sábado, 12 de março de 2022

Astrónomos detetam a maior molécula já encontrada num disco protoplanetário !

Impressão artística do éter dimetílico no disco protoplanetário em torno de IRS 48

Foi identificada a maior molécula alguma vez encontrada num disco protoplanetário em redor de uma estrela bebé. O éter dimetílico, uma molécula que contém nove átomos incluindo oxigénio, tem potencial para atuar como bloco de construção para açúcares e outras biomoléculas, podendo ser considerada um composto prebiótico.

Cientistas do Observatório de Leiden, nos Países Baixos, detetaram éter dimetílico num disco de formação planetária que circunda a estrela IRS 48. A molécula, com nove átomos, é a maior alguma vez identificada num disco deste tipo.

Segundo o Science Alert, esta descoberta pode ter implicações importantes para compreender de que forma a vida emerge no Universo.

“A partir destes resultados, podemos aprender mais sobre a origem da vida no nosso planeta e ter uma melhor ideia do potencial de vida noutros sistemas planetários”, disse o astrónomo Nashanty Brunken.

O éter dimetílico é uma molécula orgânica observada frequentemente em nuvens de formação estelar, mas nunca tinha sido antes encontrada num disco protoplanetário. É constituído por dois átomos de carbono, seis átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio, com a fórmula química CH3OCH3.  

Os astrónomos desconfiam de que estas moléculas se formam em regiões frias de formação estelar, antes de as estrelas se formarem a partir das espessas nuvens de poeira. Moléculas simples, como o monóxido de carbono, aderem a grãos de poeira e formam camadas de gelo que sofrem reações para formar moléculas ainda mais complexas.

A deteção de éter dimetílico no disco em torno de IRS 48, uma estrela a 444 anos-luz de distância na constelação de Ophiuchus, aconteceu graças a uma “armadilha de poeira” com a forma assimétrica de um caju. Esta região retém um grande número de grãos de poeira do tamanho do milímetro que se podem juntar para formar objetos muito maiores, como cometas, asteroides e até planetas.

A armadilha no disco da IRS 48 é também um reservatório gelado que contém grãos de poeira cobertos por gelo rico em moléculas complexas. Foi precisamente nesta região do disco que o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) encontrou sinais da molécula de éter dimetílico.

Quando o calor da jovem estrela sublima o gelo em gás, as moléculas prisioneiras que vieram das nuvens frias libertam-se e podem ser detetadas.

https://zap.aeiou.pt/maior-molecula-disco-protoplanetario-466227


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