terça-feira, 7 de julho de 2015

Cientistas dizem que pode haver vida no Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko

Imagem do cometa em 26 de junho. Crédito: ESA/Rosetta/NAVCAM.

De acordo com dois cientistas do Reino Unido, pode haver vida no Cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, que está atualmente sendo explorado pela sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA). Eles alegam que algumas características da superfície do comenta poderiam ser explicadas pela presença de micro-organismos abaixo da crosta deste corpo celeste.
É uma visão radical e controversa, mas os astrobiólogos Max Wallis, da Universidade de Cardiff e Chandra Wickramasinghe, diretor do Centro Buckingham para Astrobiologia, alegam que dos dados enviados pela missão Rosetta apoiam sua teoria de que o cometa poderia abrigar alguma forma de vida.
“Essa é a conclusão que chegamos“, disse Wickramasinghe durante um telefonema.
Wickramasinghe argumenta que os cometas poderiam transportar a vida através da galáxia; uma teoria que teria grandes implicações para as nossas origens e a natureza da biologia. “As implicações seriam que a vida é verdadeiramente um fenômeno cósmico, não restrito à Terra“, disse ele.
A sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia, tem estado na cola do Cometa 67P por anos, e atingiu as manchetes no ano passado, quando começou a orbitar o cometa, pousando a sonda Philae com sucesso em sua superfície.
Dados dos instrumentos da sonda que está orbitando e da que pousou estão começando a ser publicados e iremos saber mais a respeito do cometa. Encontramos compostos orgânicos e sabemos que a superfície escura do 67P está infestada de crateras e rachaduras.
O modelo de Wickramasinghe e Wallis propõe que a biologia sob a superfície gelada do cometa poderia produzir gases que são forçados pelas rachaduras da superfície e abastecem os materiais orgânicos. Num telefonema, Wickramasinghe comparou o processo ao “apodrecimento de alimentos numa lata que estoura quando a microbiologia ocorre e produz muito metano e outros gases“.
“O total da geometria do cometa, temos argumentado, é devido aos processos deste tipo”, disse ele. Os pesquisadores publicaram um trabalho relacionado à sua teoria no Journal of Astrobiology and Outreach,e Wallis o apresentou para a Reunião Nacional de Astronomia da Sociedade Astronômica Real, no País de Gales.
Eles afirmam que a vida em questão seria do tipo extremófilo – um organismo que pode sobreviver em condições extremas. No trabalho eles escrevem que, “apesar dos micro-organismos provavelmente requererem corpos de água líquida para sua antiga colonização do cometa, eles podem habitar as rachaduras no gelo e neve na sub-crosta, especialmente se eles contêm sais anticongelantes e biopolímeros.
Mas esta tese não é amplamente aceita.
Matt Taylor, cientista de projeto da missão Rosetta da ESA, disse num e-mail que, “dadas as condições de radiação e as temperaturas muito, muito baixas, bem abaixo de -70 nas superfícies iluminadas pelo Sol, eu não vejo isto como sendo uma possibilidade, e não está claro para mim a quantidade de evidência dando respaldo à esta alegação“.
Ele ainda adicionou que não está “ciente disso ter muito, se qualquer, apoio da comunidade Rosetta“, e que ele acredita mais na “pletora de trabalhos vindos da missão, por centenas de cientistas de cometas, cujos resultados têm passado pelo processo de revisão de colegas“.
Não há instrumentos nas sondas Rosetta ou Philae para expressamente procurar por vida; somente por materiais orgânicos.
Wickramasinghe tem trabalhado por muito tempo na ideia de que cometas poderiam abrigar a vida. Ele trabalhou com o falecido astrônomo britânico, Sir Fred Hoyle, na hipótese da panspermia, a qual teoriza que a vida na Terra teria sua origem no espaço.
As tentativas anteriores de Wickramasinghe de fornecer evidência sobre a panspermia não convenceu a comunidade científica.
Uma teoria menos controversa – uma que é reconhecida pela ESA como algo que poderia ajudar a sonda Rosetta – é que cometas como o 67P poderiam ter trazido moléculas à Terra que teriam agido como ‘blocos para a construção da vida’, ao invés de trazerem a vida por si mesma: moléculas orgânicas complexas que poderiam ter sido as precursoras dos aminoácidos e então terem “semeado” a vida, tal como a conhecemos.
Wickramasinghe reconhece que a proposta da existência de vida no 67P seria contestada pelos críticos, mas culpou o que ele chamou de “uma relíquia da era pré-Copérnica” que favorece a ideia de que a vida está centrada na Terra.

Fonte: http://ovnihoje.com/2015/07/07/estes-cientistas-dizem-que-pode-haver-vida-no-cometa-67pchuryumov-gerasimenko/

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