormal de proteína no intestino, que se espalha gradualmente para o cérebro.
Esta situação foi observada em ratos, mas os cientistas acreditam que esta descoberta pode sugerir uma nova abordagem no tratamento da doença, escreve a Medical Xpress.
Com base nos resultados do estudo publicado este mês na revista científica The Journal of Physiology, os cientistas acreditam que fatores ambientais podem estar a contribuir para défices cognitivos observados na doença de Alzheimer e noutras condições.
A proteína conhecida por ser a responsável pela doença de Alzheimer, a beta-amilóide, foi injetada nos intestinos de ratos e viajou para o chamado ‘cérebro intestinal’, o sistema nervoso do intestino, e também para o cérebro.
Assim, a equipa de investigadores é da opinião de que caso se consiga reduzir a quantidade desta proteína que chega ao cérebro, ou prendê-la na periferia, será possível atrasar o aparecimento da doença. Este tratamento começaria ainda antes de começarem a aparecer sintomas de Alzheimer nos pacientes.
Segundo a Associação Portuguesa de Familiares e Amigos dos Doentes de Alzheimer, a nível mundial, a demência afeta uma em cada 80 mulheres, com idades compreendidas entre os 65 e 69 anos, sendo que no caso dos homens a proporção é de um em cada 60. Nas idades acima dos 85 anos, para ambos os sexos, a demência afeta aproximadamente uma em cada quatro pessoas.
O desenvolvimento de tratamentos medicamentosos para a Alzheimer tem falhado, razão pela qual a prevenção é uma das principais armas para evitar que estas proporções continuem a aumentar.
“Este conceito é semelhante ao transporte de proteínas dobradas do intestino, como as responsáveis pela doença das vacas loucas. Se esse for o caso, um processo semelhante pode começar em humanos muitos anos antes das manifestações das características clássicas da Alzheimer, incluindo a perda de memória e, portanto, as estratégias de prevenção precisariam de começar mais cedo também”, explicou o autor do estudo, John Rudd, da Universidade Chinesa de Hong Kong.

https://zap.aeiou.pt/alzheimer-pode-comecar-intestino-335654

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