terça-feira, 30 de junho de 2020

Inteligência Artificial ajuda a construir a nova geração de roupas espaciais

Há alguns meses, a NASA apresentou uma nova geração de roupas espaciais, que serão utilizadas por astronautas durante a missão de retorno à Lua em 2024. Uma vez que os planos da agência incluem a presença permanente de humanos no satélite natural da Terra, é preciso que seus trajes contem com a mais alta tecnologia disponível atualmente. Afinal, passar muito tempo em um ambiente completamente diferente de nossa superfície exigirá facilidade nas ações — e a inteligência artificial fará parte desse processo.
Diversos ajustes foram realizados no que foi considerada a maior atualização em 40 anos. Com a novidade, será possível se movimentar, trocar componentes e até mesmo vestir e tirar tudo de maneira mais simples. O tempo para aplicar reparos é outro diferencial, com intervalo de meses. Entretanto, as maiores implementações aconteceram no sistema portátil de suporte à vida do xEMU, uma espécie de mochila que transforma o traje em uma verdadeira espaçonave pessoal desenvolvida com a ajuda de IA.

xEMU, sistema portátil de suporte à vida, foi desenvolvido com ajuda de inteligência artificial.
xEMU, sistema portátil de suporte à vida, foi desenvolvido com ajuda de inteligência artificial.
O equipamento é responsável pelo gerenciamento de energia, comunicação, suprimento de oxigênio e regulação da temperatura da roupa. Com essas funcionalidades, os desbravadores podem se dedicar tranquilamente a tarefas que envolvam a construção de instalações. Por isso, todo e qualquer detalhe deve ser cuidadosamente avaliado.
Para trazer o xEMU à luz, centenas de engenheiros trabalharam no desenvolvimento da solução, focados, principalmente, na definição de prioridades. Era preciso que o sistema fosse seguro, leve e forte o suficiente para enfrentar as condições do lançamento e, claro, do espaço. “Trata-se de um desafio realmente grande”, afirmou Jesse Craft, designer sênior da Jacobs (empresa responsável pela construção do sistema).

Segurança de astronautas depende diretamente do funcionamento do equipamento.
Segurança de astronautas depende diretamente do funcionamento do equipamento.

Corrida contra o tempo

Profissionais que atuam no segmento espacial têm de descobrir a melhor maneira de colocar mais equipamentos em espaços menores, mas atingir essa otimização é algo bem complexo. Para complicar a situação, a NASA, tendo o objetivo de realizar a viagem em tão pouco tempo, acabou apresentando um período curto para tais discussões. Por isso, a equipe de Craft optou por utilizar um software de IA nos processos que é capaz de criar componentes com agilidade.
Jesse Coors-Blankenship, vice-presidente de tecnologia da PTC, criadora do programa, explicou: “Em nossa concepção, a inteligência artificial é capaz de fazer as coisas de maneira mais rápida e eficaz do que um humano treinado. Algumas dessas inovações já fazem parte do cotidiano de engenheiros, como simulação estrutural e otimização. Com a IA, podemos fazer mais".

Pouco tempo para desenvolvimento de soluções impulsionou o uso de IA.
Pouco tempo para desenvolvimento de soluções impulsionou o uso de IA.

Esse tipo de abordagem é conhecido como design generativo. Basicamente, é preciso alimentar o software com um conjunto de requisitos — como o tamanho máximo de um componente, o peso que ele deve suportar e as temperaturas a que será exposto — para permitir aos algoritmos descobrirem o restante. No caso da PTC, diversas explorações são realizadas, como a de redes adversárias generativas e a de algoritmos genéticos.
Enquanto na primeira dois algoritmos de machine learning competem entre si para ver qual atinge o melhor resultado, a segunda aplica uma espécie de seleção natural com aprimoramento constante. “O processo iterativo das máquinas chega a ser de 100 a mil vezes mais rápido do que o humano, chegando ao resultado ideal a partir dos padrões definidos”, detalhou Craft.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115025-ia-ajuda-a-construir-a-nova-geracao-de-roupas-espaciais.htm

Rússia enviará turistas para a Estação Espacial Internacional em 2023

Após uma década sem promover esse tipo de iniciativa, a empresa espacial estatal russa Roscosmos divulgou que dois turistas pagantes terão a oportunidade de ir à Estação Espacial Internacional em 2023. Ambos farão um voo curto com a sonda Soyuz. Enquanto estiverem por lá, um deles poderá, inclusive, passear fora das instalações – primeira vez em que um cidadão comum fará algo assim.
Para tornar o projeto possível, a Roscosmos está trabalhando com a companhia norte-americana Space Adventures, que propicia a realização das viagens espaciais a consumidores com alto poder aquisitivo. A parceria entre as empresas não é a primeira, sendo responsável pelo envio de sete pessoas à ISS em oito lançamentos. 
Em 2009, última vez em que isso ocorreu, o cofundador do Cirque du Soleil Guy Laliberté conseguiu aproveitar o passeio diferenciado – que custou US$ 42 milhões (cerca de R$ 230 milhões, em conversão direta).

Guy Laliberté, cofundador do Cirque du Soleil.
Guy Laliberté, cofundador do Cirque du Soleil.

A pausa nas atividades ocorreu para que a instituição auxiliasse a NASA no transporte de astronautas após a aposentadoria da Space Shuttle em 2011. Obviamente, a ajuda teve um preço: cerca de US$ 80 milhões (cerca de R$ 438 milhões) por passageiro.
Agora, uma vez que a agência norte-americana está utilizando a cápsula Crew Dragon e que a Boeing também está desenvolvendo um novo equipamento para essa finalidade, o CST-100 Starliner, menos “passagens” estão sendo compradas – e a empresa russa voltará ao turismo.

Retomando viagens espaciais de luxo

Ainda neste ano, foi anunciado pela Roscosmos que ela está trabalhando com a Space Adventures para enviar dois turistas à ISS ainda em 2021, e o anúncio recente seria mais um dos planos das empresas. A grande novidade é justamente a chamada spacewalking, algo inédito até então. Nenhum dos turistas anteriores pôde realizar essa experiência.

E aí, você iria?
E aí, você iria?

Quem acha que aproveitar um privilégio assim é uma tarefa simples está redondamente enganado. Um treinamento intensivo em solo é exigido daqueles que queiram se dispor a se aventurar em gravidade zero. Infelizmente, não foram divulgados valores nem processos detalhados da preparação, apenas que tudo o que for necessário para garantir a segurança dos tripulantes está incluído no pacote.
Eric Anderson, CEO da Space Adventures, comemora: “Um cidadão comum completando uma caminhada espacial é um passo gigantesco para voos do tipo. Agradecemos a chance de comemorar duas décadas de turismo espacial orbital com nossos parceiros russos, dando início a outra experiência inédita.” 

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115020-russia-enviara-turistas-para-a-estacao-espacial-internacional-em-2023.htm

Starsounds - Ouça a primeira música feita com 'sons das estrelas' !

A evolução da ciência e da tecnologia permitiu ao homem registrar alguns dos sons do universo, como as ondas acústicas de explosões de estrelas, que em condições normais não são audíveis pelo ouvido humano. Agora, estas mesmas ondas sonoras foram utilizados para criar a primeira música feita com sons de estrelas.
Intitulada "Starsounds" (ou som das estrelas, em tradução livre), a canção inovadora foi organizada pelo músico, compositor e produtor musical Brian Eno. Responsável por desenvolver o estilo que ficou conhecido como música ambiente, ele assumiu a missão de reunir as ondas infrassonoras das estrelas em uma única faixa, de maneira que elas pudessem ser ouvidas pelo homem.
A música das estrelas é o projeto mais recente do Starmus Festival, evento anual criado pelo astrofísico e guitarrista Brian May, em parceria com o também astrofísico Garik Israelian. No encontro, os participantes celebram a astronomia, a exploração espacial e as ciências afins, assim como a música e a arte.

Brian May, guitarrista da banda Queen e astrofísico, é um dos idealizadores do projeto.
Brian May, guitarrista da banda Queen e astrofísico, é um dos idealizadores do projeto.
Em 2011, aconteceu a primeira edição do Starmus, que contou com presenças ilustres, entre as quais os astronautas Neil Armstrong, Jim Lovell, Buzz Aldrin, Charlie Duke e William Anders. O primeiro homem a andar no espaço, Alexei Leonov, também estava lá. O festival logo ganhou popularidade, passando a ter membros como o renomado cientista Stephen Hawking e o músico Peter Gabriel, e a premiar pessoas pela contribuição à ciência, como o CEO da Tesla Elon Musk e o astrofísico Neil deGrasse Tyson.

Como ela foi criada

Os sons de explosões de estrelas utilizados na composição da música "Starsounds" fazem parte de uma biblioteca de áudio criada em 2005 por Israelian. Desde então, ele compila estes sons espaciais, para utilização em diferentes tipos de projetos.
De acordo com o Retrofuturista, Brian Eno utilizou um método de aceleração das ondas acústicas infrassonoras que são resultado das explosões das estrelas, convertendo-as em uma faixa sonora audível para o ouvido humano. O resultado foi uma “peça hipnótica com harmonias complexas e visuais hipnotizantes”, segundo a publicação.
Este mesmo processo de composição, utilizando ondas infrassonoras de estrelas, serviu de inspiração para os criadores da trilha sonora do filme Interestelar (2014), estrelado por Mathew McConaughey, Anne Hathaway, Jessica Chastain e Michael Caine. A biblioteca de Israelian também serviu de base para diversas outras obras.

Ouça a música "Starsounds"

Com quase dois minutos de duração, a canção "Starsounds" foi disponibilizada no YouTube na última terça-feira (23), pelo Starmus Festival. O clipe traz ainda efeitos visuais criados por um estúdio britânico que já ganhou o Oscar, incluindo imagens baseadas nas formas das ondas acústicas.
A música está disponível a seguir:

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115019-starsounds-ouca-a-primeira-musica-feita-com-sons-das-estrelas.htm

Simulações revelam como seria ver o pôr do sol em outros planetas

Embora um jamais seja igual ao outro e estejamos acostumados a vê-los, por mais deslumbrantes que nos pareçam, quem nunca sentiu uma pontinha de curiosidade em saber como seria assistir ao pôr do sol em outros planetas? Será que o céu pareceria mais avermelhado do que aqui se visto de Marte? Teria bandas de diferentes tonalidades de Júpiter? Seria visível sob a espessa camada atmosférica de Vênus? As simulações que você poderá conferir logo mais nos permitem a ter uma ideia realista de como seria!

Mais ou menos assim

Quem desenvolveu o material foi o cientista planetário Geronimo Villanueva, do Goddard Space Flight Center da NASA, situado em Greenbelt (Maryland). Originalmente, as simulações não tinham como propósito "matar" a curiosidade das pessoas, pois o pesquisador desenvolveu os modelos enquanto trabalhava em uma ferramenta para uma missão focada no estudo da atmosfera de Urano. Ele queria ajudar os astrônomos a interpretar o comportamento da luz e a determinar a composição química das camadas atmosféricas de outros planetas.
No entanto, Villanueva, além de simular o pôr do sol em Urano, também recriou como ele seria em três situações diferentes aqui na Terra: com o céu limpo, nublado e névoa. O cientista representou também como provavelmente seria se visto de Marte, Vênus e Titã, o maior satélite natural de Saturno.
Aqui em nosso planeta, os espetáculos diários que testemunhamos toda vez que o dia termina são resultado do modo que a luz interage com as moléculas presentes na atmosfera. Aliás, é por conta de como a luz se propaga por esse meio que o nosso céu é “azul” — uma vez que os comprimentos de onda mais curtos, do espectro visível aos nossos olhos nas tonalidades do azul, dispersam-se mais facilmente no ar. E por que estamos falando disso? Porque, como a composição da atmosfera de outros planetas é distinta da nossa, a luz viaja de forma diferente e, portanto, veríamos outras cores também. Confira a seguir.
No caso de Marte, o pôr do sol iria de um tom marrom ao azulado por conta da quantidade de partículas de poeira presentes na atmosfera marciana, condição que faz os comprimentos de ondas do espectro azul se propagarem de forma mais eficaz. Esse tom também seria predominante em Urano, caso algum dia também pudéssemos ir até lá para assistir, mas com toques de turquesa devido à interação dos raios solares com o hélio, metano e hidrogênio presentes na atmosfera uraniana.
Villanueva também fez uma simulação de como o pôr do sol seria em Titã (maior satélite natural de Saturno e um dos maiores do Sistema Solar), mas ele seria meio sem graça na verdade, por conta da espessa “névoa” que recobre a lua. Ainda assim, quem desperdiçaria a oportunidade de assistir a um evento desses?

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115017-simulacoes-revelam-como-seria-ver-o-por-do-sol-em-outros-planetas.htm

Time-lapse mostra 10 anos do Sol em uma hora

Vídeos de time-lapse quase sempre são incríveis. Agora, imagine um time-lapse com os últimos 10 anos de atividade do Sol, o nosso Astro-Rei... Com certeza deve ter muita coisa legal, né? 
Tudo bem que 10 anos é pouquíssimo tempo para os corpos celestes — como se fosse um bilionésimo de segundo no nosso dia, talvez... —, mas o vídeo de 61 minutos, lançado pela NASA essa semana permite observar vários fenômenos interessantes.
O principal deles é o chamado "máximo solar". Explicando por partes: a cada onze anos, mais ou menos, os pólos magnéticos do Sol se invertem, norte vira sul e sul vira norte. Então, por algum tempo, o sol entra em um período de calmaria, sem tantas explosões. No meio do caminho, a atividade volta a aumentar, até que uma nova inversão de pólos aconteça no próximo "máximo solar", que é o pico de atividade. A última vez que isso ocorreu foi em 2014 e é possível visualizar no vídeo.
O vídeo foi feito a partir de imagens capturas pela sonda SDO (Solar Dynamics Observatory), da NASA, que começou a operar em 2010. O release da NASA explica que o aparelho captura uma imagem a cada 0,75 segundos, o que soma impressionantes 425 milhões (!!!) de imagens em alta-resolução do Sol, nos últimos 10 anos. 
Imagina o tamanho do servidor para armazenar isso tudo? Pois é... São 20 milhões de gigabytes de dados, segundo a NASA. Tudo isso foi compilado pelos cientistas no vídeo de uma hora que você pode ver acima. 
Cada segundo do vídeo equivale a um dia do sol. Mas, se você achar que uma hora é tempo demais para ficar vendo o sol girar em uma tela, não se preocupe: na descrição do vídeo, a própria NASA marca os "melhores momentos". O pico de atividade, que mencionamos anteriormente, acontece entre os 20 e 30 minutos. 

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115014-time-lapse-mostra-10-anos-do-sol-em-uma-hora-video.htm

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Assintomáticos com covid-19 também contaminam meio em que estão !

Até os doentes assintomáticos com covid-19 podem contaminar o ambiente à sua volta e contagiar as pessoas com quem entram em contacto, segundo um estudo publicado no boletim da Sociedade Americana de Microbiologia.
No estudo, realizado junto de pacientes na China, destaca-se a importância de limpar as áreas ocupadas por pacientes com covid-19, mesmo que estejam internados em salas com pressão negativa, que permitem a entrada de ar, mas obrigam o ar que sai a passar primeiro por um filtro.
Os investigadores afirmam que o isolamento de doentes com covid-19 assintomáticos coloca riscos para os seus familiares e defendem que estariam melhores em hospitais de acolhimento, salientando que o meio em que estão tem de ser rigorosamente limpo.
“A colocação de doentes com covid-19 em salas de pressão negativa pode transmitir uma falsa sensação de segurança, pelo que se deve fazer uma limpeza rigorosa do ambiente”, escreve o principal autor do estudo, Zhiyong Zong, investigador no Departamento de Controlo de Infeções do Hospital da China Ocidental e da Universidade de Sichuan.
O coronavirus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19, pode infetar através de materiais ou objetos como roupa ou mobiliário, mas há poucos estudos sobre contaminação ambiental em torno de pacientes com a doença.
No novo documento, os investigadores recolheram amostras do ambiente e do ar em seis salas de internamento com pressão negativa em que estavam 13 doentes confirmados com casos ligeiros de covid-19 que tinham sido transferidos de uma enfermaria de isolamento em Chengdu, na China.
No estudo analisaram-se também dois doentes assintomáticos, recolhendo amostras das camas, manípulos das portas dos quartos e das casas de banho, interruptores de luz, sanitas, mesas de cabeceira, lençóis, almofadas, do chão e do ar.
Os investigadores encontraram o novo coronavírus em 44 de 112 amostras de superfícies, uma percentagem de 39,3%, enquanto todas as amostras de ar deram negativo.
“As conclusões do estudo sugerem que o ambiente em torno dos doentes estava largamente contaminado”, afirma Zong. “Num quarto individual com um doente assintomático, deram positivo quatro locais, incluindo a cama, almofada, lençol e a saída de ar. Isto ilustra que os doentes assintomáticos com covid-19 podem contaminar o meio em que estão e expor ao SARS-CoV-2 as pessoas com quem entram em contacto direto, como os seus familiares ou os profissionais de saúde”, acrescenta.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência AFP.
Em Portugal, morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/doentes-covid-19-assintomaticos-tambem-contaminam-331788

Durante 4 anos, a Califórnia foi invadida por um enxame de terramotos e já se sabe porquê !

Com a ajuda da modelagem 3D e de aprendizagem de máquina, os cientistas acreditam ter resolvido o mistério dos pequenos terremotos que invadiram regularmente Cahuilla, na Califórnia, do início de 2016 ao final de 2019 – um período de quase quatro anos.
De acordo com o ScienceAlert, um tipo de fluido natural, como água ou dióxido de carbono líquido, pode ser o responsável para o enxame de terramotos da Califórnia. O fluido terá rompido uma barreira na rocha subterrânea, alterando o equilíbrio de pressão e atrito ao longo da zona de falha e levando a uma longa série de tremores menores.
“Costumávamos pensar em falhas mais em termos de duas dimensões: como fendas gigantes que se estendiam para a Terra”, disse Zachary Ross, geofísico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em comunicado. “O que estamos aprendendo é que é preciso entender a falha em três dimensões para obter uma imagem clara de por que os enxames de terramotos ocorrem”.
Usando redes neurais – modelos de Inteligência Artificial ponderados que imitam o cérebro humano na forma como os seus nós ou “neurónios” se interconectam -, Ross e os seus colegas processaram mais de 22 mil eventos sísmicos, variando em magnitude de 0,7 a 4,4. A análise revelou uma linha de falha complexa e estreita em 3D, que se estendia por cerca de oito quilómetros.
O modelo mostrou a presença provável de um reservatório subterrâneo, inicialmente cortado da zona de falha antes de vazar e acionar os tremores.
Enxames como este normalmente não incluem grandes terramotos e são muito menos previsíveis do que os grandes terramotos, que geralmente começam com um choque significativo que é seguido por tremores secundários que diminuem lentamente.
O que torna este enxame interessante é o facto de ter durado tanto tempo – quase como um enxame em câmera lenta. Outros enxames podem durar dias, semanas ou meses. Agora, o enxame está a diminuir, possivelmente porque o fluido atingiu uma barreira impermeável.
O próximo passo é testar a técnica de modelagem noutros locais mais distantes, como no sul da Califórnia, para perceber se as injeções fluidos naturais são responsáveis por mais enxames de terramotos.
“Estas observações aproximam-nos de fornecer explicações concretas sobre como e por que os enxames de terramotos começam, crescem e terminam“, explicou Ross.
Estas técnicas, cujas conclusoões foram publicadas este mês na revista científica Science, podem ser vitais para a compreensão e previsão de terramotos no futuro – grandes ou pequenos enxames, como o que aconteceu em Cahuilla.

https://zap.aeiou.pt/4-anos-california-invadida-um-enxame-terramotos-ja-sabe-331303

Ver a idade pelos olhos - Nova tecnologia deteta envelhecimento biológico

Todas as pessoas envelhecem, mas em taxas diferentes, algumas mais rapidamente e outras mais lentamente. Porém, não há uma medida universalmente aceite para o envelhecimento biológico. Agora, investigadores dizem ter desenvolvido um scanner ocular que consegue detetar e rastrear o envelhecimento biológico, que é diferente do envelhecimento cronológico.
Anteriormente, já foram propostas e testadas numerosas métricas relacionadas com o envelhecimento, mas, até ao momento, não foi identificado nenhum marcador nem desenvolvido um método não invasivo que possa medir e acompanhar com precisão o envelhecimento biológico em indivíduos.
Agora, investigadores descobriram que um scanner oftalmológico especializado que mede com precisão sinais espectroscópicos de proteínas nas lentes do olho pode detetar e rastrear o envelhecimento biológico em seres humanos.
De acordo com os investigadores, a idade cronológica não mede adequadamente a variação individual na taxa de envelhecimento biológico.
“A ausência de métricas clínicas para avaliar quantitativamente como cada pessoa está a envelhecer ao nível molecular representa um grande impedimento para entender o envelhecimento e maximizar a saúde ao longo da vida”, disse Lee E. Goldstein, professor associado de neurologia, patologia e laboratório medicina, psiquiatria e oftalmologia na Escola de Medicina da Universidade de Boston, em comunicado.
“O cristalino contém proteínas que acumulam alterações relacionadas com o envelhecimento ao longo da vida. Essas proteínas das lentes fornecem um registo permanente do histórico de envelhecimento de cada pessoa. O nosso scanner ocular pode descodificar esse registo de como uma pessoa está a envelhecer ao nível molecular”, disse Goldstein.
Os cientistas acreditam que os resultados abrem caminho para uma ferramenta clínica potencialmente transformadora para avaliação objetiva e rastreamento do envelhecimento molecular em humanos.
“A estrutura para a implementação clínica dessa tecnologia para medir o envelhecimento molecular é semelhante a outros biomarcadores clínicos adotados recentemente, incluindo imagens cerebrais PET para a doença de Alzheimer, densitometria óssea para osteoporose e exames de sangue sérico para diabetes mellitus”, disse Goldstein.
Embora grandes baterias de teste que incorporavam métricas compostas tenham sido desenvolvidas para rastrear o envelhecimento humano, estão muito distantes dos mecanismos moleculares subjacentes do envelhecimento e são inadequadas para atendimento médico longitudinal personalizado.
“Por outro lado, a tecnologia do scanner ocular que investiga a proteína da lente fornece uma técnica objetiva, rápida e não invasiva para a medição direta do envelhecimento molecular que pode ser implementada com facilidade, rapidez e segurança no ponto de atendimento. Essa métrica oferece potencial para cuidados médicos de precisão durante toda a vida útil”, afirmou Goldstein.
As conclusões do estudo foram publicadas este mês na revista científica Journal of Gerontology: Biological Sciences.

https://zap.aeiou.pt/olhos-tecnologia-envelhecimento-biologico-331267

O plástico está a cair do céu !

Os microplásticos estão por todo o lado. Um novo estudo acaba de revelar que estes minúsculos fragmentos viajam por todo o mundo através do vento, da chuva e da neve. 
Os oceanos estão repletos de toneladas de plástico, que ameaçam peixes, aves e qualquer espécie marinha. No entanto, não existe um único recanto do planeta Terra onde este material não consiga chegar. No ar que respiramos, a viajar ao sabor do vento e até a cair do céu: os microplásticos estão mesmo por todo o lado.
Esta é a conclusão de um recente estudo, publicado na Science no dia 12 de junho. Janice Brahney, da Universidade de Utah, nos EUA, afirma que, a cada ano, chovem mais de mil toneladas de micropartículas de plástico em parques nacionais e zonas selvagens do oeste norte-americano. O número equivale entre 123 e 300 milhões de garrafas de plástico.
Estudos anteriores já haviam detetado microplásticos no ar da Europa, da China e do Ártico, mas esta nova investigação vem estender a presença destas partículas a zonas remotas dos Estados Unidos.
De acordo com o Ars Technica, a equipa de cientistas recolheu 339 amostras em 11 parques e encontrou minúsculos pedaços de plástico em 98% delas.
Brahney ficou muito surpreendida com os resultados e, convencida de que podia ter cometido algum erro, decidiu repetir os testes – mas tudo bateu certo.
As maiores partículas de microplásticos caíram com chuva e neve, sendo que as mais pequenas surgiram com o tempo seco, transportadas pelo vento. A explicação mais provável é a de que as partículas de maior dimensão provenham de zonas mais próximas, enquanto que as mais pequenas, sejam trazidas pelo vento de áreas mais longínquas.
As microfibras identificadas pelos cientistas eram consistentes com os tipos de têxteis usados na confeção de roupas; na produção de carpetes e revestimentos industriais; e de equipamentos para atividades ao ar livre, como tendas e roupas impermeáveis.
Ainda não são claros os efeitos da inalação destas partículas na saúde humana, ainda que os cientistas saibam que, certamente, não são benéficas.
Segundo a equipa, os microplásticos podem estar a alterar a forma como o solo absorve e armazena o calor e afetar a multiplicação dos micróbios que o habitam. Além disso, as partículas podem modificar a forma como a água de desloca através destes solos.

https://zap.aeiou.pt/plastico-esta-a-cair-do-ceu-330530

Miniórgãos mostram o efeito devastador do coronavírus

Entre tantas incertezas sobre o Sars-CoV-2, há uma unanimidade: ele tem um efeito devastador no corpo humano, atacando pulmões, intestinos, rins, coração, cérebro, fígado… nada parece escapar. Nessa corrida contra o tempo, pesquisadores agora conseguem ver como o vírus causador da atual pandemia age, graças aos organoides, pequenas bolas de tecido diferenciado cultivadas em laboratório e que mostram para onde o vírus viaja, quais células infecta e que danos causa.

Uma célula intestinal sendo atacada pelo SARS-CoV-9 (pontos pretos).
Uma célula intestinal sendo atacada pelo Sars-CoV-9 (pontos escuros).

A ação do coronavírus em seu órgão preferido, o pulmão, é o que está sendo estudado na Kyoto University, no Japão. O biólogo de células-tronco Kazuo Takayama e sua equipe desenvolveram organoides como brônquios. Infectados com Sars-CoV-2, eles mostraram que o vírus ataca principalmente células-tronco que se diferenciam em células basais nesse tecido.
O próximo passo do trabalho, publicado no repositório de artigos sobre ciências biológicas bioRxiv, será estudar se o vírus pode se espalhar para outras células.

Pulmões, o principal alvo

Pulmões também foram os escolhidos para serem reproduzidos em placas de Petri pelo biólogo de células-tronco Shuibing Chen, da Weill Cornell Medicine. Seu estudo mostrou não apenas a morte das células atacadas como também que a investida do vírus pode ter, como resposta, uma produção maciça de citocinas, o que leva a uma ação imune devastadora e, por vezes, fatal.
"Por que as células do pulmão estão morrendo nos pacientes continua sendo um mistério; sabemos o que as mata, mas não sabemos bem como", disse Chen, que também publicou os resultados de sua pesquisa no bioRxiv.
Para a bióloga de células-tronco Núria Montserrat, do Institute for Bioengineering of Catalonia, que também está estudando os efeitos do vírus nos pulmões, a pesquisa avança mais rápido porque "organoides podem ser cultivados para incluir vários tipos de células e assumir a forma do órgão original em semanas".

A destruição se espalha pelo sangue

Organoides mimetizando o tecido que reveste os vasos sanguíneos (endotélio) mostraram que o vírus pode infectá-lo, permitindo que partículas virais vazem para o sangue, entrando na corrente sanguínea e alcançando todo o corpo.
Pelo sangue, o vírus circula até alcançar órgãos como rins e fígado, segundo o trabalho do biólogo celular Bing Zhao, da Fudan University, em Xangai (China), que publicou seu trabalho com organoides na revista Protein & Cell
O organoide de células do fígado mostra o ataque do vírus SARS-CoV-2 (em vermelho).
O organoide de células do fígado mostra o ataque do vírus Sars-CoV-2 (em vermelho).
Um estudo publicado na Science revelou, ainda, que o vírus se replica também nas células que revestem os intestinos delgado e grosso.

Em branco, pode-se distinguir as regiões atacadas pelo coronavírus no organoide intestinal à direita.
Em branco, pode-se distinguir as regiões atacadas pelo coronavírus no organoide intestinal à direita.

Cura in vitro

Na outra ponta, os mesmos organoides infectados que mostram a destruição do Sars-CoV-2 são usados como modelos de como as drogas testadas para futuras terapias contra a covid-19 reagem no corpo humano — algumas já na fase de ensaios clínicos.
Com os minipulmões cultivados, Shuibing Chen testou 1,2 mil medicamentos aprovados pelo governo norte-americano e descobriu que um deles, oncológico, suprime o Sars-CoV-2. Ainda não é possível, porém, reproduzir em laboratório o que acontece nos hospitais nem as sequelas que a doença pode deixar em quem sobrevive a ela

"Os estudos em organoides infectados não refletem o que acontece no corpo; os resultados precisam ser validados em modelos animais e estudos clínicos", disse à Nature o virologista Bart Haagmans, da Erasmus University Medical Center.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114993-miniorgaos-mostram-o-efeito-devastador-do-coronavirus.htm

Cidade na Sibéria bate recorde de calor no Ártico !

O aumento de temperatura nas regiões mais frias do planeta é uma realidade um tanto assutadora e, ao mesmo tempo, esperada por muitos cientistas. Consequências dos processos da Terra e do auto índice de poluição gerado por humanos, o mundo está esquentando cada vez mais. 
Com isso, a Sibéria registrou, no sábado (20), uma temperatura de 38 ºC e bateu um recorde histórico de temperaturas na região do Ártico.

(Fonte: Pexels)
(Fonte: Pexels)

O recorde de calor do Ártico

A região do Círculo Ártico é conhecida por ser fria, até porque está em um dos polos do planeta. Entretanto, com o aumento da temperatura da Terra, o calor está aumentando e surpreendendo as regiões. 
Entre essas áreas está a Sibéria, que é a província mais fria da Rússia e também a mais ao norte. Ela é conhecida por algumas situações curiosas, como a neve escura, a chuva de sangue e eclipses espontâneos. Agora, além disso, a região também ganhou o recorde de maior temperatura do Círculo Ártico. 
O evento aconteceu em Verkhoiansk, um pequeno vilarejo com aproximadamente 1.300 moradores e à uma distância de 4.800 quilômetros da capital Moscou. A cidade marcou a temperatura de 38 ºC, quebrando o recorde e surpreendendo a população da região. 

Um número que preocupa

O número é um pouco maior do que o recorde anterior, 37 ºC, mas ainda assim chama a atenção. A região de Verkhoiansk  é conhecida por ter uma extremidade de temperaturas, com uma média de 49 ºC negativos durante os invernos pesados e acima de 30 ºC no verão. 
Acredita-se que o novo recorde seja uma consequência do fato da Sibéria ter passado pelo Maio mais quente de sua história. Toda a província marcou uma média 10 ºC mais alta do que entre os anos 1979 e 2019. 

Consequências do aumento de temperatura

Esses picos de calor causaram alterações na região da Sibéria. Só neste ano foram 31 incêndios pela província, que causaram a queima de mais de 350 mil hectares de uma floresta, que fica na República de Sakha, também conhecida como Iacútia, e que é parte da cidade Verkhoiansk.

(Fonte: Pexels)
(Fonte: Pexels)

Isso se deve, provavelmente, por um vazamento de 20 mil toneladas de diesel. Esses acontecimentos chamam a atenção para as preocupações com o meio ambiente e o aquecimento global. 

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114987-cidade-na-siberia-bate-recorde-de-calor-no-artico.htm

Buraco negro está a fundir-se com um objeto misterioso

Em agosto de 2019, dois interferômetros captaram o sinal de uma onda gravitacional (chamado de GW190814) originado de um buraco negro a 790 milhões de anos-luz. O evento, denominado S190814bv, acaba de se desdobrar em um mistério: o buraco negro tem um "companheiro", mas não se sabe o que ele é.
Um estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters mostra que o buraco negro tem uma massa correspondente a 23 vezes a do Sol e está se fundindo a outro objeto menor, com 2,6 massas solares — a mais massiva estrela de nêutrons que se tem notícia ou o menor buraco negro já visto.
Esse estranho sistema binário é inédito na astrofísica. "Nunca vimos um sinal de onda gravitacional gerado de um sistema em que as massas individuais dos corpos envolvidos são tão diferentes”, diz o astrofísico Abhirup Ghosh, do Max Planck Institute for Gravitational Physics.

O gráfico mostra as massas de buracos negros detectados por observações eletromagnéticas (roxo) e ondas gravitacionais (azul); e estrelas de nêutrons detectadas por observações eletromagnéticas (amarelo) e ondas gravitacionais (laranja). O sinal GW190814 está no meio do gráfico como a fusão de um buraco negro e um objeto misterioso.
O gráfico mostra as massas de buracos negros detectados por observações eletromagnéticas (roxo) e ondas gravitacionais (azul); e estrelas de nêutrons detectadas por observações eletromagnéticas (amarelo) e ondas gravitacionais (laranja). O sinal GW190814 está no meio do gráfico como a fusão de um buraco negro e um objeto misterioso.

Mistério e escuridão

Essa é uma das incógnitas que intrigam os astrônomos: "Como as massas dos objetos são muito diferentes, identificamos claramente o 'zumbido' das ondas gravitacionais. Isso nos permite a medir com mais precisão algumas propriedades astrofísicas desse sistema e a fazer novos testes da Teoria da Relatividade Geral de Einstein", explicou o astrofísico Jonathan Gair, do Albert Einstein Institute (Potsdam).
Outro mistério que desperta a curiosidade dos astrônomos é a falta de luz. Ao captarem ondas gravitacionais, os interferômetros LIGO e Virgo emitem um alerta para astrônomos de todo o mundo, que acionam telescópios terrestres e espaciais para encontrar o brilho do evento. No caso do GW190814, apesar de uma busca intensa, ele jamais foi captado.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114979-buraco-negro-esta-se-fundindo-a-um-objeto-misterioso.htm

Cientistas aventam hipótese de que a Via Láctea pode estar cheia de mundos oceânicos

Apesar de sabermos muito pouco sobre nossos oceanos, somos capazes de explorar o resto do Universo com a tecnologia disponível hoje em dia – mesmo que encaremos altas limitações. Imagine pensar que outros corpos celestes podem conter seus próprios mundos aquáticos! Em um novo estudo, cientistas descobriram a possibilidade de que expolanetas com vasta quantidade de água sejam mais comuns do que pensávamos – e quase todos eles estão aqui, na Via Láctea.
Não importa se o líquido se encontra na superfície ou abaixo dela; todos os objetos localizados foram catalogados. Exemplos próximos estão, inclusive, dentro do Sistema Solar. Encélado, sexta maior lua de Saturno, é um deles. Sob sua superfície congelada, há provavelmente uma grande extensão de água salgada – sendo que, em 2019, moléculas orgânicas vindas dela chegaram a nosso conhecimento.

Encélado, sexta maior lua de Saturno.
Encélado, sexta maior lua de Saturno.

Para identificá-los, Lynnae Quick, cientista planetária da NASA, especialista em vulcanismo e mundos oceânicos e responsável pela pesquisa, e Aki Roberge, astrofísica e colaboradora, procuraram plumas aquosas lançadas ao espaço – as quais nada mais são que colunas de fluidos, como as criadas por foguetes em seus lançamentos. Normalmente, gêiseres são responsáveis pelo fenômeno. 
“Tais erupções ocorrem em Europa [lua de Júpiter] e em Encélado, então podemos dizer que existem oceanos sob a superfície e que determinada energia pode movimentá-los. Esses são dois elementos para a formação da vida como a conhecemos”, afirma.
“Talvez sejam habitáveis e, se forem, pode haver versões maiores espalhadas por nosso sistema planetário.”

Lynnae Quick, cientista planetária da NASA e especialista em vulcanismo e mundos oceânicos.
Lynnae Quick, cientista planetária da NASA e especialista em vulcanismo e mundos oceânicos.

Mais mundos além deste

As pesquisadoras envolvidas no projeto se dedicaram a analisar detalhadamente 53 exoplanetas com tamanhos similares ao da Terra, além de sete presentes no sistema TRAPPIST-1. Densidade, órbita, temperatura, massa e distância de suas estrelas também foram variáveis levadas em conta. Dos exemplares, cerca de 13 mostram grande potencial de conterem oceanos. Em sua maioria, o líquido se encontra abaixo de superfícies congeladas. A energia liberada pelas plumas de todos eles, por sua vez, parece ser muito maior que a de nossos vizinhos mais próximos.
“Suposições a partir de modelos matemáticos do tipo são apenas teorias interessantes”, explica a NASA, o que não muda o fato de que estudos posteriores podem ser mais bem direcionados se o objetivo for justamente procurar esses elementos com mais atenção em breve. Com a descoberta de Lynnae, medir o calor emitido pelos corpos celestes e identificar erupções vulcânicas ou criovulcânicas – aquelas que expelem vapores e líquido em vez de apenas rocha derretida – é uma possibilidade.
Como fazer isso? A partir da luz emitida por eles, mesmo com o filtro de suas atmosferas. Infelizmente, todos estão muito longe para obtermos mais detalhes, que são ainda mais ofuscados pelo brilho das estrelas orbitadas pelos corpos. Ainda assim, outras ações da agência, como o lançamento do telescópio espacial James Webb, marcado para 2021, podem nos aproximar de seus mistérios.

Aki Roberge, colaboradora do estudo.
Aki Roberge, colaboradora do estudo.

Aki Roberge comenta: “Missões futuras que envolvam a procura por sinais de vida além do Sistema Solar são focadas em planetas como o nosso, que possuam uma biosfera global tão abundante que é capaz de alterar a química de toda a atmosfera”.
“Ainda assim, por aqui, longe do calor do Sol, luas congeladas com oceanos mostraram que têm os elementos que achamos serem essenciais à vida.” É, quem sabe?

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114971-via-lactea-pode-estar-cheia-de-mundos-oceanicos-dizem-cientistas.htm

NASA reúne fotos de observação do Sol em um time-lapse incrível

Em 2020, o Solar Dynamics Observatory (SDO) completa 10 anos no espaço, estudando o Sol. Para comemorar, a NASA divulgou, nesta quarta-feira (24), um vídeo em time-lapse que reúne alguns dos principais registros do maior astro do Sistema Solar feitos pela sonda, ao longo do período.
Lançado em 2010, o SDO tem a função de observar o Sol, estudando os processos que afetam a vida na Terra. Ele conta com instrumentos para capturar imagens ininterruptamente. Um deles é o Atmospheric Imaging Assembly (AIA), responsável por registrar uma foto a cada 12 segundos, em 10 comprimentos de onda de luz diferentes.
Até o momento, a sonda reuniu 425 milhões de imagens em alta resolução, em um arquivo de 20 milhões de GB de dados. Toda esta observação permitiu à agência espacial americana realizar inúmeras descobertas sobre a estrela, como a de um novo tipo de explosão magnética, que ajudou a entender os motivos das altas temperaturas na atmosfera solar.

O SDO foi lançado em fevereiro de 2010.
O SDO foi lançado em fevereiro de 2010.

O SDO também está próximo de concluir um ciclo solar inteiro, completado a cada 11 anos. Com isso, ele terá obtido informações de toda a dinâmica de funcionamento da estrela.

Veja o vídeo

O time-lapse do Solar Dynamics Observartory divulgado pela NASA contém fotos tiradas no comprimento de onda de 17,1 nanômetros. De acordo com a agência, esta faixa é a ideal para mostrar a camada atmosférica mais externa do Sol, ou seja, a sua coroa.
A gravação compila uma década de milhões de fotos da estrela em 61 minutos, mostrando o aumento e a diminuição da atividade solar durante o período. Também é possível ver, em alguns momentos do vídeo, eventos astronômicos notáveis, como erupções solares e a passagem de planetas.


https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114970-nasa-reune-fotos-de-observacao-do-sol-em-um-time-lapse-incrivel.htm

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Fugaku, o supercomputador mais rápido do mundo, vai entrar no combate à covid-19 !


Fugaku

O supercomputador Fugaku conquistou recentemente o título de mais rápido do mundo e é o mais recente reforço na luta contra a covid-19.
No Japão, o mais recente reforço na luta contra o novo coronavírus é o Fugaku, o computador mais rápido do mundo. Esta máquina, financiada pela Fujitsu, consegue realizar mais de 415 triliões de cálculos por segundo.
Segundo o Interesting Engineering, esta semana, o supercomputador destronou aquele que era, até agora, considerado o computador mais rápido do mundo, o norte-americano Summit da IBM. A máquina japonesa consegue realizar operações quase três vezes mais rápido que o seu antecessor.
O Fugaku contém 150 mil unidades de processamento de alto desempenho e tem a capacidade de testar milhares de substâncias por semana. Agora, o objetivo do supercomputador é ajuda a identificar um tratamento para a covid-19.
O Fugaku tem por base os cerca de dois mil fármacos já existentes, incluindo os recentemente desenvolvidos e que ainda não chegaram à fase de testes.
Vai também analisar as mudanças estruturais nas células humanas quando entram em contacto com o vírus, de modo a obter importantes informações sobre o desenvolvimento da doença. O supercomputador já descobriu como é que as gotículas do novo coronavírus se espalham em espaços fechados, como escritórios.
O supercomputador que custou mais de 130 mil milhões de ienes, cerca de 1,08 mil milhões de euros, a ser desenvolvido.

https://zap.aeiou.pt/fugaku-combate-covid-19-331514

Leite de cabras geneticamente modificadas pode produzir medicamento contra o cancro

As cabras podem ser geneticamente modificadas para ajudar a produzir um medicamento comum contra o cancro no seu leite, podendo levar a uma redução dos custos de produção.
Uma equipa de investigadores neozelandeses está a testar um método pouco ortodoxo no combate contra o cancro. Os cientistas estão a modificar geneticamente cabras para produzirem no seu leite o anticorpo de um medicamento comum usado no tratamento contra o cancro.
“Os anticorpos são as principais armas do nosso sistema imunológico”, explica Goetz Laible, coautor do estudo pré-publicado este mês no portal bioRxiv. O anticorpo em que os cientistas se focaram é um tipo de anticorpo monoclonal, chamado cetuximab.
“O potencial terapêutico deles reside na sua capacidade extraordinária de definir um alvo que, no caso de uma terapia anticancro, pode explorar diferenças entre células cancerígenas e células normais”, disse Laible em declarações ao Newshub.
O facto de este anticorpo monclonal poder ser produzido em leite de cabra constitui um avanço importantíssimo, já que permite uma redução dramática dos custos. O medicamento conhecido como Erbitux tem um processo de produção altamente caro, salienta a revista New Scientist.
Para conseguir este feito, os cientistas inseriram genes especiais no genoma das células de cabra. Depois criaram cabras a partir dessas células, que mostraram ser capazes de produzir o anticorpo no seu leite.
“Além desta mudança no leite, as cabras envolvidas são animais normais e saudáveis”, ressalvou Laible.
“Os nossos animais têm um excelente estado de saúde e estão livres de muitas doenças animais perigosas que são comuns em muitos outros países. Adicionando a experiência líder da Nova Zelândia em genética de animais de criação e tecnologias reprodutivas, capacidade de processamento de leite de qualidade e sistemas agrícolas eficientes, isto mostra a oportunidade que poderia oferecer à Nova Zelândia”, acrescentou o coautor.

https://zap.aeiou.pt/cabras-geneticamente-modificadas-podem-produzir-medicamentos-cancro-no-leite-330305

O motor mais pequeno do mundo é 100.000 vezes mais fino do que um fio de cabelo

O novo motor é 100.000 vezes mais fino do que um fio de cabelo humano e é muito mais eficiente do que motores semelhantes desenhados anteriormente.
Uma equipa de cientistas suíços desenvolveu o mais pequeno motor molecular do mundo, segundo um artigo científico publicado no dia 15 de junho na Proceedings of the National Academy of Sciences.
O Europa Press detalha que o motor é constituído por apenas 16 átomos, medindo menos de um nanómetro – ou seja, 100.000 vezes menos do que o diâmetro de um cabelo humano.
Os investigadores dos Laboratórios Federais Suíços de Ciência e Tecnologia de Materiais (Empa) e da Escola Politécnica Federal de Lausanne (EPFL) garantem que este instrumento pode ser alimentado tanto por energia térmica, como por energia elétrica. Estas características “aproximam-nos do último limite de tamanho para motores moleculares”, sublinha Oliver Gröning, chefe do Grupo de Pesquisa de Superfícies Funcionais da Empa.
Este motor molecular funciona de forma muito semelhante à sua contraparte no mundo macro: converte energia em movimento direcionado. Como um motor de grande escala, este instrumento de 16 átomos contém um estator e um rotor, ou seja, uma parte fixa e uma parte móvel.
Segundo os cientistas, a energia elétrica é preferível, uma vez que o rotor gira na mesma direção e com uma estabilidade de 99%, tornando-o muito mais eficiente do que outros motores deste tipo desenvolvidos anteriormente.
No entanto, mesmo com esta alta taxa de estabilidade, a equipa frisa que os modelos da física quântica, que deveriam levar o rotor a girar em qualquer direção, fazem com que haja a probabilidade de 99% de girar na mesma direção. Isto sugere uma pequena perda de energia que os cientistas pretendem investigar no futuro.
A equipa acredita que este pequeno motor molecular pode permitir, no futuro, “estudar os processos e as razões da dissipação de energia em processos de tunelamento quântico”.

https://zap.aeiou.pt/motor-pequeno-do-mundo-330737

Quatro exoplanetas recém-nascidos são “torrados” pelo seu sol

Cientistas do Instituto Leibniz para Astrofísica de Potsdam examinaram o destino da jovem estrela V1298 Tau e os seus quatro exoplanetas em órbita.
Os resultados mostram que estes planetas recém-nascidos são “torrados” pela intensa radiação de raios-X do seu jovem sol, o que leva à vaporização do seu invólucro gasoso. Os planetas mais interiores podem ser evaporados até aos seus núcleos rochosos, de modo que não resta nenhuma atmosfera.
Os exoplanetas jovens vivem num ambiente de alto risco: a sua estrela produz uma grande quantidade de radiação energética de raios-X, tipicamente mil a dez mil vezes mais do que o nosso próprio Sol. Esta radiação de raios-X pode aquecer as atmosferas dos exoplanetas e, às vezes, até evaporá-las.
A percentagem de evaporação da atmosfera de um exoplaneta, ao longo do tempo, depende das propriedades do planeta – a sua massa, densidade e distância à estrela. Mas quanto é que a estrela pode influenciar o que acontece ao longo de milhares de milhões de anos? Esta é uma questão que os astrónomos decidiram abordar no seu artigo mais recente.
O recém-descoberto sistema de quatro planetas em torno da jovem estrela V1298 Tau é uma base de teste perfeita para esta pergunta. A estrela central tem mais ou menos o tamanho do nosso Sol. No entanto, tem apenas cerca de 25 milhões de anos, muito mais jovem do que o Sol, com 4,6 mil milhões de anos. Hospeda dois planetas mais pequenos – com aproximadamente o tamanho de Neptuno – próximos da estrela, além de dois planetas do tamanho de Saturno mais distantes.
“Observámos o espectro de raios-X da estrela com o telescópio espacial Chandra para ter uma ideia de quão fortemente as atmosferas planetárias são irradiadas,” explica Katja Poppenhäger, autora principal do estudo.
Os cientistas determinaram os possíveis destinos dos quatro exoplanetas. À medida que o sistema estrela-planeta envelhece, a rotação da estrela diminui. A rotação é o fator determinante para o magnetismo e para a emissão de raios-X, de modo que uma rotação mais lenta anda de mão dada com uma emissão mais fraca de raios-X.
“A evaporação dos exoplanetas depende do tempo em que a rotação diminui, se demora pouco tempo ou mil milhões de anos – quanto mais rápida esta diminuição, menos atmosfera se perde,” diz a estudante de doutoramento Laura Ketzer, que desenvolveu código disponível ao público para calcular como os planetas evoluem ao longo do tempo.
Os cálculos mostram que os dois planetas mais interiores do sistema podem perder completamente a sua atmosfera de gás para se tornarem meramente núcleos rochosos caso a estrela diminua lentamente a sua rotação, enquanto o planeta mais exterior continuará a ser gigante gasoso. “Para o terceiro planeta, depende realmente da sua massa, o que ainda não conhecemos. A medição do tamanho dos exoplanetas, com a técnica de trânsito, funciona bem, mas a determinação das massas planetárias é muito mais complexa,” explica o coautor Matthias Mallonn, que atualizou as propriedades de trânsito do sistema usando observações com o telescópio terrestre STELLA do instituto.
“As observações de raios-X de estrelas com planetas são uma peça fundamental para aprender mais sobre a evolução a longo prazo das atmosferas exoplanetárias,” conclui Katja Poppenhäger. “Estou particularmente empolgada com as possibilidades que podemos obter através das observações de raios-X com o eROSITA durante os próximos anos.”
O telescópio de raios-X eROSITA, que foi desenvolvido em parte pelo Instituto Leibniz para Astrofísica, está a realizar observações de todo o céu e produzirá propriedades de raios-X para centenas de estrelas que hospedam exoplanetas.
Os resultados da investigação foram recentemente publicados no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

https://zap.aeiou.pt/quatro-exoplanetas-recem-nascidos-sao-torrados-pelo-sol-330950

Grupo sanguíneo pode influenciar gravidade da covid-19

O grupo sanguíneo e outros fatores genéticos podem ditar a gravidade de infeção do novo coronavírus, sugere uma nova investigação europeia.
De acordo com a nova investigação, cujos resultados foram publicados esta quarta-feira no The New England Journal of Medicine, as pessoas do grupo sanguíneo A correm um risco maior de serem infetadas e de desenvolverem sintomas mais graves.
A mesma investigação europeia, que tem como objetivo tentar perceber porque é que a covid-19 afeta determinadas pessoas de forma mais grave, sugere que o risco é 45% superior para pessoas do grupo A comparativamente com as restantes.
Em sentido oposto, frisa a SIC Notícias, o risco é menor para as pessoas do grupo sanguíneo O. O risco ronda os 50%, precisa o portal Live Science.
Para chegar a esta conclusão, os cientista analisaram durante o pico da pandemia na Europa os mapas genéticos de mais de 4.000 pessoas infetadas e em estado grave, tentando perceber as variações genéticas que podem explicar as respostas imunológicas.
“A esperança é de que estas descobertas apontem o caminho para um melhor entendimento da biologia da covid-19. [Os resultados] também sugerem que um teste genético e o grupo sanguíneo podem fornecer ferramentas úteis para identificar quem está em maior risco de doenças graves”, explicou Francis Collins, diretor do National Institutes of Health dos Estados Unidos.
O Live Science recorda ainda que dois estudos anteriores davam já conta de uma ligação entre o grupo sanguíneo e a gravidade de infeções por covid-19.
Ambas as equipas concluíram que o grupo A corre mais risco de contrair a covid-19 face aos restantes grupos e que o grupo O tem menos probabilidade de ficar infetado.
Contudo, importa frisar, estes dois estudos, publicados a 27 de março e a 11 de abril, foram divulgados em pré-publicação no portal medRxiv sem revisão de pares.
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 468.518 pessoas e infetou quase nove milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.

https://zap.aeiou.pt/grupo-sanguineo-pode-influenciar-gravidade-da-covid-19-331284

Estudo revela que formato do Sistema Solar parece um cometa

Aprendemos desde os primeiros anos escolares que o Sistema Solar é como uma estrutura circular, com o Sol ao centro e os planetas em órbitas redondas ao seu redor. No entanto, a realidade parece ser bem diferente.
Um estudo realizado a partir de dados da missão Interstellar Boundary Explorer (IBEX) da NASA mostra que a heliosfera, região de influência do Sol com 23 bilhões de quilômetros de diâmetro, se parece muito mais a uma cauda de cometa do que um círculo perfeito.
A pesquisa durou 11 anos e foi capaz de analisar as mudanças de limites e a influência dos ventos solares durante um ciclo solar completo. As informações coletadas ajudam a entender como todo o nosso Sistema Solar, inclusive a heliosfera, se move através do espaço interestelar.

Características da heliosfera


(Fonte: NASA/Divulgação)
(Fonte: NASA/Divulgação)

A missão IBEX revelou importantes características a zona de influência do Sol. A heliosfera apresenta uma cauda prolongada, semelhante à de um cometa. Essa formato é causado por um forte campo magnético interestelar associado a uma alta pressão das partículas na região.
O trabalho também mostrou que os limites da heliosfera estão muito mais próximos na direção do movimento do Sistema Solar. As fronteiras são menores nas proximidades do "polo sul" do Sol do que do "polo norte".
A equipe observou uma mudança significativa de formato da heliosfera no período de 2009 a 2014. A zona de influência do Sol se contraiu quando o fluxo de vento solar era lento e constante. Com o pico da atividade solar em 2014, os ventos solares aumentaram em cerca de 50% por alguns anos, o que levou a heliosfera expandir-se.

Outras descobertas

A missão IBEX também descobriu uma anomalia de partículas interestelares na fronteira. A descoberta ficou conhecido como faixa IBEX, um mistério de longa data na física interestelar. Essas partículas viajam de fora para dentro da heliosfera e podem revelar informações importantes sobre a influência do Universo no Sistema Solar.
As imagens da missão ainda são insuficientes para compreender a influência dessas partículas, mas as dúvidas podem começar a ser sanadas em breve. A Sonda de Mapeamento e Aceleração Interestelar (IMAP) será lançada no final de 2024 para ajudar a compreender as características da faixa IBEX.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114952-estudo-revela-que-formato-do-sistema-solar-parece-um-cometa.htm

Bolhas no centro da Terra podem ser maiores do que se pensava

Como você deve ter aprendido nas aulas de Geografia, a Terra tem uma manta cheia de lava quente em seu interior e um núcleo interno ainda mais quente e sólido, certo? Pois bem, há algum tempo os cientistas descobriram que, mais ou menos na região onde as partes sólidas e fluidas se encontram, há enormes bolhas de rocha quente.
Quando falamos enormes, a gente quer dizer grandes mesmo. Descomunais. Para você ter uma ideia, os cientistas estimam que as maiores delas teriam 100 vezes a altura do Everest. Mas como não existe jeito de mandar um telescópio para o centro da Terra, para estudar as bolhas, isso é só uma estimativa. Na verdade, alguns pesquisadores suspeitam que elas podem ser ainda maiores do que se pensava.

Nesse mapa dá para ter uma ideia da extensão das bolhas.(Fonte: Universidade do Maryland/Reprodução)
Nesse mapa dá para ter uma ideia da extensão das bolhas.(Fonte: Universidade do Maryland/Reprodução)

Como estudar as bolhas no centro da Terra?

Se não dá para ir até o centro da Terra, como os cientistas sabem que essas bolhas existem e são tão enormes? Pela atividade sísmica, as ondas causadas pelo movimento do fluido no centro da Terra, que também causam os terremotos.
Dá para saber que essas bolhas existem porque o fluido se movimenta de uma determinada maneira e causa um certo tipo de ondas sísmicas. Quando essas ondas variam muito de velocidade, é porque os fluidos entraram em contato com alguma coisa que tem densidade muito diferente. As bolhas de rocha quente, no caso.
Essa é uma explicação bem simples, claro. Mas isso ajuda a entender do que se trata a nova descoberta.
Os cientistas detectaram uma zona com atividade sísmica característica com mais de 1 mil quilômetros de extensão, no Pacífico Sul, em algum lugar entre o Havaí e as Ilhas Marquesas. Isso quer dizer que a extensão das bolhas pode ser ainda maior do que a previsão anterior, de 100 vezes a altura do Everest (o que daria 884 quilômetros).
Para saber o quanto medem essas bolhas e como elas são, exatamente, os cientistas ainda precisam fazer mais estudos. Mas essa descoberta já é um passo significativo nessa direção. A pesquisa foi feita pela Universidade do Maryland (Estados Unidos).

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114950-bolhas-no-centro-da-terra-podem-ser-maiores-do-que-se-pensava.htm

Identificado 'Júpiter quente exótico' mais jovem de sua classe

Você já ouviu falar de uma classe de exoplanetas conhecidos como Júpiteres quentes? Como a nomenclatura sugere, trata-se de mundos gasosos com dimensões semelhantes às de Júpiter, mas que "habitam" muito próximo de suas estrelas. Por conta dessa peculiaridade, esses astros apresentam temperaturas incrivelmente altas, assim como períodos orbitais curtíssimos, muitas vezes com duração inferior a 1 dia terrestre.

Alguns dos Júpiteres Quentes já catalogados pelos astrônomos
Alguns dos Júpiteres quentes já catalogados por astrônomos.

Astrônomos já identificaram diversos desses exoplanetas pelo Cosmos. Embora esses corpos venham sendo estudados há algum tempo, ainda existem muitas coisas que não se sabe sobre eles, incluindo como se dá a sua formação e como foram acabar tão perto de seus sóis. A descoberta de um novo Júpiter quente pode ajudar os cientistas a desvendarem esses e outros mistérios.

Jovem exótico

Batizado como HIP 67522 b, o exoplaneta tem mais ou menos dez vezes o diâmetro da Terra e, conforme apontaram as observações, consiste em um corpo gasoso. Ademais, ele foi detectado muito próximo de uma estrela já bastante estudada, situada a 490 anos-luz da Terra e que, segundo as estimativas, é um "bebê" cósmico de apenas 17 milhões de anos — e é aqui que as coisas ficam interessantes.
Se o novo Júpiter quente orbita uma estrela tão recente, significa que deve ter se formado vários milhões de anos depois dela, o que o torna o planeta mais jovem dessa classe já identificado. Aliás, essa questão da idade do sistema planetário é o que pode ajudar os astrônomos a compreenderem melhor como esses mundos nascem.

Jovem exótico
Jovem exótico.

De acordo com os modelos propostos no momento, existem três possibilidades para explicar o posicionamento dos Júpiteres quentes. Uma seria que esses exoplanetas se formam coladinhos a suas estrelas e ali fixam residência, o que seria bastante complicado, uma vez que as condições extremas nessas regiões e o comportamento turbulento de sóis tão joviais provavelmente levariam à vaporização dos materiais necessários para a formação de novos planetas.
A segunda alternativa seria que a interferência gravitacional de outros mundos presentes no sistema "empurra" os Júpiteres quentes em direção às suas estrelas. E a terceira opção seria que eles se originam em órbitas mais distantes e vão se aproximando gradualmente de seus sóis com o passar do tempo.
A última possibilidade parece ser a que se encaixa melhor para descrever a localização de HIP 67522 b. Cientistas precisarão realizar mais observações e aprofundar seus estudos para decifrar os mecanismos que desencadeiam a migração dos Júpiteres quentes de suas órbitas originais até, praticamente, o colo de suas estrelas.

https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114948-identificado-jupiter-quente-exotico-mais-jovem-de-sua-classe.htm

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