Na manhã de 30 de junho de 1908, algo explodiu na Sibéria,
destruindo o local pouco povoado e achatando uma área de floresta com
2.150 quilómetros quadrados ao derrubar 80 milhões de árvores. Agora, há
uma nova explicação para este evento, que foi o mais explosivo alguma
vez registado na História.
Relatos de testemunhas descrevem uma bola de luz brilhante, janelas
partidas, a queda de argamassa e e uma detonação ensurdecedora não muito
longe do rio. O evento de Tunguska – como ficou conhecido – foi
posteriormente caracerizado como um meteoro explosivo, ou bólido, de até
30 megatoneladas, a uma altitude de 10 a 15 quilómetros.
O fenómeno de Tunguska de 1908 é referido como o maior impacto terrestre registado na história moderna, apesar de nunca ter sido encontrada uma cratera.
Estudos revelaram fragmentos de rocha que poderiam ter origem meteórica, mas o evento ainda é um enigma.
De acordo com um artigo recente, publicado em fevereiro na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,
um grande asteróide de ferro a entrar na atmosfera da Terra e a
percorrer o planeta a uma altitude relativamente baixa antes de voltar
para o Espaço poderia ter produzido os efeitos do evento de Tunguska,
produzindo uma onda de choque que devastou a superfície.
“Estudámos as condições de passagem de asteróides com diâmetros de
200, 100 e 50 metros, consistindo em três tipos de materiais – ferro,
pedra e gelo de água, através da atmosfera da Terra com uma altitude de
trajetória mínima no intervalo de 10 a 15 quilómetros “, explicaram os
invetsigadores, liderados por Daniil Khrennikov, astrónomo na Universidade Federal da Sibéria, citados pelo ScienceAlert.
A equipe modelou matematicamente a passagem de todas as três
composições de asteróides em tamanhos diferentes para determinar se tal
evento é possível.
O corpo de gelo era simples de descartar. O calor gerado pela velocidade necessária para obter a trajetória estimada teria-o derretido completamente antes de atingir a distância que os dados observacionais sugerem que tenha coberto.
O corpo rochoso também teria menos probabilidade de sobreviver.
Acredita-se que os meteoros explodem quando o ar entra no corpo através
de pequenas fraturas no meteoro, causando um aumento de pressão à medida
que voa pelo ar em alta velocidade. Os corpos de ferro são muito mais resistentes à fragmentação do que os rochosos.
De acordo com os cálculos da equipa, o culpado mais provável é um meteorito de ferro entre
100 e 200 metros, que voou 3.000 quilómetros pela atmosfera. Nunca
teria caído abaixo de 11,2 quilómetros por segundo ou abaixo de uma
altitude de 11 quilómetros.
Esta teoria pode explicar a ausência de uma cratera, uma vez que o meteoro terá passado rapidamente pelo epicentro da explosão sem cair.
A falta de detritos de ferro é explicada pela alta velocidade,
uma vez que o objeto ter-se-á movido muito rapidamente e seria
demasiaodo quente para deixar cair muitos.Qualquer perda de massa seria
pela sublimação de átomos de ferro individuais, que se pareceriam com
óxidos terrestres normais.
“Nesta versão, conseguimos explicar os efeitos óticos associados a
uma forte poeira das camadas altas da atmosfera sobre a Europa, o que
causou um brilho intenso no céu noturno”, escreveram.
Por outro lado, este artigo tem limitações: os investigadores “não
lidaram com o problema da formação de uma onda de choque”, embora as
suas comparações iniciais com o meteorito de Chelyabinsk permitissem que
uma enorme onda de choque ocorresse em Tunguska.
Sem comentários:
Enviar um comentário