sábado, 1 de fevereiro de 2020

Há “dunas” no céu do Norte - Um novo tipo de aurora

Uma colaboração entre físicos e observadores de estrelas amadores rendeu a descoberta de um novo tipo de aurora anteriormente desconhecido.
Chamada “as dunas”, a aparição de padrões de ondas luminosas e ondulantes não encaixa em nenhuma categoria estabelecida de “aurora” – e só foi documentada agora por causa de um relacionamento entre fotógrafos amadores do espaço e astrónomos profissionais da Finlândia.
Enquanto escrevia um livro-guia sobre a aurora boreal, as dunas chamaram a atenção de Minna Palmroth, física espacial computacional da Universidade de Helsínquia, uma vez que não encaixavam nos tipos conhecidos de aurora.
Logo após a publicação do livro, membros da comunidade amadora finlandesa identificaram e fotografaram novamente o fenómeno das dunas no céu, partilhando as imagens com Palmroth e os seus colegas para que pudessem investigá-lo.
“Um dos momentos mais memoráveis da nossa colaboração foi quando o fenómeno apareceu naquele momento específico e pudemos examiná-lo em tempo real“, contou Matti Helin, astrónomo amador, em comunicado divulgado pelo EurekAlert. “Era como montar um quebra-cabeça ou realizar um trabalho de detetive. Todos os dias, descobríamos novas imagens e tínhamos novas ideias”.
De acordo com os investigadores, as dunas emergem a um altitude de cerca de 100 quilómetros, nas faixas superiores da mesosfera e visíveis simultaneamente de diferentes locais na Finlândia e Suécia.
Suspeita-se que o fenómeno, registado sete vezes, seja um exemplo do que é chamado de “furo mesosférico”, manifestando-se quando ondas de átomos de oxigénio na atmosfera são excitadas por interações com o vento solar, produzindo o brilho das dunas.
“Associamos as dunas à oscilação da densidade do oxigénio, dando uma variabilidade à emissão auroral a partir da variabilidade dos alvos de excitação na atmosfera”, escreveram os autores no artigo publicado esta semana na revista científica AGU Advances. “Embora a evidência não seja suficiente para concluirmos que as dunas não são uma manifestação de variações na precipitação auroral, argumentamos que sugerem ser resultado de ondas atmosféricas”.
Além das explicações específicas da Física envolvida, este é um exemplo que mostra como alguém se pode envolver na Ciência, ajudando a investigar fenómenos estranhos e exóticos, cuja compreensão é benéfica para todos.

Fonte: https://zap.aeiou.pt/dunas-ceu-norte-e-tipo-aurora-305651

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