quarta-feira, 20 de maio de 2020

Um cientista responde sobre a possibilidade de haver vida inteligente noutro planeta

O cientista David Kipping recorreu a uma técnica estatística para aferir a probabilidade de haver vida inteligente noutro planeta que não a Terra.
Há vida e inteligência noutro planeta para além da Terra? Esta é uma pergunta à qual ninguém pode dar uma resposta. Desde a antiguidade que o ser humano se questiona se está sozinho no Universo e, cada vez mais, esta é uma pergunta que nos gera curiosidade.
Os registos geológicos mostram que a vida no nosso planeta começou relativamente rápido, assim que se reuniram condições que a suportassem. Mas, apesar de saber quando é que a vida apareceu pela primeira vez a Terra, os cientistas não entendem como é que ela apareceu. Saber responder a isto permitiria procurar com mais critério nova vida fora do nosso planeta.
Num estudo publicado esta terça-feira na revista científica Proceeding of the National Academy of Sciences, o cientista David Kipping mostra como uma técnica estatística chamada inferência Bayesiana pode revelar como é que a vida extraterrestre complexa pode evoluir noutros planetas.
“O rápido surgimento da vida e a evolução tardia da humanidade, no contexto da linha do tempo da Evolução, são certamente sugestivos”, disse Kipping, citado pelo Phys. “Mas neste estudo, é possível quantificar o que os factos nos dizem“.
Kipping usou a cronologia das primeiras evidências de vida e evolução da humanidade e questionou-se quantas vezes esperaríamos que a vida e inteligência reemergissem se a história da Terra se repetisse.
Para tal, definiu quatro hipóteses possíveis: a vida é comum e frequentemente desenvolve inteligência; a vida é rara, mas frequentemente desenvolve inteligência; a vida é comum e raramente desenvolve inteligência; e a vida é rara e raramente desenvolve inteligência. A partir daqui, pôs a inferência Bayesiana em ação.
“A técnica é semelhante às odds de apostas”, disse Kipping. “Ela incentiva o teste repetido de novas evidências contra a sua posição, em essência num ciclo de feedback positivo para refinar as suas estimativas de probabilidade de um evento”.
A análise baseia-se em evidências de que a vida surgiu num espaço de tempo de 300 milhões de anos após a formação dos oceanos da Terra. Kipping enfatiza que a probabilidade é pelo menos 10.00 ou superior, dependendo do valor real da frequência com que a inteligência se desenvolve.
A conclusão é que, se planetas com condições e linhas de tempo evolutivas semelhantes à Terra são comuns, então a vida deve ter uma probabilidade relativamente alta de surgir espontaneamente noutros planetas. A resposta final não é concreta, mas Kipping estima que a probabilidade de se haver vida inteligente será de 2.50.
A probabilidade é justificada pela relativamente tardia aparição da humanidade na janela habitável da Terra, sugerindo que o seu desenvolvimento não foi um processo fácil nem garantido.
“Se rebobinássemos a história da Terra, o surgimento da inteligência é realmente um tanto improvável”, disse Kipping. “A análise não pode fornecer certezas ou garantias, apenas probabilidades estatísticas baseadas no que aconteceu aqui na Terra”.
“No entanto, de forma encorajadora, o caso de um Universo repleto de vida aparece como a aposta preferida. A procura por vida inteligente em mundos além da Terra não deve ser de modo algum desencorajada”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/probabilidade-vida-inteligente-planeta-325355

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