Um grupo de investigadores na Nova Zelândia conseguiu "segurar" um
átomo, numa experiência que representa um avanço nunca alcançado nas
áreas da física e computação quântica.
Numa experiência inovadora, um grupo de físicos da Universidade de Otago, na Nova Zelândia,
descobriu uma forma de manter átomos individuais num local fixo para,
assim, conseguirem observar interações atómicas antes invisíveis. Até
então, só era possível compreender processos quânticos através de
experiências com grandes números de átomos. A conquista marca assim toda
uma nova era na física quântica, permitindo testar toda a teoria de
maneira prática.
“O
nosso método envolveu a captura e o arrefecimento individual de três
átomos a uma temperatura de cerca de um milionésimo de Kelvin usando
feixes de laser altamente focados numa câmera de vácuo”, explicou o
professor Mikkel F. Andersen. O uso de três átomos não acontece por
acaso. Quando se aproximam, dois juntam-se para formar uma molécula, e,
dessa forma, o terceiro fica livre para ser estudado.
Uma das surpresas foi o tempo que demorou para que os átomos
formassem a molécula. Por meio de cálculos teóricos até então
impossíveis de testar, era esperado que a combinação acontecesse muito
antes. O facto agora comprovado pode ter grandes implicações nas teorias
até então conhecidas, que vão ter de ser ajustadas para se tornarem
mais precisas.
O maior impacto da experiência será na área da computação quântica.
Segundo a equipa, o trabalho pode levar à criação de novas tecnologias
que funcionem na menor escala atómica possível, dando ainda mais poder
de computação a microchips mais pequenos que os usados hoje — permitindo
assim trabalhar engenharia numa escala menor que a nanoescala actual.
“A pesquisa sobre a capacidade de construir numa escala cada vez
menor impulsionou uma grande parte do desenvolvimento tecnológico das
últimas décadas. Essa é a única razão pela qual os smartphones de hoje
têm mais poder computacional do que os supercomputadores da década de
1980”, afirmou Andersen no estudo. “A nossa pesquisa tenta
pavimentar o caminho para poder construir na menor escala possível e
fico emocionado ao ver como as nossas descobertas influenciarão os
avanços tecnológicos no futuro”, concluiu.
Fonte: https://shifter.sapo.pt/2020/02/pela-primeira-vez-na-historia-cientistas-conseguiram-segurar-um-atomo/
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