O Oumuamua foi o primeiro objeto interestelar já descoberto a
atravessar o Sistema Solar em 2017, mas a sua origem e caraterísticas
incomuns permanecem um mistério. Porém, um novo estudo defende que o
Oumuamua é um fragmento de um planeta despedaçado por uma estrela.
O estudo sugere que o corpo parental do Oumuamua poderia ser
potencialmente um grande cometa de longo período ou um planetóide
quebrado antes de se tornar um planeta de pleno direito. Qualquer que
fosse o objeto, passava muito perto da sua estrela hospedeira e terá
sido dilacerado pelas suas forças de maré.
Depois, de acordo com o estudo publicado esta semana na revista científica Nature Astronomy, os fragmentos rochosos foram atirados para o espaço interestelar, eventualmente passando por outros sistemas estelares.
“Oumuamua não se assemelha nada com o nosso sistema solar”, disse Yun Zhang, dos Observatórios Astronómicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências, citado pelo IFLScience.
“É realmente um objeto misterioso, mas alguns sinais, como assuas cores
e a ausência de emissão de rádio, apontam para que seja um objeto
natural”.
Duas das principais propriedades incomuns do objeto interestelar são a sua forma e a sua falta de coma nebuloso. A equipa acha que pode explicá-las com a sua modelagem sofisticada.
“Apresentamos pela primeira vez um modelo abrangente para abordar
todas as diferentes peças do quebra-cabeça associadas ao primeiro objeto
interestelar Oumuamua, com base em princípios físicos bem
compreendidos”, disse Zhang.
Os investigadores usaram uma simulação em computador para mostrar a
forma como um fragmento que passava a algumas centenas de milhares de
quilómetros da estrela poderia ser chicoteado para a estranha forma alongada de charuto que observámos quando o objeto foi descoberto.
A forma como se move através do espaço também é peculiar e foi
detetada uma aceleração não gravitacional ao passar pelo Sol. isto
geralmente é visto nos cometas, uma vez que o calor do Sol liberta muito
material gelado ou rochoso, mas os astrónomos não encontraram qualquer
evaporação. Oumuamua não parecia estar a formar coma, o invólucro nebuloso de gelo e poeira que é visto ao redor do núcleo de um cometa.
De acordo com o modelo dos cientistas, a superfície do corpo do
fragmento pode ficar suficientemente quente para evaporar os seus
componentes voláteis, dificultando a produção de um coma. Porém, no
fundo do objeto interestelar, poderia existir água que, uma vez perto do
Sol, poderia aquecer e evaporar, produzindo a aceleração inesperada observada.
O Oumuamua, ou “Mensageiro das Estrelas”, está rodeado de mistérios desde o dia em que foi descoberto por astrónomos da Universidade do Hawai, em outubro de 2017.
Depois de constatar mudanças na velocidade do seu movimento, o Centro
de Astrofísica Harvard-Smithsonian sugeriu que o asteróide poderia ser
uma “sonda” enviada à Terra intencionalmente por uma “civilização alienígena”.
No último ano, o mundo da astronomia debruçou-se no estudo do corpo celeste e as mais várias teorias já foram apresentadas em artigos científicos: desde o seu passado violento, passando pela possibilidade de ser um sistema binário, e até o provável local de onde veio o Oumuamua.
https://zap.aeiou.pt/oumuamua-fragmento-planeta-depspedacado-318985
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