segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Astrónomos encontraram os restos de uma coleção única de estrelas

Uma equipa internacional de investigadores descobriu uma estrutura em torno da Via Láctea apelidada de Phoenix Stream. Esta é uma faixa de estrelas que se acredita ser o que resta de um antigo aglomerado globular destruído pela Via Láctea há cerca de dois mil milhões de anos.
Aglomerados globulares são coleções esféricas de estrelas que orbitam galáxias. Mais de 150 deles foram descobertos apenas na Via Láctea. Estudos abrangentes dessas e de muitas outras que orbitam galáxias distantes sugerem que se formaram desde a geração mais antiga de estrelas.
O que é verdadeiramente único no Phoenix Stream é a a sua composição de estrelas. Os invetsigadores descobriram o que resta do aglomerado globular mais antigo conhecido, uma relíquia de uma época passada.
“Depois de saber que estrelas pertenciam ao fluxo, medimos a sua abundância de elementos mais pesados ​​do que o hidrogénio e o hélio, algo que os astrónomos chamam de metalicidade. Ficamos realmente surpreendidos ao descobrir que o Phoenix Stream tem uma metalicidade muito baixa, tornando-o distintamente diferente de todos os outros aglomerados globulares da galáxia ”, disse Zhen Wan, investigador da Universidade de Sydney, em comunicado. “Embora o aglomerado tenha sido destruído há milhares de milhões de anos, ainda podemos dizer que se formou no início do Universo a partir da composição das suas estrelas.”
Acredita-se que os aglomerados globulares tenham um “piso de metalicidade”, abaixo do qual não se podem formar da forma que se espera. Esse valor mínimo vem do enriquecimento esperado das estrelas mais antigas, feitas exclusivamente de hidrogénio e hélio, e do seu desaparecimento explosivo que espalha elementos mais pesados pelo cosmos.
Se o Phoenix Stream era de facto um aglomerado globular, talvez o universo tenha mais do que uma forma de formar essas coleções compactas de estrelas. “Esse fluxo vem de um aglomerado que, pelo nosso entendimento, não deveria existir“, explicou o co-autor do estudo Daniel Zucker, da Macquarie University.
“Uma explicação possível é que o Phoenix Stream representa o último de seu tipo, o remanescente de uma população de aglomerados globulares que nasceram em ambientes radicalmente diferentes daqueles que vemos hoje”, afirmou Ting Li, do Carnegie Observatories e líder da colaboração internacional S5, que estuda fluxos estelares.
A equipa continua com dúvidas sobre como o Phoenix Stream se formou e se é único, mas planea estudar mais fluxos estelares para descobrir.

Este estudo foi publicado na semana passada na revista científica Nature.

https://zap.aeiou.pt/astronomos-restos-colecao-unica-estrelas-338006

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