Cientistas do Harvard & Smithsonian Center, nos Estados
Unidos, descobriram uma anã branca binária composta por duas estrelas
com um núcleo de hélio que orbitam entre si a cada 1.201 segundos, isto
é, pouco mais de 20 minutos.
Em comunicado, os cientistas da universidade norte-americana explicam
que esta é a primeira fonte de ondas gravitacionais deste tipo já
encontrada.
O sistema, batizado de J2322 + 0509, tem o terceiro período mais curto já conhecido entre todos os binários separados,
sendo considerado um alvo importante para observação futura de ondas
gravitacionais, segundo os especialistas, que publicaram recentemente os
resultados da investigação na revista The Astrophysical Journal Letters.
“As teorias preveem a existência de muito [sistemas] binário de anãs
brancas de duplo núcleo de hélio”, começou por explicar o autor
principal do estudo, Warren Brown, citado na mesma nota de imprensa. “Esta deteção fornece uma âncora para
esses modelos e para futuras experiências, para que possamos encontrar
mais destas estrelas e determinar os seus números reais”, sustentou.
Estas estrelas foram descobertas graças a observações da sonda Gaia,
da Agência Espacial Europeia (ESA), que está a ser utilizada para criar o
mais mais abrangente da Via Láctea. Ao contrário de muitos outros
sistemas binários já encontrados, as anãs brancas agora descobertas não
passam uma na frente da outra.
Segundo Brown, os binários mais difíceis de detetar são, a verdade,
as “fontes mais fortes de ondas gravitacionais”. Os cientistas acreditam
ainda que as ondas gravitacionais destes corpos acabaram por causar o desaparecimento do sistema.
A cada emissão, as duas anãs brancas perdem um pouco de energia, orbitando cada vez mais perto uma da outra, nota ainda a Russia Today.
Dentro de seis a sete milhões de anos, o par de estrelas terá perdido
tanta energia que acabará por colidir, fundindo-se numa anã branca mais
massiva.
Previstas pela primeira vez em 1916 por Albert Einstein, as ondas
gravitacionais são ondulações extremamente rápidas na curvatura
espaço-tempo que viajam à velocidade da luz desde a sua fonte para o
exterior. Foram necessárias várias décadas para comprovar a sua
existência, mas desde a primeira observação científica direta, em setembro de 2015, as descobertas sobre estas ondas correm a bom ritmo. Cada vez mais, as ondas gravitacionais afirmam-se como uma janela científica para o Universo.
https://zap.aeiou.pt/descobertas-duas-anas-brancas-orbitam-si-20-minutos-317715
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