sábado, 11 de abril de 2015

NASA interessada em investigação da Universidade do Minho baseada na urina

Foto retirada de: simnoticias.com.brUma equipa de investigadores da Universidade do Minho (UMinho) está a desenvolver um projeto que permite produzir fertilizantes e eletricidade com urina humana. A ideia visionária despertou o interesse junto da NASA e, segundo os autores, pode revolucionar regiões remotas.

Luciana Peixoto, uma das investigadoras ligadas ao projeto, explica que em países com pouco sol pode produzir-se, por exemplo, iluminação de jardim, apenas utilizando a urina. Poderá produzir-se energia para iluminação, para ligar eletrodomésticos ou para acionar bombas de água em alguns países de África.

Adianta ainda que, com os resultados deste projeto, seria possível, em certas comunidades, não só eliminar um possível foco de doenças, a urina, como seria possível criar fertilizantes e produzir eletricidade.

De acordo com Luciana Peixoto, é na criação de fertilizantes que a NASA mostra real interesse no projeto. A ideia seria o possível aproveitamento da urina dos astronautas para produzir fertilizantes para plantas no espaço.

A investigadora, do Centro de Engenharia Biológica, da Universidade do Minho, explica que com 300 mililitros de urina conseguem produzir dois volts, ou seja, o equivalente a uma pilha das mais pequenas, que põe a trabalhar um relógio de parede simples, contínuos durante 30 a 45 dias. Com cinco litros é possível carregar um telemóvel e com 20 litros carrega um computador.

O projeto, já com dois anos, tem parceiros a desenvolver a parte virada para a indústria, estando a decorrer uma fase de testes utilizando 300 litros de urina.

O trabalho de investigação da UMinho, que a par de dezenas de outros está a ser apresentado no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, no âmbito do primeiro Festival Nacional de Biotecnologia, uma iniciativa internacional coordenada pela Association of Science-Technology Centers e que tem estreia mundial em Portugal.

A urina humana é muito rica em fósforo e matéria orgânica e “tem tudo o que precisamos para produzir fertilizantes e eletricidade” esclarece Luciana Peixoto à agência Lusa, acrescentando que, além do fósforo, tem azoto, magnésio e amónio.

Segundo a responsável, para obter o fertilizante, a urina é deixada durante seis dias, adicionando-se depois magnésio para aumentar a velocidade de depósito. Após esse prazo há uma concentração rica em fósforo (excretado pela urina porque existe nos alimentos, muitos deles com fertilizantes a mais) e depois, em 30 minutos, esse concentrado é transformado em pó ou em grânulos, um fertilizante, mais rico em fósforo do que qualquer fertilizante comercial.

“Estamos a fazer testes toxicológicos e de germinação”, diz a investigadora, exibindo pequenas caixas onde alfaces começam a germinar numa solução com o fertilizante feito a partir da urina, acrescentando que acreditam que a produção que vão obter será semelhante à de uma com o fertilizante comum.

No que diz respeito à produção de eletricidade, Luciana Peixoto explica que “com a urina que sobra, com grande fonte de carbono e glicose, introduzimos numa célula de combustível microbiana, com bactérias eletroativas que degradam as fontes de carbono”.

Fonte: http://www.gazetadorossio.pt/braga/nasa-interessada-em-investigacao-da-uminho-baseada-na-urina/

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