A ideia de que uma espaçonave possa ‘distorcer’ as vastas distâncias do espaço – um motor de dobra espacial – pode ter um potencial genuíno.
No momento, a ideia de viajar para planetas orbitando estrelas
distantes é algo com o qual só podemos sonhar – mesmo uma espaçonave que
se mova à velocidade da luz levaria quatro anos para alcançar a estrela
mais próxima ,e mais de dois milhões de anos para alcançar a Galáxia
mais próxima.
O problema é que as leis da física parecem proibir a possibilidade de
qualquer coisa viajar mais rápido que a velocidade da luz, tornando
impraticáveis as viagens espaciais de longa distância.
Nos últimos anos, no entanto, os cientistas têm analisado longamente
um sistema de propulsão de ficção científica exótico que, como se vê,
não se limita apenas à franquia Star Trek (Jornada nas Estrelas).
Um dos principais defensores dessa tecnologia é o engenheiro de
graduação Joseph Agnew, que tem concentrado seus esforços em uma
implementação teórica conhecida como Alcubierre Warp Drive.
Segundo a teoria, esse mecanismo de dobra espacial no mundo real
funcionaria esticando o tecido do espaço-tempo em uma onda, contraindo o
espaço na frente da nave e expandindo o espaço por trás.
Uma espaçonave que monta essa onda poderia efetivamente montar a
‘bolha de dobra’ e atingir velocidades muito superiores à velocidade da
luz. Como a nave não estaria realmente se movendo no espaço-tempo (mas
na verdade estaria movendo o próprio espaço-tempo), não estaria sujeita
aos efeitos negativos de viajar em velocidades relativísticas.
Agnew disse ao Universe Today:
Nos últimos 5 a 10 anos, houve um excelente progresso ao longo das linhas de previsão dos efeitos esperados do motor de dobra espacial, determinando como alguém poderia trazê-lo à existência, reforçando suposições e conceitos fundamentais e, meu ponto de vista pessoal, formas favoritas de testar a teoria em laboratório.
A descoberta do LIGO*, alguns anos atrás, foi, na minha opinião, um enorme avanço na ciência, uma vez que provou experimentalmente que o espaço-tempo pode ‘deformar’ e dobrar-se na presença de enormes campos gravitacionais, e isso é propagado por todo o universo de uma maneira que possamos medir.
Agora que sabemos que o efeito é real, e a próxima pergunta, na minha opinião, é: “como o estudamos e podemos gerá-lo no laboratório?”
* Sigla em inglês para Observatório de Ondas Gravitacionais com Interferômetro a Laser
Como as coisas estão, o maior obstáculo a ser superado é gerar
energia suficiente para fazê-lo funcionar. Eventualmente, porém, à
medida que a tecnologia melhora, não está fora do campo de possibilidade
que, no futuro, o Alcubierre Warp Drive possa realmente se tornar uma maneira muito eficaz de viajarmos para as estrelas.
Fonte: https://www.ovnihoje.com/2020/03/03/o-conceito-de-motor-de-dobra-espacial-esta-ganhando-forca/
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