(Fonte: Erin Krichilsky et al/Journal of Hymenoptera Research/Reprodução)
Cientistas da Universidade de Cornell, de Nova York, descobriram uma
abelha extremamente única durante uma pesquisa feita em florestas da
ilha de Barro Colorado, no Panamá. Eles encontraram uma abelha Megalopta amoena que é metade macho e metade fêmea.
A pesquisa
O estudo feito pelos pesquisadores era, inicialmente, uma análise da
vida das abelhas noturnas da região do Panamá, entretanto, quando se
depararam com o espécime de abelha ganharam um novo foco. Por ser a
primeira de sua espécie a apresentar essas características, os
pesquisadores relataram tudo o que descobriram em um artigo publicado no
Journal of Hymenoptera Research.
A pesquisa foi liderada pela Universidade de Cornell em conjunto com
outras universidades dos Estados Unidos, uma do Panamá e outra da Costa
Rica. Os cientistas que participaram da elaboração do trabalho foram
Erin Krichilsky, Álvaro Vega-Hidalgo, Kate Hunter, Callum Kingwell,
Chelsey Ritner, William Wcislo e Adam Smith.
A descoberta
A abelha é a única da sua espécie, até onde se sabe, e tem uma
condição conhecida como ginandromorfo bilateral, que é quando cada lado
do animal tem características sexuais diferentes. Já foram encontrados
esses espécimes exóticos em vários animais do mundo, entretanto, é a
primeira vez que uma abelha noturna apresenta essas características.
No caso da abelha encontrada, o lado esquerdo é macho e o direito é
fêmea. E a discrepância dos dois lados é gritante. O esquerdo tem uma
antena longa, uma mandíbula mais suave e uma perna traseira fina,
enquanto o direito tem uma antena curta, uma mandíbula pontiaguda e uma
perna traseira robusta.
Confira as diferenças na imagem divulgada pela pesquisa:
(Fonte: Erin Krichilsky et al/Journal of Hymenoptera Research/Reprodução)
Os cientistas também quiseram entender como a dualidade sexual
poderia interferir no ritmo circadiano da abelha, que é o relógio
interno que coordena os tempos de forrageamento, e descobriram que ela
tende a se comportar como uma fêmea. Por conta disso, os pesquisadores
acreditam que o comportamento de forrageamento da espécie está mais
associado ao lado direito do cérebro.
A abelha Megalopta amoena com ginandromorfismo bilateral faz
com que a espécie se junte às outras 140 espécies de abelhas que já
apresentaram um animal com metade macho e metade fêmea.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114061-abelha-metade-macho-metade-femea-e-encontrada-no-panama.htm
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