Visando aprimorar próteses, oferecer melhores alternativas aos
enxertos e até mesmo colaborar com o desenvolvimento de humanoides
realistas, cientistas do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne, na
Austrália, criaram uma pele artificial capaz de reagir à dor como o tecido orgânico. A novidade foi anunciada no periódico Advanced Intelligent Systems.
De
acordo com os pesquisadores, o dispositivo simula os caminhos nervosos
que conectam os receptores presentes na pele ao cérebro, replicando a
velocidade de resposta do corpo humano.
"Trata-se de nosso maior órgão sensorial, com funcionalidades complexas
voltadas ao disparo rápido de sinais de alerta quando algo o machuca",
explica Madhu Bhaskaran, líder do estudo. "Sentimos coisas o tempo todo
através da pele, mas nossa resposta à dor só entra em ação em um
determinado ponto, como quando tocamos algo muito quente ou muito
afiado."
"Tecnologia eletrônica alguma era capaz de simular o sentimento humano da dor – até agora", complementa o cientista.
A Pele Que Habito, filme de Pedro Almodóvar, mostra tecnologia semelhante.
A pele que habito
Um dos protótipos é uma pele artificial fina que identifica mudanças
de pressão e temperatura (calor e frio). Quando determinado limite é
alcançado, ela reage da mesma forma que uma pele comum reagiria. Já o
outro é feito de um material com espessura ainda menor e elástico, com
funcionalidades semelhantes. Um terceiro é cerca de mil vezes mais fino
que um único fio de cabelo e responde a mudanças de calor.
"Este é
um passo crítico em direção ao desenvolvimento de sistemas de feedback
sofisticados, dos quais precisamos para oferecer próteses e robôs
realmente inteligentes", defende Bhaskaran. Ataur Rahman, também autor,
por sua vez, ressalta as diferenças da pesquisa: "Enquanto algumas
tecnologias existentes utilizam sinais elétricos para simular diferentes
níveis de dor, os novos dispositivos podem reagir à pressão mecânica, à
temperatura e à dor real, entregando a resposta mais adequada."
"Isso significa que nossa pele artificial sabe a diferença entre tocar um alfinete suavemente
com os dedos ou se ferir acidentalmente com o objeto – uma distinção
fundamental que ainda não havia sido alcançada", finaliza Rahman.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115937-cientistas-criam-pele-artificial-capaz-de-sentir-dor.htm
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