Recentemente, astronautas descobriram
depósitos de hematitas na Lua, um minério proveniente do processo de
oxidação do ferro. O caso intrigou cientistas do Instituto Havaiano de
Geofísica e Planetologia (HIGP), que em estudos apontaram o oxigênio
terrestre como principal responsável pelos resíduos metálicos, visto que
a atmosfera do satélite é muito rarefeita.
Nesse
contexto, a descoberta foi possível com o uso de relatórios da missão
indiana Chandrayaan-1, realizados pelo robô da NASA Moon Mineralogy
Mapper (M3). Ao serem analisados pelo pesquisador responsável pelo
estudo, Doutor Shuai Li, os dados revelaram padrões e sinais espectrais
diferentes dos encontrados anteriormente no solo lunar.
A
princípio, o doutor acreditou que poderia se tratar de alguma reação
entre a água congelada e as rochas lunares, mas logo percebeu que os
padrões se tratavam de depósitos de hematita, uma substância
avermelhada, bastante similar à ferrugem.
Localização dos depósitos. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)
Lua enferrujada
Li
teoriza que o processo de oxidação lunar, responsável pela criação do
minério avermelhado, ocorre por meio dos ventos solares que varrem o
oxigênio das camadas superiores da atmosfera terrestre, enquanto o
satélite se encontra na cauda magnética da Terra.
Algumas
evidências, encontradas por M3, reforçam a teoria de Shuai: os minérios
foram encontrados predominantemente no lado mais próximo da Lua, a face
constantemente voltada para a Terra, nas extremas latitudes do
satélite. Contudo, a presença de pequenas quantidades de hematita em sua
face mais distante indica que a água congelada pode ter uma pequena
influência no processo.
Mapa de hematitas nos polos lunares. (Fonte: NASA, Shuai Li via IFLScience/Reprodução)
De acordo com o Dr. Shuai Li, a descoberta marca um importante avanço no entendimento da formação do satélite e de seus polos: "A Terra pode ter participado de um importante papel na evolução da superfície lunar," conclui ele em comunicado.
A equipe espera confirmar as descobertas com rochas coletadas nas próximas missões lunares, chamadas de Artemis,
que marcam o retorno da humanidade ao satélite. O programa, com
orçamento de 15 bilhões de dólares, será uma parceria entre diversas companhias aeroespaciais e levará a primeira astronauta ao solo lunar em 2024.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115971-oxigenio-da-terra-esta-oxidando-ferro-na-lua-apontam-cientistas.htm
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