Durante a 23ª edição da Conferência Anual de Transporte Espacial
Comercial (CST) que aconteceu em janeiro desse ano em Washington, um
painel de especialistas em tecnologia nuclear e líderes do setor
comercial relacionado ao espaço tratou do desenvolvimento tecnológico
para impulsionar futuras naves espaciais de maneira mais rápida e
eficiente do que os sistemas atuais.
Dessa forma, a energia nuclear se tornou o centro da discussão.
Anteriormente, essa tecnologia já tinha sido utilizada em espaçonaves,
como os rovers da NASA: a missão Cassini e as duas Voyagers, que
atualmente exploram os confins do Sistema Solar. Porém, essa fonte de
combustível depende da deterioração passiva do plutônio radioativo
(convertendo o calor desse processo em eletricidade) para alimentar a
espaçonave.
(Nasa/Divulgação)
No painel foi discutida a possibilidade de se usar a propulsão
térmica nuclear (NTP), uma tecnologia que se baseia na divisão, ou
fissão, de átomos de hidrogênio. Mas calma! Os especialistas garantiram
que teriam total segurança por meio dessa técnica, tendo em vista que
utilizariam urânio com baixo enriquecimento.
Mas como tudo isso aconteceria?
Uma espaçonave movida à energia térmica nuclear bombearia seu
propulsor de hidrogênio através de um núcleo de reator em miniatura.
Dentro deste núcleo, nêutrons de alta energia dividem átomos de urânio
em reações de fissão; esses nêutrons liberados colidem com outros átomos
e provocam mais reações de fissão, ou seja, a separação do núcleo
desses átomos. O calor dessas reações converte o propulsor de hidrogênio
em gás, o que produz impulso quando forçado por meio de um bico.
Satélite da NASA que já utiliza a propulsão térmica nuclear. (Fonte: From Space with Love)
Venessa Clark, CEO da Atomos Space, disse ao site Space que
essa reação em cadeia é a chave do poder da propulsão térmica nuclear.
Segundo ela, um reator de fissão do tamanho de uma lata de refrigerante
pode impulsionar seres humanos para Marte em apenas três ou quatro
meses. Isso significa que essas medidas deixariam o tempo de viagem
estimado duas vezes mais rápido que o atual.
"A razão pela qual queremos usar um reator é que temos muita energia
vinda dele, que é realmente o que nos permite ser tão ágeis e movimentar
cargas tão pesadas de maneira mais rápida", argumenta Clark. Mas as
agências governamentais, como a NASA, precisam e devem ser os primeiros
clientes dessas empresas para testar na prática suas inovações.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/114030-empresas-ja-pensam-em-fornecer-energia-nuclear-para-viagens-espaciais.htm
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