Uma equipa internacional de cientistas descobriu um material ferroelétrico bidimensional com apenas dois átomos de espessura.
Os materiais bidimensionais são membranas ultrafinas que prometem
novas aplicações optoeletrónicas, térmicas e mecânicas, incluindo
dispositivos ultrafinos de armazenamento de dados. Já os materiais
ferroelétricos são os que possuem um momento dipolar intrínseco, uma
medida da separação das cargas positivas e negativas, que podem ser
trocadas por um campo elétrico.
“Uma única molécula de água também tem um momento de dipolo
intrínseco de eletrões, mas o movimento térmico de moléculas de água
individuais em condições normais (por exemplo, numa garrafa de água)
impede a criação de um momento de dipolo intrínseco em distâncias
macroscópicas”, explicou Salvador Barraza-López, em comunicado.
De acordo com o Europa Press, o novo material descoberto pela equipa trata-se de uma monocamada de seleneto de estanho e
é apenas o terceiro ferroelétrico bidimensional pertencente à família
química dos monocalcogenetos do grupo IV cultivado experimentalmente até
agora.
O artigo científico com a descoberta foi publicado na Nano Letters.
Com a ajuda de um microscópio de tunelamento, os cientistas alteraram
o momento dipolar dos eletrões das monocamadas de seleneto de estanho
cultivadas num substrato de grafite. Os cálculos feitos por Brandon
Miller indicaram um crescimento altamente orientado do material no substrato.
Esta experiência ajuda a corroborar as previsões teóricas
que fundamentam este comportamento físico: estes materiais
ferroelétricos semicondutores passam por transições de fase induzidas
pela temperatura, nas quais o dipolo elétrico intrínseco é desligado.
Além disso, também abrigam efeitos óticos não lineares que podem ser
úteis para aplicações optoeletrónicas ultracompactas.
https://zap.aeiou.pt/novo-material-bidimensional-343734
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