terça-feira, 26 de maio de 2015

Estudo propõe atacar o vírus ebola inibindo proteína do próprio corpo

Ainda não há droga eficaz para tratar doença que matou mais de 11 mil.
Cientistas descobriram que doença usa proteína do corpo para se instalar.
 
Imagem do vírus ebola observado em um microscópio eletrônico: pesquisa descobriu alvo inédito para tratar ebola  (Foto: Frederick Murphy/CDC via AP) 
Imagem do vírus ebola observado em um microscópio eletrônico: pesquisa descobriu alvo inédito para tratar ebola (Foto: Frederick Murphy/CDC via AP) 
Infográfico sobre ebola, V6 (Foto: Infográfico/G1)
Pesquisadores descobriram um novo alvo para tratar o ebola. Esta é a primeira abordagem de tratamento que mira, não o vírus em si, mas uma proteína do próprio organismo do paciente. Chamada Niemann-Pick C1, ou NPC1, esta proteína é essencial para que o vírus ebola se instale nas células humanas e se replique.
Ainda não existe uma droga eficaz aprovada contra a doença. A maior epidemia já registrada, que teve início com a infecção de uma criança na Guiné em dezembro de 2013, já matou mais de 11 mil pessoas e infectou quase 27 mil.
A estratégia inédita baseia-se no seguinte mecanismo. 
Quando o vírus ebola penetra na célula do indivíduo, ele é envolvido por um tipo de uma bolha formada pela própria membrana da célula. 
Para se replicar, o vírus precisa sair dessa bolha e chegar até o citoplasma. 
O que os pesquisadores descobriram é que a proteína NPC1 é um componente essencial para que o vírus consiga se liberar dessa bolha e continuar seu ciclo de vida.
Para testar essa hipótese, o estudo expôs dois tipos de camundongos ao ebola: o primeiro grupo, do “tipo selvagem”, tinha a proteína NPC1.
 Já o segundo grupo não tinha o gene responsável pela produção da proteína.
O resultado foi que os camundongos com a proteína foram infectados, enquanto aqueles que não tinham a proteína ficaram livres da doença, já que o vírus não conseguiu se replicar.
O experimento foi desenvolvido por cientistas de duas instituições americanas – a Faculdade de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva e o Instituto de Pesquisas Médicas em Doenças Infecciosas do Exército dos Estados Unidos (USAMRIID) – e os resultados foram publicados na revista “mBio” nesta terça-feira (26).
 
Esperança de novas drogas

A ideia é que futuras pesquisas possam levar a drogas que inibam temporariamente a proteína NPC1, impedindo desta forma a instalação do vírus. “Nosso estudo revela que a proteína NPC1 é o ‘calcanhar de Aquiles' da infecção pelo vírus ebola”, diz um dos autores do estudo, Kartik Chandran, professor de virologia e imunologia da Faculdade de Medicina Albert Einstein.
Segundo um dos autores do estudo, Andrew S. Herbert, pesquisador sênior do USAMRIID, hoje ainda não existem drogas aprovadas capazes de impedir a conexão dos vírus com a proteína NPC1. "Ainda estamos em fases muito iniciais de desenvolvimento, mas já desenvolvemos vários candidatos a fármacos com atividade antiviral potente em células e esperamos começar os estudos em camundongos ainda este ano", afirmou Herbert, por e-mail.

Fonte: http://g1.globo.com/bemestar/ebola/noticia/2015/05/estudo-propoe-atacar-o-virus-ebola-inibindo-proteina-do-proprio-corpo.html
 

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